Pesquisar este blog

domingo, 21 de outubro de 2012

SABER PERGUNTAR INOVAÇÃO DO PENSAMENTO - Parte 1



Nas pesquisas cientificas como na vida é imprescindível fazer a pergunta certa. De fato, cada questão contem pressuposições geralmente implícitas.
E se as pressuposições são errôneas ou confusas, então a própria questão esta errada, no sentido que tenta responder o que não tem significado, pelo menos o significado que a questão esta objetivada. Sendo assim, a resposta será qualquer coisa.
A resposta para a questão inicial que o saber perguntar, ou de outra maneira, como fazer a pergunta certa, encontra-se na reflexão do que é pretendido dizer analisando a forma pensamento que você construiu, assim a primeira questão a ser formulada seria perguntar a nos mesmos se sou capaz de formular a pergunta certa a partir do que tenho como minha linguagem, o fruto de meu pensamento, em seguida, me vem a mente a nossa tendência cultural de fragmentar para refletir e falar, mais ou menos como pensar em frases curtas com sentido universalizante, o que por si só é incoerente.
A exemplo do que disse David Bohm, fílósofo e físico,  a estrutura da linguagem, sujeito-verbo-objeto, com sua visão do mundo, tende a se impor de maneira muito forte na nossa fala, mesmo naqueles casos em que alguma atenção revelaria a sua evidente inadequação. Por exemplo, considera-se a frase: “Esta chovendo”. Onde esta a “coisa” que, de acordo com a frase, é “o fazedor da chuva que esta fazendo chover?”, claramente, é mais apropriado dizer: “A chuva esta prosseguindo”.
Dito isto, fica claro e evidente que as pessoas na maioria das vezes não pensam corretamente antes de transformar o pensamento em linguagem, permitam-me dizer que não é somente a pergunta, as respostas também são construídas num atropelo de palavras e expelidas num jato continuo de barbaridades, acadêmico ou não, para os acadêmicos não há perdão.
Noutro exercício de raciocínio, no exemplo de David Bohm, dentro de uma curta expressão, serve também para um nível em grande escala. Logo, em vez de dizer: “Um observador olha para um objeto”, poderemos dizer de forma mais apropriada: “Uma observação esta acontecendo em um movimento continuo envolvendo aquelas abstrações geralmente denominados de “ser humano” e “o objeto que ele esta olhando”.
Obviamente, a manifestação do pensamento na linguagem se ajusta a visão geral do mundo.
O exercício reflexivo tem por objetivo ampliar a ideia de formas pensamento, que a todo instante formulando não de maneira inovadora, mas apenas na repetição quase irracional, responsável pelos problemas de comunicação, quando alguém “diz uma coisa e faz outra”, fica mais claro o que estou dizendo e, percebam isto ocorre o tempo todo, a isto denominamos mal entendidos ou equívocos, exteriorizados em atos não intencionais, enfim, grande confusão, grandes atrasos, conflitos e insatisfações, lembrando que a simples manifestação do falar, é demonstração ação e reação.
Fica aqui minha sugestão aos profissionais da linguagem, ou seja, todos nós que tentam se comunicar, vamos trazer para todos os cursos a formas pensamento construídas na filosofia, com isto podemos revolucionar a linguagem proporcionando um novo olhar, cheio de novas possibilidades, estudando as velhas ideias, inovando aos construir respostas diferentes a questões aparentemente solucionadas.
Lembro que Paulo Freire também refletiu a respeito do que os burocratas de gabinete decidem teoricamente o que será feito na pratica, resultando no distanciamento, ou melhor o afastamento da teoria a pratica.
Acreditem a situação ideal teorizada e decidida em gabinetes sem o devido estudo pratico, não serve para nada.
Nossa linguagem é resultado de muita teoria hipócrita, distante do que acontece no mundo real.
Saber fazer a pergunta é antes de mais nada, refletir a respeito do que pensa saber, acredito mais nas formas pensamento em Hobbes do que em Rousseau, para quem já leu um e o outro sabe a diferença, porem quem ainda não leu, aqui fica o convite para ler.

 Thomas Hobbes





BOHM, David. Totalidade e a Ordem Implicada. São Paulo: Madras, 2008.