Entendo importante, neste momento vivido na politica brasileira, realizar criticas ao pensamento Marxista, que parece muito entranhado na gestão do estado brasileiro, tendo que inicialmente, introduzir o tema a partir dos aspectos históricos, culminando numa comparação entre o ideal marxista e o ideal capitalista.
1. Marx, surgimento e caracterisiticas históricas
Marx a partir de seus deslocamentos, estabelecido principalmente, na Inglaterra, França e Alemanha, onde o pensamento marxista teve influências fortes e diretas de elementos caracteristicos de cada uma dessas nações, em momentos históricos importantes, como por exemplo numa Inglaterra que vivia o auge da Revolução Industrial, com uma sociedade industrializada em uma grande população de trabalhadores que começava a se organizar: era o inicio do movimento operário, que tinha que tratar problemas como a grande desiguladade social e as más condições de trabalho, aliadas aos baixos salários, favoreciam a união da classe. Esse periodo, o auge do desenvolvimento do capitalismo inglês, onde viveu praticamente a metade de sua vida, permitiu que Marx analisasse o sistema em seu nascedouro, uma analise critica que mais tarde apareceria em sua principal obra, o livro “O Capital”. A obra de Marx, começou a ser conhecida e a se espalhar somente a partir de 1889, com a Segunda Internacional Comunista, ou seja, seis anos depois de sua morte, em 1883, a partir de então surgem pensadores como a polonesa Rosa Luxemburgo e os russos Lênin e Trotsky, que conduziriam a revolução que, em 1917, implantaria um regime socialista na Rússia. Sabemos também, que o pensamento marxista começava a contribuir para outras áreas do conhecimento alem da politica e da economia, passou a ser interesse de cientistas sociais e filosofos de tendências marxista que por sua vez se associal a Teoria Critica da Sociedade, desenvolvida na Universidade de Frankfurt, inclusive a doutrina do pensador foi levada a pesquisa social e cultural á filosofia e até mesmo á psicanálise.
2. Marx, resumo do pensamento e Criticas ao capitalismo
Para Marx, o modo de pensar do homem é condicionado pela sua situação concreta. Dessa forma, o que impede o individuo de se realizar enquanto homem não são suas representações inadequadas sobre o mundo, mais sim suas condições de vida opressivas. A medida que essas condições materiais mudarem, tambem o modo de pensar mudará. Com a defesa de tal posição, Marx contraria todos os filósofos de seu tempo, afirmando que o fundamental não é interpretar o mundo, mas mudá-lo, transforma-lo. Assim, não são as idéias que condicionam o mundo concreto, mas o inverso. Essas concepções tiveram enorme repercussão a partir da segunda metade do século XIX e influenciram muito do pensamento e a produção inelectual do século XX.
O capitalismo, segundo Marx, se configurou plenamente a partir do século XVIII (apesar de sua origem ser anterior), quando ocorre a Revolução Industrial. Iniciada na Inglaterra, dali se propagou para outros paises. Sua essência era busca incessante da reprodução e ampliação do capital, meio pelo qual a burguesia – a classe social dominante – concentra poder. Nessa busca, esse sistema econômico não vê nenhum impedimento politico, moral ou ético para expropriar o trabalhador de todos os seus atributos humanos. Marx afirma, que no processo de produção capitalista, o homem se aliena, tornando-se mera peça da engrenagem produtiva. Ele não é mais dono dos seus instrumentos de trabalho, o ritmo de produção não é imposto por ele e tampouco domina o processo produtivo, ou seja, a divisão do trabalho. A principal consequência desse processo é que o trabalhor não se reconhece no produto que fez, e assim perde sua identidade enquanto sujeito.
A alienação do produto do trabalho conduz a alienação do homem. As relações interpessoais em geral, passam a ser mediadas pelas mercadorias e pelo dinheiro, até os próprios proletários adquirem caráter de mercadorias, pelo fato de sua força de trabalho ser comercializada no mercado. O trabalhador torna-se um ser privado de sua essência humana.
Entretanto, ao contrário de uma visão fatalista da história em que essa situação se repetiria ininterruptamente. Marx faz uso do materialismo dialético para demonstrar como se daria essa ruptura da ordem capitalista. O trabalhador, mesmo vivendo individualmente essa dominação, enquanto integrante de uma classe social, poderia tomar consciência dessa situação de opressão. A partir dai, se mobilizaria enquanto classe para promover a sua verdadeira libertação, através de uma revolução. Portanto, era da própria situação de exploração que nasceria a força da classe operária.
Para alem da alienação economica, há tambem a alienação religiosa. Influenciado por Feuerbach, Marx afirma que é preciso destruir a religião para que o homem se recupere a si proprio, pois o unico Deus do homem é o próprio homem. A alienação religiosa faz com que o ser humano deixe de lutar pela melhoria de sua condição social, acreditando estar em Deus a justificativa para de sigualdade do mundo capitalista. Assim sendo, é Deus quem decide quem é pobre ou rico, esvaziando de sentido a luta contra a desigualdade. Quando Marx escreveu, em 1844, em “Uma Contribuição á Critica da Filosofia do Direito de Hegel”: “O sofrimento religioso é, a um unico e mesmo tempo, a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. A religião é um suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições desalmadas. É o ópio do povo”, ele não estava alinhando a religião a todas as drogas que existiam no século XIX e á que ainda haviam de ser inventadas, mas a um tipo especifico e entorpecente, o ópio. A menção ao ópio é, assim quase uma metáfora , pois o cerne da questão marxista é a exploração dos mais pobres pelos mais ricos. Para Marx, a religião era um lenitivo para os explorados, que se apegavam a ela como uma compensação (o sofrimento religioso, compensa o sofrimento real). Numa sociedade sem exploradores não haveria explorados e a religião deixaria de existir, segundo o pensamento marxista. O que Marx propunha era qua a classe operária saisse do seu entorpecimento e tratasse de romper o ciclo da exploração de seu trabalho, que tomasse o que era seu de direito, o controle do seu trabalho e a posse de seus frutos como propriedade legitima, que adquirisse a “felicidade real” e rejeitasse a felicidade ilusória oferecida pela religião. Isso somente poderia ser conquistado com a luta de classe e com a revolução. De outra forma, os ricos e poderosos não iriam renunciar ao seu papel de explorador. Marx visava atingir religiões dominantes de então, que comungavam abertamente com o poder da classe dominante, enaltecendo a mistica religiosa com a realização fundamental terrena do homem, negando-lhe o direito da luta de classe da pratica revolucionária como que condenando o proletário as privações sem o direito de aspirar uma vida digna. O propósito de Marx era anular o uso da religião pelos homens que se apoderavam dela com o intuito de usá-la contra o proletariado.
Marx mencionou ainda a alienação filosófica, que se expressa na forma de encarar a filosofia como contemplação da realidade, que o filósofo designa por metafisica. Mas, para ele, a principal tarefa de toda e qualquer pessoa e, portanto, tambem dos filosofos é transformar o mundo de forma a por fim a alienação social e politica, ou seja, agir para erradicar a submissão da classe operária pelo Estado burguês.
Marx considera essa a principal das tarefas do movimento socialista, para se atingir o comunismo:
(...)comunismo como superação positiva da propriedade privada, enquanto auto-alienação do homem, ou seja, como apropriação real da essência humana por meio de e para o homem. Por isso, considera-o como regresso – perfeito, consciente e dentro da riqueza total do desenvolvimento atual – do homem para si mesmo enquanto homem social, vale dizer, humano. O comunismo é a verdadeira dissolução do antagonismo entre o homem e a natureza e entre o homem. A verdadeira solução do conflito entre a liberdade e necessidade. Ele é o enigma decifrado da história, a verdadeira realização da essência do homem.
A propria sociedade capitalista criaria as condições para a sua autodestruição e o surgimento da sociedade comunista, que se caracteriza pela abolição da propriedade privada; pela igualdade, com abolição de classes; pela justiça, pois a sociedade exigirá de cada individuo um esforço proporcional ás suas forças e o retribuirá de acordo com as suas necessidades. A partir desse momento histórico, o processo dialético continuaria infinitamente, mas sem a luta de classes: terá continuidade na luta do ser humano contra a natureza.
Outro aspecto relevante do pensamento de Marx é o conceito de ideologia. Dentro da visão marxista, a matéria é um dado primário que alimenta a consciencia e esta ultima é considerada apenas um dado secundário, pois é reflexo da matéria. Assim, as idéias que são expressas na arte, na filosofia, na literatura e na moral estão estritamente relacionadas ao modo de produção econômico. No entanto, Marx afirmou a existência de uma certa inversão na apreensão desse processo, ou seja, o que muitas vezes afirma é que as idéias e os valores contribuem para que as pessoas definam uma certa visão do mundo. Desse pressuposto decorre a afirmação do filósofo de que a ideologia é uma falsa consciência do mundo. Revelar a ideologia burguesa era equivalente a desvendar toda a lógica sobre o mundo burguês e, portanto, contribuir para a revolução proletária.
É através do dinheiro, chamado por Marx de “equivalente geral”, que percebemos o diferente grau de poder ao qual se articulam os agentes que determinam o valor das mercadorias. Assim, os donos dos meios de produção, ou seja, os capitalistas, indubitavelmente são os que possuem o poder de determinar o valor das coisas e necessáriamente, o que os individuos devem ter para alcançar um equivalente para obtê-las – no final das contas, quanto de trabalho para terem acesso à determinada mercadoria. Aquilo que a maioria das pessoas chama de lucro, Marx chamará de “mais valia” e lhe concederá a honra de ser a engenharia do sistema capitalista. O trabalhador é o unico responsavel pela produção da riqueza determinada pelas relações sociais á mercadoria. Entretanto, ele recebe apenas uma pequena ou infima parte desta riqueza, ao qual chamamos de salário e o preço final da mercadoria é, literalmente, absorvido pelo capitalista, sob o pretexto que lhe cabe ‘naturalmente’ tal expropriação, na medida em que ele possui simultâneamente os meios de produção e assume os riscos inerentes junto as relações de mercado. Sendo “lucro” ou “mais valia”, é o livre e privado uso da propriedade como meio de produção a origem que detona todo processo de exploração do trabalho, que, como dito anteriormente, é o cerne do capitalismo.
Para apresentar a sistemática de funcionamento da sociedade, Marx faz uma divisão entre a superestrutura e a infra-estrutura. A infra-estrtura é o conjunto das condições econômicas, e a superestrutura são as instituições, a familia, o Estado, a ideologia e a cultura, que se desenvolvem adaptada á infra-estrutura, que, por sua vez, depende da relação dos indivíduos com os meios de produção.
A superestrutura de uma sociedade depende, pois, de sua infra-estrutura. Daí a importância da questão econômica para Marx: todas as mudanças significativas em uma determinada sociedade necessariamente decorrem de mudanças na sua organização econômica.
A importância da infra-estrutura para a definição das formações sociais pode ser notada ao longo de toda história da humanidade.
3. Critica ao socialismo marxista
A critica de maior expressão e notoriedade na atualidade diz que o marxismo possui um carater simplista, seja na organização da sociedade em classes (capitalista e proletáriado) e nas diversas interpretações da abordagen que Marx faz da inter-relação direta entre os fatores sociais de consciência (como cultura, religião e politica) como os econômicos. A posição dos criticos é que Marx e Engels levaram a analise de todas as ações humanas que não podem ser explicadas tão-somente por uma busca por melhores meios de produção ou por vantagens econômicas.
Segundo alguns destes criticos as razões de caráter econômico também são insuficientes para explicar fenômenos modernos como a busca do homem pelo status ainda que este não venha a representar qualquer vantagem econômica, ou o crescimento da cultura das celebridades. Tambem depôem contra a idéias de Marx o resultado histórico dos diversos regimes que foram influenciados o ideário politico-ideológico do marxismo, como a União Soviética, o regime castrista de Cuba e as chamadas “republicas vermelhas” do Sudeste Asiático.
Ainda, na economia de mercado, todos prestam serviços aos seus concidadãos ao prestarem serviços a si mesmos. Era isto o que tinham em mente os liberais do século XVIII, quando falavam da harmonia de interesses – corretamente compreendidos – de todos os grupos e individuos que constituem a população. E foi a essa doutrina da harmonia de interesses que os socialistas se opuseram. Falaram de um “conflito inconciliável de interesses” entre varios grupos. Marx no primeiro capitulo do Manifesto Comunista, sustentou a existência de um conflito inconciliável entre as classes, porem só pode evocar, como ilustração á sua tese, exemplos tomados das condições da sociedade pré-capitalista, quando nos estágios pré-capitalistas, a sociedade se dividia em grupos hereditários de status, como na India denominados de “castas”. Os de status mais elevados tinham apenas privilégios, os de status inferior só desvantagens. E não restava ao homem nenhum outro meio de escapar as desvantagens legais impostas por seu status senão a luta politica contra as outras classes. Nessas condições, pode-se dizer que havia “um conflito inconciliável de interesses entre senhores de escravos e escravo”, porque o interesse dos escravos era livra-se da escravidão, da qualidade de escravos. E sua liberdade significava, para os seus proprietários, uma perda. Assim sendo, não há duvida de que tinha de existir forçosamente um conflito inconciliável de interesses entre os membros das várias classes. O efeito mais visivel desse estado de coisas era o fato de os aristocratas de toda a Europa falarem a mesma lingua, o francês, idioma não compreendido, fora da França, pelos demais grupos da população. As classes médias – a burguesia – tinham sua própria lingua, enquanto as classes baixas – o campesinato – usavam dialetos locais, muitas vezes não compreendidos por outros grupos da população. O mesmo se passava com relação aos trajes. Quem viajasse de um pais para outro em 1750 constataria que as classes mais elevadas, os aristocratas, se vestiam em geral de maneira idêntica em toda a Euopa; e que as classes baixas usavam roupas diferentes. Vendo alguem na rua, era possivel perceber de imediato – pelo modo como se vestia – a sua classe, o seu status. Em contrapartida, é dificil avaliar o quanto esta situação era diversa da atual, se venho dos Estados Unidos para o Brasil e vejo um homem na rua, em geral não posso dizer qual é seus status, concluo apenas que é um cidadão brasileiro, não pertencente a nenhum grupo sujeito a restrições legais, e isto é algo que o capitalismo nos trouxe.
O principio segundo o qual a mobilidade social opera, nas palavras do sociólogo e economista italiano Vilfredo Pareto, é o da “circulation des élites” (circulação das elites). Isso significa que haverá sempre no topo da escada social pessoas ricas, politicamente importantes, mas essas pessoas – essas elites – estão em continua mudança, e isto não se aplicaria a moda de Marx numa sociedade de status, que era ao se referia e exemplificou na época.
O sistema socialista, proibe a liberdade fundamental que é a escolha da propria carreira. Mas condições socialistas há uma unica autoridade econômica, e esta detêm o poder de determinar todas as questões atinentes a produção. Um sinônimo de socialismo e comunismo é “planejamento”, quando falam de “planejamento”, as pessoas se referem, evidentemente, a um planejamento central, o que significa um plano único, feito pelo governo – um plano que impede todo o planejamento feito por uma pessoa. Submetido ao planejamento governamental, o homem é como um soldado num exército. Não cabe a um soldado o direito de escolher sua guarnição, a praça onde servirá. Cabe-lhe apenas cumprir ordens. E o sistema socialista – como o sabiam e admitiam Marx, Lênin e todos os lideres socialistas – consiste na transposição do regime militar a todo sistema de produção. Marx falou de “exércitos industriais” e Lênin impôs a “organização de tudo – o correio, as manufaturas e os demais ramos industriais – segundo o modelo do exército”. Portanto, no sistema socialista, tudo depende da sabedoria, dos talentos e dos dons daqueles que constituem a autoridade suprema. O que o ditador supremo ou seu comitê – não sabe, não é levado em conta. Mas, sabemos que o conhecimento acumulado pela humanidade em sua longa história não é algo que uma só pessoa possa deter. Acumulamos, ao longo dos séculos, um volume tão incomensurável de conhecimentos cientificos e tecnológicos, que torna humanamente impossível a um indivíduo o dominio de todo esse cabedal, por extermamente bem-dotado que ele seja. Acontece que os homens são diferentes, desiguais. E sempre o serão.
Os socialistas por 150 anos tinham afirmado: “Todos os males do mundo advêm da existência de mercados e de preços de mercado, substituindo-a por um sistema sem preços e sem mercados”. Queriam abolir o que Marx chamou de “caráter de mercadoria” das mercadorias e do trabalho. Porém, confrontados com esse novo problema, os teóricos do socialismo, sem resposta, acabaram por concluir: “não aboliremos o mercado por completo; faremos de conta que existe um mercado, como as crianças, quando brincam de escolinha.” A questão é que, todos sabem, as crianças quando brincam de escolinha não aprendem coisa alguma.
Num outro viés, se perguntarmos para quem vive na na Russia ou em Cuba e para quem vive nos Estados Unidos: quem vive em melhores condições? Quem tem um melhor padrão de vida? A resposta esta visualmente a descoberto, explicita ao olhar, a liberdade não existe nos paises socialistas, pois as ditaduras são duras e severas, não existe democracia socialista, a relação com a sociedade é a relação do senhor e do escravo, quando um governo de ditadura deveria se dissolver e entregar o governo aos operários, em contradição procura manter-se indefinidamente no poder, deveriam como afirmou Rosa Luxemburgo: tinham o dever de substituir a democracia burguesa pela democracia socialista, e não suprimir toda e qualquer democracia, ou quando dizia que a democracia socialista não começa depois de alcançada a terr prometida, depois da criação da infra-estrutura da economia socialista, ou que não é um presente de natal prontinho para ser dado ao povo gentil que soube apoiar um grupo de ditadores socialistas, ou ainda, que liberdade apenas para os partidarios do governo ou para os membros de um partido – por mais numerosos que eles sejam – não é liberdade, porque a liberdade é sempre, ao menos, a liberdade daquele que pensa diferente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As questões ora apresentadas, constituem, no máximo, uma introdução ao tema socialismo e capitalismo, óbviamente tanto um quanto outro apresentados dentro da teoria marxista, flutuando ora no objetivo que Marx projetou para época que vivia e, ora para época futura, época que vivemos e, nós e outros viverão. Neste sentido, as idéias no seu nascedouro, sabemos que estão impregnadas, pelos problemas próprios de uma revolução, exigindo medidas mais pontuais, para obter melhores resultados imediatos e também estruturando para melhores resultados a médio e longo prazo, dentro da ótica daquele momento histórico.
Analisando a questão relacionada ao método marxista idealizado, que estava enxergando apenas duas classes, o que para época poderia ser apropriado, categorias estas que, eram produtos históricos. Se pensarmos que no capitalismo contemporâneo é muito diferente daquele que Marx vislumbrou, podemos pensar que as classes atualmente, não são somente duas, mas várias, com peculiaridades próprias da maior divisão e próprias históricamente, como novos conceitos e novas categorias, e claro, respeitando o estágio civilizatório de cada Estado. A divisão em varias outras classes, não confirmou a previsão Marxista da polarização das classes em apenas duas, não atestou a pauperização crescente do proletariado ou a tendência à estagnação das forças produtivas, etc.
Pensar o marxismo como um método salvador, como pensam numa fórmula mágica e salvadora, não entendo que o marxismo deva ser pensado como método aplicável como um remédio universal, estamos diante de uma globalização econômica, com particularidades próprias de cada estado, lutando internamente e estados lutando entre si, para resistirem as invasões de suas fronteiras de produtos e mercadorias oriundos de países melhores preparados industrialmente, gerando com isto situações de alta ou baixa produção, demanda e oferta crescentes, gerando com isto novos tipos de conflitos, novos conceitos oriundos de novas tecnologias, enfim o pensamento simplista marxista, não atende a sociedade mundial contemporânea, o pensamento marxista deve modernizar-se, adquirir visão democrática e humildade para se entrelaçar e compor o feixe de soluções que precisamos para resolver problemas atuais, diferentes daqueles vislumbrados há séculos atrás.
Não vejo razão, contudo, para rejeitar a designação proposta por Marx, visto que ele indica claramente a origem dos grandes progressos sociais ocasionados pelo capitalismo. Esses progressos são fruto da acumulação do capital; baseiam-se no fato de que as pessoas, por via de regra, não consomem tudo o que produzem e no fato de que elas poupam – e investem – parte desse montante. E poupança significa benefícios para todos os que desejam produzir ou receber salários, que poderão ser aplicados na produção e assim gerar mais empregos e melhores salários, e gerando mais poupança, assim é o capitalismo. E, se consideramos a história do mundo – e em especial a história da Inglaterra a partir de 1865 – verificaremos que Marx estava errado, não há um só pais capitalista em que as condições do povo não tenham melhorado de maneira inédita, basta ver que as condições dos trabalhadores melhoraram, o que os socialistas marxistas acreditavam que as condições jamais poderiam melhorar, e ainda adotavam uma falsa teoria, a famosa “lei de ferro dos salários”, sabemos hoje que quanto mais se eleva o capital investido por individuo, mais próspero se torna o pais, um aumento real de salários resulta não só num aumento da população, como também, acima de tudo, numa melhoria do padrão de vida média.
REFERÊNCIAS
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BIBLIOGRAFIA
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HOBSBAWM, Eric; Era dos Extremos, O breve século XX, 1914 – 1991: Cia das Letras, 2ª edição, 41ª reimpressão, 2009.
KARL, Marx e ENGELS, Friedrisch; Os Pensadores. Ed. Abril Cultural, 1974.
MISES, Ludwig Von; As 6 Lições: Reedição XXIII Fórum da Liberdade. 7ª Edição. IEE e IL, 1979.
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