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quinta-feira, 24 de março de 2022

Lendo Hannah Arendt para entender as diferenças

Ler Hannah Arendt no faz refletir a respeito de como somos diferentes e sobre como as diferenças são importantes para o amadurecimento humano, ela sofreu na pele o mal causado pela discriminação racial, mudou de países para escapar da perseguição antissemita, sua experiência é mais uma dentre milhões de guerras travadas no passado que moldaram o mundo que vivemos, guerras e lutas do cotidiano que foram capazes de forjar a resiliência e combatividade as discriminações, foram muitas as lutas do passado no combate a discriminação por algum elemento que torna um ou outro diferente, o que experimentamos no passado nos ajuda a fazer uma leitura do que podemos construir hoje para no futuro a curto e longo prazo.

A curto prazo resolvemos criar programas de cotas, iniciou-se ainda no governo FHC, um programa que amenizaria a curto prazo os problemas sociais, raciais e de deficientes físicos, os problemas atuais são débitos históricos do passado que não podem simplesmente ser desconsiderados, se forem desconsiderados podemos esquecer o futuro sem mais conflitos, igualdade e muito menos liberdade.

Hannah Arendt em seu livro “Entre o Passado e o Futuro” avalia a lacuna e o espaço entre o passado e o futuro, a lacuna que ela fala e nos alerta é o nosso deixar de lado olhar para o passado, ao deixar de lado, deixa-se de termos base para olhar para o futuro, este esfacelamento causa a perda desta referência, e leva consequentemente a desigualdade que torna a sociedade mais conflituosa, temos no passado débitos e créditos que devem ser contabilizados, e não apenas zerados sem causar consequências discriminatórias, pois não resolvem o sério problema que a sociedade já está comprometida.

Boa parte da solução está na educação formal, a longo prazo a educação poderá conseguir reverter este processo que parece não ter fim, mas não é esta qualidade de ensino que temos hoje que conseguirá reverter, falo de outra realidade escolar que possa resolver o problema que as cotas tentam minimizar que são as desigualdades. Me refiro a um ensino público inclusivo dentro de um processo político e econômico, que saiam das classes escolares pessoas que tenham capacidade de fazerem escolhas, preparadas para o mundo do trabalho, o trabalho é capaz de nos proporcionar condições para falarmos de liberdade.

Cada vez mais nos concentramos num mesmo ambiente e convivemos com pessoas diferentes, seja num shopping, seja nas escolas, seja no ambiente de trabalho, onde quer que estejamos nossa singularidade pode passar desapercebida ou não, a singularidade do outro talvez nos chame atenção por não parecer ser tão singular quanto a minha singularidade, alguma outra singularidade pode chocar se não estivermos preparados a conviver juntos, muito do que culturalmente aprendemos é fruto daquilo que me foi transmitido pelo aprendizado e experiências do passado, não é possível simplesmente descartar o passado e iniciar do zero daqui para frente.

Nós aprendemos a criar diferenças, diferenças que criam lacunas por negar parte da história, quase uma perda de memória, como por exemplo, por trás da forma que pensamos, tem toda uma carga histórica e de práticas culturais, aquilo que pensamos a respeito de raça estaria restrito a história antes da modernidade, atualmente o racismo é que constrói o conceito de raça, muitos conceitos de raça tirados desta premissa tendem a ser equivocados, pois desprezam o passado e negam origens, passam a criar lacunas e perdem o arcabouço de experiências, a ciência não perdoa a negligencia aos resultados da experiência, ou seja, temos presente o tempo todo praticas culturais que nos tornam assim como somos, inclusive em nossa forma de olhar, nossos filtros culturais funcionam como lentes que criam diferenças absurdas.

Nosso olhar foi educado a fotografar e rotular a medida que piscamos os olhos, as vezes nem dá tempo de piscar e já temos uma ideia formada, seja preconceituosa ou não, tudo isto nos foi dado desde o momento que pela primeira vez abrimos os olhos, até mesmo antes ainda quando estávamos no útero de nossa mãe e absorvíamos suas emoções e vibrações quando ela sentia em seu interior indevassável aos olhos dos outros, as emoções descortinavam para nós fetos os seus verdadeiros sentimentos, isto não é pouco, talvez a hipnose explique porque carregamos certas impressões positivas ou negativas, a educação que recebemos nos ensina a ser hipócritas e velarmos nossos verdadeiros pensamentos, então cientes disto, cabe a nós preenchermos nossas lacunas pessoais e singulares a medida que vamos vivendo e nos humanizando.

Todos nós convivemos diariamente com pessoas aos nossos olhos, diferentes, a maior parte do tempo é vivido no ambiente de trabalho, e é lá que travamos uma luta interna de aceitação dos diferentes, sejamos nós os aceitos e sejam os outros que teremos de aceitar para termos sucesso, é natural que as pessoas sejam diferentes e singulares, alguns mais extrovertidos, outros menos, mas tudo isso ajuda no crescimento humano e no crescimento da empresa, a diversidade amplia nossa visão e abrem possibilidades de criatividade, há diferença em ser diferente pelo pensar produtivo e diferente por ser preconceituoso, ser preconceituoso já nos coloca em posição de exclusão, excluído e excludente . É preciso que as pessoas aprendam a lidar com o diferente, muitas vezes é bom, pois, para convivermos em sociedade e e obviamente no ambiente de trabalho, é necessário que saibamos respeitar o espaço do outro, o outro também passara a nos respeitar. O convívio com pessoas diferentes nos faz entender isso na prática. Sabendo disso, entendemos que é importante que cada um se conheça bem internamente, aqui entra o autoconhecimento, pois essa é a base para construir qualquer projeto que se quer levar para a frente. Sabendo se posicionar da maneira que se julga correta e ideal para si mesmo ajuda a pensar na relação com os demais, as posições contrarias a nossa são importantes para nos fazer ver outra forma de pensar e talvez até de agir. Sobretudo, independente das diferenças, sejam elas a introversão ou extroversão, o que realmente conta num projeto de humanização é aquilo que é necessário para os profissionais fazerem seu trabalho da forma correta, se ajudando sempre, colaborando e compartilhando experiências, experiências envolve o passado. E o respeito é algo básico que deve prevalecer, assim como os esforços para que o trabalho flua bem e leve a sociedade e a empresa no melhor caminho possível.

Em seu livro “Entre o Passado e o Futuro” quando afirma que a palavra e a ação, para se converterem em política, requerem a existência de um espaço que permita o aparecimento da liberdade, este espaço é aquele em as pessoas estão preparadas para ouvir e escutar, refletir e ponderar, se olharem e ouvirem respeitando as diferenças e diversidades.

A compreensão do passado presente em nosso presente preenche supostas lacunas e para que isto ocorra, é fundamental acomodarmos nossa percepção da realidade, considerando a maneira do outro percebê-la, construir um novo olhar. Em outras palavras, é aceitar o outro como ele é; respeitar seus pontos de vista e compreender que ele tem todo direito do mundo à sua singularidade, sem que ninguém queira ou tente mudá-lo, afinal nós também não gostaríamos de sermos forçados a mudar por mudar, mudar por simplesmente sermos diferentes.

 

De acordo com os gregos, a circularidade da vida biológica conferia à natureza o seu caráter de imortalidade, em contraste com a mortalidade concreta dos homens. Entretanto, o tempo retilíneo de uma vida individual, onde o presente não repete o passado e cada instante é único e diferente – “que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando”, como diria Guimarães Rosa – pode
albergar feitos e acontecimentos que, pela sua singularidade, merecem ser conservados. A função da História seria a de registrar estes feitos e acontecimentos garantindo, desta maneira, a imortalidade do homem na terra – “Por estender co’a fama a curta vida”, como nos ensina Camões [9]. Esta visão da História foi modificada quando Vico enfrentou o
problema da distinção entre processos naturais e processos históricos. De acordo com Vico, a natureza é feita por Deus, e só Ele pode compreender os seus processos. Entretanto, a História é feita pelo homem, que pode, consequentemente, entender os processos que desencadeou. Em outras palavras, e para usar a formulação de Ortega: A
História é o sistema das experiências humanas. A natureza do homem é a sua história – as suas res gestae – e o sistematismo das rerum gestarum abre a possibilidade da cognitio rerum gestarum. Pg. 12

 

Em cada sociedade podemos encontrar pessoas culturalmente diferentes por seus hábitos, mesmo dentro de cada sociedade encontraremos pessoas diferentes, mesmo praticando os mesmos hábitos culturais, pois as pessoas são diferentes umas das outras, cada ser é único, com emoções, histórias, experiências e modelos sociais dentro da sociedade que influenciam a maneira com que elas percebem o ambiente ao seu redor. Saber lidar com pessoas diferentes de nós é um desafio diário e constante, seja lá onde for, dito isto inclui aqueles que vão trabalhar no estrangeiro.

Diferente para muitas pessoas significa dizer que algo não é comum na sociedade, os estrangeiros se surpreendem com os hábitos das sociedades as quais passaram a compor e vice-versa.

 

A análise de Marx explodiu a tradição através da radicalidade de alguns de seus conceitos básicos, a saber: (i) o trabalho cria o homem, o que equivale a dizer que o homem cria a si mesmo pelo trabalho e que, portanto, a sua diferença específica é ser animal laborans e não animal rationale.” Pg. 11

 

Os ditos diferentes ficam ainda mais diferentes porque são penalizados pela discriminação, seja ela religiosa, racial, social, deficiências, todos os discriminados são empurrados para o submundo dos injustiçados. As diferenças econômicas e sociais podem ser identificadas numa sociedade onde flui a injustiça social, e nesta sociedade as classes dominantes se dizem neutras, está suposta indiferença os colocam do lado dos opressores e exploradores, desnudando a suposta neutralidade. Devemos refletir perguntando-nos a partir de qual lugar social pensamos e agimos? Não é difícil responder, precisamos primeiro saber qual nosso lugar na sociedade, “O lugar social determina o lugar epistemológico”, diz Karl Marx. Ou seja, se vivo na periferia sendo marginalizado, vejo o mundo a partir da ótica da periferia, se faço parte da pequena burguesia, eufemisticamente chamada de classe média, vejo o mundo a partir da classe média. Assim como quem é empresário vê o mundo a partir dos interesses da empresa. Estando em uma sociedade injusta socialmente, faz-se necessário sempre perguntar: a partir de qual lugar social estou falando, pensando e agindo? Isso para que “oprimido não seja hospedeiro de opressor”, para que “explorado não seja cúmplice dos exploradores”. Pois a opressão não seria tão forte se os exploradores e violentadores não encontrassem apoiadores no meio dos explorados e violentados, já dizia Hannah Arendt. As diferenças dos diferentes podem ser minimizados através de ações de curto e longo prazo, a curto prazo apresentamos a lei de cotas, sociais, raciais e para deficientes, porem a longo prazo onde a educação entra no jogo, ainda não entrou para jogar, assim vamos tentando resolver as diferenças sem fazer muita diferença, há ainda muito preconceito, discriminação e intolerância.

Para superarmos os preconceitos, as discriminações e a intolerância temos que fazer muitas coisas de forma sincronizada, a sociedade representada pelo Estado e o núcleo familiar.

Todos os seres humanos nascem da mesma forma, alguns em berço de ouro e a maioria não, porem todos nascemos humanos e as condições sociais objetivas podem nos humanizar ou nos desumanizar. Já dizia Rousseau: “O homem nasce bom, a sociedade é que o perverte”, assim como nascemos bons em nossa singularidade, cabe a nós que temos as experiências do passado, apresentarmos um presente diferente para melhor, a sincronização pode ser aquela onde todos procuram fazer o seu melhor o tempo todo, cada um em sua singularidade é responsável pela transformação da sociedade.

 

Fonte:

Arendt, Hannah. Entre o Passado e o Futuro. (tradução Mauro W. Barbosa). 8ª. Ed. São Paulo perspectiva 2016 – Debates.

segunda-feira, 21 de março de 2022

Resenha do Livro + Esperto Que o Diabo de Napoleon Hill


EPÍLOGO


Uma noite, um velho índio cherokee contou ao seu neto sobre uma luta que estava a acontecer dentro dele. Ele disse: “Meu filho, esta luta é entre dois lobos. Um é mau: raiva, inveja, ganância, medo, arrogância, desespero, autopiedade, mentira, sentimento de inferioridade, culpa, orgulho e ego. O outro é bom: alegria, coragem, paz, autodeterminação, serenidade, humildade, bondade, empatia, verdade, compaixão e fé”. O neto, ouvindo tudo atentamente, então perguntou ao avô:

“Qual dos lobos vence?”. O velho cherokee respondeu simplesmente: “Aquele que eu alimento”.

 

Muito já se escreveu sobre a batalha entre o bem e o mal. Mas, mesmo com toda a tecnologia que hoje nos rodeia, permanecemos basicamente com os mesmos questionamentos do passado: quem somos? De onde viemos? O que estamos fazendo aqui? Para onde vamos? Perguntas simples, mas que, mesmo se colocássemos todos os maiores computadores do mundo lado a lado, não conseguiríamos decifrá-las. Procuramos incessantemente, quase que diariamente, por respostas. Na verdade, internamente somos peritos em grandes questionamentos, e na maior parte das vezes buscamos as soluções externamente, seja nas religiões, nas filosofias de vida, ou nos cultos dos mais variados tipos.

Napoleon Hill decidiu buscar respostas com ninguém menos do que o próprio Diabo. Figura mitológica para alguns, fonte de medo e desespero para outros. O fato é que o Sr. Hill conseguiu colocar em forma de entrevista aquilo que muitos de nós questionamos há muito tempo. Independente da religião, culto ou filosofia de que possamos fazer parte, o Diabo mexe com nossa imaginação e nos faz parar e refletir sobre a sua real natureza. O Diabo efetivamente existe? Quem o alimenta? Não seria, por acaso, nosso Ego, que busca incessantemente pela nossa valorização momentânea em detrimento do verdadeiro ganho da virtude? 

Conforme aprendemos com o Dr. Hill, a alienação hoje ocorre não somente com os meios que foram descritos no livro, que por sua vez data de 1938, mas também com novos e poderosos instrumentos que o Diabo utiliza para alcançar os seus objetivos: as drogas, a internet, os videogames, os aplicativos de celulares e tudo o que a tecnologia trouxe de informação e comodidade ao alcance fácil de nossos dedos. Outrossim, nunca estivemos tão afastados de nós mesmos digerindo nossa mais nova ingestão tecnológica. Com relação às pessoas, então, conhecemos profundamente o perfil dos nossos principais amigos nas redes sociais, mas participamos cada vez menos do que se passa de verdade no coração e na mente desses amigos e amigas. 

Pode existir maior alienação do que esta? Nos afogamos em meio à modernização e parece que o bote salva-vidas está longe, cada vez mais longe de nosso alcance.

Caminhamos hoje com muita pressa e utilizamos a mais alta tecnologia para saber de coisas que, no passado, saberíamos meses depois, quem sabe anos. Mas ainda temos junto de nós o mapa que pode nos colocar no verdadeiro caminho da autorrealização, e esse mapa encontra-se no lugar menos procurado hoje em dia: nossa mente e nosso coração.
Qual foi a maior armadilha que o Diabo criou para o homem? Foi, sem dúvida, plantar na sua mente a incerteza de sua existência. Assim como o fracasso e o sucesso devem ser considerados armadilhas mentais, pois ambos provêm dos pensamentos dominantes que acabam se tornando aquilo que mais desejamos.

Analisando-se a Lei do Ritmo Hipnótico, que também pode ser considerada como Lei da Inércia da Vida, temos que os nossos pensamentos dominantes acabam por se tornar equivalentes físicos no nosso cotidiano. Ou seja, se cultivarmos a mente encoberta pelo medo, pela culpa e pela dúvida, acabamos tendo atitudes relacionadas a esses sentimentos, e não precisamos ser experts para saber que tipo de resultados alcançaremos. Ao passo que, se cultivarmos a mente preenchida com pensamentos de fé, coragem, gratidão e alegria, com certeza chegaremos aos resultados a que aspiramos.

O desafio é como conseguir isso... Parece fácil manter a mente positiva, mas o dia a dia nos mostra o quanto de nossa atenção permanece focada em coisas que na verdade não correspondem à estratégia principal do nosso sonho.   

Os problemas que aparecem em nossas vidas tomam boa parte de nosso tempo, e acabam por fazer com que desviemos nossa atenção para aquém de nossa meta principal. Aprendemos que devemos planejar, planejar e, quando estiver tudo planejado, devemos planejar mais ainda. Entretanto, isso nos leva à concretização de nossas metas? Ou seria mais inteligente estabelecermos um objetivo principal e aproveitarmos todas as oportunidades que aparecem em nosso caminho? Já dizia Zoroastro: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás a Deus e a todo o universo”. O verdadeiro sentido da vida, que vem sendo buscado pelos maçons, rosa-cruzes, illuminati e demais ordens e religiões de todo o universo, certamente não está impresso em nenhum livro, mas aqueles que tiverem a coragem de vencer os seus medos e se arriscarem na aventura da busca pessoal provavelmente encontrarão a verdade. E ela, por certo, estará mais perto do que jamais imaginaram. Seja qual for o mapa utilizado para encontrar o caminho, a Bíblia, a Torá, o  Alcorão, os Vedas, ou todos os demais livros sagrados das religiões, não podemos esquecer nunca que eles são somente o mapa e não o território, e que a mensagem é muito mais importante que o fato histórico. A mensagem contém em si mesma a sua própria verdade. Entretanto, ela somente passa a ter real existência se for praticada e se servir para fazer com que todos os homens e mulheres deste mundo possam viver o pleno sucesso. Que, por sua vez, não se trata de acumulação de riquezas materiais, mas sim do tributo à alegria, à simplicidade e à tão desejada paz de espírito. Este livro foi um presente deixado pelo Dr. Napoleon Hill ao mundo. Ficou 73 anos escondido, por motivos não tão bem esclarecidos, mas o fato é que a mensagem é viva e cabe a cada um de nós interpretar baseado em nossas próprias experiências de vida. Quando perguntaram a Napoleon Hill se a entrevista havia sido efetivamente feita com a presença do Diabo, ele respondeu: “Após a leitura do livro, cabe a cada um tirar as suas próprias conclusões. Mais ouro já foi extraído dos pensamentos dos homens e mulheres deste mundo do que em todas as minas existentes em todos os tempos no planeta Terra”.

Faça a sua parte! Faça deste livro seu livro de cabeceira e dê um exemplar
de presente àquela pessoa que você mais estima.

Que assim seja!

Sincera e fraternalmente,

M. Conte Jr.

 

 

NH pesquisou em torno de 16000 pessoas dentre elas 500 pessoas bem-sucedidas e outros milhares de pessoas fracassadas, o resultado de sua pesquisa de 20 anos foi a origem de alguns de seus livros.

O livro + Esperto que o Diabo é uma entrevista que NH fez com o diabo, é um livro intrigante e espetacular desde o nome, é um livro escrito em 1938, como ele conseguiu a entrevista, neste caso não importa se foi imaginação ou não, tem que ler para tentar descobrir. O livro foi publicado em 2011, ou seja após seu falecimento que ocorreu em 1970.

O livro é uma entrevista cheia de perguntas e respostas e reflexões, abordando temas relacionados a nossa vida e o cotidiano, a influência de nossos medos em nossas decisões, a influência de nosso pensamento negativo quanto ao exagero de nossos medos por algo que não aconteceu, o medo causado pela pré-ocupação, proporcionando o sabor e efeitos negativos de algo que não aconteceu e provavelmente nem venha a acontecer, o medo paralisante que nos retira a força e energia, o diabo se utiliza de medos de coisas que não existem, a majestade denominação que NH deu ao dito cujo foi para evitar citar o nome que devemos evitar de mencionar o tempo todo, até a menção do nome já pode influenciar nosso pensamento.

A maioria das pessoas é dominada pela majestade que nada mais é que o nosso pensamento negativo, ou seja o problema está na mente das pessoas, um dos medos das pessoas é a pobreza, a pobreza joga qualquer um ao chão, a pobreza desencoraja o homem a controlar seus pensamentos, a influência deste pensamento te desarma para qualquer outro pensamento positivo, a pobreza é material e psicológica, a pobreza leva ao fracasso de qualquer empreendimento, então o que fazer para sair desta forma pensamento? NH revela os métodos para evitarmos e vencermos o diabo, como vencer esta figura em forma de pensamento negativo que ocupa um imenso espaço em nossa mente que aparece em forma de medo. Os medos são muitos, pobreza, critica, perda do amor, velhice, morte, todos são medos imaginários, alguns são inevitáveis como a velhice, outros são bobagens que tomam espaço em nossa mente.

NH nos diz que há alguns responsáveis por nossos medos que seriam a igreja, as escolas, os vícios como cigarro, álcool, drogas, alimentação errada, a igreja porque planta em nossa mente a ideia a ter medo do diabo, através de castigos de seus pecados, tirando a coragem de enfrentar as situações difíceis que em caso de errando seremos castigos e levados ao inferno.

 

P – Qual a relação, se há alguma, entre a sua oposição e os lares, as escolas e as igrejas? A sua resposta a essa questão deve ser interessante.

 

R – É aqui que eu faço uso de alguns dos meus mais sábios truques. Faço com que tudo que é feito pelos pais, pelos professores e pelos instrutores religiosos pareça ter sido feito pela minha oposição. Isso tira o foco de mim enquanto manipulo as mentes dos jovens. Quando os instrutores religiosos tentam ensinar às crianças as virtudes da minha oposição, geralmente o fazem assustando-os com meu nome. Isso é tudo que peço deles. Fomento a chama do medo de tal forma que o poder de pensar de forma apurada da criança fica comprometido. Nas escolas, os professores aprofundam a minha causa mantendo as crianças tão ocupadas decorando informações não essenciais em suas mentes que eles não têm a oportunidade de pensar ordenadamente ou de analisar corretamente as coisas que lhes são ensinadas.

A escola não incentiva a criatividade, apenas ensinam a decorar para passar nas provas, enfim é uma sucessão de erros que alimentam maus hábitos, a pessoa aos poucos vão se tornando alienadas, os hábitos se equivocados levam as pessoas a vagar pela vida, vivem sem foco, no embalo da vida sem que tenham a mão no leme, e mente sem foco fica perdida, é mão sem rumo como pandorga sem rabo é tudo o que o diabo quer, quer alguém que ele possa controlar.

Importantes lições que podemos tirar deste livro:

- Tenha um propósito de vida direcionando sua energia, pode ser estudo, trabalho, amor e etc.

- Ter disciplina para chegar aos seus objetivos.

- Analisar os hábitos e qualquer outra atitude repetitiva, a começar pelo pensamento que antecede uma decisão, os maus hábitos ou vícios são os dominadores de nossa mente.

- Aprenda a aceitar os erros, enfrente os fracassos o use como uma etapa de aprendizado no caminho do sucesso.

- Cerque-se de pessoas de boas influencias, pessoas positivas, pessoas que não suguem suas energias.

- Respeite o tempo verdadeiro, as coisas boas levam tempo, as coisas mais fáceis geralmente não são grande coisa.

- Equilíbrio entre mente, espirito e corpo, não deixe o desanimo tomar conta de nenhum destes pontos, sua vida depende deste equilíbrio.

- Pensar antes de agir, planeje bem e lute contra os pensamentos ruins que tiram perspectivas.

- Se está vendo que a coisa vai dar errado, não espere dar errado para agir, iniciativa e pró-atividade.

- Pensamento positivo o tempo todo, um sorriso é a melhor resposta, mesmo que o copo quebre, lembre-se que é apenas um copo, quebrou por algum descuido, compre outro e pronto.

- Mantenha-se sempre na vanguarda do seu autoconhecimento, evite a superficialidade da vida vivida aos olhos e pelos olhos dos outros, preserve sua privacidade.


- Tenha fé e confiança em Deus e em si mesmo!

O diabo fica longe de você se respeitar estes princípios, o pensamento positivo não dará chance aos pensamentos negativos, esta é a chave do sucesso de viver bem, não precisa ficar milionário, é preciso sim viver bem sem medos desnecessários, medo só é bom quando nos alerta para alguma ameaça e com ele tomarmos ações preventivas para se evitar um mal ou um acidente.

Fonte:

Hill, Napoleon. + Esperto que o Diabo. Tradução e epilogo M. Conte Jr. FRC, M.M. 4ª. Ed. Citadel. Porto alegre, 2017.