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terça-feira, 26 de maio de 2015

OBRIGAÇÃO OU DIREITO? CIDADANIA E IDENTIDADE




Existem questões que por obrigatoriedade, gostando ou não estamos obrigados a fazer e respeitar, não o fazendo há sanções previstas em lei, como pagamento de multa ou punição, como por exemplo: No Brasil votar é obrigatório desde 1934, decidido assim porque havia receio de haver votação diminuta e com isto tirasse a legitimidade do processo, desde lá embarcamos nessa, a multa para quem não votou é de R$3,50, tal valor é irrisório, a sanção que surte efeito é a impossibilidade de inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles; receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou paraestatal, bem como de fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição, entre outras sanções. Entendo que votar é antes de tudo um direito e ao fazer estou exercendo meu direito praticando um ato de liberdade por vontade própria no ponto de vista de cidadão engajado em escolher representante que tenha apresentado as melhores propostas de governo e um futuro melhor para todos.

Dentre outra obrigação está o serviço militar para homens, é obrigatório e que é divulgado pelo Ministério da Defesa em seu portal é que o Serviço Militar Obrigatório surgiu no século XVI, quando o Brasil ainda era estruturado em capitanias hereditárias, penso que isto não mudará tão cedo, se perguntar para algum jovem se prestou o serviço militar, ele simplesmente diz que “consegui me livrar”, o mais estranho é que ao serem perguntados sobre o porque de temerem tanto a convocação, os jovens não sabem responder direito. Acredito que o serviço militar seja importante para transmitir ao jovem alguns valores que se perderam com o tempo, também acredito que seria melhor e mais produtivo se o serviço militar fosse voluntário, assim as pessoas que de fato querem e tem vocação poderiam permanecer, evitando o entra e sai, não havendo necessidade de obrigar aqueles que não tem interesse, nem de gastar dinheiro público no treinamento dos que não seguirão carreira.

Dentro das obrigações há o pagamento de impostos, o que deveria se transformar em benefícios para a população não é bem assim, não vemos retorno na mesma proporção em que é arrecadado, há corrupção e desvio de dinheiro publico, estes são elementos que nos frustram, como resistir? Talvez, desobediência civil, revolta através de movimentos populares nas ruas no combate a corrupção, reformas políticas, lutar contra esta praga que assolou o território brasileiro, a impressão que tenho é que já esta no DNA brasileiro, sei que não dá para generalizar.
 ... cidadania na sociedade brasileira contemporênea: conflitos e certezas
A obrigatoriedade de estudar é apenas para o ensino fundamental, com nove anos de estudo, neste caso estudar deveria ser prazer, no entanto para muitos é visto como problema e com desprazer, entendo que uma decisão tomada livremente é continuar os estudos após o ensino fundamental, porem ainda é discutível esta liberdade, o mercado de trabalho impõe exigências na formação educacional como no  mínimo o ensino medio concluído, se quer um emprego um pouco melhor há exigência de ensino superior ou técnico para determinadas funções, e assim por diante para melhorar mais um pouco o estudo é constante, como especializações e pesquisa. A liberdade neste caso é duvidosa, para melhorar o status de vida é necessário dedicação na formação profissional, assim para crescer profissionalmente só há uma opção é estudar e consequentemente trabalhar, gostem ou não, em meu caso eu gosto muito e estou nesta vida até hoje.

Brasileiro não gosta de planejar, pois infelizmente, planejar não é algo que estamos acostumados a fazer no Brasil. Um bom exemplo, foi o resultado da nossa seleção na última copa do mundo, nas obras inacabadas, que até hoje, um ano após a copa estamos executando as “tais obras para a copa”. Culturalmente o brasileiro desde pequeno é treinado a acostumar-se com a Média, ou seja, a gurizada não é incentivada a ser o melhor em nada no Brasil, mas quase obrigado a ser mediano em tudo. Tire uma nota 7 e tudo bem! Em alguns casos vale nota 6. O importante é “passar”, não necessariamente aprender. Com a competitividade somos obrigados a sermos mais aplicados, porem as turmas que estão se formando e ingressando no mercado de trabalho é um horror, sequer sabem regra de três, preguiça para matemática, português é péssimo, saem da escola aptos somente para o “internetês”que é uma linguagem alienígena, nossa cultura esta sendo dilapidada, se a história é transmitida pela língua, estou preocupado.

A identidade brasileira é decorrente de um longo processo de construção histórica, iniciando com a independência do Brasil e a primeira constituição brasileira para além de um processo cultural, era também um processo político, foi a partir do espírito de libertação que iniciou-se o processo de coesão social permitindo que o estado existisse e assim administrasse o território, este foi o um primeiro passo na construção da identidade, um fator muito importante neste processo foi de a língua portuguesa ser comum a todo o território, apesar de suas particularidades regionais. A língua seria então um elemento no conjunto de elementos culturais comuns que são constitutivos da cultura nacional. Nossa língua é um elo importante, é preciso resistir a tendência que há no descaso da fala (mal falada e pronunciada) e da escrita.

Nossa identidade e contada na literatura, na musica, na culinária, no samba, no carnaval, no futebol, nos diferentes gostos e modos regionais, na mistura de imigrantes, índios, negros e brancos, tudo isto encontram-se nas raízes da sociedade brasileira.

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