A intenção é problematizar para depois conceituar,
vamos lá!
Com ajuda de Andrew Pessin, começamos a
problematizar, afinal de contas esta é uma das funções da filosofia e, estamos
aqui para exercitar o que a filosofia se propõe.
Um tema muito querido
pela filosofia é a linguagem, a linguagem é tão importante quanto é misteriosa
para os seres humanos.
Você faz alguns sons
e as pessoas de alguma maneira respondem apropriadamente, mas, claro, somente
certos sons, digamos, os significativos, como palavras. E só algumas pessoas,
aquelas que entendem seu idioma, por exemplo, compreendem o sentido de suas
palavras. Então, se queremos entender a linguagem, devemos saber mais sobre o
que é “significado”.
O primeiro resultado
surpreendente é que o significado é abstrato, o que significa que não é uma
coisa física e não existe em nenhum lugar no espaço. Alguém acabou de falar,
por exemplo, a palavra “cachorro”. A palavra em si é um objeto físico, um som,
algumas moléculas vibradas pelo ar. Um físico poderia descobrir algumas propriedades
físicas daquele objeto, tais como sua localização seu movimento, sua frequência
etc., mas seu significado, não poderia ser encontrado, literalmente, com ou
dentro do som.
Da mesma maneira, a
razão pela qual você pode não entender chinês não é porque seus ouvidos não
estarem trabalhando de forma apropriada. Em vez disso, é porque os ouvidos só
podem detectar objetos físicos, como sons, e significados não são objetos físicos.
Você poderia ter os melhores ouvidos e mesmo assim não entenderia nada quando alguém
falasse chinês com você.
Mas há outro
resultado surpreendente.
Considere estas duas
sentenças: “Está chovendo” e “Il pleut”. Essas sentenças tem o mesmo
significado, se você sabe francês. Mas agora podemos dizer em qual idioma está
o significado? Não está no português; nem vice-versa. Então o significado em si
não está em nenhum idioma.
Compreender uma língua,
dessa maneira, exige que nos apoiemos em coisas que não são detectáveis por
nossos sentidos e que são independentes da linguagem.
É algo bom, mais
fácil de dizer do que de fazer!
Prosseguindo com
ajuda de nosso ilustre filósofo Andrew Pessin...
Pois é, a linguagem
nos apresenta um enigma que é muito interessante. Quantas pernas tem um
cachorro se você chamar seu rabo “de perna”? Há pelo menos três respostas possíveis.
Cinco: suas quatro pernas mais o rabo, agora chamado de “perna”. Uma: se seu
rabo for chamado de “perna”, ele só tem um desse tipo. E quatro: chamar o rabo
de “perna” não a transforma em uma. Qual é a melhor resposta? Bem, não importa.
Sua resposta depende do que você quer dizer com a palavra “perna” e você é
livre para anexar o significado que quiser, pelo menos para esse enigma.
Mas o que você quer
dizer quando sua as palavras mais diretas da linguagem, ou seja, os nomes?
As vezes nos
referimos a uma coisa ao descreve-la: “o homem que escreveu Hamlet”. Às vezes
nos referimos à mesma coisa pelo nome: “Shakespeare”. A diferença é que o nome
se refere a coisa sem, na verdade, descrevê-la de nenhuma maneira. Isso sugere uma
resposta natural à nossa pergunta: nomes simplesmente significam as coisas às
quais se referem.
Mas agora considere a
frase “Papai-Noel não existe”. Triste, eu sei, mas é verdade. E se nossa
sentença é verdadeira, então o Papai-Noel não existe, em cujo caso o nome “Papai-Noel”
não se refere a nenhuma coisa verdadeira. Mas, por meio da nossa teoria
natural, o nome “Papai-Noel”, agora se referindo a nada, não teria sentido. E
se a sentença não tem sentido, é difícil ver como poderia ser verdade – apesar de
ser.
Então precisamos de
uma teoria melhor.
O sentido de um nome,
em outras palavras, deve ser algo diferente da coisa á qual se refere; então, “Papai-Noel”
pode talvez ter sentido mesmo sem o cara gordo e feliz. Claro, é difícil dizer
qual é o sentido de um nome se não for a coisa à qual ele se refere, mas pelo
menos é claro que a teoria natural não consegue ficar com o rabo em pé.
Provocação:
Uma rosa com outro nome não seria uma rosa.
Aqui já adentramos na
questão dos universais...e para isto, trazemos Felipe Pimenta para nos auxiliar...
Existiria
a rosa universal e imutável ou a rosa seria apenas um nome, pois só existiria a
rosa individual, que seria diferente de todas as outras? A doutrina de Santo
Tomás de Aquino seria que o homem tem a ideia de rosa em sua mente, e ao ver
uma rosa real, ele pode conhecer que o conceito de rosa existe também na rosa individual. Frei Guilherme representa a
filosofia de Ockham, que nega que existam os universais, já que só a rosa
particular seria real. Isso marca o nascimento da ciência moderna, com seu
empirismo radical. Frei Guilherme é um personagem moderno, com seu probabilismo
em teologia natural, ceticismo em metafísica e orientação para pesquisas de
caráter científico. Ele diz:” a verdadeira ciência não deve contentar-se com
idéias, que são justamente signos, mas deve buscar as coisas em sua verdade
singular”. Umberto Eco não faz muito bem a distinção entre a posição
nominalista (frei Guilherme) e a da Igreja Católica.
Uma
pergunta prendia a atenção dos escolásticos: os universais são reais ou não?
algumas soluções se apresentam:
O
realismo: os universais têm um valor absoluto de realidade; mas onde se
encontram essas realidades? num mundo à parte ou em Deus, ou é imanente nas
coisas materiais? Essa era a posição de Platão.
O
nominalismo: nega-se, não já o concreto, mas a ideia espiritual e substitui-se
por um nome comum, simples representante dum grupo de indivíduos concretos.
Para os nominalistas só os indivíduos são reais. “universale est vox, flatus
vocis”. O universal é voz, sopro de voz. Seus defensores são Roscelin,
Guilherme de Ockham e, no livro, Frei Guilherme.
Realismo
moderado: o universal é a natureza expressa em seus diferentes modos de ser:
pode-se achar concretizada na matéria( teoria da individuação), universalizada
nos nossos conceitos ( teoria da abstração) ou realizada em Deus (teoria do
exemplarismo). O realismo moderado concebe ao mesmo tempo que só o indivíduo
existe, que os universais exprimem o real e que a palavra é sinal de uma ideia
espiritual. O concreto e o material existem na coisa e o abstrato e universal
no espírito. Essa é a posição de São Tomás de Aquino e da Igreja Católica, que Humberto
Eco não menciona.
Vamos
do significado para os conceitos...
A
partir de agora vamos trabalhar com ajuda do mineiro filosofo Dr. Antônio
Joaquim Severino
A filosofia é de
natureza complexa, para interpretar um texto filosófico, é necessária ajuda na
interpretação de conceitos cujo conteúdo substancial a maioria dos alunos não
domina, por esta razão resolvi apresentar esta mostra superficial.
A mostra é superficial
porque são muitos os filósofos, e os filósofos constroem raciocínios a partir
de linguagens diferentes daquelas com as quais estamos acostumados, e cada um
deles trabalha sua abstração que nem por isto deixará de nos traduzir a
realidade concreta.
Com auxílio da
filosofia foi possível do ser humano estabelecer as relações de sua existência e
sua inter-relação, pois a medida que o ser humano em sua convivência vai agregando
experiências, as relações vão se tornando cada vez mais especificamente humanas, neste viés já podemos representar através da
abstração, a reduplica: o homem o mundo real, num processo de simbolização que é
especificamente seu.
As três esferas da existência humana e sua
Inter-relação:
Prática Social: Ao produzir seus meios de subsistência, os homens
estabelecem entre si relações que são funcionais e caracterizadas por um
coeficiente de poder.
Prática Produtiva: Pelo trabalho, os homens
interferem na natureza com vistas a prover os meios de sua existência material,
garantindo a produção de bens e a reprodução da espécie.
Prática Simbolizadora: As relações produtivas e sociais
são simbolizadas em nível de representação e de apreciação valorativa, no plano
subjetivo visando a significação e a legitimação da realidade social e econômica
vivida pelo homens.
Esta pequena introdução adotada dentro de uma
perpectiva antropológica, é necessária para dar significação a apresentação do
glossário, os conceitos são resultado do trabalho humano a caminho de sua
humanização, é o que nos torna diferentes dos demais animais que dividem
conosco o ambiente terra, que nem por isto nos dá mais direitos que os demais,
mas nos torna mais responsaveis por tudo o que acontece.
Feita a pequena
introdução, segue glossário com pequena mostra de conceitos que julguei sejam
os mais significativos para auxiliar os alunos no domínio e familiarização do vocabulário
técnico da filosofia.
Subjetividade
(e seus correlatos: sujeito, subjetivo):
é a condição daquilo que se refere a consciência enquanto pólo que recebe as
informações sobre os objetos nas relações que constituem as experiências dos
homens frente aos vários aspectos da realidade. É a condição e o modo de
atuação do sujeito, entendido este como esfera mental do homem enquanto pólo
que recebe e apreende as informações referentes aos objetos na relação do
conhecimento e das demais formas de sensibilidade.
Objetividade:
é a condição e o modo de ser do objeto, entendido como o dado que fornece
informações a mente, à consciência do sujeito na relação de conhecimento e de
outras formas de sensibilidade.
Conhecimento:
é a relação estabelecida entre sujeito e objeto, na qual o sujeito apreende
informações a respeito do objeto. É a atividade do psiquismo humano que torna
presente à sensibilidade ou à inteligência um determinado conteúdo, seja ele do
campo empírico ou do próprio campo ideal.
Epistemologia:
área da filosofia que estuda a questão do conhecimento humano, tendo assumido
dois sentidos na tradição filosófica ocidental. Um sentido geral: estudo
descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento, tendo por sinônimos
gnoseologia, teoria do conhecimento; e um sentido mais restrito: estudo
descritivo e crítico do conhecimento cientifico em particular. Só o contexto de
seu uso no texto poderá esclarecer em que sentido o termo está sendo tomado.
Racionalidade:
característica daquilo que se refere a razão. Considera-se como a razão a
consciência subjetiva enquanto procede logicamente, estabelecendo nexos dotados
de coerência lógica entre os vários objetos de sua apreensão. Com isso, distingue-se
a atitude racional da consciência subjetiva de outras formas de manifestação,
tais como a atitude emocional, a atitude imaginativa, a atitude afetiva, a
atitude religiosa, a atitude estética e etc., que são todas atitudes subjetivas
sem serem, no entanto, atitudes lógico-racionais.
Cosmovisão:
trata-se do conjunto de concepções, intuitivas e espontâneas, de acordo com as
quais uma pessoa ou um grupo social pensam a sua própria realidade, a sua época
e a sua existência em geral. É o conjunto mais ou menos articulado das ideias
presentes e vigentes numa determinada sociedade ou implícitas numa teoria
sistematizada.
Ideologia:
é igualmente um conjunto de representações, idéias, conceitos e valores,
mediante os quais as pessoas ou grupos acreditam estar conhecendo e avaliando
todos os aspectos da realidade. O caráter ideológico dessas representações vem
do fato de que elas atuam mascarando, no plano subjetivo, o significado real
objetivo desses aspectos, e isso em função de interesses de pessoas ou grupos
particulares, que pretendem impor algum tipo de dominação. Nesse sentido, a
ideologia é um falseamento da consciência, camuflando a objetividade das
situações reais. Como toda produção da consciência, também a cosmovisão envolve
elementos ideológicos, funcionando ideologicamente.
Escolástica:
no seu sentido histórico, é a escola filosófica constituída na Idade Média, nas
escolas eclesiásticas e nas universidades europeias da época. Com conteúdo
formado pela síntese das doutrinas platônico-aristotélicas com as doutrinas
cristãs, caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma metodologia de pensamento e
por uma pedagogia fundadas na lógica formal de Aristóteles. O seu caráter
formalista, repetitivo, verbalista e a sua tendência ao dogmatismo acabaram por
dar ao termo um sentido pejorativo.
Mito:
em seu sentido original, é narrativa lendária desenvolvida pelas tradições
culturais que procura explicar a origem do mundo e da humanidade, recorrendo a
entidades e forças sobrenaturais, divinas e misteriosas; por derivação, pode
significar crença sem fundamento, sem base, apesar de bem aceita no âmbito de
determinada cultura (o mito da superioridade racial dos brancos), ou então, uma
narrativa alegórica, objetivando apenas passar uma representação simbólica.
Religião:
sistema de crenças em divindades sobrenaturais articulado a um conjunto de
normas de ação, de atitudes práticas, de comportamentos pessoais, de
celebrações rituais e de institucionalizações sociais que visam estabelecer um
tipo de relacionamento entre o natural e o sobrenatural, relacionamento que
propicie uma garantia de salvação divina para os homens.
Antropocentrismo,
teocentrismo, cosmocentrismo: posições
filosóficas que afirmam a prioridade, enquanto ocupando lugar central e
fundamental na ordem da existência real, respectivamente, do homem, de Deus ou
do mundo natural. O ser mais importante de toda realidade sendo,
respectivamente, o homem, Deus ou a natureza, devendo ocupar então também o centro
de referência de toda explicação filosófica.
Essência:
é o núcleo básico, conjunto de características que fazem com que alguma coisa
seja o que ela é; é o que define e especifica a natureza dessa coisa. A
essência de um ser é aquilo que é fundamental e imprescindível para que ele
seja o que é, em sua especificidade e identidade, distinto de outros seres.
Fenômeno:
no vocabulário científico, é toda manifestação dos corpos naturais, é o fato
observável; na filosofia de Kant, é o objeto da experiência do conhecimento
enquanto síntese de impressões sensíveis e das formas a priori do entendimento.
Númeno:
conceito kantiano que designa a essência, a coisa em si, independente de
qualquer relação a um sujeito.
Subjetivismo:
posição filosófica que privilegia a contribuição e a participação da
subjetividade no processo do conhecimento.
Inatismo:
concepção epistemológica de acordo com a qual algumas idéias são inatas, ou
seja, não dependem de nenhuma experiência anterior, surgindo com a própria
estruturação da consciência.
Empirismo:
teoria epistemológica que afirma a radical derivação, direta ou indireta, de
todo conhecimento da experiência sensível, seja ela interna ou externa.
Racionalismo:
posição filosófica que considera que só a razão natural é condição necessária e
suficiente, bem como fundamento de todo conhecimento.
Iluminismo:
concepção filosófica de acordo com a qual o conhecimento se dá em função das
luzes da razão e que só o conhecimento racional crítico e a cientificidade emancipam
o homem da superstição e do dogma, promovendo seu progresso em todos os campos.
Por extensão, é todo movimento politico, literário ou cultural que se apoia
nessa visão.
Postulado:
proposição nem evidente nem demonstrável que deve ser aceita como válida para a
sustentação de um raciocínio ou de um sistema teórico.
Indução:
procedimento lógico pelo qual se passa de alguns fatos particulares a um princípio
geral. Trata-se de um processo de generalização, fundado no pressuposto
filosófico do determinismo universal. Pela indução, estabelece-se uma lei geral
a partir da repetição constatada de regularidades em vários casos particulares;
da observação de reiteradas incidências de uma determinada regularidade,
conclui-se pela sua ocorrência em todos os casos possíveis.
Dedução:
procedimento lógico, raciocínio, pelo qual se pode tirar de uma ou de várias proposições
(premissas) uma conclusão que delas decorre por força puramente lógica. A
conclusão segue-se necessariamente das premissas.
Determinismo
universal: principio segundo o qual todos os fenômenos
da natureza são rigidamente determinados e interligados entre si, de acordo com
leis que expressam relações causais constantes.
Lei científica:
enunciado de uma relação causal constantes entre fenômenos ou elementos de um
fenômeno. Relações necessárias, naturais e invariáveis. Fórmula geral que
sintetiza um conjunto de fatos naturais, expressando uma relação funcional
constante entre variáveis.
Variável:
é todo fato ou fenômeno que se encontra numa relação com outros fatos, enquanto
submetido a um processo de variação, qualquer que seja do tipo de variação com
relação a alguma propriedade ou grau, a variação de um fato se correlacionando
com a variação do outro. Exemplo: o calor dilatando o metal.
Teoria:
conjunto de concepções, sistematicamente organizadas; síntese geral que propõe
a explicar um conjunto de fatos cujos subconjuntos foram explicados pelas leis.
Sistema:
conjunto organizado cujas partes são interdependentes, obedecendo a um único princípio,
entendido este como uma lei absolutamente geral, uma proposição fundamental.
Hipótese:
proposição explicativa provisória de relações entre fenômenos, a ser comprovada
ou infirmada pela experimentação. Se confirmada, transforma-se na lei.
Contradição:
oposição entre dois pólos incompatíveis, um afirmando, outro negando, ao mesmo
tempo, algo de uma mesma coisa. Conflito real e histórico, luta de forças que
contrapõem no interior do real e do pensamento, toda situação/afirmação
aparecendo apenas como um momento provisório que deve ser necessariamente negado
para ser superado.
Dialética:
processo de superação da contradição: movimento do real, por cuja dinâmica
interna de um dado elemento é negado pelo seu contrário que, por sua vez, é também
negado e superado por um novo elemento, numa sequência permanente de afirmação,
negação e superação; método de pensamento adequado para o entendimento desse
processo.
Alienação:
estado do indivíduo que não mais se pertence, que não mais detém o controle de
si mesmo ou que se vê privado dos seus direitos fundamentais, passando a ser
considerado uma coisa; processo pelo qual um ser se torna outro, distinto de si
mesmo, ficando estranho a si mesmo, perdendo-se ao projetar sua identidade em
outro, fora de si; processo ou estado de despossessão de si, vivida pelo sujeito
humano, perda de sua própria essência que é projetada em outro sujeito.
Poder político:
capacidade e exercício de domínio de pessoas ou grupos sobre outros, num
contexto de relações sociais, com força de determinação de suas vontades e
ações.
Filosofia política:
área da filosofia que analisa as relações entre indivíduos e sociedade, as
formas de expressão e exercício do poder, os sistemas de governo, a natureza e
a fundamentação da atividade política.
Tecnocracia:
sistema de organização política e social que se apoia apenas em procedimento técnico-racionais,
levando em conta tão-somente os critérios de funcionalidade, de eficiência e de
produtividade, desconsiderando-se critérios éticos e sociais.
Liberalismo:
posição político-filosófica que considera a liberdade individual como princípio
fundamental e o valor máximo da existência humana, contrapondo-se a todo e
qualquer poder de intervenção que limite essa liberdade e cerceie a iniciativa
dos indivíduos – de modo especial, o poder do Estado.
Cultura:
do ponto de vista antropológico, e por oposição à natureza a cultura é o
conjunto dos produtos, das representações e dos procedimentos postos pelos
homens enquanto seres sociais. Tudo aquilo que não é posto como mero resultado
da ação mecânica da natureza, portanto, tudo aquilo que passa por uma
impregnação de algum tipo de intervenção humana.
Signo: é
todo elemento que representa e substitui
um objeto enquanto apreensível por um sujeito; é uma entidade formada de um
aspecto físico ou significante e de um aspecto inteligível ou significado.
Assim, no caso do signo linguístico, o som é o significado e o conceito, o
significado. No signo, a relação significante/significado é estabelecida arbitrária
e convencionalmente.
Significante:
é a parte materializada do signo, a parte perceptível, imagem acústica.
Significado:
é a parte imaterial do signo, a parte inteligível, o conteúdo ideal, o
conceito.
Símbolo:
é o signo onde a relação significante/significado já não é totalmente arbitraria,
uma vez que decorre de uma analogia real ou suposta, aproveitando-se de
unidades previamente significativas. Exemplo: a balança como símbolo da
justiça, o cão como símbolo da lealdade, a bandeira como símbolo do pais.
Sinal:
É um fato físico ligado a outro fato físico por uma relação natural ou
convencional: nuvem negra é sinal de chuva, batida de sino é sinal de missa. O
sinal é percebido como impressão sensorial, relaciona duas sensações. É indicativo,
tem função sensório-motor, ao passo que o símbolo tem função meramente
Estética:
área da filosofia encarregada do estudo da sensação, abordando a experiências vivida
nas várias formas da sensibilidade, levando em conta a agradabilidade provocada
no sujeito. Daí se relacionar diretamente com a arte enquanto forma de
expressão criativa do belo.
Moral:
é o conjunto de prescrições vigentes numa determinada sociedade e consideradas
como critérios válidos para a orientação do agir de todos os membros dessa
sociedade.
A ação humana do
ponto de vista moral, é fundada em valores, ou seja, princípios expressos
mediante juízos apreciativos que são vivenciados por uma sensibilidade da consciência
subjetiva dos indivíduos e que são concretizados objetivamente em normas práticas
de ação e em costumes culturais no seio das sociedades.
Ética:
é a área da filosofia que investiga os problemas colocados pelo agir humano
enquanto relacionado com valores morais. Busca assim discutir e fundamentar os juízos
de valor a que se referem as ações quando neles fundam seus objetivos,
critérios e fins.
É bom atentar para o
fato de quem em nosso meio, muitas vezes, os termos ética e moral são tornados
como sinônimos, tanto para designar as prescrições vigentes como para designar
a disciplina que estuda os valores implicados na ação. Só o contexto pode dizer
em que sentido os termos estão sendo usados.
Existencialismo:
se apoia metodologicamente na fenomenologia, procura desenvolver uma hermenêutica
da existência. Enfatiza a condição do homem como ser consciente e livre, com
grande responsabilidade sobre seu “destino” pessoal, apesar de sua congênita
contingência decorrente de sua insuperável facticidade. Assim, a liberdade é a
categoria fundamental da filosofia existencialista. Partindo de Kierkegaard, o
existencialismo se afirmou com Heidegger, Sartre, Marcel, Jaspers, Nédoncelle e
Buber.
Personalismo:
expresso sobretudo pelo pensamento de Mounier, Lacroix, Berdiaeff e Landsberg,
é uma filosofia bem próxima do existencialismo, dando contudo mais ênfase á
dimensão práxico-política da existência humana, posição que o aproxima do
marxismo.
Vitalismo: destaca
o caráter evolutivo da existência humana. Ela é pensada por esses filósofos
como sendo atravessada por uma força vital que a faz avançar sempre para
estágios de maior perfeição. Privilegiam assim a temporalidade histórica e a
concretude da vida. Destacam-se como representantes dessa corrente: Teilhard de
Chardin, Bergson, Ortega y Gasset.
Exemplarismo: é uma teoria filosófica reconhecida especialmente pelas propostas de
alguns dos mais ilustres filósofos como Platão e Santo Agostinho, levando em
conta a abordagem feita por Platão.
De acordo com esta teoria, tudo que existe em nosso mundo não é nada mais do que uma cópia, ou seja, são sombras de realidades exemplares.
Através da teoria das ideias podemos observar o exemplarismo dentro da filosofia do grande filósofo grego. Assim, Platão afirmava que todas as coisas e objetos do mundo real são sombras das formas eternas, ou seja, das ideais. Estas últimas são as únicas capazes de ser reconhecidas verdadeiramente. Enquanto isso, a percepção das sombras ou do mundo em que vivemos, ouvimos, enxergamos e sentimos é mera opinião.
Nominalismo: Uma das principais tendências filosóficas da Idade Média, o nominalismo, contrário ao realismo e ao conceitualismo, rejeitou o pensamento alcançado por abstrações e abriu caminho para o espírito de observação e a vulgarização da pesquisa indutiva.
De acordo com esta teoria, tudo que existe em nosso mundo não é nada mais do que uma cópia, ou seja, são sombras de realidades exemplares.
Através da teoria das ideias podemos observar o exemplarismo dentro da filosofia do grande filósofo grego. Assim, Platão afirmava que todas as coisas e objetos do mundo real são sombras das formas eternas, ou seja, das ideais. Estas últimas são as únicas capazes de ser reconhecidas verdadeiramente. Enquanto isso, a percepção das sombras ou do mundo em que vivemos, ouvimos, enxergamos e sentimos é mera opinião.
Nominalismo: Uma das principais tendências filosóficas da Idade Média, o nominalismo, contrário ao realismo e ao conceitualismo, rejeitou o pensamento alcançado por abstrações e abriu caminho para o espírito de observação e a vulgarização da pesquisa indutiva.
O
nominalismo é uma doutrina segundo a qual as idéias gerais, como gêneros ou
espécies, não passam de simples nomes, sem realidade fora do espírito ou da
mente. A única realidade são os indivíduos e os objetos individualmente
considerados. Desse modo, o universal não existe por si: é mero nome, vocábulo
com significado geral, mas sem conteúdo concreto, que só reside no individual e
no particular. Em seu retrospecto histórico da doutrina nominalista, Leibniz
afirmava que, para os partidários do nominalismo, só existem, além das
substâncias singulares, os nomes puros e, desse modo, a realidade das coisas
abstratas e universais é eliminada.
O nominalismo traz a Questão dos Universais...
A controvérsia em torno da natureza das idéias dominou, de certo modo,
a reflexão filosófica medieval. Principiou no século VII, quando Boécio
traduziu para o latim o livro de Porfírio Eisagoge eistàs Aristotélis
kategorías (Introdução às categorias de Aristóteles), em que se fixaram as
bases da polêmica futura: "Não procurarei enunciar se os gêneros e as
espécies existem por si mesmos ou na pura inteligência, nem, no caso de
subsistir, se são corpóreos ou incorpóreos, nem se existem separados dos
objetos sensíveis ou nestes objetos, formando parte deles."
Firmaram-se,
a respeito do problema, três posições fundamentais: nominalismo, realismo e
conceitualismo. Os realistas sustentavam que as idéias - ou os
"universais", como as chamavam - possuem existência independente:
existem ante res ("antes das coisas reais"), na mente divina ou em
qualquer outro lugar. O realismo revelava-se, assim, de tradição claramente
platônica. Os nominalistas, ao contrário, não atribuíam nenhuma existência às
idéias: estas resumir-se-iam a seus símbolos, seus nomes ou palavras. Entre
essas duas posições extremas situava-se a teoria conceitualista, para a qual
as idéias teriam uma existência simbólica na mente, e outra, concreta, nas
coisas.
As
célebres discussões a respeito do problema, embora com aparência de sutileza
inútil, ocultavam orientações mais profundas. O realismo representava uma
visão do mundo mais espiritual, enquanto que o nominalismo nascia de uma
visão mais concreta e antiespiritual das coisas. Por isso, o nominalismo, em
toda a Idade Média, se apresentava como uma suspeita doutrina de céticos.
No segundo
período da filosofia escolástica medieval, que começou no século XIII com
santo Alberto Magno e santo Tomás de Aquino, prevaleceu a posição do realismo
moderado. O nominalismo reviveu mais tarde, no século XIV, com o filósofo
inglês Guilherme de Occam. Para este, todo conhecimento se baseia na
experiência sensível, de que, por abstração, extraímos as idéias gerais, de
que se servirá a ciência, sem necessidade alguma das antigas espécies dos
realistas.
Occam
também é chamado terminista. Ensinava que qualquer ciência é ciência só de
proposições e de proposições enquanto são conhecidas. Todos os termos dessas
proposições são só conceitos e não substâncias externas. O nominalismo dos
séculos XIV e XV não é ortodoxo em relação à teoria escolástica, mas, em
compensação, favorece o estudo das ciências naturais.
Nominalismo Atual, na filosofia moderna, são declaradamente
nominalistas Thomas Hobbes, no século XVII, e, no século XVIII, Étienne
Bonnot de Condillac, defensor da teoria sensualista do conhecimento. Já no
século XX, Nelson Goodman e Willard van Orman Quine são defensores do que
chamam "nominalismo construtivo". O primeiro não nega as entidades
abstratas, mas somente as admite consideradas como indivíduos, pois o mundo é
um mundo de indivíduos. Nega, assim, qualquer possibilidade de classes, nas
quais se incluem indivíduos diversos.
Quine
generaliza um argumento já proposto por Bertrand Russell sobre as chamadas
descrições singulares. Ao estudar os possíveis usos ontológicos da linguagem,
inclina-se para o nominalismo e contra o platonismo. Procura construir uma
linguagem capaz de reduzir qualquer enunciado sobre entidades abstratas a um
enunciado sobre entidades concretas. Só será possível admitir variáveis
individuais, isto é, as que se referem a objetos concretos espaço-temporais,
ou, pelo menos, temporais. São de resto nominalistas, ou apresentam
afinidades com essa posição, nos tempos atuais, os neo-espinozistas, os
neokantianos, os neopositivistas, os idealistas e pragmatistas.
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Bibliografia
Fedeli,
Orlando - Nos labirintos de Eco; (Humberto Eco, em O nome da rosa)
Pessin,
Andrew. Filosofia em 60 segundos: expanda sua mente com um minuto por dia! São
Paulo, Leya 2012;
Severino,
Antônio Joaquim. 1941 – Filosofia. 2ª ed. – São Paulo: Cortez, 2007 (Coleção
Magistério. Série formação geral)
http://queconceito.com.br/exemplarismo.
Ultimo acesso em 28/05/2017.
http://www.estudantedefilosofia.com.br/doutrinas/nominalismo.php.
Ultimo acesso em 28/05/2017.
https://felipepimenta.com/tag/guilherme-de-ockham/
Ultimo acesso em 28/05/2017;