Etimologicamente: grego eidetikos, que diz respeito ao conhecimento, de eidos, forma de uma coisa no espírito, idéia, essência, na fenomenologia que diz respeito as essências. Para Husserl:”A fenomenologia pura ou transcendental não será erigida em ciência que versa sobre os fatos, mas que versa sobre essências (em ciência eidética); uma tal ciência eidética visa estabelecer unicamente conhecimentos e essência e de maneira nenhuma dos fatos. A redução correspondente, que conduz do fenômeno psicológico á essência pua (...), é a redução eidética” (Ideias Diretrizes para uma Fenomenologia, p.7, Gallimard)
Merleau-Ponty,
A fenomenologia é o estudo das essências, e todos os problemas, segundo ela,
consistem em definir essências: a essência da percepção, a essência da
consciência, por exemplo. Mas a fenomenologia é também uma filosofia que
recoloca as essências na existência.
O
objetivo da fenomenologia é evitar a aparência, ilusão a fim de penetrar até
verdade e a essência. Tem de transcender aos sentidos, não como apenas uma
aparência dos sentidos externos, como por exemplo óptico, superando a beleza
visível, que nada mais é do que aparência, o ferramental fenomenológico é um
feixe de habilidades sensoriais, psicológicas, morais, éticas, culturais,
intuitivas e etc.
Entender o fenômeno é entender o macroprocesso globalizante de outro micro processos constituintes. Temos o conhecimento compartilhado e no entendimento fenomenológico o correto conceitualmente é expressar o fenômeno como planificador, na descrição fenomenológica do conhecimento o sujeito não sai de si, ele busca descrever o processo de conhecimento sem pressupor a existência do mundo fora de si, o sujeito utiliza suas habilidades cognitivas para compreender e explicar o fenômeno numa tentativa de superação o engodo das aparências.
Entender o fenômeno é entender o macroprocesso globalizante de outro micro processos constituintes. Temos o conhecimento compartilhado e no entendimento fenomenológico o correto conceitualmente é expressar o fenômeno como planificador, na descrição fenomenológica do conhecimento o sujeito não sai de si, ele busca descrever o processo de conhecimento sem pressupor a existência do mundo fora de si, o sujeito utiliza suas habilidades cognitivas para compreender e explicar o fenômeno numa tentativa de superação o engodo das aparências.
O
belo, em sua configuração fenomênica, estabelece a necessidade processos que
exigem descrição precisa, entre eles: da visão, da audição e do tato, isto em
relação a pintura, a música e escultura, e descrever o fenômeno exige
transcender aos sentidos e os limites da sensibilidade, evitando a vulgarização
dos juízos sobre objetos da razão, como é comum. Mais ou menos como uma bola
trocando de mãos sistematicamente sem um sentido próprio.
Analisar
um determinado fenômeno, exige aplicar método de investigação critico, rigoroso
e sistemático, o que dá confiabilidade e qualidade ao resultado.
Atualmente
diversas áreas utilizam-se do método de investigação fenomenológica, com suas
raízes na filosofia, dentre estas áreas encontramos, Marketing, Recursos
Humanos, desenvolvimento organizacional, pesquisa de gerência dentro e fora das
instituições, etc.
Não
é de fácil acesso, o pensamento fenomenológico é intrinsecamente difícil, uma
vez que contra a tendência natural da consciência de dirigir-se as coisas em
vez de seus processos e tentar analisar esses processos espontâneos que se
apresentam como unidades já formadas, embora estejam em constante fluxo. Não é
fácil porque filosofia não é parte de nossa cultura latino-americana, é parte
de uma cultura filosófica, e nós brasileiros latino-americanos, com a nossa
imissão de posse no ano de 1500, quando na Europa já acontecia a filosofia a
mais de 1500 anos.
Existe uma rica bibliografia de autores filósofos expondo complexidade de entender pela fenomenologia, dentre os filósofos que se destacam temos:
- Heidegger que ao
discutir a questão do sentido do ser, demonstra que a Fenomenologia entende a
verdade com viés de temporariedade ou provisoriedade, relatividade, mutabilidade.
Neste entendimento posiciona-se radicalmente diferente da compreensão da
metafísica que pressupõe a uma única verdade, sendo assim absoluta, aqui há uma
rejeição parecendo óbvia a radicalidade.
Tem-se na Fenomenologia orientação do
seu olhar para o fenômeno, na relação sujeito-objeto (ser-no-mundo), que representa
o rompimento do tradicional conceito sujeito/objeto.
Heidegger nos apresenta mais uma forma
de conhecer a concretude do mundo, ao contrário da forma metafísica que é una. Como
culturalmente estamos acostumados a conhecer o mundo de uma única forma (forma
metafísica), a complexidade do mundo se torna ainda mais complexa quando
procuramos entender a partir dos Fenômenos.
- Hegel em sua
complexidade denomina fenomenologia do espírito como a ciência do
movimento da consciência, que parte da consciência sensível e alcança, após
diversos estágios, onde a consciência de si, está caracterizada como um saber
absoluto.
- Para Kant, a fenomenologia
é a ciência que estuda a matéria enquanto objeto possível da experiência. Defende
a necessidade de uma phenomenologia generalis, que faça distinção entre
os mundos sensível e inteligível.
- Para Husserl, a
fenomenologia é um método que objetiva encontrar as leis puras da consciência
intencional. A intencionalidade é a forma própria de ser da consciência, uma
vez que não há consciência que não esteja em ato, dirigida para um determinado
objeto. Por sua vez, todo objeto somente existe enquanto apropriado por uma
consciência. "Sujeito" e "objeto" constituem, para esta
concepção, dois extremos de uma mesma realidade. Ainda é necessário encontrar
um procedimento que faça ver a estrutura integral da consciência. A
fenomenologia consiste, em apresentar as
coisas nelas mesmas; ela deve excluir todos os pressupostos de
conhecimento, extrair as lentes convencionais a fim de apreender a consciência
em seu puro caráter fenomenal. Para realizá-lo, ela parte do processo de redução; este consiste em pôr o mundo entre parêntesis,
liberando, assim, o puro fenômeno. Este se manifesta, assim, de maneira dupla:
como redução eidética, que faz aparecer a apreensão, pela consciência,
de essências puras, unidades ideais formadoras de sentido. Assim, o que é
visado pela consciência se manifesta em seu âmbito essencial, como sentido.
Neste processo, na sequência
relativa deparamo-nos com outro momento que é o da redução transcendental,
em que a própria existência da consciência é posta entre parêntesis. Voltando
sobre si própria, a consciência se apreende como eu puro ou transcendental, que
confere sentido a toda experiência de ego-idade, ou seja, do eu puro.
Dizemos que a Fenomenologia é uma atitude, ou seja, uma
forma de compreensão e não é simplesmente uma teoria, esta permeada de sentido
muito bem estruturado, proporciona encruzilhadas onde o filósofo tem de obrigatoriamente
tomar uma decisão e seguir por um caminho, é quando o filósofo pensa e age,
mesmo que sejam caminhos diferentes a Fenomenologia é peculiar, pois desloca a
forma de enxergar as coisas, altera a forma de entendimento e conhecimento do
mundo.
BIBLIOGRAFIA
Critelli,
D. M. Analítica do sentido: uma aproximação e interpretação do real de
orientação fenomenológica. São Paulo: EDUC Brasiliense, 1996.
Heidegger, M. “Carta sobre el ‘Humanismo’”. In: H. Cortés e
A. Leyte (trads.), Hitos. Madrid: Alianza Editorial, 2007.
_____. Conceptos
fundamentales (Curso del semestre de verano, Friburgo, 1941). M.E.V. García (trad.). Madrid: Alianza
Editorial, 2006.
_____. “Da essência do fundamento”. E. Stein (trad.). In: Conferências e escritos filosóficos.
Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril
Cultural, 1979.
Kant, I. Crítica
da razão pura.
M. P. dos Santos e A. F. Morujão (trad.). Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2005.
Maturana, R.
H. (1997) A Ontologia da Realidade. Belo Horizonte: Editora da UFMG.
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