O raciocínio
dialético é um exercício que nossa mente faz com sequencia de perguntas,
respostas, refutações, relacionando, organizando, comparando e criando sistemas
mentais, resultando em reflexões, o grau de conhecimento, experiências e
maturidade biológica e psicológica proporcionarão ao indivíduo uma leitura especifica
a sua realidade, provavelmente os indivíduos que estão cursando o ensino médio
poderão ter algum grau de conhecimento onde tenham estabelecidos alguns conceitos
fundamentais, tais conceitos lhe permitirão compreender o contexto histórico e
sociológico dos fenômenos sociais contemporâneos, a amplitude e alcance dos
conceitos deverão ser despertados num jogo de raciocínio a partir do incentivo
e ensinamento de técnicas que lhe serão apresentados pelo professor de
sociologia.
A transmissão e
entendimento dos conceitos previamente definidos apresentados pelos professores
de sociologia, proporcionarão aos alunos a construção de possibilidades
abstratas, porem com coerência e significado com a realidade exemplificado
através de experiências empírico-concretas e, ninguém melhor que a sociologia
para transmitir e fazer entender quais são os conceitos.
Os conceitos quando
então entendidos pelos alunos lhes terão significado apropriado,
introduzindo-os a um mundo próprio de sinais, linguagem e códigos, a interação
entre os elementos proporciona uma idéia e noção de processo, sendo útil para o
estabelecimento das relações, provido deste ferramental já é possível
posicionar-se com maior segurança diante da riqueza múltipla da realidade,
culminando no movimento dialético ensino e aprendizagem, realidade passada,
realidade presente e possível realidade futura, um mundo rico de possibilidades
de ressignificações.
Comparativamente o
aluno deixa de ser o índio incauto, com armas da sociologia observarão o
horizonte sabendo que as embarcações portuguesas que se aproximam da margem
desde o primeiro contato e seguido da aproximação com o novo lhes proporcionar
revolução significativa em suas vidas.
Naturalmente os
jovens tem curiosidade pelo que é novo, isto é resultado da educação, se são
ensinados a questionar não se submetendo ao mundo das aparências, ensinados a
não ficarem amedrontados ou refratários as novidades que são sadias, a
motivação é que da força a vontade, como o ser humano é um ser desejante, a
motivação transforma o simples desejo em vontade, no entanto esta motivação
precisa ter contaminado o aluno, dando-lhe a sensação de sede que poderá ser
saciada, pelo menos amenizada pela sensação de adaptação, preparo e domínio das
situações que para muitos ainda são incompreendidas julgando-se muitas vezes
vitimas quando deveriam estar conscientes que eles também são os autores de
seus próprios infortúnios, a escola tem parcela importante no processo de dar
conhecimento da complexidade da realidade e prepará-los com autonomia e
espírito critico com o mundo e com eles mesmos, valendo a máxima “primeiro
entenda a si mesmo e o mundo, nesta ordem”.
Podemos aplicar em sala de aula atividades que poderão desenvolver a
capacidade de argumentação, interpretação, julgamento e reavaliação do status a
que se chegou ao final da atividade. A atividade inicia com a divisão da turma
em grupos, permitindo o revezamento, possibilitando a experimentação das
diferentes posições. Democraticamente permitimos aos grupos, que deverão ser em
numero de três, escolher que será o “orador”, “secretario” e “Juiz”. Cada um
tem uma função especifica, o “orador” tem a função de escolher o tema, de
preferência um tema atual, sobre o tema é realizado um comentário; Ao grupo que
assumiu o status de secretario, caberá os apontamentos e registros do que esta
sendo dito pelo orador e, ao grupo que coube o status de “juiz”, caberá a
função de julgar se o que o secretario registrou coerentemente o que foi dito
pelo orador, ao juiz cabe registrar sua posição quanto ao que foi escrito.
Esta atividade permitira que todos os membros
experimentem os três papeis, que culminará no registro com as opiniões dos três
grupos e seus respectivos julgamentos sobre o que foi escrito, sabemos que a
opinião de cada um varia conforme a posição que ocupam, as reações poderão ser
uniformes ou não, dependerá da disposição de cada um em revelar com sinceridade
seu entendimento das responsabilidades e limites que cabe a cada uma das
situações.
Os temas poderão ser escolhidos conforme o objetivo que estiver sendo
buscado, para questões éticas podemos sugerir que se trabalhe questões como
falta de dinheiro no caixa causado por engano ao dar o troco ao um cliente,
procurar saber o que cada um faria na posição daquele que recebeu o troco a
mais, este assunto é polêmico e por experiência o resultado apontou para
quarenta por cento dos participantes disseram que não devolveriam o dinheiro
recebido a maior, porem quando na posição do cobrador do caixa acharam ruim
terem ao final do mês ao receber o salário ter sido descontado o valor que
faltou, em geral a turma polemiza.
Poderão ser sugeridos outros temas como por exemplo: Redução da idade
penal, porque dizer sim ou não?; Pena de morte para crimes hediondos; Uso de
drogas, liberar uso da maconha, sim ou não, porque?; Matrimônio homossexual;
Independente do tema abordado, ao final o grupo deverá refletir
respondendo a questões como quais dificuldades cada um enfrentou ao desempenhar
os diferentes papeis? Qual a dificuldade ao realizar o registro daquilo que
havia sido dito e transformado em linguagem escrita?; finalizando os grupos
deverão se posicionar quanto as dificuldades identificadas na comunicação entre
os papeis e o comportamentos nas relações interpessoais? Aqui deverá ficar
claro que diante das dificuldades de comunicação são criadas dificuldades e
tais dificuldades poderiam tornar o mundo como um todo muito melhor se as pessoas conseguissem
se comunicar com maior coerência. Sem perceber, muitos dos problemas comuns que
ocorrem nas relações interpessoais acontecem justamente por problemas de
comunicação, disto podemos tirar uma reflexão sobre uma premissa básica no
processo da comunicação: A comunicação não é o que eu falo; é aquilo que chega.
O ser humano é exímio interpretador de tudo o que ocorre,
faz parte de nossa natureza, tanto que avaliamos, ponderamos, julgamos,
comparamos com a nossa escala de valores tudo o que percebemos, vemos e
ouvimos. Gostamos ou não gostamos, achamos simpático ou antipático,
consideramos agradável ou desagradável, interessante ou indiferente. Fazemos
isso o tempo todo.
Por essa razão, se desejamos, de fato, nos comunicar com
outras pessoas, precisamos, constantemente, exercitar a arte da empatia, que é
a capacidade de nos colocarmos no lugar da outra pessoa, entendermos o seu
estado de espírito, seu momento psicológico, seu nível cultural, suas crenças,
seus apelos emocionais. Além disso, precisamos resolver os nossos problemas de
comunicação e, posso afirmar com segurança, que são muitos.
A reflexão da atividade proposta proporcionara uma reflexão
acerca do que devemos falar, porem antes de falar devemos ponderar do que será
falado, aprenderemos que devemos também aprender a perguntar, questionar,
criticar, para só depois disto estabelecer algum conceito.