N. Sri Ram, nasceu na Índia (1889/1973), filósofo, escritor, teósofo, maçom, ensaísta e quinto presidente da Sociedade Teosófica.
Com seu talento característico para apresentar ideias profundas de modo claro, Sri Ram apresenta nesta obra uma reflexão sobre a autêntica sabedoria, que é diferente do conhecimento e da erudição. A Sabedoria é uma maneira de viver, é algo essencialmente transformador.
Para ler Sri Ram é um desafio por seu pensamento requintado exigindo muita abstração, a vida voltada para a busca da sabedoria, ele foi muito voltado para o movimento teosófico, quem leu SRI RAM percebe a sutileza e profundidade do profeta. Afinal o que é a sabedoria, quem é sábio?
Para o profeta a autentica sabedoria é diferente do conhecimento, mística religiosa e da erudição, tem a ver com uma maneira de viver sendo algo essencialmente transformador, tem a ver com o rastro que deixamos nos lugares que passamos com um rastro humano no mundo e a realização que temos no mundo, tem-se que ser coerente com o mundo, o filosofo verdadeiro está em sua fala, aparência e agir.
O sábio e o filósofo são um só, a sabedoria e a filosofia são difíceis de
explicar, há muitas respostas que dão a impressão de esvaziamento, são muitas
as respostas e nenhuma totaliza, a melhor resposta está na vida que se leva, a vida exterioriza
a verdade, afinal o que realmente cremos e falamos será que somos coerentes com
o que fazemos? Se somos então aprendemos a sermos sábios e filósofos, sabedoria é ver e sentir em nossos corações o bom e o bem de mãos dadas.
A maneira que vivemos e nos movimentamos na vida denotam nossa coerência na vida, ou incoerência, esta coerência aponta para a pessoa e diz que esta pessoa coerente é sabia e é um filósofo, é pensar sobre tudo é a verdadeira felicidade, nada é negligenciado, ele inspirou-se muito em Sócrates e Platão, sua autenticidade se dá pelo fato de sentir-se humano e agir como humano, a felicidade há enquanto ser humanos e fazer sabiamente o que se espera de um ser humano.
Se procuramos poder e riqueza dificilmente conseguiremos conciliar estes interesses, estes desejos não são pecados, desde que elas não tenham poder sobre quem as possui, somente quem controla as coisas e não é controlado por ela tem sua vontade inspirada pelo ser.
A finalidade é em ser e não em ter para se sentir sábio, o ter como meio é sábio, o ter não pode sobrepor-se ao ser, mas cuidado elas geralmente dispersam o foco para quem busca a sabedoria do ser, por si só a nossa sociedade dificulta a harmonia de conciliar estes interesses.
Aquilo que pode ser tirado de ti não é teu, apegar-se a algo que necessariamente vamos perder é produzir dor, as coisas estão aí para serem trocadas, aquilo que realmente é meu não pode ser tomado, o bem verdadeiro não depende de circunstâncias, a sabedoria não pode ser tirada.
O prazer e a dor não podem tirar-nos de nosso caminho, a coerência exige muitas vezes enfrentarmos a dor, a felicidade também não pode ser a qualquer preço, novamente a coerência exige o esforço de fazer o que se deve ser feito, viver alegre, suave, tranquilo e em paz sem ser passivo, assim é o sábio.
O filosofo aceita naturalmente o prazer e a dor, não há desvios, mas não os busca, há o enfrentamento de acordo com as situações, moderados pela condição humana, vivencia-los em seu tempo nos leva a evolução transformadora.
Se buscamos o bem ele já gera prazer, a evolução nada mais é que a depuração do gosto, o requinte do gosto, ou seja, não é qualquer coisa que pode proporcionar prazer, o prazer verdadeiro é altruísta, está relacionado ao bem, em seu processo ele é generoso, educar o ser humano é educar o gosto.
O gosto se ensina, ele é despertado pela disciplina, coisa que não é fácil diante de nossa sociedade, a sabedoria pode iluminar está sociedade que muitas vezes prefere a escuridão, o perdão é escasso, o amor é escasso, a compaixão é escassa, a escassez é a escuridão que envolve a sociedade.
A sabedoria é a iluminação que a sociedade necessita para ser uma verdadeira sociedade, pessoas sabias transformam, quanto mais pessoas iluminadas maiores as chances de sobrevivência da sociedade. Ler este livro é como adentrar a um portal de sabedoria, a verdade está ali, só que não basta só ler, tem-se que praticar.
Fonte:
Ram, Sri N. Em Busca da Sabedoria. 1991 Ed.Pensamento.
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