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terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Follow me, Like me

 

 

A vida nas redes sociais esta nos transformando em messias, independente da classe social e conteúdo que tem-se a oferecer ou a consumir, a maioria deseja ser seguida e curtida, para os católicos o “Siga-me” foram palavras ditas por Jesus, Ele nos chamou para uma jornada de fé e crescimento espiritual. A sociedade eventualmente busca resposta para a pergunta fundamental existencial, parece que todos tem a sua resposta, todos tem algo para dizer não importa saber que pergunta existencial seja, para mim a pergunta é desnecessária e irrelevante, para que tanta busca de significados, afinal a existência é suficiente como ela é, mas todos tem algo para dizer, dito isto esperam ser seguidos e que o dito seja curtido, apenas curtido, se for para criticar será imediatamente deletado, o poder do delete me é a maior sensação de poder, é o poder de excluir toda a existência do outro, assim como um deus da criação, tudo esta ligado na mente coletiva da positividade, queremos tirar fora o que machuca, tirar fora o que nos faz mal, se possível apagar o registro das lembranças, porem nossas mentes não sabem deletar o unlike que ficou na lixeira, assim vai vivendo (supostamente) sem conseguir se libertar do ciclo criado pelas redes sociais, a sensação de aprisionamento nos leva cada vez mais ir fundo na caverna dentro de outra caverna, as cavernas são muitas, dentre elas esta nosso amigo inseparável smartphone, a ele estamos cada vez mais dependentes, a metáfora de da caverna de Platão esta ai para nos ajudar a entender e decidir entre utilizar o aparelho como uma janela para iluminar a mente ou a escuridão do aprisionamento de horas e horas de vida dedicados a coisa nenhuma. As redes sociais são positivas até um determinado limite, no entanto quando é criado um mundo de ficções onde o ego precisa ser alimentado e a vaidade quem esta no comando a ficção toma lugar do real, uma vez que se cria uma ficção, a ficção vai exigindo que tem-se de criar mil e uma outras para apoiá-la, porque como ficção ela não tem apoio na realidade, é quando estamos dentro do labirinto. 

O caminho é um labirinto muito bem iluminado pela artificialidade, e escurecido por ela também, conduzindo aos descaminhos da perdição do labirinto, quanto mais se entra e vive dentro dela mais difícil será encontrar a porta de saída, querer sair para quê se o prazer da matrix é colorido e a realidade possui cores que não me agradam, então follow me, like me, delete me unlike,  afinal é difícil resistir a seu poder e fascínio, é  como o álcool que esvazia-nos de toda autossuficiência e toda vontade de resistir às suas exigências, abre mão do seu consciente e quem passa a governar sua vida é o grande Outro o inconsciente.

Segundo Guy Debord, só o que conta é o que projetamos de nós mesmos em uma imagem. O Homem se converte em um espectador de si mesmo quando se vê refletido em qualquer tela, mas também se transforma num ser passivo, incapaz de tomar decisões de viver sua própria vida. Em vez de vivenciar as coisas consumimos ilusões de realidade.

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