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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

A Dança Espiritual dos Chakras e Orixás: Em Busca de Uma Filosofia de Harmonia Interior

 


Antes de entrarmos no tema proposto no título deste artigo percebo que seja importante entender que a espiritualidade é diversa e abrange uma vasta gama de crenças, práticas e expressões religiosas, e não há uma única religião ou sistema espiritual que seja inerentemente superior a todas as outras. A espiritualidade é uma parte fundamental da experiência humana, e sua riqueza reside na variedade de formas pelas quais as pessoas buscam conexão com o divino, significado e propósito em suas vidas.

A ideia de que nenhuma religião é superior a outra é um princípio fundamental do pluralismo religioso, que valoriza a diversidade de crenças e promove a tolerância religiosa e a convivência pacífica entre pessoas de diferentes tradições espirituais. O pluralismo religioso reconhece que diferentes religiões e sistemas de crenças podem oferecer orientação moral, apoio espiritual e um senso de comunidade para seus seguidores.

Devemos respeitar e valorizar as crenças e práticas espirituais dos outros, mesmo que sejam diferentes das nossas. O respeito pela diversidade religiosa e espiritual contribui para a coexistência pacífica e para um mundo mais inclusivo. Além disso, muitas pessoas adotam abordagens ecumênicas ou espirituais, incorporando elementos de várias tradições religiosas em sua busca por significado e conexão espiritual. Isso reflete a capacidade humana de adaptação e síntese de diferentes influências espirituais para criar um sistema de crenças pessoal significativo.

A espiritualidade é rica e diversificada, e não há uma única abordagem "melhor" ou "superior". O importante é encontrar uma prática espiritual que ressoe pessoalmente e que contribua para o bem-estar espiritual e emocional. O respeito pela diversidade de crenças e a abertura para aprender com as experiências espirituais dos outros são valores essenciais no diálogo inter-religioso e na construção de sociedades mais inclusivas.

Vamos aos Chakras em sua origem

 Os chakras são centros de energia que fazem parte do sistema de crenças em algumas tradições espirituais e filosofias antigas, como o hinduísmo, o budismo e algumas formas de medicina alternativa. A palavra "chakra" vem do sânscrito e significa "roda" ou "disco", o que faz referência à forma circular ou espiral que muitos desenhos desses centros de energia apresentam.

Existem muitos chakras no corpo humano, mas a tradição reconhece sete chakras principais, que estão localizados ao longo da coluna vertebral e correspondem a áreas específicas do corpo e da consciência. Cada chakra é associado a uma cor, um elemento, um som, uma nota musical, uma pedra preciosa e várias qualidades espirituais ou emocionais. Abaixo, estão os sete chakras principais, começando pelo chakra raiz na base da coluna e subindo até o chakra da coroa no topo da cabeça:

Chakra Raiz (Muladhara): Este chakra está relacionado à segurança, estabilidade, sobrevivência e instintos básicos. Ele é associado à cor vermelha e à Terra.

Chakra Sacral (Swadhisthana): Este chakra está ligado à criatividade, prazer, sexualidade e emoções. Sua cor é laranja.

Chakra do Plexo Solar (Manipura): Este chakra está associado ao poder pessoal, autoestima, confiança e força de vontade. A cor relacionada é o amarelo.

Chakra do Coração (Anahata): O chakra do coração está relacionado ao amor, compaixão, perdão e conexão com os outros. A cor é o verde ou rosa.

Chakra da Garganta (Vishuddha): Este chakra está associado à comunicação, expressão e verdade. Sua cor é azul claro.

Chakra do Terceiro Olho (Ajna): O chakra do terceiro olho está ligado à intuição, percepção e conhecimento interior. A cor é o índigo.

Chakra da Coroa (Sahasrara): Este é o chakra mais alto e está relacionado à espiritualidade, consciência universal e iluminação. Sua cor é violeta ou branca.

Acredita-se que a energia flua através desses chakras, e o equilíbrio adequado entre eles é essencial para o bem-estar físico, emocional e espiritual de uma pessoa. Muitas práticas espirituais, como a meditação, a yoga e a terapia de energia, têm como objetivo abrir e equilibrar os chakras para promover a saúde e a harmonia.

A crença nos chakras não é universal, e muitos consideram essa ideia como parte de sistemas de crenças espirituais específicos, em vez de uma explicação científica verificável. Portanto, a interpretação e a compreensão dos chakras podem variar significativamente entre diferentes tradições espirituais e culturas.

Os chakras e os orixás são conceitos que têm origem em tradições espirituais diferentes e não estão diretamente relacionados, mas podem ser abordados em algumas práticas espirituais sincretistas ou em sistemas de crenças que combinam elementos de várias culturas, é o que faremos em seguida.

Chakras: Como mencionado anteriormente, os chakras são centros de energia que fazem parte de algumas tradições espirituais, como o hinduísmo e o budismo. Eles estão relacionados à energia vital, ao corpo e à consciência. Os chakras são geralmente associados a cores, sons e qualidades específicas, e acredita-se que o equilíbrio e a abertura dos chakras sejam essenciais para o bem-estar espiritual e emocional.

Orixás: Os orixás são divindades ou espíritos venerados nas religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda. Cada orixá tem sua própria personalidade, domínio e atributos específicos. Eles são frequentemente associados a elementos naturais, cores e rituais específicos. O culto aos orixás envolve a adoração e a busca por orientação espiritual dessas divindades.

Em algumas práticas espirituais sincretistas, principalmente no Brasil, os chakras e os orixás podem ser relacionados da seguinte maneira:


Associação dos Chakras com os Orixás: Em algumas tradições espirituais brasileiras que combinam elementos do hinduísmo e do Candomblé, pode haver uma associação dos chakras com os orixás. Por exemplo, o chakra do coração (Anahata) pode ser associado ao orixá Oxum, que está relacionado ao amor e à beleza. O chakra da garganta (Vishuddha) pode ser associado ao orixá Iemanjá, que está relacionado à comunicação. Essas associações podem variar de uma tradição para outra.

Práticas de Equilíbrio Energético: Em algumas práticas sincretistas, a busca pelo equilíbrio dos chakras pode ser combinada com rituais de adoração aos orixás para promover o bem-estar espiritual e emocional.

Essas associações são específicas de certas práticas espirituais e não fazem parte das tradições originais do hinduísmo, budismo ou do Candomblé. Cada tradição espiritual tem suas próprias crenças e práticas, e as interpretações e combinações de conceitos podem variar amplamente. Portanto, a relação entre chakras e orixás é um fenômeno que ocorre em contextos sincretistas específicos, principalmente dentro das religiões afro-brasileiras.

Face minha formação acadêmica em Filosofia procurarei estabelecer uma relação entre chakras, orixás e filosofia, e será explorada de várias maneiras, dependendo do contexto cultural, religioso e filosófico em que esses elementos são considerados. Vou discutir essa relação de maneira geral, mas a interpretação e a aplicação desses conceitos podem variar significativamente em diferentes tradições espirituais e filosóficas.

Chakras e Filosofia:

Filosofia Hindu e Budista: Nos sistemas filosóficos hindu e budista, os chakras estão associados à compreensão da mente e da consciência. Eles são vistos como centros de energia que desempenham um papel crucial na jornada espiritual e na expansão da consciência. Essas filosofias consideram a exploração dos chakras como uma forma de compreender a natureza da mente, alcançar a iluminação e transcender o ciclo do sofrimento (samsara).

Orixás e Filosofia:

Religiões Afro-Brasileiras: As religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda, têm sistemas filosóficos e éticos associados à adoração dos orixás. A filosofia nessas tradições muitas vezes enfatiza a harmonia com a natureza, o respeito aos ancestrais e a comunhão com os espíritos da natureza e dos orixás. As práticas filosóficas dessas religiões visam a orientar os seguidores em como viver de acordo com os princípios éticos dessas tradições.

Chakras, Orixás e Filosofia Sincretista:

Sincretismo Religioso: Em algumas práticas espirituais sincretistas, que combinam elementos de várias tradições, os chakras e os orixás podem ser relacionados com princípios filosóficos mais amplos. Por exemplo, pode haver uma busca por harmonizar os chakras como parte da busca por uma vida em equilíbrio e em consonância com os princípios éticos dos orixás. Isso pode envolver a integração de filosofias orientais, como a ioga e o conceito de chakras, com as crenças e práticas das religiões afro-brasileiras.

No geral, a relação entre chakras, orixás e filosofia pode variar amplamente, dependendo das crenças e práticas específicas de uma tradição espiritual ou filosófica. Esses conceitos são parte de sistemas de crenças e filosofias particulares e que a interpretação e a aplicação deles podem diferir de uma tradição para outra. Além disso, a integração de elementos de diferentes tradições espirituais e filosóficas é uma característica comum do sincretismo religioso, e essa integração pode levar a abordagens únicas e interdisciplinares para a espiritualidade e a filosofia.

Vamos aprofundar mais especificamente e ver o que acontece

"Você já se perguntou como a espiritualidade pode ser uma dança envolvente entre os conceitos abstratos da filosofia e as forças vibrantes da natureza? Bem, imagine essa dança como uma fusão mágica entre chakras, orixás e a busca pela harmonia interior. É como se a filosofia estivesse se encontrando com deidades poderosas em uma pista de dança espiritual, e os resultados fossem surpreendentes.

Nesta jornada, adentraremos mais especificamente o intrigante mundo dos chakras, esses centros de energia que mapeiam nosso ser interior, da base da coluna à coroa da cabeça. A filosofia oriental nos diz que eles são portais para a compreensão da mente e da consciência, e são como um mapa para a nossa jornada espiritual pessoal.

Mas não pararemos por aí. Convidamos também os orixás, figuras divinas das tradições afro-brasileiras, como Xangô e Iansã, para a nossa pista de dança espiritual. Eles personificam arquétipos da natureza e da humanidade, trazendo consigo uma filosofia de respeito à natureza e conexão com nossas raízes culturais.

Vamos explorar como Xangô, o senhor da justiça e da autoridade, se alinha com o Terceiro Chakra, e como Iansã, a rainha dos ventos e das tempestades, personifica o Quinto Chakra. Através dessa dança de energias e significados, vamos descobrir como essas deidades nos guiam na busca pelo autoconhecimento, poder pessoal, comunicação autêntica e muito mais.

Então, pegue suas guias de contas, sua pulseira de tornozelo, vista suas melhores roupas brancas, e prepare-se para entrar nessa jornada espiritual onde chakras, orixás, filosofia e sabedoria se entrelaçam em uma dança vibrante em busca da harmonia interior."

“A Dança Espiritual dos Chakras e Orixás: Em Busca de Uma Filosofia de Harmonia Interior, com Xangô e Iansã”

Na jornada humana em busca de significado, muitas vezes encontramos um intricado tecido de crenças e filosofias que se entrelaçam e se influenciam mutuamente. Nesse universo espiritual multifacetado, a filosofia, os chakras e os orixás emergem como fios condutores que podem nos guiar na busca da harmonia interior e do entendimento mais profundo do eu e do mundo ao nosso redor.

Os chakras, esses centros de energia que são um legado da filosofia hindu e budista, nos convidam a explorar o cosmos interior do nosso corpo e mente. Eles representam não apenas uma anatomia energética, mas também um mapa das nossas emoções, pensamentos e aspirações. Como filósofos do corpo e da consciência, os chakras nos lembram que a busca pelo autoconhecimento é uma jornada espiritual.

Aqui entram os orixás, entidades poderosas das religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda. Eles personificam aspectos da natureza e da humanidade, representando arquétipos que podem nos guiar em nossas vidas.

Dentro desse contexto, Xangô, associado ao Terceiro Chakra (Plexo Solar), emerge como um exemplo notável. Xangô representa a justiça, a autoridade e a sabedoria. O Terceiro Chakra, também chamado de Manipura, está ligado ao poder pessoal, autoestima e força de vontade. Assim, podemos ver Xangô como um orixá que nos lembra da importância de desenvolver nosso poder pessoal de maneira justa e sábia, equilibrando o ego e a autoridade com a compaixão e a integridade.

Já Iansã, associada ao Quinto Chakra (Garganta), personifica características de comunicação, expressão e verdade. O Quinto Chakra, Vishuddha, é o centro de comunicação e autoexpressão. Iansã nos convida a falar com autenticidade e a expressar nossos sentimentos e pensamentos de forma clara e honesta. Ela também é associada aos ventos e tempestades, símbolos de mudança e transformação, e nos lembra da importância de nos adaptarmos às circunstâncias da vida.

Diz-se que Iansã (Oiá) é o único orixá que não teme os mortos e divide com Xangô o poder do equilíbrio que leva a transcendência dos estados de consciência.

Na filosofia, as associações simbólicas das cores e dos dias dos orixás, como Xangô e Iansã, podem ser entendidas como manifestações da interação entre a cultura, a religião e a psicologia humana. Isso nos leva a considerar a profundidade do simbolismo presente nesses sistemas de crenças.

As cores, sendo símbolos culturais profundamente enraizados, representam significados e estados de ser. No caso de Xangô, a cor vermelha evoca uma energia intensa, relacionada à justiça e à paixão, a associação com o branco sugere a pureza e a neutralidade necessárias para o discernimento e a tomada de decisões justas.

Já Iansã, com sua associação à cor marrom ou vermelha, nos leva a considerar sua ligação com a terra e a vitalidade, refletindo a dualidade entre a força e a estabilidade. Sua relação com a cor marrom sugere uma conexão profunda com a natureza e o ciclo de vida, enquanto o vermelho pode ser interpretado como sua energia e fúria.

Os dias da semana também são carregados de simbolismo cultural e religioso. A escolha de celebrar Xangô e Iansã às terças-feiras pode ser vista como uma tentativa de sintonizar suas energias com a atmosfera chegando a metade da semana, potencialmente representando um momento de reflexão e ação equilibrada em relação aos desafios e aspirações da vida.

Em essência, essas associações simbólicas nos convidam a refletir sobre como os sistemas de crenças e a cultura humana se entrelaçam, moldando nossa compreensão do divino, do eu e do mundo ao nosso redor. São expressões intrincadas da psicologia humana em busca de significado, propósito e harmonia, refletindo a profunda interconexão entre os aspectos individuais e coletivos da experiência espiritual.

Assim, ao dançarmos entre os chakras e invocarmos os orixás Xangô e Iansã em nossa jornada espiritual, encontramos uma filosofia que nos permite equilibrar a busca pelo autoconhecimento com a necessidade de conexão com o mundo e com os outros. Xangô nos ensina a utilizar nosso poder pessoal com sabedoria, enquanto Iansã nos lembra da importância da comunicação autêntica. Em última análise, essa visão nos lembra que, seja na meditação silenciosa ou nos rituais vibrantes, a busca pela compreensão e pela harmonia interior é uma jornada profundamente humana, enriquecida pela diversidade das crenças e práticas que encontramos ao longo do caminho. Essa é minha jornada!

Fontes

Pereira, João Luiz Félix. Nação, Umbanda e Exú. Porto Alegre: Toquí, 2008.

Scipioni, Silvia/ Correa, Daura. Os Orixás e os Chacras. Porto Alegre: Scipio, 2016.

Smith, Huston. As Religiões do Mundo. São Paulo: Cultrix, 1991.

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