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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Sentido do Não Sentido

 
Na trama complexa das nossas vidas, nos deparamos com momentos que desafiam nosso entendimento do mundo. São esses os momentos que nos levam a questionar o sentido do não sentido, uma busca intrínseca por significado em meio à aparente falta de lógica ou propósito. Nestes breves momentos, vamos mergulhar na reflexão filosófica, onde pensadores como Albert Camus nos convidam a encarar o absurdo da existência e a encontrar significado em sua própria construção.

Pensemos em um dia comum. Acordei com o sol invadindo meu quarto, acariciando meu rosto com sua luz suave. A rotina se inicia: café da manhã, trabalho, obrigações. Mas eis que, em meio a essa correnteza previsível, surge um instante de desconcerto. Talvez seja uma conversa sem sentido com um estranho no metrô, ou um encontro inesperado com um antigo amigo em uma esquina qualquer. São esses momentos que nos fazem questionar: qual é o propósito disso tudo?

A filosofia existencialista nos oferece um ponto de partida para essa reflexão. Albert Camus, em sua obra marcante "O Mito de Sísifo", explora o absurdo da condição humana. Sua metáfora do mito de Sísifo, condenado a rolar uma pedra montanha acima apenas para vê-la rolar de volta, ressoa profundamente. Assim como Sísifo, muitas vezes nos encontramos presos em tarefas repetitivas e aparentemente sem propósito. No entanto, é no próprio ato de enfrentar esse absurdo que encontramos a liberdade e o significado.

Voltemos ao nosso cotidiano. Às vezes, o sentido do não sentido se revela nos momentos mais simples. Na música suave que nos acalenta após um dia tumultuado, ou no abraço caloroso de um ente querido que nos lembra de nossa humanidade compartilhada. Esses são os pequenos oásis de significado que encontramos no deserto do absurdo.

No entanto, a busca pelo sentido não é uma jornada fácil. Encontramos obstáculos no caminho, momentos de dúvida e desespero. Mas é justamente nesses momentos de escuridão que a luz do entendimento pode brilhar mais intensamente. Ao confrontarmos o não sentido, somos desafiados a criar nosso próprio significado, a forjar uma narrativa pessoal que dê sentido à nossa existência.

Portanto, vamos abraçar o paradoxo do não sentido. Em meio à confusão e à incerteza, há uma beleza profunda na própria busca pelo sentido. Como disse Camus, "a vida é o que acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos". Então, abracemos a vida em toda a sua complexidade, encontrando significado nas interseções inesperadas do cotidiano e abraçando o mistério do não sentido.

Um livro que aborda o tema do sentido do não sentido e se enquadra na linha da filosofia existencialista é "O Estrangeiro", escrito pelo renomado autor argelino-francês Albert Camus. Publicado em 1942, este romance clássico explora os temas da alienação, do absurdo da existência e da busca pelo sentido em um mundo aparentemente sem sentido.

A história segue Meursault, um homem aparentemente indiferente às convenções sociais e emocionalmente desconectado das experiências ao seu redor. Após cometer um crime aparentemente sem motivo, Meursault é confrontado com as consequências de sua própria existência e confronta-se com o absurdo do mundo ao seu redor.

"O Estrangeiro" é uma obra seminal da literatura existencialista e oferece uma visão penetrante sobre a condição humana, explorando temas profundos que ressoam com muitos leitores até os dias de hoje.

Fica aí a sugestão de leitura!

 

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