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terça-feira, 24 de agosto de 2021

O que os filósofos falam sobre a Educação

 

Dentro da filosofia tem campo denominado filosofia da educação, este campo se ocupa da reflexão sobre os processos educativos, os sistemas educativos, a sistematização de métodos didáticos, entre outros temas relacionados com a pedagogia. O seu escopo principal é a compreensão das relações entre o fenômeno educativo e o funcionamento da sociedade, e vários pensadores dele se ocuparam.

Uma das grandes questões da filosofia da educação é a dicotomia entre a educação como transmissão do conhecimento versus a educação crítica, como um incentivo à habilidade questionadora por parte do aluno. Como se conhece e o que significa conhecer também são questões abordadas e problematizadas pela filosofia da educação, dentre os vários filósofos que se destacaram vamos fazer um pequeno sobrevoo pinçando alguns e daremos voz a eles.

Ao abrimos um livro damos voz aos autores, neste momento daremos voz e atenção aos pensadores e filósofos que falaram sobre o tema educação, embora muitos já tenham ido desta para outra a muitos séculos, eles tem sua vez nesta tribuna, de minha parte penso que devemos ouvir para aprender, o que eles tem para nos dizer influenciaram e influenciam nossa educação e as maneiras de vermos o mundo, temos mais de 2500 anos de história nesta aventura de educar, vamos as raízes da educação fincadas na Grécia antiga, começaremos pelos clássicos.

Lembram de Sócrates (469-399 a.C.)? Antes mesmo de existirem escolas a educação já era assunto de pensadores, e Sócrates, o filósofo grego foi o primeiro grego celebre a tentar educar os jovens, ele procurava os jovens que deveriam ser ensinados a conhecer o mundo e a si mesmos, é a partir dele que inicia uma reviravolta na história humana, ele transformou literalmente a Filosofia que antes através dos pensadores pré-socráticos procuravam explicar o mundo baseada na observação das forças da natureza, a partir dele, o ser humano voltou-se para si mesmo, sua preocupação era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, a sabedoria e a pratica do bem, foi através do diálogo como método de educação que procurava o contato direto com os interlocutores, ele dizia que ninguém adquire a capacidade de conduzir-se, e muito menos de conduzir os demais, se não possuir a capacidade de auto-domínio, é preciso ter controle pessoal. Sócrates não estava sozinho naquela época, pois pensadores sofistas, os educadores profissionais da época, da mesma forma se voltavam para o homem, porem com um objetivo mais imediato, o qual era formar as elites dirigentes.

Os sofistas foram um grupo de filósofos da Grécia antiga que tiveram seus métodos e técnicas muito criticados durante séculos, porquê não tinham amor real pelo conhecimento, estavam apenas centrados nos valores que recebiam, eram chamados de mercenários do conhecimento. Os sofistas diferentes dos filósofos que buscavam uma verdade absoluta, os sofistas defendiam que não se pode conhecer o Ser, por exemplo, mas só ter opiniões subjetivas sobre a realidade, e, diante disso, asseguravam que, para se relacionar com o mundo e com os humanos, os homens devem valer da linguagem para persuadir sobre as demais pessoas, usando sua habilidade de conhecimento para vencer um debate, sem preocupar-se com a busca da verdade, geralmente usando de sofismas, ou seja, sem uma fundamentação sólida. Atualmente podemos identificar os sofistas nas pessoas que disputam para atender seus próprios interesses, numa oratória que irá privilegiar somente parte da população, sejam políticos, líderes de organizações, professores, empresários, facções ou mesmo religioso, qualquer um que defenda sua verdade intencionalmente iludindo e persuadindo o interlocutor.

Sócrates nada escreveu, o que se sabe dele é através principalmente de Platão, entre outros filósofos da época que relataram trechos de sua vida e obra.

Frases atribuídas a Sócrates:

“Só sei que nada sei”.

 

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”.

 

“Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância”.

 

“O verdadeiro conhecimento vem de dentro”.

 

“A sabedoria começa na reflexão”.

 

“O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter”.

Em Atenas surgiu a primeira “escola”, entre 386/385 Platão, discípulo de Sócrates, foi quem fundou a célebre “Academia de Atenas”, no local Platão costumava conferenciar com seus discípulos, a “Academia” ficava nos jardins próximo ao cemitério de Atenas, local onde estava localizado o tumulo do herói ático Academo. O termo “academia”, provem dessa primeira escola de Platão.

As academias eram locais onde mestres ensinavam gramática, excelência física, música, poesia, eloquência, mas não existiam salas de aula no sentido atual. Esse modelo dura séculos, até as escolas modernas serem criadas, a ideia e a prática da educação pública universal e obrigatória se desenvolveu gradualmente na Europa, do começo do Século 16 até o 19.

Platão (427-347 a,C.) o filósofo grego é considerado o primeiro pedagogo, ele previu um sistema de ensino que mobilizava toda a sociedade para formar sábios e encontrar a virtude, integrando a educação a uma dimensão ética e política, sua missão era a formação do homem moral, vivendo em um Estado justo, para ele toda a virtude é conhecimento, a busca da virtude deve prosseguir pela vida inteiro, portanto a Educação não pode se restringir somente aos anos de juventude, a educação fortalece o Estado e entre os melhores estariam os governantes, por esta razão a responsabilidade pela educação seria de responsabilidade estatal, educando igualmente meninos e meninas, propiciando o acesso universal ao ensino, ele realmente era um grande visionário. Através de seu método dialético platônico, ao longo do debate de suas ideias, depuravam-se o pensamento e os dilemas morais, isto também se relaciona com a procura de respostas durante o aprendizado.

O método de aprendizado utilizado por Platão era através da reminiscência, ele defendia a ideia de que a alma prece o corpo e que, antes de encarnar, tem acesso ao conhecimento, dessa forma, todo aprendizado não passaria de um esforço de reminiscência. Atualmente grande parte da pedagogia é sustentada por parte deste pensamento, sou seja, não é possível ou desejável transmitir conhecimentos mãos alunos, mas antes, leva-los a procurar respostas eles mesmos, a suas inquietações, sem autoritarismo. Em uma de suas afirmações: “A educação deve propiciar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza podem ter”, com atividades que envolveriam Educação Física, Musica, Poesia, Matemática, História e Ciência.

Suas obras mais conhecidas são O Banquete e A República.

Dentre suas frases celebres sobre Educação temos:

“Não eduques as crianças nas várias disciplinas recorrendo à força, mas como se fosse um jogo, para que também possas observar melhor qual a disposição natural de cada um”.

 

“A orientação inicial que alguém recebe da educação também marca a sua conduta ulterior”.

 

“Não deverão gerar filhos quem não quer dar-se ao trabalho de criá-los e educá-los”.

 

“A educação deve possibilitar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza que podem ter”.

 

'”As aptidões dos alunos é um processo de busca constante trata-se de uma ação ou planejamento eugênico que busca a progressão e melhoramento humano”.

Aristóteles (384-322 a.C.), o filósofo grego, o primeiro lógico via na escola o caminho para a vida pública e o exercício da ética, ele era um defensor da instrução como caminho para a virtude, foi o que mais influenciou a civilização ocidental, foi o fundador da lógica, sua contribuição na educação ocorreu de modo indireto, suas obras onde pode-se retirar informações pedagógicas estão voltadas para a ética e a política, onde o objetivo final era obter a virtude, tendo a educação como um caminho para a vida pública, cabendo a educação a formação de caráter do aluno. Ninguém nasce virtuoso, a virtude é uma pratica e não um dado da natureza de cada um, é preciso praticar a virtude constantemente até se tornar um hábito, e é na escola que a pratica deve ser exercitada, não seria através do mero conhecimento do que é virtuoso que se tornaria uma pessoa melhor como pensava Platão.

Aristóteles fundou sua própria escola que chamou de Liceu, lá ele se dedicou a buscar a verdade científica, a lógica foi uma de suas inovações, através da lógica se poderia determinar uma verdade comum a todos os componentes de um grupo de coisas é a condição para conceber um sistema teórico, através deste método que julgava mais seguro ele desenvolveu o sistema que ficou conhecido como silogismo, consistindo em três proposições, duas premissas e uma conclusão que, para ser válida, decorre das duas anteriores necessariamente, sem que haja outra opção.

Ele pensava que a família se constituía na primeira instância da educação, o núcleo inicial da organização das cidades, atribuindo aos governantes e aos legisladores o dever de regular e vigiar o funcionamento das famílias para garantir que as crianças crescessem com saúde e obrigações cívicas, portanto o estado deveria também ser o único responsável pelo ensino, e através da imitação se adquiririam os bons hábitos através dos exemplos dos adultos, pais e professores.

Dentre suas obras mais conhecidas temos: "Ética a Nicômano", "Ética a Eudemo", e "Política".

Dentre suas frases célebres sobre Educação temos:

“A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”.

 

“Educar a mente sem educar o coração não é educação de forma alguma”.

Erasmo de Roterdã (1469-1536), filósofo holandês passou para a história por anunciar o fim da predominância religiosa na educação, defendeu a importância da leitura dos clássicos e o desenvolvimento em todo o seu potencial, ele é considerado o porta-voz do humanismo, defendia o antropocentrismo, o predomínio do ser humano sobre o transcendente, defendia o pensamento de que a liberação da criatividade e da vontade do ser humano sem subordinar-se a religião.

É importante lembrar que anteriormente a Erasmo de Roterdã a educação se confundia com a fé, temos no período chamado de Patrística Santo Agostinho (354-430) que afirmava que o homem só tem acesso ao conhecimento quando iluminado por Deus, educação e catequese se equivaliam e as escolas eram orientadas para a formação de membros do Clero, ficando para segundo plano a transmissão dos conteúdos tradicionais, a filosofia de Platão era a que se mais se prestava para uma construção da educação cristã, obviamente com uma interpretação com viés religioso. Outro membro de grande importância na igreja foi Tomás de Aquino (1224/5-1274), ele foi o pregador da razão e da prudência, procurou conciliar o pensamento ideológico da época, inverteu prioridades no pensamento medieval, dando ênfase ao mundo real e ao aprendizado pelo raciocínio, naturalmente ele formulou e sustentou grande parte de sua doutrina a partir do conhecimento da filosofia de Aristóteles, uma característica desta época histórica foi o nascimento das universidades, que se tornaram o centro de discussões teológico-filosóficas, em particular na Universidade de Paris, o ensino se assentava na divisão de disciplinas entre o trívio (reunia a gramática, retórica e a dialética) e quadrívio (agrupava aritmética, geometria, astronomia e música).

Voltando a Erasmo, dentre suas afirmações temos: “Ninguém pode escolher os próprios pais ou a pátria, mas cada um pode moldar sua personalidade pela educação”; “Toda educação saudável é uma educação sem controle religioso”.

Ele criticou as escolas de seu tempo, em geral administradas por clérigos que baseavam sua pedagogia em manuais imutáveis, repetições de conceitos e princípios de disciplina com traços de sadismo. Via nos livros um imenso tesouro cultural que deveria constituir a base do ensino, sendo a linguagem o começo de toda a boa educação, ia além da alfabetização, primava pela interpretação de textos criticamente. Ele pensava que deveria haver um olhar mais acurado na educação na infância, levando em conta sua pouca idade e índoles individuais. Via na arte a filosofia de vida, através da arte seriam cultivados simultâneo do corpo e o espírito, através da arte haveria harmonia e equilíbrio.

Sua obra mais famosa foi “O Elogio da Loucura”.

Dentre suas frases sobre Educação mais famosas temos:

“A primeira fase do saber é amar os nossos professores”.

 

“Toda educação saudável é uma educação sem controle religioso”.

 

“A arte de instruir crianças consta de diversas etapas. A primeira e a principal consiste em fazer com que o espírito ainda tenro receba as sementes da piedade; a segunda, que tome amor pelas belas artes e as aprenda bem; a terceira que seja iniciada nos deveres da vida; a quarta, que se habitue, desde cedo, com as regras da civilidade”.

 

Martinho Lutero (1483-1546), foi fundador do protestantismo e um dos responsáveis por formular o sistema de ensino público que serviu de modelo para a escola moderna no Ocidente. Ele produziu uma reforma global no sistema de ensino alemão que inaugurou a escola moderna, é através de seu projeto voltado para o saber útil que nasce a ideia de escola pública e para todos, organizada em três grandes ciclos como atualmente conhecemos: fundamental, médio e superior, fazendo uma distinção clara entre a esfera espiritual e as coisas do mundo propiciou um avanço para o conhecimento e o exercício funcional das coisas práticas.

Principais obras: Educação e reforma.

Dentre suas afirmações temos:

“quando a escola progride, tudo progride”.

 

“Para cada florim investido na guerra, cem deveriam ser investidos na Educação”.

 

Michel de Montaigne (1533-1592), filosofo francês, sua produção literária foi marcada pela duvida e pelo ceticismo, seus Ensaios são leitura de cabeceira de um enorme número de intelectuais contemporâneos, entre eles estão Claude Lévi-Strauss, Edgar Morin e Harold Bloom. Dois de seus Ensaios tratam especificamente sobre educação: Do Pedantismo e Da Educação das Crianças. Para ele, as crianças não deveriam ser educadas perto dos pais, porque sua afeição torna os filhos demasiadamente relaxados e isto não os prepara para a aventura da vida. O objetivo principal da Educação seria permitir a criança a formulação de julgamentos próprios sem ter que aceitar acriticamente as leituras que as escolas recomendam. Ele foi o primeiro a falar do termo “cabeça feita” como objetivo do ensino, em detrimento de “uma cabeça cheia”, ou seja, “trabalhamos apenas para encher a memória, deixando o entendimento e a consciência vazias”, saber articular conhecimentos, tirar conclusões, acostumar-se a aquisição e ao uso da informação, todas estas questões tão problematizadas pelos teóricos da Educação hoje em dia, Para ele, a verdadeira formação estava em saber procurar, duvidar, investigar e exercitar o que é inteiramente próprio de cada pessoa, o processo formativo coincide com o conhecimento de si, lançar-se nas experiências e tomar posição perante os acontecimentos da vida. “É preciso atritar e polir nosso cérebro contra o de outros”, esta receita é ideal para treinar a capacidade de análise e acostumar-se a considerar opiniões diferentes e acima de tudo conhecer culturas e experiências diversas daquelas que o aluno se familiarizou. A História e a Literatura teriam uma função formadora mais ampla, inclusive do caráter.

Sua obra mais famosa: Ensaios

Dentre suas frases celebres temos:

“É melhor uma cabeça bem feita do que uma cabeça bem cheia”.

 

“Os folguedos das crianças não são folguedos. Pelo contrário, é preciso julgá-los como ações mais sérias”.


John Locke (1632-1704) – filósofo inglês, via na mente da criança uma tela em branco que o professor deveria preencher, fornecendo informações e vivências. Ele atuou em três grandes áreas, Política, Filosofia e Educação. Na educação estabeleceu uma série de preceitos sobre aprendizado e desenvolvimento, com base em sua experiência de médico e preceptor, que teve grande repercussão nas classes emergentes de seu tempo. Suas investigações sobre o conhecimento o levaram a conceber um aprendizado coerente com sua mais famosa afirmação: a mente humana é tabula rasa, expressão latina análoga a ideia de tela em branco, a razão, inicialmente, encontra-se apenas em potência na criança, a criança é treinada para a razão, dependendo primordialmente das informações e vivências às quais a criança é submetida e que ela absorve de modo relativamente previsível e passivo, sendo um aprendizado de fora para dentro, enfatizando apenas o objeto, no entanto, via a capacidade de entendimento como inata e variável de pessoa para pessoa, trazendo dentro si inclinações e principalmente um temperamento, isto deveria ser observado pelo professor para submete-la a diferentes métodos de aprendizado. Para Locke as crianças não são dotadas de motivação natural para o aprendizado, é necessário oferecer conhecimento a elas de modo convidativo, mediante jogos, por exemplo. Levá-los a pensar faria com que rompessem a dependência dos sentidos, afirmava que os castigos corporais poderiam fazer com que as crianças se tornassem adultos frágeis e medrosos.

Dentre suas obras destaca-se sobre Educação: Alguns pensamentos sobre a educação.

Dentre suas frases celebres temos:

“Os homens são bons ou maus, úteis ou inúteis, graças a sua Educação”.

 

“Quando o homem nasce, sua mente compara-se a um papel em branco, que vai sendo preenchido conforme suas experiências”.

 

“Ler fornece ao espírito materiais para o conhecimento, mas só o pensar faz nosso o que lemos”.

 

Jean-Jacques Rosseau (1712-1778), filósofo suíço, o filósofo da liberdade como valor supremo, prega o retorno à natureza e o respeito ao desenvolvimento físico e cognitivo da criança, ele afirma que o homem é bom por natureza, porem submetido a influência corruptora da sociedade. Autor do romance Emilio, em Emilio não há escola, mas a descrição dos primeiros anos de vida de um personagem fictício, filho de um homem rico, entregue a seu preceptor para que obtenha uma Educação ideal, o jovem Emilio é educado no convívio com a natureza, resguardado ao máximo das coerções sociais. Rosseau é revolucionário para seu tempo, suas ideias são de vanguarda, é não só planejar uma Educação com vistas a formação futura, na idade adulta, mas também com a intenção de propiciar felicidade à criança enquanto ainda é criança, via o jovem como um ser integral, e não uma pessoa incompleta, intuindo na infância várias fases de desenvolvimento, sobretudo cognitivo, estigmatizou toda uma nova concepção de Educação, depois foi chamada de Escola Nova e que reúne vários pedagogos do século 19 e 20. A criança deveria ser educada em liberdade e viver cada fase da infância na plenitude de seus sentidos, mesmo porque chegando aos 12 anos o ser humano é praticamente só sentidos, emoções e corpo físico, enquanto a razão ainda se forma. Ele dividiu a vida do jovem em seu livro Emilio, em cinco fases: Lactância (até 2 anos), infância (de 2 a 12), adolescência (de 12 a 15), mocidade (de 15 a 20) e início da idade adulta (de 20 a 25), para a pedagogia, interessam particularmente os três primeiros períodos.

Sua obra mais importante sobre Educação: Emilio

Dentre suas frases celebres temos:

“Vosso filho nada deve obter porque pede, mas porque precisa, nem fazer nada por obediência, mas por necessidade”.

 

“Que a criança corra, se divirta, caia cem vezes por dia, tanto melhor, aprenderá mais cedo a se levantar”

 

“A juventude é a época de se estudar a sabedoria; a velhice é a época de a praticar”.

 

“Odeio os livros; ensinam apenas a falar daquilo que não se sabe”.

Immanuel Kant (1724-1804), filósofo prussiano, acreditava que a educação se diferencia do treinamento no sentido de que o primeiro envolve pensamento, no que o último não. Além de ensinar a razão, era de importância central para ele que fosse desenvolvido o caráter e o ensino das máximas morais. Kant era um grande apoiador do ensino público e aprender ao fazer. Ele considerava a educação como privada e pública. A educação pública devia reunir a instrução e a formação moral.

Já a educação privada acontecia em casa através dos pais ou de pessoas que os auxiliassem nesta tarefa. Kant pergunta que tipo de educação deve ser o preferido pelos pais, que em geral, a educação pública parece mais vantajosa que a doméstica, não somente em relação à habilidade, mas também com respeito ao verdadeiro caráter do cidadão. A educação doméstica, além de engendrar defeitos do âmbito familiar, os propaga.

Kant afirma que “o homem é a única criatura que precisa ser educada”, e, que “o homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação, ele é aquilo que a educação faz dele”, a educação para Kant é a condição que contribui no processo do homem para alcançar autonomia. 

Ele entende que a Educação protege o ser humano e os cuidados dispensados às crianças, impedem que façam uso nocivo de suas forças. A disciplina conduz o homem à humanidade, afastando-o da animalidade, é na constância, bons hábitos e repetição de boas atitudes que a boa disciplina poderá ter sucesso no processo de interiorização.

A educação, segundo Kant, divide-se em física e prática. A educação física tem em vista os cuidados com o infante, a educação prática diz respeito à formação do sujeito, para que ele possa desenvolver sua humanidade e viver como um ser livre.

Principais obras sobre Educação: Sobre a Pedagogia.

Dentre suas frases celebres temos:

“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”.

 

“É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade”.

 

“É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias”.

 

“A educação é o desenvolvimento no homem de toda a perfeição de que sua natureza é capaz”.

 

“A educação é o maior e mais difícil problema imposto ao homem”.

 

“O homem só pode ser homem mediante a educação”.

 

“Age sempre de tal modo que o teu comportamento possa vir a ser princípio de uma lei universal”.

 

Johann Friedrich Herbart (1776-1841) – filósofo alemão inaugurou a analise sistemática da Educação e mostrou a importância da psicologia na teorização do ensino, foi o organizador da pedagogia como ciência, sobriamente organizada, abrangente e sistemática, com fins claros e meios definidos, baseada no funcionamento da mente, o que o torna duplamente pioneiro: não só por seu caráter científico, mas também por adotar a psicologia aplicada como eixo da educação, o qua até a presente data o pensamento pedagógico se vincula fortemente as teorias de aprendizagem  e psicologia do desenvolvimento. A mente funciona com base em representações que podem ter imagens, ideias ou qualquer outro tipo de manifestação psíquica isolada, ele negava a existência de faculdades inatas, a dinâmica da mente estaria nas relações entre essas representações, que nem sempre são conscientes. Sua maior contribuição foi para a Educação é o princípio de que a doutrina pedagógica, para ser realmente científica, precisa comprovar-se experencialmente.

Dentre suas obras a mais celebre: Pedagogia Geral

Dentre suas frases celebres temos:

“A pedagogia mostra os fins da Educação: a psicologia, o caminho, os meios e os obstáculos”.

 

“Por meio da Educação, a criança vai se reconhecer como um membro vivo do todo”.

 

Auguste Comte (1798-1857), filósofo francês, pai do positivismo acreditava que era possível planejar o desenvolvimento da sociedade e do indivíduo com critérios das ciências exatas e biológicas, sistematizador da sociologia. Ele tinha a ordem na conta de valor supremo, para ele era fundamental que os membros de uma sociedade aprendessem desde pequenos a importância da obediência e da hierarquia, com a imposição da disciplina era, para os positivistas, uma função primordial da escola, tal pensamento de Comte tem sua origem por inspiração na disciplina e hierarquia da Igreja Católica. Na infância o ser humano passa por uma espécie de estagio teológico, quando a criança tende a atribuir a forças sobrenaturais o que acontece a seu redor. A educação deveria assumir a responsabilidade de desenvolver nos jovens o altruísmo em detrimento do egoísmo, a educação positivista visa a informar o aluno sobre a ordem, como o mundo funciona e formar seu caráter, tornando-o mais bondoso. Por ser empirista, levava em conta apenas os fenômenos observáveis, acarretando ênfase na aferição da eficiência de métodos de ensino e desempenho do aluno. Atualmente o modelo de escola rígida e autoritária que os positivistas defendem está ultrapassada, no entanto é importante lembrar que ele acreditava que a solidariedade era um impulso natural do ser humano e que a escola é um dos órgãos sociais responsáveis por promove-la, principalmente numa época individualista que vivemos.

Dentre suas principais obras temos: Curso de Filosofia Positiva; Discurso sobre o espirito positivo; Opúsculos de Filosofia Social.

Dentre suas frases célebres temos:

“Toda Educação humana deve preparar cada um a viver para os outros”.

 

Karl Marx (1818-1883) – filósofo e sociólogo alemão, afirmou que até então, os filósofos haviam interpretado o mundo de várias maneiras, “cabe agora, transformá-lo”. Direta ou indiretamente, sua obra originou várias vertentes pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade. Para ele a Educação participa do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo. Combater a alienação e a desumanização era, para Marx, a função social da Educação, para isto seria necessário aprender competências que são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social, alertava para o risco da escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretações “de partido ou de classe”, também valorizava a gratuidade da Educação, mas sem o atrelamento a políticas do Estado o que equivaleria a subordinar o ensino a religião. Via na instrução das fabricas, criadas pelo capitalismo, qualidades a serem aproveitadas para um ensino transformador, principalmente o rigor com que encarava o aprendizado para o trabalho, no entanto, era contra a tendência profissionalizante, que levava as escolas industriais a ensinar apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função. Ele entendia que a Educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica, era a chamada Educação Integral, por ter uma conotação moral e afetiva, devendo ser trabalhada por outros adultos, e não trabalhada pela escola.

A alienação na qual Marx se referia seria consequência do afastamento entre os interesses do trabalhador e aquilo que ele produz, ou seja, trata-se do abismo entre o que se aprende apenas para cumprir uma função no sistema de produção e uma formação amplamente que realmente ajude o ser humano a exercer suas potencialidades.

Suas obras mais famosas: O Capital; A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra; A Guerra Camponesa Alemã; Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico; Textos sobre Educação e Ensino.

Dentre suas frases célebres temos:

“A união entre trabalho, instrução intelectual, exercício físico e treino politécnico elevará a classe operária”.

 

“Uma "educação popular pelo Estado" é totalmente rejeitável. Determinar por uma lei geral os meios das escolas primárias, a qualificação do pessoal docente, os ramos de ensino, etc, e, como acontece nos Estados Unidos, supervisionar por inspetores do Estado o cumprimento destas prescrições legais, é algo totalmente diferente de nomear o Estado educador do povo!”.

 

Émile Durkheim (1858-1917), filósofo e sociólogo francês, o criador da Sociologia da Educação, para ele a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social. Em cada aluno há dois seres inseparáveis, porem distintos, um deles seria o individual, que é formada pelos estados mentais de cada pessoa, sendo que o desenvolvimento desta metade, ou parte, seria de encargo da Educação no século 19, principalmente por meio da psicologia, entendida na época como ciência do indivíduo, os professores tentavam construir nos estudantes os valores e a moral. A característica do segundo ser foi o que concebeu como a outra metade, o outro lado dos alunos, algo formado por um sistema de ideias que exprimem, dentro das pessoas, a sociedade de que fazem parte. A Educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta, e quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola estiver inserida, onde a construção do ser social, feita em boa parte pela Educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios, morais, religiosos, éticos ou de comportamento, que balizarão a conduta de um indivíduo num grupo. Ele dizia que a criança, ao nascer, trazia consigo só a sua natureza de indivíduo. A sociedade encontra-se, a cada nova geração, na presença de uma tábua rasa sobre a qual é necessário construir novamente, portanto os professores, como parte responsável pelo desenvolvimento dos indivíduos, têm um papel determinante e delicado, devendo transmitir os conhecimentos adquiridos com cuidado para não tirar a autonomia de pensamento dos jovens.

Suas obras mais famosas temos: Da divisão do trabalho social; Regras do método sociológico; Suicídio.

Dentre suas frases célebres temos:

“A sociedade e cada meio social particular determinam o ideal que a Educação realiza”.

 

“A Educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto”.

 

John Dewey (1859-1952), filósofo estadunidense defendia a democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos para a maturação emocional e intelectual das crianças, o pensador que pôs a prática em foco. Sua filosofia remete a pratica docente baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas, os próprios conhecimentos, as próprias regras morais, o professor deve apresentar os conteúdos escolares na forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão respostas ou soluções prontas, deve usar procedimentos que façam o aluno raciocinar e elaborar os próprios conceitos para depois confrontar com o conhecimento sistematizado, foram estas ideias que inspiraram as teorias modernas da didática, como o construtivismo e as bases teóricas dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ele entendia que não havendo separação entre a vida e Educação, esta deve preparar para a vida, promovendo seu constante desenvolvimento.

Dentre suas principais obras temos: “Interesse e Esforço”; A Criança e o Programa Escolar”.

Dentre suas frases celebres temos:

“O professor que desperta entusiasmo em seus alunos conseguiu algo que nenhuma soma de métodos sistematizados, por mais corretos que sejam, pode obter”.

 

“A meta da vida não é a perfeição, mas o eterno processo de aperfeiçoamento, amadurecimento, refinamento”.

 

“As crianças não estão, num dado momento, sendo preparados para a vida e, em outro, vivendo”.

 

Henry Wallon (1879-1962), filósofo francês, mostrou que as crianças têm também corpo e emoções e não apenas cabeça na sala de aula, foi chamado de o “Educador Integral”, porque a escola deveria proporcionar formação integral (intelectual, afetiva e social) as crianças e é comum hoje em dia falarmos em humanizarmos a inteligência. Sua proposta põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada, onde a abordagem é sempre de se considerar a pessoa como um todo. Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo plano. As atividades pedagógicas e os objetos, assim, devem ser trabalhados de formas variadas. Numa sala de leitura, por exemplo, a criança pode ficar sentada, deitada ou fazendo coreografias da história contada pelo professor. Os temas e as disciplinas não se restringem a trabalhar o conteúdo, mas ajudar a descobrir o eu no outro. Essa relação dialética ajuda a desenvolver a criança em sintonia com o meio. Sua obra faz resistência aos métodos pedagógicos tradicionais sendo este um dos maiores desafios para muitas escolas e professores despreparados para este tipo de atividade.

Dentre suas principais obras temos: Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil; A Infância da Razão: Uma Introdução a Psicologia da Inteligência; As Origens do Caráter da Criança; As Origens do Pensamento da Criança.

Dentre suas frases mais celebres temos:

“A criança responde as impressões que as coisas lhe causam com gestos dirigidos a ela”.

 

“O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna”.

 

Antônio Francesco Gramsci (1891-1937), foi um filósofo marxista, um apóstolo da emancipação das massas, via na função da escola o de dar acesso à cultura das classes dominantes para que todos pudessem ser cidadãos plenos. Ele defendeu a manutenção de uma escola única inicial de cultura geral, humanista, formativa. Acreditava que pelo menos nos primeiros anos de estudo, o professor deveria transmitir conteúdos aos alunos. Sua escola é a escola do trabalho, mas não no sentido estrito do ensino profissionalizante, com o qual se aprende a operar, ou seja, não se trata de colocar um torno numa sala de aula, mas de ler um livro sobre o significado, a história e as implicações econômicas do torno.

Dentre suas obras mais celebres temos: Cadernos do Cárcere, Volume 2.

Dentre suas frases mais célebres temos:

“A tendência democrática da escola não pode consistir apenas em que um operário manual se torne qualificado, mas em que cada cidadão possa se tornar governante”.

 

“Todos os homens são intelectuais, mas nem todos os homens desempenham na sociedade a função de intelectuais”.

 

Jean Piaget (1896-1980), foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX, revolucionou o modo de encarar a Educação de crianças ao mostrar que elas não pensam como os adultos e constroem o próprio aprendizado, ele pôs a aprendizagem no microscópio. Ele se definiu como um ex-futuro filósofo, que se transformou em psicólogo e investigador da gênese do conhecimento. A obra de Piaget leva a conclusão de que o trabalho de educar crianças não se refere tanto à transmissão de conteúdos quanto a favorecer a atividade mental do aluno, provocando a atividade, estimulando a procura pelo conhecimento. O aprendizado se dá por interação entre estruturas internas e contextos externos. A criança não raciocina como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica, dando-se através de dois mecanismos: assimilação e acomodação. Ele definiu quatro estágios básicos para o desenvolvimento cognitivo: O primeiro o estágio sensório-motor que vai até os dois anos; o segundo o estágio pré-operacional vai dos 2 aos 7 anos; o terceiro o estágio das operações concretas, que vai dos 7 aos 11 ou 12 anos; e por volta dos 12 anos começa o estágio das operações formais.

Dentre suas obras mais conhecidas temos: Biologia e Conhecimento; Epistemologia Genética.

Dentre suas frases célebres temos:

“O conhecimento não pode ser uma cópia, visto que é sempre uma relação entre objeto e sujeito”

 

“Se o indivíduo é passivo intelectualmente, não conseguirá ser livre moralmente”.

 

Anísio Teixeira (1900-1971), jurista, educador, personagem central história da educação brasileira, foi o inventor da Escola Pública no Brasil, ele propôs e executou medidas para democratizar o ensino brasileiro e defendeu a experiência do aluno como base do aprendizado, foi pioneiro na implantação de escolas públicas de todos os níveis, que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para todos. Como teórico da Educação não se preocupava em defender apenas suas ideias, também se inspirava na filosofia do filósofo John Dewey, de quem foi aluno ao fazer um curso de pós-graduação nos Estados Unidos. Ele foi mentor de duas universidades: a do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, desmembrada pela ditadura de Getúlio Vargas, e a de Brasília, da qual era reitor quando do golpe militar de 1964.

Dentre suas obras temos: Educação Não É Privilégio; Pequena Introdução à Filosofia da Educação.

Dentre suas frases mais celebres temos:

“Democracia, essencialmente, é o modo de vida social em que cada indivíduo conta como uma pessoa”.

 

“Estamos passando de uma civilização baseada em uma autoridade externa para uma baseada na autoridade interna de cada um de nós”.

 

B.F.Skinner (1904-1990), filósofo, psicólogo behaviorista estadunidense, o cientista do comportamento e do aprendizado, para ele a Educação deve ser planejada passo a passo, de modo a obter resultados desejados na “modelagem” do aluno. Ele levou longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano, sua obra é a expressão mais célebre do behaviorismo, restringindo seu estudo ao comportamento, tomado como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externo, seu princípio é que só é possível teorizar e agir sobre o que é cientificamente observável. Ainda que Skinner considerasse importante levar em conta as diferenças entre os alunos de um mesmo professor, o behaviorismo se baseia fundamentalmente na previsibilidade as reações aos estímulos e reforços. Seus objetivos educacionais buscam resultados definidos antecipadamente, para que seja possível, diante de uma criança ou adolescente, projetar a modelagem de um adulto.

Obras mais conhecidas: Tecnologia do Ensino

Dentre suas frases mais célebres temos:

“A Educação é o estabelecimento de comportamentos que serão vantajosos para o indivíduo e para outros em algum tempo futuro”.

 

“Quando houver domínio sobre a ciência do comportamento, ela será a única alternativa para a sociedade planejada”.

 

Hannah Arendt (1906-1975), filósofa política alemã de origem judaica, para ela os adultos devem assumir a responsabilidade de conduzir as crianças por caminhos que elas desconhecem, deu voz de apoio a autoridade do professor. Sua argumentação é a favor da autoridade na sala de aula e sua visão educativa é assumidamente conservadora, no entanto isto não quer dizer que ela defenda um professor autoritário. Defendia que os adultos tem dois tipos de obrigação em relação as crianças, uma recai sobre a família, responsável pelo bem-estar vital de seus filhos, outra fica a cargo da escola, a quem cabe o livre desenvolvimento de qualidades e talentos pessoais.

Suas obras mais conhecidas: Entre o passado e o futuro; Reflexões sobre Little Rock;

Dentre suas frases mais célebres temos:

“O absurdo tratamento das crianças como uma minoria oprimida carente de libertação”.

 

“A Educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele”.

 

“A Educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos”.

 

“O conservadorismo no sentido da conservação, faz parte da essência da atividade educacional, cuja tarefa é sempre abrigar e proteger alguma coisa”.

 

“A escola não é de modo algum o mundo, nem deve ser tomada como tal; é antes a instituição que se interpõe entre o mundo e o domínio privado do lar”.

 

“A função da escola é ensinar às crianças como o mundo é, e não instrui-las na arte de viver”.

 

Paulo Freire (1921-1997), filósofo e sociólogo brasileiro, o mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a “ler o mundo” para poder transformá-lo, considerado o mentor da Educação para a consciência. Ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno, isso significa, em relação as parcelas desfavorecidas da sociedade, leva-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. Ao propor uma pratica de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, ele condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as escolas burguesas), que ele classificou de Educação bancária, pois nela o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil, o saber é visto como uma doação dos que se julgam seus detentores, tratando-se de uma escola alienante, mas não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos oprimidos. A valorização da cultura do aluno é a chave para o processo de conscientização preconizado por ele: o de que o aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que a do professor. Em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, um com o outro, e para isso é necessário e importante que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar.

Principais obras são: Pedagogia do Oprimido; Pedagogia da Esperança.

Dentre suas frases mais celebres temos:

“Se a Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

 

“Não é possível pensar em linguagem sem ideologia e sem poder”.

 

“Os homens se educam entre si mediados pelo mundo”.

 

“As qualidades e virtudes são construídas por nós no esforço que nos impomos de diminuir a distância entre o que dizemos e fazemos”.

 

Edgar Morin (1921-100 anos), é filósofo, antropólogo, sociólogo francês judeu de origem sefardita, propõe a religação dos saberes com novas concepções sobre conhecimento e a Educação, é considerado o arquiteto da complexidade. Pensou em elaborar uma nova concepção do próprio conhecimento, no lugar da especialização, da simplificação e da fragmentação de saberes, ele propõe o conceito de complexidade. Tem como fundamento formulações surgidas no campo das ciências exatas e naturais, como as teorias da informação e dos sistemas de cibernética, que evidenciaram a necessidade de superar as fronteiras entre as disciplinas, pois não deve haver espaço e fragmentação do conhecimento. Ele defende a introdução da incerteza e da falibilidade na rigidez cultural do Ocidente, em razão de que a incerteza e as contradições como parte da vida e da condição humana, sugerindo a solidariedade e a ética como caminho para a religação dos seres e saberes. Ele é autor do texto “Os sete saberes necessário à Educação do futuro”, trata-se de uma lista de saberes solicitadas pela ONU as quais deveriam pautar a formação do cidadão do século 21: A lista começa com o estudo do próprio conhecimento; O segundo ponto é a pertinência dos conteúdos, para que levem a “apreender problemas globais e fundamentais”; O terceiro ponto, vem o estudo da condição humana, entendida como unidade complexa da natureza dos indivíduos. Ensinar a identidade terrena é o quarto ponto e refere-se a abordar as relações humanas de um ponto de vista global. O quinto ponto é enfrentar as incertezas com base nos aportes recentes das ciências; O sexto ponto é o aprendizado da compreensão, pede uma reforma de mentalidades para superar males como o racismo; Finalmente o sétimo ponto, trata-se da ética global, baseada na consciência do ser humano como indivíduo e parte da sociedade e da espécie.

Ele afirma que cabe aos professores do Ensino Fundamental começar a derrubar as barreiras entre os conhecimentos por duas razões principais: eles tem a experiência generalista (pelo menos os que trabalham nas séries iniciais) e lidam com as crianças mais novas, que guardam uma curiosidade e um modo de pensar ainda não influenciado pela separação dos conteúdos em disciplinas.

Obras principais: O Método; A cabeça bem feita; A religião dos saberes; A Educação e a complexidade do Ser e do Saber; Os sete saberes necessários à Educação do futuro.

Dentre suas frases mais célebres temos:

“A escola, em sua singularidade, contem em si a presença da sociedade como um todo”.

 

“A ciência nunca teria sido ciência se não tivesse sido transdisciplinar”.

 

“Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. A educação do futuro deve enfrentar o problema de dupla face do erro e da ilusão. O maior erro seria subestimar o problema do erro; a maior ilusão seria subestimar o problema da ilusão. O reconhecimento do erro e da ilusão é ainda mais difícil, porque o erro e a ilusão não se reconhecem como tal”.

 

“Reforma de pensamento significa reforma de educação”.

 

Michel Foucault (1926-1984), filósofo francês, foi um crítico da instituição escolar, através de uma análise histórica inovadora, ele viu na Educação moderna atitudes de vigilância e adestramento do corpo e da mente, resultando na produção de um tipo de sociedade disciplinar, utilizando a disciplina como instrumento de dominação e controle destinado a suprimir ou domesticar os comportamentos divergentes. Ele via na escola uma das “instituições de sequestro”, como o hospital, o quartel e a prisão. “São aquelas instituições que retiram compulsoriamente os indivíduos do espaço familiar ou social mais amplo e os internam, durante um período longo, para moldar suas condutas, disciplinar seus comportamentos, formatar aquilo que pensam etc.”, transformando uma criação de seres dóceis e produtivos, difícil de detectar por seu emaranhado de teias e enredamento no seu contexto cultural.

Sua obra mais conhecida: Vigiar e Punir

Dentre suas frases mais celebres temos:

“As luzes que descobriram as liberdades inventaram também as disciplinas”.

 

“Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo”.

 

“Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir”.

 

“O diploma serve apenas para constituir uma espécie de valor mercantil do saber. Isto permite também que os não possuidores de diplomas acreditem não ter direito de saber ou não serem capazes de saber. Todas as pessoas que adquirem um diploma sabem que ele nada lhes serve, não tem conteúdo, é vazio. Em contrapartida, os que não têm diploma dão-lhes um sentido pleno. Acho que o diploma foi feito precisamente para os que não o têm”.

 

Pierre Bourdieu (1930-2002), filósofo e sociólogo francês, o investigador da desigualdade, detectou mecanismos de conservação e reprodução em todas as áreas da atividade humana, entre elas o sistema educacional, questionando a neutralidade da instituição escolar, foi através de suas investigações sociológicas do conhecimento que ele detectou um jogo de dominação e reprodução de valores, desde então, as teorias de reprodução foram criticadas por exagerar a visão pessimista sobre a escola.

Em seu livro A Reprodução ele analisou o funcionamento do sistema escolar francês e concluiu, em vez de ter uma função transformadora, ele reproduz e reforça as desigualdades sociais, pois quando a criança começa sua aprendizagem formal, é recebida num ambiente marcado pelo caráter de classe, desde a organização pedagógica até o modo como prepara o futuro dos alunos, basta lembrar que em geral as pessoas frequentemente, fazem, sem perceber, julgamentos severos com base em motivos nada consistentes ou, pior, preconceituosos, e na escola é comum as crianças serem discriminadas por causa de sua aparência e seus hábitos.

Suas principais obras: A Reprodução; A Miséria do Mundo.

Dentre suas célebres frases temos:

“Não há democracia efetiva sem um verdadeiro poder crítico”

 

“Nada é mais adequado que o exame para inspirar o reconhecimento dos vereditos escolares e das hierarquias sociais que eles legitimam”.

 

“Além de permitir à elite se justificar de ser o que é, a ideologia do dom, chave do sistema escolar e do sistema social, contribui para encerrar os membros das classes desfavorecidas no destino que a sociedade lhes assinala, levando-os a perceberem como inaptidões naturais o que não é senão efeito de uma condição inferior, e persuadindo-os de que eles devem o seu destino social (cada vez mais ligado ao seu destino escolar) à sua natureza individual e à sua falta de dom”.

 

“Com efeito, para que sejam favorecidos os mais favorecidos e desfavorecidos os mais desfavorecidos, é necessário e suficiente que a escola ignore, no âmbito dos conteúdos do ensino que transmite, dos métodos e técnicas de transmissão e dos critérios de avaliação, as desigualdades culturais entre as crianças das diferentes classes sociais. Em outras palavras, tratando todos os educandos, por mais desiguais que sejam eles de fato, como iguais em direitos e deveres, o sistema escolar é levado a dar a sua sanção às desigualdades iniciais diante da cultura”.

Demerval Saviani (1943-), filósofo e pedagogo brasileiro, é o idealizador da teoria pedagógica por ele denominada Pedagogia Histórico-Crítica. Em sua teoria, em contraponto ao modelo conteudista de ensino, defende o acesso ao conhecimento sistematizado e sua compreensão por parte do estudante como instrumento de reflexão e transformação da sociedade. A pedagogia histórico-crítica, fundamentada no materialismo histórico-dialético, é uma teoria preocupada com as demandas educacionais, onde defende o acesso ao conhecimento sistematizado e sua compreensão por parte do estudante como instrumento de reflexão e transformação da sociedade. Em um artigo de 1982, Saviani realizou a primeira sistematização do que hoje é conhecido como a pedagogia histórico-crítica, com o título "Escola e Democracia: para além da curvatura da vara". Um ano depois, Saviani publicou um livro de mesmo nome, defendendo o conhecimento sistematizado e a compreensão da realidade como instrumentos fundamentais para a transformação social. Inicialmente, Saviani se deparou com a dificuldade de nomear sua concepção pedagógica, optando inicialmente pelo termo "pedagogia dialética". Em seu livro "Escola e Democracia", Saviani apresenta dois grupos de teorias educacionais à respeito da marginalidade. O primeiro grupo, as teorias não críticas, representa teorias pedagógicas que encaram a educação como um instrumento de equalização social, ou seja, de superação da marginalidade. As teorias não-críticas incluem a pedagogia tradicional, a pedagogia nova e a pedagogia tecnicista. O segundo grupo, as teorias crítico-reprodutivistas, abrange as teorias que veem a educação como um instrumento de discriminação social, portanto, um fator de marginalização. As teorias crítico-reprodutivas, segundo Saviani, são as seguintes: a) teoria do sistema de ensino enquanto violência simbólica; b) teoria da escola enquanto aparelho ideológico de Estado (AlE)"; C) "teoria da escola dualista". Ele acredita que a escola deve lutar contra a seletividade, a discriminação dos alunos, mas que o aluno também deve fazer sua parte, não ficar apenas observando e aceitando passivamente, requerendo atuação de todas as partes, o aluno não é apenas um objeto, pois se somente se considerar uma peça sem qualquer importância no sistema conseguirá promover a mudança necessária para o bem de toda a sociedade e do próprio sistema.

Em sua obra denominada Pedagogia Histórico-Crítica (2012), Saviani afirma que essa teoria surgiu da emergência de um movimento pedagógico que vinha a responder à necessidade de encontrar alternativas à pedagogia dominante. A pedagogia histórico-crítica é construída a partir da concepção dialética na vertente marxista, tratando-se de uma dialética histórica expressa no materialismo histórico. Constitui-se numa concepção pedagógica transformadora, sendo considerada uma teoria pedagógica revolucionária. No entanto, isto não significa que ela se propõe a fazer uma revolução social a partir da escola, mas sim entende que a educação pode contribuir com o processo de transformação social.

Dentre suas principais obras temos: Educação brasileira: estrutura e sistema; Escola e Democracia; Educação - Do Senso Comum a Consciência Filosófica; Ensino Público e Algumas Falas sobre Universidade; Educação e questões da atualidade,

Algumas fases célebres:

“O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo”.

 

“ É papel do professor garantir que o conhecimento seja adquirido, às vezes mesmo contra a vontade imediata da criança, que espontaneamente não tem condições de enveredar para a realização dos esforços necessários à aquisição dos conteúdos mais ricos e sem os quais ela não terá chance de participar da sociedade”.

 

Norberto Bobbio (1909-2004), filósofo político, historiador do pensamento político, escritor e senador vitalício italiano, ele costumava dizer que embora o homem moderno tenha desvendado milhões de coisas que eram desconhecidas dos antigos, o mundo de hoje é cada vez mais incompreensível, menos transparente. Bobbio acreditava que a democracia precisa de cidadãos comprometidos com o combate a todo tipo de preconceito e com a prática diária da tolerância.

A tese de Norberto Bobbio acerca das três gerações de Direitos Humanos, para o território da educação. Bobbio destaca nitidamente em seus trabalhos que as estruturações dos direitos do homem vieram à tona historicamente por períodos demarcados:

Primeiro período: O ensino torna-se paulatinamente direito público quando todos adquirem a possibilidade de acesso à escola pública; Segundo período: A educação como direito dá um salto quando historicamente passa a contemplar, pouco a pouco, o atendimento a padrões de exigência voltados para a busca de maior qualidade do ensino oferecido e para o reconhecimento de ideais democráticos internos à vida escolar; Terceiro período: O direito da educação será consagrado quando a escola adquirir padrões curriculares e orientações políticas que assegurem algum patamar de inversão de prioridades, mediante atendimento que contemple – à guisa de justiça distributiva grupos sociais reconhecidamente com maior dificuldade para participar desse direito subjetivo universal – que é a escola pública, gratuita, obrigatória e laica. Aqui entram as políticas que favorecem, por exemplo, a reserva de vagas por cotas destinadas, nas universidades, a minorias étnicas.

Principalmente neste último período, quando finalmente, no século XX – com a Declaração dos Direitos Humanos de 1948, com os debates sobre o tema que vêm à tona no final da Segunda Guerra Mundial (em virtude, inclusive, do reconhecimento tácito das atrocidades nela cometidas), muitos foram os sobreviventes que retornaram da guerra com deficiências devido a ferimentos que os marcou para o resto de suas vidas, a necessidade de adequação destes sobreviventes ao mundo foram um marco para os direitos humanos, isto refletiu na proteção e exigência ao atendimento aos direitos assegurados, de minorias, consideradas excluídas ou, no mínimo, prejudicadas no tecido social: mulheres, negros,  índios, homossexuais, imigrantes, crianças, jovens, idosos, portadores de deficiências e claro refletiu no direito à plena efetivação da educação inclusiva e do atendimento educacional especializado para as pessoas com deficiência, tudo dentro de um ideário democrático.

Dentre suas obras mais conhecidas temos: A Era dos Direitos; Elogio da Serenidade; O Futuro da Democracia.

Dentre suas frases célebres temos:

“Cada vez sabemos menos”

 “A liberdade e a igualdade dos homens não são um dado de fato, mas um ideal a perseguir; não são uma existência, mas um valor; não são um ser, mas um dever ser”  

“...para a realização dos direitos do homem, são frequentemente necessárias condições objetivas que não dependem da boa vontade dos que os proclamam, nem das boas disposições dos que possuem os meios para protegê-los”.

Silvio Gallo (1963-) filósofo, pedagogista e filósofo anarquista brasileiro, autor de uma série de publicações fundamentais que o tornaram um dos principais expoentes contemporâneos da pedagogia libertária no Brasil. Ele trouxe o conceito de educação menor, destacando prioritariamente, a importância do exercício cotidiano da docência implicada na relação professor-aluno, buscando transformações mesmo que essas sejam pequenas. A partir da noção kafkiana de literatura menor, Silvio Gallo levanta a seguinte questão: “Por que não podemos pensar em uma educação menor? ” Que esteja envolvida e dedicada às questões de sala de aula, do cotidiano de professores e alunos, que não se detenha apenas à educação maior, encarregada das políticas, dos ministérios e secretarias. Ele afirma que a educação menor faz com que possamos ser revolucionários, constituindo-se em um esforço diário que pode fazer mudanças positivas, mesmo que paulatinamente, aluno à aluno. Ele apresentou o projeto anarquista de uma pedagogia libertária, em suas palavras, trata-se de um projeto aberto, de livre experimentação do pensamento e das práticas, de construção de si mesmo na relação com os outros. Para além de qualquer projeto moralizante, a contemporaneidade abre novos horizontes para práticas anarquistas em educação, a proposta libertária é entendida como objetivo da ação pedagógica, posto que se dá em todos os níveis da comunidade escolar, há, porém, um ponto comum dado por Gallo para entendê-lo, que é a maneira como é compreendido o princípio de liberdade, o qual, segundo ele, pressupõe, para sua existência, a convergência de inúmeras liberdades individuais, que se complementam, resultando em uma liberdade maior e mais completa para toda a sociedade. A proposta libertária deve caminhar em um sentido que busque a inserção do aluno dos diversos setores no contexto social, capaz de entender, atuar e modificar essa sociedade, religando o aprendizado feito nas instituições escolares com o cotidiano, criar uma escola comprometida com a vida.

Dentre suas obras temos: Em torno de uma educação menor; Educação e interdisciplinaridade; Educação Anarquista: um paradigma para hoje; Pedagogia do risco: experiências anarquistas em educação.

Dentre as frases célebres temos:

"...a educação tradicional veiculada pelo capitalismo teria por objetivo disseminar a ideologia da perpetuação e manutenção do sistema social, ensinar a ver o mundo de uma maneira socialmente aceita, a agir segundo esses parâmetros. A educação anarquista, por sua vez, teria por objetivo desestruturar essa ideologia social e ensinar a construção da liberdade, para que cada um pense e aja à sua maneira, criando sua própria ideologia, assumindo sua singularidade, sem, no entanto, fechar-se para a amplitude do meio social”.

 

“A escola é o maior e mais anônimo em pregador que existe. Ela é o melhor exemplo de uma nova espécie de em presa, sucessora das corporações, fábricas e sociedades anônimas”.

 

“A natureza totalmente destrutiva e sem pré-progressiva da instrução obrigatória vai alcançar os últimos limites de sua lógica se não começarmos a libertar-nos, já agora, de nosso falso orgulho pedagógico, de nossa crença que o homem pode fazer que Deus não pode, isto é, manipular os outros para sua própria salvação”.

 

“A manipulação de homens e mulheres, iniciada na escola, alcançou igualmente um ponto sem saída e a maioria das pessoas ainda não se deu conta disso. Ainda se incentiva a reforma escolar, da mesma forma como Henry Ford III propõe automóveis menos poluidores”.

Fontes:

Revista Nova Escola, Grandes Pensadores, Edição Especial nº25; Julho/2009 Ed. Abril, São Paulo-SP