Eis por que lhes falo por parábolas: é que, vendo, eles não vêem, ouvindo, não ouvem, nem compreendem. “Escutareis com os ouvidos e não entendereis, olhareis com os olhos e não verei.
O coração deste povo se embotou, os ouvidos se lhe tornaram surdos e os olhos se lhes fecharam, para que não vejam com os olhos, não ouçam com os ouvidos, não compreendam com os corações, e não se convertendo, não sejam curados por mim”
(Parte da Parábola do Semeador)
Há quem recuse ler qualquer palavra se oriunda de veio religioso ou filosófico, porem buscam consolo nas máximas quando estão angustiados e coração oprimido, é a tal importância dada ao remédio a disposição nalguma gaveta, é o remédio do negligente, em sua maioria não são de natureza má, são culpados apenas pela indiferença, por considerarem pesadas demais as interpretações que ainda por preguiça de raciocínio não procuram devassar os mistérios que de pronto não compreendem, é mais fácil apanhar na prateleira do mundo sem esforço, não sabem eles que o que esta a vista dos olhos da carne pode não ser aquilo a que vieram buscar, e assim passam a vida como alienados e zumbis numa multidão de autômatos que compram tudo o que a ilusão lhes proporcione o entorpecimento mental.
Os jovens não encontrando os limites entre o que é real e verdadeiro e o que é irreal e falso, avançam em sentido negativo, onde as virtudes negativas possam proporcionar emoção e maior pulsar de seus corações, no vicio do consumo, do álcool, das drogas, as famílias vão se construindo e destruindo, tornando-se con-vivências passageiras, tal e qual produto de simples consumo, alheios as palavras e ligados ao sentido das imagens com colorido de poucas virtudes que lhe dêem sentido de posse, porem dissipam-se ao virar o olhar deixando em seus cérebros marcas aparentemente indeléveis, formando nenhuma idéia clara de outra vida alem desta, em que tocam e não sentem, olham e não enxergam, ouvem e não escutam, tamanho o entorpecimento dos sentidos, o coração impulsiona o sangue como um rio que alimenta o acordar e adormecer apenas orgânico. Lembremo-nos que para os jovens, o aprendizado não é um processo inteiramente novo; é na verdade a moda de Platão um rememorar, pois são velhos filhos de Deus, assim como nós os pais ou mais velhos que irão se moldar no influxo do meio familiar, portanto, é no convívio familiar e o ambiente extra-familiar conferem a elas a jazida de seus atos e atitudes psicoemocionais do futuro.
Os mistérios e segredos das palavras que compõem as máximas ganham sentido quando aprendemos a perguntar, expressões que compõem imagens destinadas a materializar, por assim dizer, para a compreensão de homens materiais, ou seja a felicidade dos bem-aventurados. Os pais que tem responsabilidade com os pequenos, devem re-aprender a perguntar para então responder aos pequenos que por sua natureza perguntam incessantemente, os pais que não estão acostumados a perguntar calam seus filhos e assim os transformam em autômatos acríticos e desperançosos por pensarem que tudo é assim mesmo.
Levantar o véu e esclarecer as inteligências, é trabalho para quem sabe perguntar, é para quem aprendeu a ser paciente, prudente, corajoso, virtuoso, tolerante, para quem não perdeu a beleza da infância do ato de perguntar, porem os homens aprenderam apenas a levantar uma ponta do véu, a luz ainda permanece velada, e hoje que a luz brilha com mais fulgor, muitos ainda se encontram no mesmo grau de desenvolvimento, muitos são os enviados que ergueram um pouco mais o véu que encobria a verdade do consolador, estão mais fortes os olhos humanos, no entanto o declínio moral e intelectual de muitas sociedades requerem uma renovação de sua geração, sabemos que o joio cresce de par com o bom grão, neste mundo que globalizou-se e ao mesmo tempo se planificou, as sociedades tendem a deixar-se contaminar por outras culturas com seus signos alienígenas, há o risco da regressão do que foi evoluído pela ilusão das formas e prazeres de felicidade passageira.
As lições que as máximas nos proporcionam é o esclarecimento para que o véu da ignorância seja levantado e não sejamos ofuscados pela intensidade da luz que do esclarecimento irradia, ou atemorizado com as grandes dificuldades que ela deixa entrever. O pensamento de filósofos e religiosos são reflexões que tanto para um como para o outro, encantam por desvendarem o véu da ignorância, para as utilizarmos como ferramentas e com isto, sejamos capazes de separar o joio do trigo e seguirmos em direção de mundos superiores e que o mereçamos. As máximas são reflexões e pensamentos inspirados aos mensageiros e indivíduos que com sabedoria utilizam sua capacidade mental, buscam também em registros intensamente gravados em sua memória, acumulados na noite dos tempos. Acessar esta memória é ao mesmo tempo admitir que a maneira de ver de cada um é uma pequena porção da realidade, uma entre as muitas possíveis, sendo a individualidade valorizada e com isto respeitada, há muitas perguntas a fazer e muitas a responder, no entanto, Cicero, filósofo e o mais eloqüente dos oradores romanos, dizia: “Nenhum homem jamais foi grande sem um toque de inspiração divina”.
É com criatividade que transcenderemos os limites restritos em que estão confinadas a tríade: ciência, a filosofia e a religião. A inspiração é a habilidade de olhar para dentro das coisas, e o individuo inspirado atende ao propósito de vida pelo qual ele foi criado, levantar o véu é encontrar na vida a benção que nos foi ofertada através da graça e inspiração divina, e dada a cada porção de realidade condições de aprender que existem inúmeras maneiras de viver e evoluir na Terra, também sabe que sua maneira é única, como é única para cada pessoa, para cada família, para cada sociedade, a inspiração brota em campos férteis, sem a contaminação do joio que são regras rígidas e preconceituosas de sociedades conflitadas.
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