No cotidiano, somos frequentemente confrontados com
escolhas e comportamentos que se alinham com as tradições. Esses comportamentos
ortodoxos, que seguem normas estabelecidas e aceitas, podem ser vistos como
"não incomuns", ou seja, são práticas comuns, amplamente reconhecidas
e raramente questionadas. Vamos dar uma olhada em algumas dessas situações
diárias e trazer um filósofo para refletir sobre como a ortodoxia molda nossas
vidas.
O Café da Manhã Clássico
Imagine um café da manhã típico: pão, manteiga, café
com leite. Esse cenário é familiar para muitos de nós e reflete um
comportamento ortodoxo. Embora hoje em dia tenhamos várias opções, como shake
verdes ou tigela de açaí, a imagem do café da manhã tradicional persiste.
Comentário Filosófico: Immanuel Kant Kant, um
filósofo que valorizava a ordem e a rotina, acreditaria que esse ritual matinal
proporciona uma estrutura necessária para o início do dia. Ele poderia
argumentar que seguir essa tradição não é apenas sobre preferência alimentar,
mas sobre estabelecer um sentido de ordem e regularidade, essencial para a
estabilidade mental.
Cumprimentando os Vizinhos
Outro exemplo é o ato de cumprimentar os vizinhos.
Um simples "bom dia" é um comportamento ortodoxo que ajuda a manter a
harmonia social. Embora possamos não conhecer bem todas as pessoas que
encontramos, esse gesto cria uma sensação de comunidade e respeito mútuo.
Comentário Filosófico: Aristóteles, com sua ênfase
na ética da virtude, poderia interpretar esses cumprimentos como uma prática de
virtudes sociais, como a cortesia e a civilidade. Ele destacaria que essas
interações cotidianas são fundamentais para o desenvolvimento de uma vida boa e
harmoniosa em sociedade.
Festas Tradicionais
Participar de festas tradicionais, como Natal, Ano
Novo, ou festas juninas, é outro comportamento ortodoxo que muitos de nós
seguimos. Esses eventos são recheados de costumes passados de geração em
geração, que unem as pessoas e reforçam a identidade cultural.
Comentário Filosófico: Friedrich Nietzsche
Nietzsche, por outro lado, poderia ter uma visão crítica sobre essas tradições.
Ele talvez argumentasse que a conformidade ortodoxa nessas celebrações pode,
por vezes, inibir a individualidade e a criatividade. No entanto, ele também
reconheceria o valor dessas práticas em proporcionar um senso de pertencimento
e continuidade histórica.
Ortodoxia e Mudança
Apesar de a ortodoxia ser "não incomum",
há momentos em que a mudança é necessária. A pandemia de COVID-19, por exemplo,
forçou uma reavaliação de muitas práticas tradicionais. O trabalho remoto, o
distanciamento social, e as novas formas de interação digital mostraram que,
embora as tradições tenham seu valor, a flexibilidade e a inovação também são
cruciais.
Comentário Filosófico: Michel Foucault Foucault,
conhecido por suas análises do poder e das estruturas sociais, poderia
argumentar que essas mudanças mostram como as práticas ortodoxas são moldadas
por forças históricas e contextuais. Ele enfatizaria a importância de
questionar e reavaliar continuamente essas normas para adaptá-las às novas
realidades.
A ortodoxia no cotidiano é uma força poderosa que
nos conecta ao passado e nos ajuda a navegar pelo presente. Seja através de
rituais matinais, cumprimentos sociais ou celebrações tradicionais, esses
comportamentos ortodoxos fornecem uma estrutura que muitas vezes aceitamos sem
questionar. Contudo, como apontado pelos filósofos mencionados, é igualmente
importante estar aberto à mudança e à reflexão crítica. Afinal, a vida é um
equilíbrio entre o familiar e o novo, entre o ortodoxo e o incomum.
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