Dezembro é um mês de muitas promessas, estamos chegando ao final de mais um ano com olhar para o próximo ano repleto de dúvidas e muita ansiedade, nestes últimos dois anos fomos atingidos pelo alfabeto grego na convenção das novas cepas da Covid-19, agora temos mais uma cepa a ômicron, ainda não sabemos o quanto ela irá frear nossas expectativas e o quanto irá comprometer nossas promessas para o próximo ano, de antemão sabemos que algo ficará para trás sem ter ido para frente, ou sequer ter entrado em nosso repertório de metas, estamos diante de um futuro duvidoso, ainda bem que a maioria das pessoas teve o bom senso de procurar a vacina e para estas as chances de ter um futuro são maiores daquelas que ainda estão sentadas numa ideologia da teimosia e da ignorância.
Ano que vem também será um ano com um imenso palco de atores canastrões, para o próximo ano teremos eleições para presidente, governador, senador, deputado federal e estadual ou distrital, então sabemos que teremos de ouvir um repertório de promessas-asneiras as quais serão mais lorotas sem um final feliz para nós eleitores e contribuintes, o senso-comum que é ditado pela experiência nos aponta um destino de mais decepções, infelizmente o pessimismo é o resultado destes últimos anos de sucessivas escolhas equivocadas, o preço que pagamos para chegar até aqui foi alto, tão alto que comprometemos parte do futuro tal qual uma conta parcelada a juros altos, por exemplo o famigerado fundo partidário, num pais quebrado e sem perspectivas de sair do atoleiro de dividas, fica difícil ter ilusões acerca do futuro e estabelecer metas, sobreviver será a principal meta, e isto não é pouco.
Existem diversas tradições típicas para a festa de comemoração do Ano-Novo, por exemplo, é costume usar roupas brancas, pular 7 ondas do mar, assistir os shows de fogo de artifícios, comer uvas e etc, o mundo está envolvido numa luta contra a fome, vacinação, dificuldades econômicas e financeiras, empobrecimento mundial, esperamos que as 7 ondas que temos de pular sejam ondinhas, pois não aguentamos mais, se formos soltar fogos de artifício neste final de ano que nossos pensamentos sejam para inicialmente agradecer por estarmos vivos e ao usar as roupas brancas seja com pensamento voltado para aquelas pessoas que já não estão mais conosco e que elas estejam próximas do Senhor, provavelmente estas estarão mais felizes por estarem protegidas pelo manto de luz celestial.
Pensando sociologicamente, a angústia de viver na dúvida tal qual estamos vivendo atualmente é um traço destes tempos nebulosos, o que pensar por exemplo, contra a opinião de Nietzsche, sustentava que “quem sabe para quê viver, descobrirá como”, Viktor. Frankl pensa que “sabemos como viver, mas não para quê viver”. Realmente esta perda de apoios e de firmeza, juntamente com o fato de nos obrigarmos a viver em ritmo trepidante, produz este fenômeno, uma meta é a sobrevivência com dignidade, logo tanto um como o outro estariam com a razão, a anestesia é ser relativista, relativista porque cada um de nós tem seu próprio potenciômetro quando olha para o medo e suas potencias, como a morte, perda, liberdade, solidão, mudanças, tomar decisões, castrações, e dentro do possível tentar voar em ventos inquietos com mínimo de plenitude fazendo nosso melhor e se possível sem o medo que escraviza e com alguma felicidade como meta, para chegar lá será necessário tomarmos decisões mais acertadas, já é passado da hora de desenvolvermos nossa consciência, pois tudo parte dela.
Somos lançados no mundo sem pedir, e somos tirados
sem querer (salvo os suicidas)… não temos muita escolha, apesar de sermos
livres, entre os extremos nos encontramos podendo fazer algumas escolhas, a
felicidade das pequenas coisas é grandiosa o suficiente para preencher nossa
vida, e isso o que vale, serão estas pequenas coisas conquistas do cotidiano, as
pequenas coisas são os grandes valores para pensarmos como promessas para o próximo
ano: “vamos dar importância para o tempo presente, vivendo-o intensamente, da
melhor maneira possível!”, sobreviver não é suficiente, temos de fazer a diferença, só assim daremos um sentido para vida!