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sábado, 30 de abril de 2022

Resumo do Livro “História da Eternidade” de Jorge Luís Borges


Apresentação:

A singular "História da eternidade", que dá título ao volume, publicada originalmente em 1936, um ano depois da "História universal da infâmia", como esta desafia o leitor desde o título. Uma antinomia opõe a noção de história, feita de sucessão temporal, movimento e mudança, à ideia estática de uma duração sem fim que o termo "eternidade" evoca. O desejo de escrever uma espécie de "biografia da eternidade" que nos libertaria da opressão do tempo sucessivo sempre atraiu Borges, que jamais abandonou o interesse pelos temas deste livro, mesmo quando, mais tarde, reprova o que então havia escrito sobre eles.
Na verdade, a coletânea marca uma virada na carreira do escritor, que se abre ostensivamente para a universalidade estampada desde o título. São agora motivos da inquirição intelectual do ensaísta as doutrinas do tempo cíclico, as Mil e uma noites e seus tradutores, a metáfora e as velhas imagens da poesia da Islândia. Numa das notas finais, discreta e tímida em meio a preocupações retóricas, desponta uma narrativa disfarçada de resenha crítica: "A aproximação a Almotásim", em que se dá a ver um de seus primeiros exercícios de prosa de ficção. O ensaio que almeja espraiar-se até o infinito de repente desemboca no conto de uma aproximação sem termo, história de uma busca infindável.

 

O livro História da eternidade, é uma espécie de ensaio crítico sobre a eternidade, dividida em sete capítulos, trata-se de um livro curto, porém é preciso ler devagar para entender a linguagem do autor, a leitura é complexa, mas não é difícil, recheada de termos metafísicos e afins, a dica para ler é sorvendo a leitura com um mate em pequenos goles.

Para os apreciadores da maravilhosa Filosofia é uma boa oportunidade para revisitar as ideias de grandes filósofos, o autor aborda a História da Eternidade, dando ênfase às suas opiniões, embasadas em escritos de filósofos da Antiguidade, como Platão e Plotino, sobre o Tempo, elemento sempre presente na Humanidade, traz à tona o sempre atual Santo Agostinho.

Noutro capitulo fala sobre as Kenningar da poesia islandesa e noutro fala sobre a metáfora, ainda abordando a obra literária da Islândia. Em seguida, faz uma crítica a teoria do Eterno Retorno apresentada por Nietzsche, segundo alguns acreditam e imagino que após a crítica do autor passem a construir outro entendimento, ou pelo menos os façam questionar a ideia de Nietzsche, por mais esta razão a leitura precisa ser mais lenta para não deixar escapar os detalhes.

O autor argumenta usando vários filósofos, David Hume (Dialogues Concerning Natural Religion (1779)); Cícero (Questões Acadêmicas e Da Natureza dos Deuses);o orador romano Tácito (Diálogo dos Oradores) e Schopenhauer: "A forma de aparecimento da vontade é só o presente, não o passado nem o futuro: estes só existem para o conceito e pelo encadeamento da consciência, submetida ao princípio da razão. Ninguém viveu no passado, ninguém viverá no futuro; o presente é a forma de toda vida" (O Mundo como Vontade e Representação, (primeiro tomo, 54).

No penúltimo capitulo (Pg. 82) fala sobre os tradutores do clássico “As mil e uma noites”, e seus respectivos tradutores e como essas histórias chegaram até nós, aqui no Ocidente.

Finalmente na pg. 110 ¨duas notas” o autor faz uma resenha crítica que caminha na fronteira da ficção narrativa, apresenta ali o chamado enigma Borgiano, "A aproximação a Almotásim" fala de uma busca sem fim, de um aproximar-se que nunca se encerra, sem chegar a lugar algum, sempre desembocando numa resposta multiplicada, revitalizando a pergunta ao invés de responde-la.

Jorge Luis Borges é considerado um dos maiores escritores de língua latina. Seu trabalho mais conhecido é o livro de contos "O Aleph", onde reúne narrativas surreais, seu tema dominante, Aleph, é também a primeira letra do alfabeto hebraico. Dualidades são questões que permeiam a obra do autor, ele nos leva a exercitar nossa imaginação.


Fonte:

Borges, Jorge Luís. História da eternidade. Tradução Heloisa Jahn.- São Paulo. Companhia das Letras, 2010.