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sexta-feira, 31 de março de 2023

Resenha da Divina Comédia de Dante Alighieri, Religioso e Politico

 



Dante foi um político representante de Florença, na época Florença era um polo cultural e econômico muito importante, era uma época em que a Itália que conhecemos hoje não era unificada, nem a língua era a mesma, o processo de unificação da Itália como estado-nação só se deu no século XIX e Dante viveu no século XIV.

Dante passou por muitas dificuldades em sua vida, ele foi exilado em 1301, quando segundo os críticos ele começa a escrever a Divina Comédia em Florentino.

Ele dá o título de comedia para contrapor a tragédia, a comédia tem um começo ruim e um fim bom, pois começa no inferno, passa pelo purgatório e chega ao céu, é um poema religioso e político.

Importante falar que a partir desta forma de escrever, se passou a escrever em florentino que passou a ser a língua italiana.

A obra divide o universo medieval em várias partes, a obra escrita tem 100 cantos, por sua vez dividiu em 33 cantos para cada etapa, introdução, 33 para o inferno, 33 para o purgatório e 33 para o céu.

Ele escreve esta obra por se ver extraviado do caminho certo, num contexto medieval cristão, imagina-se numa selva escura a noite, impedido de seguir cercado por três animais selvagens, seres naturais e imaginários com significado muito forte, do ponto de vista histórico ele se encontrava angustiado, de fato exilado, perseguido e pobre não era nada fácil, em sua caminhada pelos dois primeiros reinos inferno e purgatório ele recebe uma ajuda inusitada de Virgílio o poeta romano auxilia este homem angustiado, recebe uma ajuda sobrenatural, que havia sido enviado por sua musa inspiradora Beatrice desde sua tenra juventude quando a viu prela primeira vez, ela na obra representa a força libertadora das agruras da vida, um sentido para viver e porque não o amor platônico.

Em seu ingresso no primeiro reino, no portão do inferno de Dante tem a famosa inscrição "abandone toda esperança aquele que por aqui entrar", no entanto ele também não deixa sem solução, pois sabemos que sempre há uma solução para qualquer dificuldade, saindo do inferno através da cloaca inicia um processo de subida que é a montanha do purgatório a própria experiência de redenção por pior que estejamos, angustiados ou desesperados sempre há uma esperança de redenção, passado pelo purgatório Virgílio já não pode seguir a caminha ao terceiro e último patamar que é o paraíso, pois ele era pagão, o céu onde encontra-se Beatrice, local de imensa amplitude onde os seres humanos tem maior dificuldade de penetrar.

Ler é sempre uma porta que abrimos para um mundo onde a literatura nos conduz a riquezas e ao pote de ouro da felicidade, este é um livro que faz parte do cânone ocidental, a obra é importante por sua riqueza e imaginação, sendo um livro que inspirou outros autores e obras.

Dante foi arrojado e bastante corajoso ao propor uma viagem ao mundo subterrâneo do inferno, passando pela purificação do purgatório e mostrando que é possível se chegar ao mundo místico do paraíso.

 

Trecho do Paraíso de Dante (Canto I)

À glória de quem tudo, aos seus acenos,
Move, o mundo penetra e resplandece,
Em umas partes mais em outras menos.

No céu onde sua luz mais aparece,
Portentos vi que referir, tornando,
Não sabe ou pode quem à terra desce;

Pois, ao excelso desejo se acercando,
A mente humana se aprofunda tanto
Que a memória se esvai, lembrar tentando.

Os tesouros, porém, do reino santo,
Que arrecadar-me pôde o entendimento,
Serão matéria agora de meu canto.

 

Ele de certa forma nos auxilia na busca de sentido dos sofrimentos e purificações que passamos nesta vida, com sua visão religiosa mostra o caminho, os erros e desenganos dos seres humanos, nos convida para um exame de consciência, ele trata das mazelas dos seres humanos como exemplo a traição e a desilusão imensa para aqueles que sofrem com ela.

 

Fonte:

Alighieri, Dante. 1265-1321. A divina comédia. Tradução de Fábio M. Alberti. Porto Alegre: L&PM, 2004