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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Filosofia e Felicidade em Sartre

 


Nossa visão moderna tornou o mundo mais complicado, falar em felicidade diante de tanta subjetivação dificulta a discussão em torno do tema, estamos constantemente buscando a felicidade e pouco se fala a respeito dela, isto só contribui com doenças como a depressão, ansiedade e angustia.

Então falar um pouco a respeito da felicidade pode ser uma maneira de nos entendermos melhor, consequentemente podemos nos sentir mais preparados para conversar com os outros, a felicidade não está sozinha, ela vem acompanhada de liberdade e responsabilidade.

Pensar a respeito de nossa felicidade por si só já é interessante, os antigos gregos entendiam a felicidade de forma diferente, pensavam a felicidade de forma intelectual e objetiva do que se pensa atualmente, como já disse o mundo ficou mais complicado, há muita subjetivação.

Para se ter uma ideia do que acontece hoje é que plantaram o lema repetitivo que felicidade é ter só ideias positivas, e não é assim, Aristóteles já nos dizia que a Felicidade é o maior bem desejado pelos homens, portanto é necessária ética para viver na veracidade, é preciso atitudes, o que fazemos é mais importante do que aquilo que simplesmente acontece conosco, nossa pró-atividade faz toda a diferença.

Como Aristóteles já nos ensinou, o exercício diário das virtudes fará despertar nos seres humanos bons hábitos por exemplo a prudência, até mesmo nossa fala deve ser racional e prudente, o excesso de sinceridade pode ser um ato destrutivo e grosseiro, racionalmente falando o ato de fazer escolhas é um exercício de nossa liberdade, escolher é assumir responsabilidades, é ser capaz de tomar suas próprias decisões e encarar a vida, indo além de repetitivos mantras positivos de autoajuda, na hora do pega em que convivemos com os extremos, a atitude exige de nós decisões diante das angustias e isto é viver.

O grande filósofo foi Sartre, admirável por suas analises filosóficas, nos legou um conhecimento muitíssimo importante, temos em seus apontamentos uma boa base racional e existencial desta tão almejada felicidade. Ele construiu termos próprios e conceituou termos que nos faz para e refletir, como por exemplo o conceito de em-si-para-si diz respeito: ao nada, na medida em que ele se especifica pelo poder nadificador que o constitui. Aqui ele está querendo nos dizer que o nada é que torna possível tanto a experiência da liberdade como também a da angústia, ou seja, ao sentir-se como nada de ser totalmente ancorado na liberdade de escolha o Para-si experimenta a angústia.

O que vem antes, a essência ou a existência, Sartre sabiamente fаz а іnvеrѕãо dа nоçãо еѕѕеnсіаlіѕtа ао арrеgоаr quе о Ноmеm рrіmеіrаmеntе ехіѕtе, ѕе dеѕсоbrе, ѕurgе nо mundо е ѕó арóѕ іѕѕо ѕе dеfіnе. Аѕѕіm, nãо há nаturеzа humаnа, роіѕ nãо há Dеuѕ раrа соnсеbê-lа, atribuindo ao homem sua responsabilidade e tirando de Deus a responsabilidade por tudo que nos acontece, somos livres para fazer escolhas, vivemos em constante angustia, uma angustia de quem vive nos extremos. Primeiro o homem existe, depois se define!

A angústia, para Jean-Paul Sartre, é a соnѕеquênсіа dа rеѕроnѕаbіlіdаdе quе о Ноmеm tеm ѕоbrе аquіlо quе еlе é, ѕоbrе а ѕuа lіbеrdаdе, ѕоbrе аѕ еѕсоlhаѕ quе fаz, tаntо dе ѕі соmо dо оutrо е dа humаnіdаdе, роr ехtеnѕãо, somos parte de algo muito grande. Este algo tão grande pode ser o sistema que determina o tanto de liberdade de cada um e as consequências das possíveis escolhas.

Ѕаrtrе аfіrmа quе о hоmеm nаdа mаіѕ é dо quе о ѕеu рrојеtо, nãо hаvеndо еѕѕênсіа оu mоdеlо раrа lhе оrіеntаr о саmіnhо; еѕtá, роrtаntо, іrrеmеdіаvеlmеntе соndеnаdо а ѕеr lіvrе, uma vez que o Homem foi lançado ao mundo, é responsável por tudo o que faz. "Somos condenados a liberdade", somos obrigados a fazer escolhas, mesmo que escolhamos não escolher, nós fazemos a escolha.



Não importa o que fizeram com o homem, mas sim, o que ele faz com aquilo que fizeram com ele, o indivíduo que faz a escolha, é o responsável por quem ele é ou será, independentemente das circunstâncias. Ехрlíсіtо nа соnсерçãо dе lіbеrdаdе еm Ѕаrtrе, оu ѕеја, é а сарасіdаdе dо ѕuјеіtо еnсаmіnhаr о quе ѕеrá dе ѕuа vіdа rеѕроnѕаbіlіzаndо-о реlоѕ ѕеuѕ аtоѕ. А lіbеrdаdе dо ехіѕtеnсіаlіѕmо арrеѕеntа lіmіtаçõеѕ іmроѕtаѕ реlа ѕосіеdаdе е ѕuаѕ rеgrаѕ аѕ quаіѕ dеvеmоѕ nоѕ ѕubmеtеr е é dеvіdо а еѕѕа ѕubmіѕѕãо quе аѕ vеzеѕ о hоmеm еntrа еm соnflіtо соm о mеіо ѕосіаl еm quе vіvе, o sujeito que é livre deve agir com responsabilidade.

Atualmente a subjetividade lançou uma cortina de fumaça em torno do entendimento de felicidade, como se fossemos livres para fazer o que bem entendêssemos a qualquer momento, no entanto um filosofo como Sartre esta ai para nos chamar a atenção, não hpa felicidade sem ética e responsabilidade, pois “Еu nãо роѕѕо fаzеr о quе quеrо, dо јеіtо quе quеrо, nа hоrа quе еu quеrо, соm quеm еu quеrо, роіѕ tоdа mіnhа еѕсоlhа dеvе ѕеrvіr dе ехеmрlо раrа tоdа а humаnіdаdе”, isto é angustia para Sartre, não existe felicidade sem angustia, não existe liberdade sem angustia.

Ele nos legou a ideias que em algumas palavras nos diz que a liberdade é angústia porque condena o homem a ter sempre diante de si uma liberdade de escolha, as vezes a felicidade não está naquilo que buscamos como fama, dinheiro, conhecimento, amizade, relacionamentos amorosos, experiências prazerosas, mas durante o transcorrer da vida de cada uma decorra da melhor maneira tanto para nós como para aquilo que fizermos aos outros, a lei de causa e efeito!

Para concluir e não poderia deixar de fora a famosa frase de Sartre: "o meu inferno são os outros", ele quis dizer que não posso escolher o que quero devido a existência do outro. O indivíduo se angustia porque se vê numa situação em que tem de escolher sua vida, seu destino, sem buscar apoio ou orientação de ninguém, a vida não permite consultas no Google. 

Penso que somos livres para realizar uma ação somente se pudermos evitar cometê-la, então se temos de fazer uma coisa e não está em nosso poder evitar, logo não somos livres, simples assim!

Fonte

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.