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domingo, 22 de setembro de 2024

Bobagem, Irrelevância


Já percebeu como a bobagem e a irrelevância tomam espaço no nosso dia a dia? De repente, você está ali, com seu tempo e atenção sugados por um vídeo que não leva a lugar nenhum, uma discussão de redes sociais sobre um tema tão passageiro quanto a moda do momento, ou até mesmo aquela conversa no ponto de ônibus sobre o clima, que todo mundo sabe como vai terminar: "ah, tomara que não chova".

A irrelevância, por mais que a gente tente evitá-la, parece uma sombra que nos persegue. No entanto, será que essa "bobagem" é tão irrelevante assim? Ou, de alguma maneira, ela molda nossas experiências, nos dá pequenos respiros da rotina, ou até ajuda a construir algum sentido mais profundo, mesmo que não percebamos de imediato?

O filósofo francês Gilles Deleuze traz uma reflexão interessante sobre o que consideramos "bobagem" ou irrelevante. Ele dizia que o pensamento criativo e o processo de aprendizado nascem, muitas vezes, daquilo que é visto como periférico. Ou seja, aquilo que parece fora do centro da nossa atenção, o que não parece importante de cara, pode ser a chave para novas conexões de ideias. Ele defendia que o "devir", essa constante transformação e movimento da vida, nos desafia a não ignorar a aparente irrelevância. Para ele, é nesse espaço do "acaso" que as verdadeiras revoluções mentais acontecem.

Então, quando você se pegar rindo de um meme ou refletindo sobre uma piada sem graça, talvez esteja, na verdade, abrindo espaço para a criatividade. A bobagem tem seu lugar, e muitas vezes é uma pausa necessária para o cérebro processar algo maior. Como Deleuze nos lembra, o que parece ser inútil pode ser o ponto de partida para novas realidades.