O presidente da Chevron pediu desculpas públicas: empresa já recebeu multa de R$ 50 milhões pelo vazamento – Beto Oliveira/Câmara
O presidente da Chevron Brasil Ltda, George Buck, empresa responsável pelo vazamento de petróleo no Campo de Frade, no Rio de Janeiro, pediu desculpas à “população e ao governo brasileiro” pelo acidente. Em audiência pública na Câmara que ocorre na tarde desta quarta-feira (23), o norte-americano disse ter “profundo respeito pelo Brasil”. O vazamento começou em 8 de novembro e já rendeu uma multa de R$ 50 milhões à empresa. O acidente na bacia de Campos ocorre pelo menos desde o dia 8 deste mês. O auge do vazamento se deu no dia 11 de novembro, quando até 600 barris de petróleo vazavam diariamente na região. Depois, esse percentual foi diminuindo, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).
“A companhia é inteiramente responsável pelo incidente e deve ser responsabilizada.” O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Curt Trennepohl, lembrou que o órgão já aplicou uma multa de R$ 50 milhões à empresa. “Estamos aguardando o fim do período de defesa e de todo o processo legal”, afirmou. De acordo com ele, o Ibama só tem como atuar após o desastre ambiental ocorrer. “Até o momento não temos comprovação de morte de animais e flora. Não podemos dimensionar o dano ao ambiente aquático”, disse Trennepohl, ressalta
Fonte: http://correiodobrasil.com.br/presidente-da-chevron-pede-desculpas-pelo-vazamento-de-petroleo/332347/ndo que o vazamento de petróleo não deve chegar ao litoral.
O desastre causado pelo vazamento de óleo causado pela empresa “chevron”, deverá trazer conseqüências por muito tempo, e ainda é muito cedo para dimensionar o tamanho do dano ao ambiente aquático.
Por maior que seja a multa, jamais conseguirão recuperar as vidas que serão interrompidas, a contaminação do oceano, prejuízos a vida das comunidades litorâneas e o quanto afetarão a economia. Diga-se que a causa não é o derramamento de óleo, a causa esta nas nos abusos, descumprimento da legislação ambiental, adulterações sobre as informações, falha na fiscalização, e principalmente descomprometimento com as próximas gerações.
Nossos oceanos são contaminados a cada ano, com três a quatro toneladas de petróleo.
As notícias sobre os vazamentos de navios são impactantes, especialmente porque a quantidade de petróleo vazada de uma vez é enorme. Mas o site sobre Vazamentos de Petróleo adverte que causam apenas 20% desse tipo de contaminação e que os 80% restantes provêem de atividades navais e extração ou transporte de petróleo no mar, entre outros. Uma pesquisa sobre responsabilidades no caso de vazamentos disponível na Internet indica que 12% dos vazamentos têm origem em acidentes de navios. E acrescenta que as plataformas petrolíferas vertem cerca de 130 mil toneladas anuais no mar. A cada ano, os oceanos do mundo são contaminados com três a quatro toneladas de petróleo.
Fonte: http://www.tierramerica.net/2002/1124/pconectate.shtml
Noticias de desastres ambientais, não são totalmente divulgadas, pois sabemos que pequenos desastres ocorrem diariamente, alguns a céu aberto, outros são cometidos “na surdina” que escapam de nosso olhar.
Tem os pequenos delitos que cometemos diariamente, que vão desde a torneira aberta durante todo o tempo do escovar de dentes, do lixo que não é separado, do puxadinho que é feito na residência particular, e sabe lá aonde depositam os resíduos da obra.
Já deram uma olhadinha no caldinho que sai por debaixo do portão das obras, aquele suquinho da argamassa que corre pela calçada e vai parar no esgoto?
Pois é, diariamente damos nossa contribuição a mãe natureza, achamos que por ser mãe, a natureza tudo deve suportar. Mas não é assim, estamos fazendo com que a mãe natureza sangre e sufoque com tanta poluição.
A palavra Natureza, por exemplo, é, freqüentemente, empregada em múltiplas acepções. Eis o que torna ainda mais complexo e obscuro o seu significado. O dicionário de língua portuguesa Ferreira (1986) oferece a seguinte definição: “1. Todos os seres que constituem o Universo; 2. Força ativa que estabeleceu e conserva a ordem natural de tudo quanto existe”. Observa-se, assim, que natureza remete à ordem natural, e esta, por sua vez, remete à natureza, formando, dessa forma, um círculo do qual é difícil sair.
Os dicionários de filosofia não tornam menos difusa a definição. Para Nicola Abbagnano (1998, p. 699), a Natureza é definida a partir de quatro concepções: “1ª) princípio do movimento ou substância; 2ª) ordem necessária ou conexão causal; 3ª) exterioridade, contraposta à interioridade da consciência; 4ª) campo e encontro ou de unificação de certas técnicas de investigação”.
Ambos os sentidos, nos remete a ordem natural, movimento, conexão causal, estamos todos envolvidos num circulo sem que possamos sair dele, o que se planta a de se colher, há o principio do movimento.
Atitudes sustentáveis darão condições da continuidade da vid em nosso planeta, e considerando o desenvolvimento sustentável, que é a capacidade de promover um desenvolvimento que satisfaça as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às suas próprias necessidades, como meta a ser atingida para se garantir a sustentação da vida na terra.
A questão ética nunca fez tanta falta quanto atualmente. Por tanto se faz necessário encontrar o equilíbrio entre a qualidade de vida (consumo) e a qualidade ambiental através de ações pautadas pela ética. Isso tudo implica naturalmente a "ética ambiental" que se contrapõe ao crescimento do materialismo, da competitividade, da inveja, da desigualdade, do domínio de poucos, da massificação de informações e da inércia da sociedade que possivelmente gera a insatisfação das pessoas fruto do egoísmo, do apego e do desejo. Sendo esta a origem da destruição ecológica e desintegração social.
Penso que tanto a ambição quanto a inércia da sociedade em tomar atitudes, sejam as principais causas desta sucessão de desastres.
O homem não pensa na fragilidade do mundo que habita, não pensa na sua própria fragilidade, na sua infinitude.
A idéia de que Natureza existe para o nosso usufruto ajudou a fomentar, também, a falsa noção de que os recursos naturais são inesgotáveis. Os maiores exploradores encontram-se na construção civil, tudo o que é produzido na construção é extraído d natureza. Por isso, não raramente, a utilização desses recursos é comparada às prateleiras de um supermercado, as quais são reabastecidas de acordo com a voracidade do consumo. Com efeito, a extração desmedida dos recursos naturais ajudou a fomentar o progresso científico-tecnológico do qual o homem contemporâneo é protagonista, mas, da mesma forma, trouxe sérias implicações ao equilíbrio do ecossistema.
Não vos preocupeis pois, pelo dia de amanhã; o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado (Mt 6,34).
Há quem interprete mal o argumento da providência divina, a responsabilidade esta bem clara, “A cada dia basta o seu cuidado”, a preocupação esta na medida que a ética estiver ausente. Nossos atos tomados com ética, possivelmente não haverá porque preocupar-nos, no entanto, nossos atos diários colocam em duvida o dia de amanhã.
Há outra máxima; ‘te ajuda que te ajudarei”, ou seja, o agir com ética é a medida do quanto estarei me ajudando e aos outros na certeza do amanhã. As leis da natureza existem, a cada infração existem as penalidades, a maior é a pena de morte.
Se pensarmos na Natureza como algo finito, ou seja, como um fenômeno frágil e esgotável, talvez se possam atenuar os crimes ambientais, coibindo a ação deletéria do homem sobre o ecossistema, pois tal ato é a condição necessária para se garantir a sobrevivência da espécie humana.