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domingo, 13 de abril de 2014

REFORMA DA EDUCAÇÃO PUBLICA NO BRASIL




No último dia 09 foi divulgada pelo senado brasileiro a conclusão a que chegaram acerca da qualidade da educação pública.
No link: http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2014/04/09/pais-precisa-de-novo-modelo-para-educacao-publica-dizem-especialistas, é possível acessar a notícia, todavia segue abaixo integra do que foi divulgado.

9/04/2014 - 18h25 Comissões - Financiamento da Educação - Atualizado em 09/04/2014 - 18h28
País precisa de novo modelo para educação pública, dizem especialistas
Novo Modelo para Educação Pública




André Amorim(E), Fernando Rezende; senador Cristovam Buarque; José Francisco Soares; e Binho Marques (D)

A necessidade de se definir um novo modelo para educação pública no Brasil foi defendida nesta quarta-feira (9), no Senado, em audiência pública da Comissão Especial de Financiamento da Educação. Os especialistas do setor que participaram da discussão divergiram sobre como deveria ser esse novo modelo, mas concordaram que o sistema atual não oferece qualidade de ensino suficiente para que o país dê um salto de desenvolvimento.
A comissão foi criada ano passado para buscar soluções que aumentem os recursos disponíveis para educação pública por todo o país. Para os convidados do debate desta quarta, os critérios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), responsável por distribuir entre estados e municípios recursos destinados constitucionalmente à educação, fazem com que o repasse de verbas seja desigual, o que acaba prejudicando a qualidade geral do ensino.
Segundo o professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fernando Rezende, o Fundeb não é capaz de corrigir disparidades regionais. Em sua opinião, é preciso “discutir a única reforma que foi esquecida nos últimos 20 anos: a reforma orçamentária”. Rezende ressaltou que não há como conseguir mais recursos para a educação, uma vez que o orçamento federal está cada vez mais apertado. A saída seria reformular as destinações já existentes.
As críticas ao Fundeb foram compartilhadas por André Amorim Alencar, representante da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Entre os problemas do fundo, ele destacou o fato de que somente o número de alunos matriculados nas escolas é levado em consideração na partilha de recursos  e não a qualidade do ensino da instituição.
Custo x resultado
Já o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do Ministério da Educação, José Francisco Soares, afirmou que o problema da educação pública atualmente não passa simplesmente pela falta de recursos, mas pela desigualdade na cobrança de resultados. Ele disse que os municípios de maior custo por aluno não apresentam necessariamente os melhores resultados educacionais.
— É importante dizer que a educação de qualidade tem concretização clara: a trajetória regular e o aprendizado. Temos municípios com custo alto por aluno, mas trajetórias e aprendizados muito ruins — lamentou José Francisco, sugerindo que se tenha um conteúdo mínimo a ser exigido de todas as escolas em todo país, independentemente de suas singularidades regionais.
O representante do MEC acrescentou ainda que uma mudança no sistema educacional deve levar em consideração os altos índices de evasão e repetência escolar, que respondem por 30% dos custos das escolas.
— O país ganharia muito se tivesse claramente uma definição da base nacional comum. Não é volume de recursos que, por si só, garante a qualidade do ensino, mas uma melhor definição dos papéis de cada ente federativo. Ate o papel do MEC precisa ser mais bem definido por lei — completou Binho Marques, secretário de articulação com os sistemas de Ensino do ministério.
Federalização
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), relator da comissão, defende a federalização da educação básica como mudança a ser adotada na educação pública, assim como a criação de uma carreira única para os professores, com salário inicial de R$ 9,5 mil. Além disso, o senador propõe que o ensino superior seja separado da educação pública geral, pois, segundo ele, o poder das universidades acaba por distorcer as ações do MEC em favor dessas instituições e em detrimento da educação básica.
O debate desta quarta-feira fez parte da série de audiências propostas por Cristovam para instruir seu relatório. Sua intenção é apresentar respostas para três questões fundamentais sobre o tema: qual o volume de recursos necessários para elevar a qualidade da educação brasileira ao nível dos melhores sistemas existentes no mundo, quais as possíveis fontes de recursos para seu financiamento e qual a melhor maneira de aplicar os recursos.
Na semana passada, especialistas convidados discutiram, entre outras questões, como elevar o desempenho dos estudantes brasileiros em testes internacionais. Na próxima quarta-feira (16), a comissão promove a última audiência pública antes de o relatório final ser apresentado.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

A COMISSÃO CHEGOU A SEGUINTE CONCLUSÃO: “...mas concordaram que o sistema atual não oferece qualidade de ensino suficiente para que o país dê um salto de desenvolvimento.

Falam da falta de recursos;
Falam da dificuldade em distribuir os poucos recursos;
Falam de que os municípios de maior custo por aluno não apresentam necessariamente os melhores resultados educacionais;
Falam de que o orçamento federal está cada vez mais apertado;
Falam da melhor definição dos papéis de cada ente federativo.
Falam que até o papel do MEC precisa ser mais bem definido por lei;
Falam em estabelecer a federalização da educação básica como mudança a ser adotada na educação pública, assim como a criação de uma carreira única para os professores, com salário inicial de R$ 9,5 mil.

Falam, falam, falam, falam...

Muito se fala e pouco se faz, assim é a reforma da educação pública no Brasil.
O orçamento federal está apertado,  porque a máquina está inchada e virulenta, como um bolsão de infecção prestes a explodir.

O poder executivo no Brasil é composto atualmente por 24 ministérios e 10 secretarias da presidência com status de ministério e cinco órgãos com status de ministério, inventaram tantas áreas quantas fossem suficientes para acomodar os “companheiros”, os recursos arrecadados através dos impostos absurdos são consumidos em grande parte pelo elefante branco chamado poder executivo.

Para falar em educação serão necessárias muitas reformas, a começar por reformar e enxugar a máquina administrativa e, não estou falando da corrupção entranhada e explicitada pelos julgamentos que findaram apontando para os membros que estão mamando há muitos anos e, outros que estão respondendo a processos.

Agora, como levar a sério educação no Brasil, se o governo está doente?, a reforma deve iniciar pela razão que move os políticos, deve iniciar pelo exemplo que devem dar ao povo brasileiro, falar em desenvolvimento não é só falar que o brasileiro consegue colocar um frango na mesa.

E preciso atitude.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A distinção entre “nós” e os “Outros”







O seres humanos sempre viveram em bandos, desde sua origem, somos nós (eu e meu bando) e os outros.

A competição “foi” e “é”, motivador humano, seja na busca de recursos, pela conquista e manutenção do poder, manutenção de ideologias que levam a guerra, conquista de melhores oportunidades de trabalho, manutenção do emprego, conquista de melhor salário, maior popularidade, quem conquista o maior número de parceiros amorosos (fiquei está na moda).

Sabemos que o que fala mais alto e supera qualquer ideologia é a necessidade de alimentar muitas bocas ao mesmo tempo, esta questão especifica fica para falar numa outra hora, falar será inevitável, a exploração do meio ambiente sem preocupação séria da sustentabilidade, nos levará a guerras na luta pela sobrevivência, a lutas por comida e agua.

Dentro da política de convivência, formamos grupos naturalmente e reagimos diferentemente e de acordo com o grupo e meio social que estivermos convivendo.

Sentir-se parte do grupo é essencial, já que sempre vivemos em bandos, a sensação de fazer parte é necessária para o bem-estar, sentir-se útil e necessário.

A sensação que sentimos quando percebemos que fazemos parte do grupo nos diferencia dos demais que fazem parte de outros grupos, ou seja, somos nós e os outros.

Nosso comportamento em relação aos outros é o que chamamos de reação natural, dado nossa habilidade de discriminação, de rotular, de categorizar, isto ocorre, porque desde sua origem o ser humano se obrigou a categorizar, separando aquilo que me faz bem, daquilo que me faz mal, aquilo que me oferece perigo, daquilo que me oferece prazer.

A categorização é aprendida desde nossos primeiros dias de vida, ao longo de nossa convivência familiar, ao longo de nossa educação escolar, é um grande processo que constrói e afeta nossa forma de avaliação e como vemos o mundo em que vivemos.
Inclusive, nos incluímos nesta ou naquela categoria, o que faz a diferença, que define nós e os outros, eu e você.

Dentro do grupo ainda há divisões de outros grupos, e a célula principal, aquele indivíduo que sou “eu”.

Como disse anteriormente, nosso comportamento se altera entre uma situação e outra, em determinado momento me vejo como pai, noutro como colega de trabalho, noutro como gerente, noutro como brasileiro, noutro como colorado, tudo depende do que seja relevante ou do que seja necessário para aquele momento parecendo ser mais simpático e agradável.

Na educação podemos perceber que existem vários grupos: grupo de professores, grupos de alunos, grupo da direção. A sensação de pertencimento é a categorização que o ser humano instintivamente constrói como forma de ver o mundo, neste caso o mundo educacional.

A competição existe de forma explicita e velada, seja entre professores, seja entre corpo diretivo, entre alunos, porem todos almejando mudança de posição dentro do grupo e até a mudança do grupo e categoria.

No mundo profissional, também é marcante a categorização e a sensação de pertencimento e discriminação.

O pertencimento no mundo profissional, depende inicialmente da personalidade construída pela direção ao que chama de empresa, é quando fica clara a filosofia da empresa com sua coerência nas atitudes frente ao público interno e ao publico externo.

Na construção da personalidade da empresa, a figura nasce a partir das atitudes da direção, e na construção da ideia de que todos os colaboradores possuem alguma coisa em comum conosco.

Emocionalmente os colaboradores precisam estar envolvidos, mais ou menos como a regrinha de memorização, “com emoção há memorização, sem emoção “não”.

É evidente que podemos não gostar de todos os componentes do grupo, porem a competição positiva, dependerá do envolvimento e da sensação de pertencimento, da visão objetiva, das expectativas de progresso, do retorno imediato e a curto prazo dos resultados que esteja alcançando, dissipando as antipatias naturais dentre membros que não simpatizamos que porventura tenham obtido maior êxito.

As antipatias dentre membros do mesmo grupo, geram outros grupos, que chamamos de “panelinhas”, coisa que ocorre em todo lugar.

Procurar entender as funções e atribuições dos outros dentro do grupo é importantíssimo, pois descontrói a impressão que temos acerca das nossas funções serem muitos mais complexas que a dos outros, o que pensar assim é natural.

A identidade da empresa (neste caso pode ser até uma escola), influencia a forma como nos sentimos, como vemos a nós mesmos, influencia em nosso comportamento e até em nosso desempenho.

Um recado, as coisas não são tão difíceis de entender, a distinção entre grupos é acionada simplesmente pela sensação de pertencer ao grupo, esta sensação que aciona sua afinidade, a construção da afinidade sofre com a divisão dentro do mesmo grupo.

Já vi empresas fomentarem atitudes e hábitos existentes em outras empresas, deixando de fomentar a identificação do grupo a qual construiu, é necessário salientar a cultura corporativa que ela é distinta.

Lembro de ouvir alguém da alta direção a todo momento afirmar que na empresa “B” é assim que trabalham, que na empresa “C” é assado, ora aproveitar ideias é uma coisa, construir um frankenstein é outra realidade que não a nossa, virtualizando tanto a forma de interpretação dominante com a forma resultado.

Como estrutura de comunicação não é idêntica nem com a realidade a que se refere, nem com o repertório de disposições de seu possível receptor, pois virtualiza tanto a forma de interpretação dominante da realidade, com que cria seu repertório, quanto o repertório das normas e valores de seu possível receptor. A não identidade da ficção com o mundo, assim como da ficção com o receptor e a condição constitutiva de seu caráter de comunicação. (Lima, 1979:105)

A ideia do frankenstein empresarial é tão absurda, que ao imaginar a comparação entre empresas de portes diferentes, filosofias, objetivos, atitudes dos sócios, pode terminar em dissolução do grupo no que tange a construção da identidade, não havendo identidade não há coisas em comum, ou será que a falta de identidade é algo em comum?

Neste caso, não havendo a distinção entre nós e os outros, distinção que é oriunda da identidade, leva as decisões para o foro individualista, discriminando em favor do benefício próprio, não levando em consideração o agir pelo bem maior que é o sucesso da empresa.

O trabalho em conjunto, é resultado da identificação de cada um com a filosofia da empresa, os colaboradores ajudam uns aos outros, esquecem a discriminação entre si, reforçando os fatores positivos em comum.



Referências Bibliográficas

LIMA, Luis Carlos (org.). A 1iteratura e leitor. Textos da Estética da Recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
--. Teoria da 1iteratura em suas fontes. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983, 2 vol.
MLODINOW, Leonard. Subliminar. Como o Inconsciente Influencia Nossas Vidas. Rio de Janeiro: Zahar, 2013