Pesquisar este blog

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Resenha do livro “A Arte de Ter Razão” de Schopenhauer, como vencer no debate das tretas

É um livro clássico, escrito a cerca 180 anos, muitíssimo atual, é um livro de cabeceira de muitos profissionais como advogados, formando de direito, políticos, PNL- Programação Neurolinguística, comunicação social, marqueteiros e outros que procuram estar a par das estratégias para vencer no debate principalmente que envolvam tretas e precisem vencer debates a qualquer custo, quem lê pode ter a impressão de que o manual seja exagerado, será? É óbvio que pessoas movidas apenas pelo interesse pessoal e a conquista a qualquer preço de seus objetivos não são pessoas que se possa admirar, no entanto, em nosso mundo atual onde os valores estão se deteriorando, está se tornando comum aplaudirem e darem palanque para discursos pelo menos apelativos e populistas, tudo funcionando numa densa cortina de fumaça, isto não faz nenhum bem para a sociedade, as bases de uma convivência social está sendo destruída culminando num ceticismo social.

O manual foi escrito pelo filosofo alemão Arthur Schopenhauer(1788-1860), ficou inconcluso e foi publicado postumamente por Julius Frauenstädt, mesmo inconcluso o manual tem muito a nos falar a respeito dos esquemas de argumentação maliciosa ou falaciosa, esta obra dedica-se a trazer à tona a Dialética Erística, ou simplesmente erística, ou seja, ela trata da técnica argumentativa utilizada para vencer um debate a qualquer custo, Schopenhauer brilhantemente associou a dialética á erística, resultando numa forma de argumentação que independe da verdade, coisa que estamos acostumados ao ouvir muitos discursos ou até mesmo em nosso cotidiano utilizado em alguma discussão onde cada um puxa a brasa para seu assado independente de quem tenha razão.

O Autor é mais conhecido pela sua obra principal "O mundo como vontade e representação", um livro que também veio para fazer história e tem até hoje o reconhecimento no mundo inteiro, é outra ótima leitura, tem muito a nos ensinar, tem um olhar diferenciado acerca daquilo que move nossos interesses.

 

Sinopse:

 

Neste livro, também conhecido como “38 estratégias para vencer qualquer debate”, Schopenhauer apresenta uma brilhante, polêmica e bem-sucedida argumentação sobre como vencer um debate sem ter razão.


Mestre da filosofia satírica, o autor conduz o leitor com genialidade entre dois domínios adversários: da dialética erística (a arte de vencer um debate sem precisar estar do lado da verdade) à filosofia.

 

O filósofo não estava preocupado apenas com a capacidade retórica de defender de forma inteligente seus próprios argumentos, mas principalmente com a compreensão das estratégias adotadas pelos parceiros de debate. Com o fim, sobretudo, de defesa da verdade contra os erísticos trapaceiros, bem como com o de denunciar, ironicamente, seu comportamento.

Schopenhauer escreveu A arte de ter razão – cuja leitura é uma porta de entrada privilegiada, e de grande valor atual, à sua filosofia – de modo muito divertido e convincente, baseado em 38 estratagemas capazes de conduzir uma verdadeira esgrima intelectual, de forma a, no final, realmente produzir sucesso aos olhos da plateia.

A obra está dividida em 40 capítulos, 1. A Dialética erística, 2. Base de toda e dialética e 38 estratagemas ou dicas que seriam as formas de agir perante ao embate dialético discursivo com interesse e o desejo do poder.

 

Alguns exemplos para despertar o interesse na leitura:

 

Estratagema 8

Suscitar a cólera do adversário, pois, encolerizado, ele não está em condições de julgar corretamente e perceber sua vantagem. Provoca-se sua cólera fazendo-lhe injustiça abertamente, assediando-o e sendo, de modo geral, insolente.

 

Estratagema 10

Quando notamos que o adversário deliberadamente dá respostas negativas para perguntas cujas afirmativas seriam necessárias para nossa tese, devemos perguntar o oposto da tese de que queremos nos servir, como se a quiséssemos ver afirmada; ou, pelo menos, devíamos lhe apresentar ambas para escolher, de forma que ele não perceba qual tese queremos que ele afirme.

 

Estratagema 14

Um truque insolente é quando, depois de o adversário responder a várias perguntas sem que suas respostas satisfaçam a conclusão que tínhamos em mente, nós apresentamos e proclamamos triunfalmente como demonstrada a conclusão que queríamos obter, embora ela não se siga daquelas respostas. Se o adversário é tímido ou estúpido, e o outro lado tem bastante descaramento e uma boa voz, isso pode muito bem ter sucesso. O estratagema pertence à fallacia causae ut causae [engano por assumir uma não razão como razão].

 

Estratagema 27

Se o adversário se irrita inesperadamente diante de um argumento, é preciso insistir nesse argumento com mais fervor ainda: não só porque é bom enfurece-lo, mas porque é de supor que tenhamos tocado no ponto fraco de sua linha de pensamento e que talvez devamos atacá-lo, nesse ponto, ainda mais do que podíamos crer num primeiro momento.


O livro é um verdadeiro compêndio de estratégias de lógica e argumentação que podem e são usados em um discurso, debate, questionamento, tal como nosso atual presidente usou em uma destas entrevistas quando foi questionado, ele disse “Eu não sou coveiro” ou “pergunta pra sua mãe”… Essas respostas são erísticas, e são utilizadas com firme intenção de fugir da pergunta, ele e a maioria das pessoas que se sintam acuados lançam mão de algo absurdo, na verdade é uma reposta evasiva e sem sentido, mas não é uma resposta aleatória, improvisada ou sem sua lógica do absurdo, ela foi pensada eristicamente, o oponente ou o perguntador acaba perdendo o foco e a discussão pode ser encaminhada para qualquer lado, como disse anteriormente o absurdo é uma cortina de fumaça onde ninguém enxerga ninguém, a não ser aquele que lançou mão do artifício e acaba correndo em direção da porta de saída, enfim a leitura é muito interessante e flagrantemente utilizada em nosso cotidiano, num ou noutro estratagema é possível que nos vejamos lançando mão, após a leitura podemos até pensar que há muita sinceridade no que ali esta escrito.

 

Fonte:

Schopenhauer, Arthur, 1788-1860. A arte de ter razão: 38 estratagemas / Arthur Schopenhauer; tradução de Milton Camargo Mota. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2017. – (Vozes de Bolso)

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Avaliadores de Trabalhos Cientificos na Femuci na cidade de Esteio.

A tarde desta quinta-feira foi em prol da avaliação de trabalhos apresentados na 29ª Femuci - Feira Municipal de Ciências e Ideias da Cidade de Esteio realizados por alunos das escolas municipais, uma tarde de primavera, muito proveitosa e interessante, desta vez o local da Femuci foi dentro dos pavilhões de agricultura familiar da Expointer, um belo espaço, propicio e adequado ao momento que exige adequação aos protocolos sanitários, tudo muito bem planejado.

A feira é um dos momentos em que os alunos experimentam uma oportunidade para exercitarem sua oralidade, aprenderem de uma forma diferente, demonstrarem o que aprenderam na sala de aula, utilizando sua criatividade e curiosidade, aliando aspectos lúdicos ao científico, por todos este motivos devemos incentivar a realização da feira de ciências, é sem duvida uma ferramenta educacional.



Foram muitas ideias e todas apresentadas com muita expectativa, os estudantes estavam em seus postos ansiosos nesta oportunidade de apresentar seus trabalhos ao publico em geral, a mim coube avaliação de cinco trabalhos, cada um de escolas diferentes, sem duvida foi mais uma oportunidade que tivemos em fazer este intercâmbio junto a estas mentes jovens sedentas pelo conhecimento científico, diante do entusiasmo dos estudantes, ficou difícil ser objetivo e não exceder ao tempo recomendável, de fato foi uma ótima tarde.


Os temas apresentados nos trabalhos científicos, foram temas atuais e observamos que foram bem construidos, abrangendo temas como "Deepweb e os perigos da internet", "Viroses cujos hospedeiros são animais", "Fake news"," TDAH - Mentes inquietas", "A origem do jeans", além de sua importância intrínseca pela iniciativa, o alcance dos trabalhos abrangem a sociedade quando eles entram em discussão e debates com o publico em geral, neste momento em que há o intercâmbio é dado um passo importante em prol do esclarecimento e dissipação de "achometros" que poluem a opinião e pensamentos equivocados, os alunos são pontos importantes de contato com suas famílias e a sociedade que esta ali presente aberta ao conhecimento.
 
 
Feiras de ciências também são oportunidades para garimpar talentos dentro das escolas, cabe a nós incentivar e estimular a iniciação científica, nosso país precisa muito destas mentes trabalhando, é a partir destas oportunidades que estes jovens são motivados a seguirem em frente no trabalho científico e no futuro capazes de resolverem problemas que ainda vamos buscar solução fora daqui.

 





quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és! E Aristóteles com isto?

Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és!

O provérbio popular bastante conhecido, "Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és", é um proverbio que nos remete a amizade, remete aos laços entre companheiros que costumam partilhar momentos em comum, provavelmente a maioria das pessoas dirá que na companhia destas pessoas sabemos para onde está se dirigindo em sua vida, há verdade nisso, mas não contém toda a verdade, pois dentro de cada um habita um ser único e original, cada um caminha em seu caminho fazendo suas escolhas, no entanto, nesta individualidade é necessário e até imprescindível a presença do outro. Aristóteles diria que a amizade é condição de felicidade e uma das virtudes necessárias à vida, ele denomina por “philia”, que seria simpatia, amor que se expande em partilha e companheirismo, uma convivência intima, benéfica e agradável, dando sentido à vida, tornando-a bela, boa e digna de ser vivida, ninguém vive sem amigos, para o bem e para o mal, a necessidade de conviver está na natureza do ser humano.

Gostamos da companhia de pessoas para conversar, passear, pela simples companhia e presença, nem que seja para segurar nossas vidas em momentos difíceis, a companhia com que andamos na maioria das vezes revela nosso estilo de vida, nossas preferências e gostos, dizem muito de nosso caráter, as coisas acontecem pela afinidade, a convivência além de aproximar pode unir ideais de vida, seja em prol de um ou de muitos vivendo momentos difíceis.

Vivemos em comunidade, e por isto prescindimos da amizade do outro, principalmente nestes momentos de aflição em que o mundo está vivendo, são tantas as incertezas que agora mais do que nunca é preciso ter o coração leve para poder aliviar a aflição de alguém, à medida que a humanidade vai superando a doença que afligiu e suprimiu vidas, ficou um rastro de destruição e maiores são as necessidades, neste momento é que as amizades se farão necessárias e imprescindíveis, o mundo ficou mais pobre, os efeitos negativos ainda não foram sentidos plenamente, estejamos preparados.

A comunidade é uma gigantesca e maravilhosa rede de relações, crescemos pelos atos de relações, estas relações é que nos fazem seguir em frente e a cada dia nos faz recomeçar, o ser humano para ser humanizado se entrega diariamente nesta luta pelo reconhecimento e ligação com o outro e a pertença do todo, damos e esperamos receber em troca pelo menos o olhar silencioso do outro, e quando não surge a pertença, a vida se torna doida, nos decepcionamos, enraivecemos, no entanto isto também faz parte deste processo de humanização, a amizade é a liga nas relações é a parte mais importante no convívio diário, a reciprocidade o objetivo para a plenitude da comunidade.

A reciprocidade é a essência da amizade, seu significado ético está na convivência, partilha com pessoas que são seres naturalmente comunitários, Aristóteles tem muito mais a dizer a respeito da amizade, ele vê a amizade como uma virtude, uma disposição interior, um costume ou hábito que aperfeiçoa nós seres humanos, nos tornando capazes de agir em direção ao bem e a excelência, é através da amizade virtuosa que o ser humano se aperfeiçoa no mais íntimo de seu ser, o amigo é um outro eu! Agora é hora de vermos que são amigos ou só companheiros dos prazeres ou utilidades, agora é hora de vermos quem de verdade está unido pelo coração, é hora de ver quem está guardado debaixo de sete chaves dentro do coração!

Música “Canção Da América” por Milton Nascimento:

Video youtube:


https://www.youtube.com/watch?v=OlcQE4NeXow

 

Canção Da América (Unencounter)

Milton Nascimento

Amigo é coisa pra se guardar

Debaixo de sete chaves

Dentro do coração

Assim falava a canção que na América ouvi

Mas quem cantava chorou

Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou

Com seu canto que o outro lembrou

E quem voou, no pensamento ficou

Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar

No lado esquerdo do peito

Mesmo que o tempo e a distância digam "não"

Mesmo esquecendo a canção

O que importa é ouvir

A voz que vem do coração

Pois seja o que vier (seja o que vier)

Venha o que vier (venha o que vier)

Qualquer dia, amigo, eu volto

A te encontrar

Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar

Seja o que vier (seja o que vier)

Venha o que vier (venha o que vier)

Qualquer dia, amigo, eu volto

A te encontrar

Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar

 

Fonte: LyricFind

Compositores: Fernando Brant / Milton Nascimento

Letra de Canção Da América (Unencounter) © Sony/ATV Music Publishing LLC,

Tratore