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terça-feira, 15 de março de 2022

Caraca, a vida continua, vamos socializar



Estamos aos poucos retornando ao convívio social, ainda receosos em manter contato direto, sabemos que a vacina por si só não é suficiente para nos proteger do vírus que ainda está presente em todo o lugar e matando muita gente, desta maneira ainda estamos vivenciando uma reclusão social de corpo presente, com a mente o tempo todo patrulhando as situações de risco, afinal para muita gente os óbitos não são apenas dados estatísticos, nada disto é bom para a nossa saúde mental, todo o dia é dia de desafios.

Somos seres humanos, somos seres que essencialmente somos seres sociais, seres que adoram socializar, e por isto a humanidade viu no convívio em grupo uma maneira de sobreviver e vencer a todos desafios, não é a toa que nossa espécie prosperou, prosperou e prospera socializando.

Este período de reclusão e distanciamento social mexeu com nossas mentes, sabemos o quão difícil e ameaçador é manter o isolamento social, principalmente para seres acostumados a socializar, como latinos temos muito acentuada a necessidade do contato físico, o impedimento deste contato físico nos soou como uma ameaça a existência de nossa própria espécie, como forma de superação nestes anos de distanciamento fomos obrigados a usar as redes sociais para amenizar este distanciamento físico, combater a solidão e o isolamento foram e sempre serão as maiores ameaças para nossa espécie, a depressão é um fantasma que assola a sociedade mesmo em tempos de convivência social física, estes anos foram agravantes para este mal destruidor de sociedades.

Caraca, a vida continua, vamos socializar, vamos injetar o antídoto da socialização nesta sociedade que clama por atenção e pela cura contra a depressão, não podemos deixar de seguir em frente intimidados pelo medo que ocupou muitos lugares nas mentes de muitas pessoas, precisamos é aprender a viver neste nosso novo normal.

A roda de chimarrão é um bom momento para socializar, no entanto neste novo normal é cada um com sua cuia, mas a presença é o mais importante, a presença é aquele calor humano sem igual. 

Vamos sair para o mundo, vamos socializar, ele, o mundo, está vivinho nos esperando, nada de deixar a vida me levar, o refrão é bacana só na música do Zeca Pagodinho “deixa a vida me levar, vida leva eu...”, isto é uma fria.

Prefiro o Geraldo Vandré: “Vem vamos embora / esperar não é saber / quem sabe faz a hora / não espera acontecer...” Pra não dizer que não falei das flores – Geraldo Vandré

Vídeo com a música: https://www.youtube.com/watch?v=gIkNlSnTm2E

Vamos conversar e interagir com as pessoas, isto é bom para nós e os outros, aprender a ouvir é tão bom ou melhor que falar, nossa saúde mental agradece, a falta de noção e imprudência em se falar mais do que ouvir levam os supostos sincerões a dizer coisas que mais soam como grosserias, a lacuna destes últimos anos em que as pessoas deixaram de socializar causou alguma perda de noção, muitos perderam o jeito e cometem sincericídios, palavra esta criada pelo psiquiatra Dr. Nélio Trombini quando se refere a pessoas imprudentes que falam mais do que ouvem, afirmam inadvertidamente a pessoa que não vê a algum tempo coisas como: “como você envelheceu!”, “como você esta gorda”, e etc, alguns até acham que sinceridade é saudável, mas cá entre nós, nem todos estão preparados para ouvir qualquer coisa a qualquer momento, muitas bobagens saem boca fora, geralmente numa repetição desenfreada fruto de alguma fantasia ideológica, inclusive até a vacina que salva vidas é alvo da extrapolação e falta de noção.

Falando sério, mais sério ainda, seguir em frente só está sendo possível porque as pessoas resolveram ser vacinadas, muita gente que ficou pelo caminho foi porque ainda não tinha vacina disponível, orávamos para a vacina fosse disponibilizada o quanto antes, agora temos a disposição, no entanto temos entre nós pessoas que duvidam da eficácia e arriscam sua vida e a vida dos outros no negacionismo mortal. As pessoas em sua maioria agem conforme o que Weber afirmou em seus estudos, que a sociedade não é algo exterior e superior aos indivíduos, como para Durkheim. Para ele é qualquer ação que o indivíduo pratica orientando-se pela ação de outros, isto vale tanto para quem decidiu tomar a vacina quanto para quem decidiu não tomar a vacina, a diferença está em dar ouvidos para os cientistas ou nas ideologias de plantão?. Em nome da tal liberdade irracional muita gente resolveu contrariar o bom senso e empacou, não se vacinou, no entanto em nome do bem coletivo o tema foi parar no STF e firmaram seu posicionamento quanto a obrigatoriedade da vacinação compulsória, mais uma vez ouvimos a voz de Durkheim, a sociedade para se proteger deve ter normas ou regras de conduta, elas foram criadas pela sociedade e já existem fora dos indivíduos quando eles nascem, por isto devem ser coercitivos, porque essas ideias, normas e regras devem ser seguidas pelos membros da sociedade. Se alguém desobedece a elas, é punido pelo resto do grupo, mesmo assim no caso como o da pandemia, a teimosia poderá custar a vida dele mesmo assim como a vida das demais pessoas, a punição não será o impedimento de viajar ou de entrar num restaurante, mas a perda de vidas.

Caraca, vamos socializar com o bom senso daqueles que dão ouvidos a voz da ciência, afinal o desenvolvimento a qual pudemos chegar é fruto de muito estudo e trabalho de anos e anos, ideologias são apenas ilusões passageiras e muitas fora da realidade.

 

 

quinta-feira, 10 de março de 2022

Meditações de Marco Aurélio


Marco Aurélio (121-180 DC) foi um homem singular no seu tempo: filósofo, guerreiro e imperador, escreveu seus pensamentos e suas meditações endereçados a si mesmo, a obra é composta de 12 livros das Meditações escritos em grego, produzido como fonte de sua própria orientação e melhorar como pessoa, muito do escreveu tem um fundo estoico na tentativa de controlar suas emoções e suas paixões, de habilidades, as quais, libertariam o homem das dores e dos prazeres do universo material. A única maneira de um homem ser atingido pelos outros seria se ele permitisse que sua reação tomasse conta de si mesmo. Marco Aurélio demonstra qualquer fé religiosa em particular nos seus escritos, mas parecia acreditar que algum tipo de força lógica e benevolente organizasse o universo de tal maneira que até mesmo os acontecimentos "ruins" ocorressem para o bem do todo.

Suas Memórias estão muito além da filosofia, o livro também é uma aula sobre história. Principalmente sobre mitologia grega. Citações incluem, por exemplo, as moiras (Cloto, Láquesis e Átropos), numa analogia linda sobre a vida, com cada uma das irmãs responsáveis por uma parte do fio da vida (início, meio e fim), "Nona" (Cloto), "Décima" (Láquesis) e "Morta" (Átropos). Nona tece o fio da vida, Décima cuida de sua extensão e caminho, Morta corta o fio.

Os temas que foram alvo de seus estudos são: a vida feliz, aceitar a morte, não esquecer do “presente” e da natureza, prezar pela paz e tranquilidade, questionar a fama e atos heroicos (vaidade?).

Sobre a vaidade: “[...]E para concluir esta reflexão: o que seria até mesmo uma memória eterna? Mera vaidade, nada”.

Sobre o excesso de ocupação: “'Ocupe-se de poucas coisas', aconselha o filósofo, 'se quiser viver tranquilo'”.

E finalmente, uma frase que cai bem nos dias de hoje, sobre olhar para a vida dos outros: “[...] não desvie seu olhar para as depravações morais daqueles que o cercam, mas foca todo o seu ser em seguir adiante, pela via reta”.

 

Algumas de suas frases fruto de suas Meditações:

 

“A nossa vida é aquilo que os nossos pensamentos fizerem dela.”

 

“Nada de desgosto, nem de desânimo; se acabas de fracassar, recomeça.”

 

“Muitas vezes erra não apenas quem faz, mas também quem deixa de fazer alguma coisa.”

 

“A maior parte das coisas que dizemos e fazemos não é necessária; quem as eliminar da própria vida será mais tranquilo e sereno.”

 

“Mais penosas são as consequências da ira do que as suas causas.”

 

“O valor de um homem é apenas tão elevado como o valor das suas ambições.”

 

“Se não estiver certo, não faça, se não for verdade, não diga.”; ou seja, não fale mentiras, não faça nada que seja injusto com quer que seja e não se preocupe se as pessoas o reconhecem por isso, desconsidere a maledicência dos outros.

 

“Faça tudo como se fosse a última coisa que você faz na vida e pare de ficar sem rumo, pare de deixar suas emoções anularem o que sua mente lhe diz.”, ou seja, limpe seus pensamentos inoportunos e desnecessários e não deixe suas emoções se projetarem para o futuro, gerando preocupações para si mesmo, domine seus pensamentos e os concentre no presente, em fazer o que está à sua frente, não se ocupe daquilo que ainda não aconteceu e não está na sua frente, a não ser que faça parte de um planejamento bem elaborado.

Fonte: Aurélio Marco, Meditações. Texto Integral. Tradução Alex Marins, Editora Martin Claret, 2002 São Paulo/SP