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sábado, 5 de setembro de 2020

SETEMBRO AMARELO – Suicídio um problema de saúde publica

 


Falar de morte já é muito difícil. Que dirá falar da morte, escolhida por algumas pessoas, como alternativa à vida, como a morte voluntária de alguém?. O assunto não deve ser evitado como muitos o tratam como tabu, a falta de informação pode ser um dos fatores do pouco caso que dão para o assunto, as estatísticas mostram que o suicídio tem crescido nas mais diferentes faixas etárias, e os índices entre jovens e idosos chamam a atenção.

Diante da importância do assunto são realizadas campanhas para combate as causas do suicídio, dentre as campanhas foi criada a do “Setembro Amarelo.“

O Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Durante o mês de setembro, costuma-se iluminar locais públicos com a cor amarela. A ideia é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio e divulgar o tema alertando a população sobre a importância de sua discussão.

A Origem do “Setembro Amarelo” é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Segundo a Associação Catarinense de Psiquiatria, a cor da campanha foi adotada por causa da história que a inspirou:

“Em 1994, um jovem americano de apenas 17 anos, chamado Mike Emme, tirou a própria vida em seu mustang 1968 amarelo. Seus amigos e familiares distribuíram no funeral cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio para pessoas que estivessem enfrentando o mesmo desespero de Mike, e a mensagem foi se espelhando mundo afora.

O carro era um Mustang 68 hardtop, completamente restaurado pelo próprio Mike e pintado na cor amarelo brilhante. Os pais de Mike, Dale Emme e Darlene Emme, iniciaram a campanha do programa de prevenção do suicídio "fita amarela", ou "yellow ribbon", em inglês.


Mustang 68 hardtop

No Brasil, o suicídio é considerado um problema de saúde pública e sua ocorrência tem aumentado muito entre jovens. De acordo com números oficiais, 32 brasileiros tiram a própria vida por dia em média, causando mais mortes que a AIDS e a maioria dos tipos de câncer. De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2014, o Brasil está em oitavo dentre os países com maior número de suicídios, atrás de Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão.

O Rio Grande do Sul tem a maior taxa, com 10,2 suicídios por cem mil habitantes:



Suicídios no Brasil por 100 mil habitantes em 2013

Unidades federativas por taxa de suicídios (por 100 mil hab.) (dados de 2013)


Unidade federativa

Taxa

Rio Grande do Sul

10,18

Mato Grosso do Sul

8,66

Santa Catarina

8,58

Piauí

7,19

Roraima

6,76

Ceará

6,68

[...]

25º

Pará

2,79

26º

Bahia

2,78

27º

Rio de Janeiro

1,36

Fonte: deepask

 

No mundo, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e a sétima causa de morte de crianças entre 10 e 14 anos de idade. A OMS também afirma que o suicídio tem prevenção em 90% dos casos

Alguns mitos sobre o suicídio

Segundo o psicólogo paulista Yuri Busin:[9]

  • As pessoas, que, ameaçam se matar, estão apenas querendo chamar a atenção”. Falso, pois a pessoa pode sim estar passando por um período difícil de sua vida e estar solicitando ajuda. Toda e qualquer ameaça a de suicídio deve ser levada a sério.
  • O suicídio acontece sem aviso”. Falso. Apesar de muitos pensarem ser um ato impulsivo, isso nem sempre é verdade. Muitas pessoas pensam em suicídio constantemente. Além disso, muitos suicidas comunicam seu sofrimento diariamente a outras pessoas.
  • O suicídio só acontece com os outros.Falso. O suicídio pode ocorrer com quaisquer pessoas que estejam em um alto grau de sofrimento. Aqui vale lembrar que o sofrimento independe de dinheiro, classe social, etc…
  • Uma pessoa que tentou cometer suicídio uma vez, não voltará a tentar.Falso. Na verdade, as tentativas de suicídio são um indicador de que o suicídio pode realmente ocorrer.

 


O suicídio é um fato social que ocorre, com maior ou menor intensidade, em todos os países e afeta indivíduos de todas as regiões, culturas, religiões, gerações, gêneros, raças, classes, etc. O sociólogo francês Émile Durkheim realizou um estudo sociológico sobre o assunto, escrevendo o livro clássico sobre o suicídio, em 1897, onde define 4 tipos de suicídio:

1) Egoísta: reflete um prolongado senso de não-pertencimento, de não estar socialmente integrado em uma comunidade. Resulta do senso que o suicida tem de total desconexão. Esta ausência pode levar à falta de sentido da vida, apatia, melancolia e depressão;

2) Altruísta: caracterizado por um senso de estar totalmente absorvido pelos objetivos e crenças de um grupo;

3) Anômico: reflete a confusão moral de um indivíduo, e a ausência de direção social, que são relacionados a distúrbios sociais e econômicos dramáticos;

4) Fatalista: ocorre quando uma pessoa é excessivamente regulada, quando seus futuros são impiedosamente bloqueados, e as paixões violentamente estranguladas por disciplina opressiva.

De fato, como mostra a tabela acima, as estatísticas indicam que as maiores taxas de suicídio do mundo ocorrem em países com condições sociais, econômicas e culturais incrivelmente diversos. Entre os países com as maiores taxas estão países de clima frio e que fizeram parte da antiga URSS, como Lituânia (31,9 por 100 mil), Rússia (31 por 100 mil) e Bielo Rússia (26,2 por 100 mil. Mas também aparecem dois países de clima quente da América do Sul: Guiana (29,2 por 100 mil) e Suriname (22,8 por 100 mil).

O Japão que é um país idoso e muito citado quando se fala em suicídio aparece em 14º lugar no ranking global, com taxa de 18,5 mortes por 100 mil habitantes.

O Chile é um outro país muito citado, pois segundo a “fábrica de Fake News da Internet”, possui uma taxa muito elevada suicídios anômicos que ocorrem devido às políticas neoliberais que fizeram uma reforma da previdência desfavorável aos idosos. Contudo, essa explicação simplista não resiste ao fato de que a taxa de suicídio do Chile é de 10,6 por 100 mil não está entre as mais altas do mundo e coloca o país sul-americano no 57º lugar no ranking global.

Por exemplo, a taxa do Chile é bem menor do que a de Cuba, pois o país que é considerado um pilar do antineoliberalismo e que, em tese, possui um amplo sistema de proteção social, apresentou uma taxa de suicídio de 13,9 mortes por 100 mil habitantes, ficando em 34º lugar no ranking global.

O Brasil com taxa de 6,5 suicídios por 100 mil habitantes ficou em 106º lugar no ranking global em 2016. No total, segundo o Datasus, o número de suicídios foi de 11.433 mortes em 2016, o que dá 31,3 suicídios por dia ou 1,3 suicídio por hora. Portanto, embora a taxa seja baixa o número absoluto é bastante significativo e tem aumentado nos últimos anos, pois houve “apenas” 6.780 no ano 2000. Entre 1996 e 2016 o número de suicídios acumulados no Brasil foi de 183.48 mortes.

Embora o Brasil esteja em 106º lugar no ranking de suicídios do mundo, há a preocupação com os níveis de depressão e a saúde mental da população, que tendem a transformar as lesões letais autoprovocadas em epidemia e grave problema de saúde pública.

Estamos cientes que se trata, sem dúvida, de um tema que ultrapassa os limites de um único campo do conhecimento, mas, do ponto de vista sociológico, o texto de 1897 de Durkheim é um exemplo de integração de teoria e dados, o estudo realizado por Durkheim ainda é de enorme relevância diante dos resultados obtidos e pelo pioneirismo.

Atualmente contamos com melhores estatísticas e com o desenvolvimento de análises quantitativas não existentes na época em que Durkheim realizou a sua pesquisa, podemos e devemos ter outros olhares oriundos de outros campos do conhecimento.

 

Fontes:

DURKHEIM, Émile. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

https://revistapesquisa.fapesp.br/juventude-extraviada/

https://www.ecodebate.com.br/2019/02/01/as-taxas-de-suicidio-no-mundo-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Setembro_Amarelo

https://www.scielosp.org/article/csp/1998.v14n1/7-34/

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Dia de Santo Agostinho - Filósofo e Teólogo - padroeiro dos teólogos dos impressores e até dos cervejeiros

 

“É preciso compreender para crer, e crer para compreender.”

Começamos bem! Começamos com um pensamento de Agostinho que dá a liga entre a filosofia e a teologia, ele foi um dos filósofos da época medieval que desejava unir dois conceitos distintos: fé e razão. Dessa forma, para ele, só haveria entendimento sobre o mundo se fosse possível crer em um ser divino que o criou, que deu ao ser humano o poder de ser racional e desenvolver ideias.

A densidade da obra de Santo Agostinho é imensa indo além do preconceito de que trata apenas de assuntos religiosos, sua obra é tida como patrimônio universal. Dada a sua importância, mesmo aqueles que não professam a fé cristã, o têm em grande estima, tanto por seu valor filosófico como por seu valor literário.

Desde o momento que o professor José Luiz Novaes (IPA/2006) me apresentou a filosofia de Santo Agostinho me interessei pelas obras e inicialmente li “Confissões”, a partir daí me senti agostiniano, não deixo de ler algum trecho de suas obras, sinto que lá tem encaixe para muito do que vivemos. 

Agostinho fala muito ao homem atual, sua linguagem, seu modo de ser e de se colocar, torna sua filosofia muito atual. Ele fala ao coração das pessoas, a carência de afeto e a necessidade de segurança que a sociedade de hoje sente falta.

As Confissões e A Cidade de Deus (principais obras) são tidas como obras-modelo por biógrafos, teólogos, historiadores, filósofos e autores diversos.

 

Santo Agostinho narra sua história de conversão no livro Confissões. Enquanto estava sentado embaixo de uma árvore, ele ouviu uma voz que dizia: “Toma e lê”. Foi então que Santo Agostinho, ao ler Romanos 13.13-14, converteu-se definitivamente ao cristianismo.

Padroeiro dos cervejeiros
 

Santo Agostinho nasceu provavelmente em 13 de novembro de 354 (354-430), em Tagaste, na Numídia, atual Souk Ahrais, na Argélia. Filho de Patrício e de Santa Mônica, Santo Agostinho tinha dois irmãos, Navílio e Perpétua.

A corrente filosófica que Agostinho seguiu e defendeu com dedicação é a Patrística, suas principais obras são Confissões; Cidade de Deus; Sobre a Doutrina Cristã; Sobre a Trindade.

A “Patrística” é a denominação para a filosofia cristã formulada pelos padres da Igreja nos primeiros cinco séculos de nossa era, buscando combater a descrença e o paganismo por meio de uma apologética da nova religião, calcando-se freq. em argumentos e conceitos procedentes da filosofia grega.

Ler “Confissões” é prazeroso, a leitura flui com leveza, mas com seriedade, pincei duas amostras para degustação, são trechos de dois capítulos, um trata da memória e outro sobre o tempo.

Capitulo 8 – Palácios da Memória

“Quando lá entro mando comparecer diante de mim todas as imagens que quero. Umas apresentam-se imediatamente, outras fazem-me esperar por mais tempo, até serem extraídas, por assim dizer, de certos receptáculos ainda mais recônditos. Outras irrompem aos turbilhões e, enquanto se pede e se procura uma outra, saltam para o meio, como que a dizerem: "Não seremos nós?" Eu, então, com a mão do espírito, afasto-as do rosto da memória, até que se desanuvie o que quero e do seu esconderijo a imagem apareça à vista.”

Capitulo 14 – O que é o tempo?

“O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém mo perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.”

Biografia

Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta (hoje Suk Ahras), na Argélia. Estudou retórica em Cartago e seguiu várias linhas filosóficas, como de início o maniqueísmo, corrente baseada no conflito entre o bem e o mal, e o ceticismo. Ao ler a vida de António do Deserto, de Atanásio de Alexandria, Agostinho decide se converter ao cristianismo católico e abandonar toda sua antiga vida de conforto e hedonismo para servir a Deus. A conversão de Agostinho ocorreu também sob a influência do bispo de Milão, Santo Ambrósio, sendo batizado em 387. Foi nomeado bispo de Hipona (atual Annaba), na Argélia, onde morreu aos 75 anos.

É considerado o maior teólogo do cristianismo e o maior filósofo desde Aristóteles. Agostinho realizou a primeira grande sistematização do pensamento cristão, incorporando as ideias de Platão ao cristianismo. Seu sofisticado pensamento serviu como base para toda a teologia cristã ocidental.

A filosofia de Santo Agostinho é essencialmente uma fusão das concepções cristãs com o pensamento platônico. Subordinando a razão à fé, Agostinho de Hipona afirma existirem verdades superiores e inferiores, sendo as primeiras compreendidas a partir da ação de Deus.



 

Livro: Cidade de Deus

“A civitas Dei [Cidade de Deus] ficou tão intimamente ligada à situação [histórica] que a filosofia da história e da política quase se converte numa crítica sociológica da civilização romano-cristã, com o sentimento fatalista ultrapassando a vontade de ordem espiritual. Mas o que quer que a civitas Dei tenha sofrido como sistema de política cristã, não se pode esperar que o homem das Confissões, fascinado com o crescimento histórico da sua própria vida, se liberte da estrutura íntima da sua personalidade e não se deixe impressionar profundamente pelos determinantes da situação política à medida que estas cresceram historicamente.”

A Cidade de Deus de Agostinho é uma reflexão filosófica, teológica e política, dali podemos aprender como uma sociedade como a romana se tornou fraca e tenha caído nas mãos dos bárbaros, Agostinho traz a luz as causas da queda de Roma, ele afirma que foi causada pela corrupção dos costumes, a sociedade ficou frágil deixando-se levar pelas paixões humanas, seguiu mais as paixões do que propriamente a razão e inteligência. Tenho a impressão de que nossa sociedade segue os mesmos passos de Roma quando foi saqueada em 546 caindo nas mãos dos Godos.

Pensamentos de Santo Agostinho

Agostinho parte da noção de um Deus que habita nossa alma: “Deus é mais íntimo a nós do que nós em nós mesmos”. Nesse sentido, o exercício da fé, para esse filósofo, se processa de maneira bastante pessoal, como se percebe pela leitura de suas Confissões, na qual ele diz que Deus estava “dentro de mim, e eu lá fora a procurar-te”.

A teoria da iluminação é a teoria agostiniana, a qual afirma ser a ação de Deus que leva o homem a atingir as verdades superiores, Agostinho, de maneira alguma desvaloriza a razão; mas, para ele, a Verdade plena só é encontrada se o pensamento humano estiver iluminado por essa fé que, como vimos, habita no interior de nossa alma.

Em sua máxima, “Conhece-Te, Aceita-Te e Supera-Te!”, Agostinho, apresenta-nos um caminho, um caminho que poderá ser trilhado por nós seres humanos joias raras. 

Quando queremos ter conhecimento é necessário inicialmente analisar – é o conhece-te, apontando os pontos fracos e pontos fortes; aceita-te é estar ciente da realidade atual; supera-te é a iniciativa em ser proativo superando os pontos fracos e as ameaças, trabalhando as oportunidades.

A máxima é um convite ao autoconhecimento ao alcance de cada um de nós. Através do autoconhecimento poderá ser obtido de forma natural através da experiência de vida e dos bons hábitos, principalmente o de se auto indagar, serão como ferramentas que irão proporcionar a iluminação para uma vida melhor sendo está uma das razões de estarmos neste mundo.

Há pessoas que não conseguem se olhar no espelho, isto é ocasionado por algo interno que não vai bem, a baixa autoestima se expressa nas atitudes, sentimentos e pensamentos, o tempo todo a ficar remoendo a insegurança e o vazio, muitos não conseguem ficar sozinhos sem sentir angustia.

Agostinho entendia bem das paixões e enganos do ser humano, ele sabia que no fundo da alma habita o medo da tristeza e do fracasso, inevitáveis quando se é mortal. Atualmente a sociedade vive uma exposição exagerada nas redes sociais, a internet e a redes sociais que vieram para facilitar nossas vidas, estão sendo usados desenfreadamente criando problemas como a dependência da constante aprovação da curtida. 

“Se gostou dá um like”, este termo contemporâneo viralizou, surgiu com a sacada de alguém atento ao interesse da sociedade em se tornar cada vez mais visível, agora é um negócio lucrativo, onde sempre tem alguém querendo mostrar alguma coisa, seja de sua produção ou até do compartilhamento, fake News ou não. Isto reflete a forma exagerada e perigosa que a sociedade está se envolvendo, a internet é vista como a maior praça pública do mundo, este é um mundo real refletido no mundo virtual, mas é real, assim se não curtiram sua publicação não tem porque sentir o vazio ou pensar que o estão criticando por que deixaram de curtir.

A exposição exagerada geralmente está associada a um sentimento da necessidade de admiração e aprovação, aguardamos a aprovação do outro até por conta da aparência estética, vivemos na era do silicone, botox, peeling, nada contra, desde que isto não sirva para preencher espaços que só cabem energias imateriais pertinentes ao processo de aperfeiçoamento do ser humano, vai chegar o momento que nenhum destes paliativos irão dar conta do processo de envelhecimento.

A vaidade e orgulho são parte de nossas emoções humanas, são necessários no processo de bem-estar, no entanto, o exagero contamina nossa alma, o exagero alimenta o demônio narcisista que está em vigília habitando dentro de cada um.

Traçando um paralelo com os tempos atuais, podemos dizer que vivemos numa era marcada pela vaidade, defensiva e por pouca humildade. As pessoas ignoram as críticas e rebatem até mesmo suas piores posições, em uma tentativa desesperada de manter seu orgulho. Santo Agostinho, conhecido em sua época como uma das grandes mentes pensantes, nos dá um exemplo de humildade quando reconhece que suas palavras foram, às vezes, imprecisas, destemperadas ou imprudentes. Alguns anos antes de sua morte, ele fez algumas correções de seus comentários sobre as Escrituras, publicou “Retratações” que é uma coleção de reflexões sobre suas obras, observando que passou a compreender melhor a Bíblia em sua velhice.

Se quiser se libertar destas amarras, converse com Agostinho, ele já dizia que: se você quiser ser livre, ame. E é amando que seremos amados por aquilo que somos, é deixando de ser egoísta que afastaremos a solidão.

Esta máxima é um convite ao trabalho com início imediato e sua iluminação levara uma vida inteira, trata-se de uma proposta de trabalhar em cima de nossas qualidades e defeitos, com desejo de superação e crescimento. Cientes que somos falhos como humanos, nossa motivação é o desejo de superação, ao buscar o melhor de nós, poderemos nos tornar a cada dia um pouquinho mais raras joias humanas.

"Minha memória contém meus sentimentos. Não da mesma forma que estão presentes na mente quando os experimenta, mas de uma maneira bastante diferente. Isso está de acordo com os poderes especiais da memória. Pois, mesmo quando estou infeliz, lembro dos tempos quando fiquei alegre. E quando eu sou alegre, posso lembrar a infelicidade passada. Posso lembrar os medos passados, e ainda assim não tenho medo e quando lembro que, uma vez que queria algo, posso fazê-lo sem querer obtê-lo agora.
Às vezes, a memória pode induzir a sensação oposta. Pois posso me alegrar ao lembrar a tristeza que acabou e foi processada. E lamento lembrar a felicidade que chegou ao fim.", este pensamento é tão atual que foi citado no final da primeira temporada da série "Marte" da Netflix!

“Não há dúvida de que a memória é como o ventre da alma. A alegria, porém, e a tristeza são o seu alimento, doce ou amargo.”

“O orgulho é a fonte de todas as fraquezas, porque é a fonte de todos os vícios.”

“A medida do amor é amar sem medida.”

“Ninguém faz bem o que faz contra a vontade, mesmo que seja bom o que faz.”

Sugestão de cinebiografia de Agostinho de Hipona é o filme (DVD) do diretor italiano Roberto Rosselini (Roma, Cidade Aberta), com áudio original em italiano e opção de dublagem em português, tem duração de 115 min., colorido produzido em 1972, comercializado pela Paulinas.

Fontes:

Agostinho, Santo. Confissões / De Magistro; tradução de J. Oliveira Santos, S.J., e Ambrósio de Pina, S.J. - Angelo Ricci; São Paulo: Abril S.A, 1973 - Coleção Pensadores

Agostinho, Santo. A Cidade de Deus (Contra os pagãos). Petrópolis/São Paulo:Vozes/Federação Agostiniana Brasileira, 2001.

Agostinho, Santo, Bispo de Hipona, 354-430 Retratações / Santo Agostinho; tradução e notas de Agustinho Belmonte. – São Paulo: Paulus, 2019. Coleção Patrística.

https://www.erealizacoes.com.br/blog/santo-agostinho/

https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/santo-agostinho/

https://www.umineiro.com/post/171305998632/minha-mem%C3%B3ria-cont%C3%A9m-meus-sentimentos-n%C3%A3o-da

https://pjnazaresbc.webnode.com.br/products/conhece-te-aceita-te-e-supera-te-disse-santo-agostinho/

http://www.paroquiasantoafonso.org.br/a-licao-de-santo-agostinho-para-a-era-da-internet/

https://escoladepais.org.br/publicacao/limites-e-cuidados-no-uso-das-redes-sociais-os-perigos-da-exposicao-publica/