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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Politica é participação: e o professor com isto?


A Política desde os gregos é objeto de estudo e parte da educação que forma o cidadão, trata-se de um ramo de estudo da Filosofia que trata da investigação das relações humanas no sentido amplo e coletivo. Temos com importante referencia para estudo Platão e Aristóteles, eles deixaram legados reflexivos, o primeiro nos deu sua contribuição com a obra Republica onde discutiu as possibilidades de uma sociedade justa e ideal e o segundo se tornaria célebre famoso pela política grega, estabelecendo a forma de democracia para os gregos, falar de política começa obrigatoriamente com o estudo destas obras.

O estudo da política ao longo destes milênios desde os gregos passou por muitas mudanças, como o choque das civilizações, novo ordenamento pós-guerra fria, pós segunda guerra mundial, arranjos da política nacional e internacional, primavera árabe, diretas já dando inicio a uma nova fase no Brasil, novas ideologias, abandono de ideologias resultado do jogo de poder, assim vem sendo construída a historia pela razão que o homem vem dando aos interesses pessoais e coletivos.

A educação formal deve ser um agente politizador no sentido de ensinar o individuo a viver em sociedade, o que significa cuidar da vida coletiva, trabalhar na formação política dos indivíduos pela sua conscientização e a realidade que a cerca, a democracia deve ser fomentada, pois esta em permanente construção.

O professor precisa se tornar um agente politizador, sem que ele propicie condutivamente tendência para este ou aquele partido, visto que o aluno tende a ver no mestre um exemplo muitas vezes a ser seguido, assim as ideologias devem ser amplamente estudas e apresentadas de uma forma imparcial, assim como não queremos que nossos filhos sejam levados a esta ou aquela religião, politicamente também não queremos.

O distanciamento das pessoas do cenário político se deve em grande parte as noticias constantes do envolvimento dos políticos em atos de corrupção e a impunidade, há um forte receio das pessoas comuns e de bem em se aproximar destes políticos sob pena de contaminarem ou serem influenciados de alguma forma por um mundo que esta se tornando abominável, muitas vezes associamos as figuras de políticos com seus casacos e gravatas a figuras que povoam a fantasia de um submundo de seres diabólicos com poderes suficientes para oprimir ainda mais os setores mais fracos da sociedade.

Numa outra associação feita com relação a política segue por uma seara de um mundo desconhecido, esta impressão é devido a falta de esclarecimento, este esclarecimento se pautado dentro do ambiente escolar, possivelmente poderá proporcionar domínio pelos signos, códigos e conceitos próprios da política, conforme o viés a sociologia e a filosofia, principalmente, podem apresentar este mundo aos alunos a partir de programas educativos com participação critica e reflexiva.

Convenientemente e conforme o programa, poderá ser apresentado aos alunos que conforme a vontade da sociedade esta poderá se tornar justa, estando sob os cuidados da política a missão de transformar nossa democracia em uma forma participativa de governo, propiciando sua legitimação pela autentica participação política de seus cidadãos.

Assim, ensinar a política no ensino médio é de fundamental importância, uma das tarefas da escola é educar para a cidadania, a cidadania é construída não através de submissão ao que esta posto, mas através do entendimento e participação, para que uma democracia seja forte, teórica e pratica, a democracia deve ser entendida como um processo dinâmico de desacomodação, a educação política resgata os cidadãos de uma situação de acomodação de uma democracia pronta e acabada, a democracia como sabemos é construída e mantida a partir de atitudes positivas do cotidiano, aproveitando e criando espaços.

O ensino da política precisa estar presente nos currículos escolares, a iniciação dos jovens adolescentes dentro de uma realidade pratica de maneira a integra-lo a dinâmica do currículo escolar, proporcionando ao aluno ao longo de seus aprendizados apreensão dos acontecimentos e sua localização espaço-temporal, de forma que ele também possa contribuir em sua própria formação, de maneira integral,, utilizando o método construtivista quando são consideradas suas experiências e inquietações, que conforme Paulo Freire “é o agir em respeito a autonomia do ser do educando”.

Todos nós trazemos como forma de “ser” em nosso interior experiências ou impressões construídas pela observação, como seres humanos somos curiosos, alguns mais do que outros, mas todos somos observadores, o que falta nesta observação é a critica analítica e construtiva, a escola possui as ferramentas e orientação para uso destas ferramentas que ensinam a aprender a aprender, para fazer, ser e ter,

A partir do senso comum é possível construir uma relação com a política e a realidade social, a compreensão de suas “lógicas” nos leva a compreender que esta tudo relacionado, funcionando como partes de um grande processo, neste sentido a educação funciona como uma bússola que ira nos permitir fazer a leitura deste imenso mapa.

A geografia possui em seu amago o conhecimento que nos ensina a trafegar espacialmente dentro e fora das linhas dos mapas, compreendendo a topografia e os climas próprios de cada região, a sociologia assim como a geografia possui conhecimentos científicos que permitem a leitura do mundo político, a compreensão das relações é uma das tarefas da sociologia, o professor que esta presente no cotidiano dos alunos é uma das referencias do aluno, a outra referencia é a escola como instituição que garante ao aluno a possibilidade deste aluno construir sua cidadania.

O domínio das ferramentas que permitem ao aluno fazer a leitura do mundo político, lhe possibilita analisar e refletir acerca da realidade vivida, este aluno que esta entrosado, consegue superar as barreiras dos limites do senso comum, passando para outra etapa munido de armas, tais armas lhe darão condições de enfrentar uma guerra que é travada no cotidiano, assim o aluno deixa de ser uma pessoa passiva e passa a ser militante consciente, fazendo escolhas mais coerentes.

 

sábado, 27 de novembro de 2021

A AMPULHETA e os Devaneios Filosóficos

 

AMPULHETA, nosso conhecidíssimo relógio de areia é o número oito e o infinito presentes na vida de todo ser humano, o monge de Charters, Luitprand que viveu no século VIII, este monge foi responsável por esta brilhante invenção inicialmente criada para a medição do tempo, o nome ampulheta tem origem na língua romana, de onde vinha o vocábulo ampulla, que quer dizer redoma, até hoje este objeto é alvo de admiração e com o passar do tempo lhe foram atribuídos muitos sentidos e metáforas bastante utilizadas em nosso cotidiano.

A ampulheta é objeto da criatividade humana adquirindo em sua abstração as mais variadas significações e com o tempo muitas convenções foram criadas como por exemplo a representação abstrata do número oito que na tradição judaica representa a conclusão da criação e o início de um novo ciclo, na cabala africana representada pelo jogo de búzios trata-se da luta para se chegar ao topo em busca de poder e prestigio, podendo ser um caminho tempestuoso e até incontrolável.

Já a ampulheta deitada está associada ao símbolo do infinito, representando o ilimitado num fluxo sem início e sem fim, sem nascimento e morte envolvendo a dualidade física-espiritual, terrena-divina, aos ciclos a que nossas vidas estão sujeitas, entre erros e acertos nada é definitivo, ou seja,  “Não há bem que sempre dure e nem mal que nunca se acabe...”, nesta analogia dos erros e acertos a ampulheta com seu compartimento duplo, mostra os estágios entre alto e o baixo, assim como a necessidade de que o fluxo ocorra constantemente.

Em nossas abstrações poderíamos olhar a ampulheta e associa-la ao símbolo Yn e Yang, de certa maneira o corpo duplo da ampulheta poderiam ser o Yin Yang como o princípio das dualidades presentes na natureza, onde o positivo não vive sem o negativo e vice e versa, em sua dualidade percebemos que a vida também é esta composição de forças opostas necessitando uma da outra para existir, o mundo é composto por essas forças opostas e achar o equilíbrio entre elas é essencial, a ampulheta com seu gargalo cuida de refinar a passagem das energias ora de um lado ora do outro, o movimento do girar da ampulheta dá a vida a energia como um pulsar de um coração nos empurrando sempre em direção de mais vida.

Neste processo de renovação da vida é regida pela experiência do viver sem perder de vista o tempo de kairós, o tempo da oportunidade, a oportunidade é como cavalo encilhado que não pode ser simplesmente ignorado, como cada granulo de areia passando de um lado a outro que só retornará como o escoar de toda a areia, então mesmo sabendo que algumas oportunidades exigirão luta e muito trabalho é importante estar atento as oportunidades.

A Vida acontece em nós no intervalo de tempo entre o primeiro e o último grão de areia, não deixe de amar mesmo quando a relação parecer sem sentido ou monótona, a vida não é monótona ela é como a areia fluindo lado a outro dos cones de vidro, a vida está em constante movimento e transferências de momento a outro, e naturalmente recebe a ação da gravidade que empurra a areia para baixo, cabe a nós virarmos a ampulheta num movimento de renascimento e renovação, uma nova oportunidade, a oportunidade que nos damos quando mudamos nossa maneira de ver as coisas e o mundo, através de nossas atitudes do dia a dia de vida é que darão a sinfonia para esta orquestra maravilhosa tocar em harmonia, não deixe de amar, nosso tempo aqui é breve e o intervalo de tempo aqui é desconhecido.

 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Ovelhas Negras Colocam o Ovo em Pé



Vivemos no tempo em que autonomia é palavra que requer atitude e coragem para governar-se a si mesmo, a arte de relacionamento faz toda a diferença, fica difícil quando alguém resolve contrariar as ideias e as fórmulas prontas em prateleiras, a autonomia é uma vivencia da identidade com autenticidade e coragem para enfrentar constrangimentos presentes em estereótipos sociais e verdades postas e aceitas pela maioria das pessoas, uma pessoa disposta a enfrentar esta barra geralmente é rotulada de ovelha negra, as pessoas a volta parece que torcem para que os empreendimentos da ovelha negra descambem e possam provar que elas estavam certas, tudo com um certo prazer mórbido.

A presença das chamadas “ovelhas negras” presentes por exemplo numa família, na verdade, são pessoas com vocação para libertar a família de crenças, tradições e culturas que se replicam apenas porque as coisas sempre funcionaram assim, estas ovelhas negras são pessoas revolucionarias e responsáveis por apresentar novos caminhos para a libertação da árvore genealógica, um exemplo muito forte e não muito distante no tempo foram as mulheres que decidiram trabalhar e buscar seu sustento sem ter de depender de um casamento e de um marido disposto a lhe sustentar até a morte, no inicio não foi fácil, tiveram de enfrentar a opinião e conquistar espaço no mercado de trabalho, tudo a duras penas, no entanto, atualmente estas mulheres ovelhas negras abriram espaço para multidões de mulheres serem independentes, autônomas e autenticas.

 

No mundo dos negócios muitas ovelhas negras são empreendedoras que tem uma visão a princípio de rebeldia lutando contra os percalços correndo uma maratona com muitos obstáculos, sua visão possui obstinação e utilizam sua criatividade para fazer coisas que outros apenas sonham, as ovelhas negras são ousadas, são pessoas que contestam e enfrentam aquilo que já está estabelecido há muito tempo e até por gerações, muitos são julgados, debochados, sofrem com pré-conceitos, no entanto quando seus empreendimentos passam a florir, desperta um olhar de admiração e de inveja.

 

As ovelhas negras são como Colombo, se sentem desafiados a colocar um ovo em pé, a colocar uma ideia e um projeto a funcionar onde ninguém conseguiu, quando conseguem podem estufar o peito e dizer "Qualquer um poderá fazê-lo, mas, antes é necessário que alguém tenha a ideia e coragem para executar”.

 

As ovelhas negras são pessoas que fazem a diferença, precisamos valorizar as diferenças, e é descontaminando o mundo desta máquina de moer gente que nos diz: faça mais do mesmo, sinta-se alguém sendo igual aos outros, use o que os outros usam, faça o que todos fazem, seja mais ovelha no grande rebanho de ovelhinhas branquinhas como algodão.

 

Vamos valorizar a beleza da diferença, que sejam ovelhas das mais variadas cores, multicoloridas, vamos ouvir o que a pessoa tem a dizer sem pré-conceitos, vamos valorizar os outros pela coragem e ousadia de viverem sua busca pela felicidade, e com isto procurar fazer nosso melhor, nem que tenhamos de ser aquela ovelha negra colocando o ovo em pé.