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domingo, 8 de abril de 2018

Dialética do Esclarecimento



διαλεκτική Αποσαφήνιση

Dialectics of the explanation

Dialektik Aufklarung



        Esclarecimento é uma palavra muito cara para filosofia, um dos objetivos da filosofia é construir esclarecimento acerca do mundo, sendo a dialética do esclarecimento expressão utilizada por Adorno e Horkheimer para indicar a alternância histórica da civilização ocidental, que procura designar a linha do pensamento “burguês”, começa com a saída da cultura grega do estado mítico, identificando-se com a práxis da civilização e da sua lógica de domínio.

        Para Kant, o esclarecimento [Aufklärung] é visto da seguinte forma:



Esclarecimento [Aufklärung] é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! Tem a coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento [Aufklärung]. (Resposta, p.100, grifos do autor).



        Conforme Kant, as principais causas que impedem o esclarecimento estão no comodismo, na preguiça e na covardia. Com tais causas, o homem permanecerá sempre em sua menoridade. Para as pessoas acostumadas a ‘receberem as coisas nas mãos’ (Kant enumera alguns: ter um livro que faz as vezes de nosso entendimento; um diretor espiritual que tem consciência em nosso lugar; um método que decide a nossa dieta; etc.), torna-se difícil e perigoso renunciar sua menoridade. Isto está tão enraizado em sua vida, em seu cotidiano, em todos seus trabalhos, que se torna natural, cômodo. Por isso é que os homens não sabem como lidar com a liberdade quando a têm e os impede de utilizar seu entendimento. Mas, para tanto, sempre há uma primeira tentativa, e é essa a exortação de Kant em sua resposta à pergunta proposta.

        Há pessoas, no entanto, que são o contrário. São aqueles “indivíduos capazes de pensamento próprio”. Esses indivíduos devem espalhar o espírito de avaliação racional de cada homem. Todavia, existem pessoas que acabam tirando proveito da situação, obrigando as demais pessoas a viverem sob seu domínio.  A educação oriunda de pessoas com pensamento político enviesado a própria realidade capitalista que vivem, em seus discursos pregam e impõem com paixão o socialismo da esquerda caviar, acabam por destruir a capacidade crítica dos jovens, justamente num período de formação psicológica que acabara culminando num retrocesso onde o mito socialista retrógrado e incompetente fulminou com populações sem resolver nada daquilo que prometeram, assim tais jovens acabam sendo concretados na vala do pensamento na menoridade.


A verdadeira revolução deve ser a mudança de pensamento das pessoas. Essa mudança traz benefícios muito maiores que a de uma revolução política, em que apenas se trocam algumas pessoas do poder, mas a dominação continua. Uma revolução assim, que derruba um governo despótico, «nunca produzirá a verdadeira reforma do modo de pensar».

O esclarecimento exige liberdade. Uma liberdade não limitada, não condicionada, que favoreça apenas aos que têm o “poder” nas mãos. Também o uso privado da razão, apesar de ser limitado, pode ajudar consideravelmente no progresso do esclarecimento.  Por Anderson Rodrigo de Oliveira


        O esclarecimento ao ter como objetivo a superação do homem frente a alienação imposta “pela natureza afins de” se auto-conserva e ao lhe colocar na perspectiva de senhor para dominação, se vê pela própria lógica imposta pelo esclarecimento atrelado ao próprio horror mítico que tanto lhe assustava. Na medida em que o seu pensamento foi objetivado e estruturado segundo a ordem do calculável e do matematizado, a razão transforma-se num mero instrumento, ela se objetiva inclusive em relação a própria subjetividade o homem tornando-se um elemento autônomo de dominação, o homem se aliena frente a própria sociedade.

        "A Dialética do Esclarecimento" é uma obra escrita pelos filósofos alemães Max Horkheimer e Theodor W. Adorno, publicada pela primeira vez em 1947. É um texto fundamental da Escola de Frankfurt, que aborda a relação entre a Ilustração (ou Esclarecimento) e a emergência da sociedade moderna.

        "A Dialética do Esclarecimento" é um mergulho profundo e crítico na nossa própria sociedade moderna. Imagine um olhar no espelho, mas um espelho que mostra além da nossa aparência física, revelando as estruturas e ideias que moldam nosso mundo.

        Os autores, Max Horkheimer e Theodor Adorno, desmontam a ilusão do progresso inquestionável proporcionado pela racionalidade e pela ciência. Eles argumentam que a mesma luz da razão que nos trouxe avanços incríveis também nos cega para as formas sutis de opressão e alienação presentes na sociedade moderna.

        Aqui, a razão é como uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo que nos permite entender e controlar o mundo, ela também nos escraviza. E essa escravidão não é apenas física, é mental e cultural. Somos aprisionados em um ciclo de consumo, tecnologia e conformidade, perdendo nossa verdadeira essência e liberdade.

        Os autores examinam a indústria cultural, a dominação da natureza e a reificação das relações humanas. Eles apontam como a cultura de massa, a arte, a publicidade e a mídia moldam nossa visão de mundo de maneiras que muitas vezes nem percebemos. Vivemos em uma sociedade que vende a ilusão de liberdade, enquanto, na verdade, estamos cada vez mais enredados em sistemas de controle e conformidade.

        "A Dialética do Esclarecimento" nos desafia a questionar nossas crenças e a repensar o conceito de progresso. Ela nos lembra que a busca por conhecimento e poder deve ser acompanhada de uma reflexão crítica sobre como estamos usando esse poder e em que direção estamos indo como sociedade. Em última análise, é um chamado para uma verdadeira emancipação, onde possamos realmente ser livres em um sentido mais profundo e autêntico.      




Bibliografia:

Adorno e Horkheimer, Dialética do Esclarecimento (Prefácio e Conceito de Esclarecimento) Texto: ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Prefácio. In: Dialética do Esclarecimento.

Trad.: Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor: 1985



https://grupocriticaedialetica.files.wordpress.com/2013/05/adorno-e-horkheimer-de.pdf

https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-esclarecimento-kantiano.htm

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