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quarta-feira, 1 de junho de 2022

Rock Balancing - A arte de empilhar pedras


Quando vou passear ou meditar a beira mar gosto de empilhar pedras, procuro com calma e paciência as pedras certas, com mais paciência passo a exercitar a arte do equilíbrio, esta arte é tão antiga que é preciso viajar no tempo até o neolítico onde encontraremos o homem já construindo suas obras primas, algumas discretas, outras em tamanhos descomunais, algumas quase eternas que estão empilhadas há milênios vistas e admiradas por nossos ancestrais e ficarão para serem admiradas por nossos filhos, netos e mais além.


Naturalmente procuramos sentido em tudo, a razão quer uma resposta, na verdade são muitas as respostas, muitos os sentidos, alguns muito pessoais, religiosos, até mesmo como brincadeiras que aliviam nosso estresse, para muitos outros parece ser apenas uma modinha para postar no Instagram, outros não empilham e rejeitam a ideia por estarem interferindo na natureza, obviamente é preciso estar atento para não causar nenhum impacto no ambiente, porem independente de suas razões, sempre tem alguém empilhando pedras e desafiando a gravidade.

Uma alternativa consciente para meditação é realizar o empilhamento de pedras em seu jardim externo de maneira que favoreça a construção e reconstrução de si mesmo ao mesmo tempo que a escultura eleva os fundamentos estéticos e simbólicos no seu jardim.

Na simplicidade está a beleza, nos olhos e no coração do poeta está a energia da criação, como num Haikai, sua singeleza expressa grande sensibilidade, gosto muito de Basho, gosto muito deste haikai:

 

“O velho laguinho.

Uma rã dá um salto.

Plop.


Este velho mundo, este velho laguinho...sua existência é apenas um plop, um pequeno barulhinho no silêncio, nós vamos e o que fica é apenas o silêncio, o mundo é todo efêmero, nossas pequenas pedras empilhadas logo estarão espalhadas ao chão, reconstruiremos e com criatividade vamos dando novos sentidos, vamos ao  mundo espiritual e retornamos aqui para empilhar outras pedras.



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