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domingo, 21 de novembro de 2021

Resenha do livro “O Profeta” de Khalil Gibran

 

 

“O amor não conhece sua própria intensidade até a hora da separação”.

Khalil Gibran (1883-1931) foi um filósofo, escritor, poeta, ensaísta e pintor libanês. Nasceu em Bicharré, nas montanhas do Líbano, no dia 06 de dezembro de 1883. Vivia com seu pai, sua mãe, um irmão e duas irmãs. Suas obras refletem a espiritualidade e os princípios que levam a alma humana ao ponto mais elevado da beleza espiritual, o autor é conhecido por ter criado frases muito inspiradoras. Seu livro mais conhecido é “O Profeta”. Khalil Gibran faleceu, vítima de tuberculose, em Nova York, no dia 10 de abril de 1931.

 O Profeta é seu livro mais conhecido mundo afora

Sinopse

Obra mais famosa de ficção espiritual do século XX, O profeta está enraizado na própria experiência de Khalil Gibran como um imigrante e serve de inspiração para qualquer um que se sinta a deriva em um mundo em fluxo.

O profeta Almustafa está prestes a embarcar em um navio para viajar de volta à sua terra natal depois de doze anos no exílio quando é parado por um grupo que pede a ele que compartilhe sua sabedoria antes de partir. Em vinte e oito ensaios poéticos, ele oferece insights profundos e atemporais sobre aspectos da vida como amor, dor, amizade, família, beleza, religião, alegria, tristeza e morte.

Sucesso imediato quando publicado pela primeira vez em 1923, O profeta é um clássico moderno, tendo sido traduzido para mais de quarenta idiomas. A mensagem que transmite continua a tocar corações através das gerações. Esta edição é ilustrada com doze das famosas pinturas visionárias de Gibran e conta com um prefácio de Rupi Kaur.

 

O livro é para ser lido com calma e reflexão, os temas do livro despertam o interesse humano por sua profundidade e leveza, como temas sobre o amor, o ensino, o casamento, a liberdade, a religião, os filhos, o trabalho, a morte e outros assuntos análogos e presentes em nosso cotidiano, a maneira que ele se refere aos temas é poético e leve, muito pertinente e atual.

O livro é de rara beleza, é tão bom que ficamos com vontade de ler novamente coisa que fiz mais de uma vez, as ideias do autor são transformadas em imagens, e essas imagens transformam-se em parábolas, escritos com habilidade profética, as palavras soam como verdadeiras melodias, a profundidade filosófica é sedutora e nos faz pensar como a vida pode ser mais simples se formos mais simplicíssimas e desapegados as coisas materiais dispensáveis e fúteis.

 

Escolhi dois capítulos por estarem ligados entre si: “Sobre o Amor” e “Sobre o Ensino”

 

Sobre o Amor (pg.6)

Então Almitra disse, fala-nos do Amor.

E ele ergueu a cabeça e olhou para o povo e caiu uma grande imobilidade sobre eles. E em voz poderosa ele disse:

Quando o amor vier ter convosco,

Seguros embora os seus caminhos sejam árduos e sinuosos.

E quando as suas asas vos envolverem, abraçai-o, embora a espada oculta sob as asas vos possa ferir.

E quando ele falar convosco, acreditai,

Embora a sua voz possa abalar os vossos sonhos como o vento do norte devasta o jardim.

Pois o amor, coroando-vos, também vos sacrificará. Assim como é para o vosso crescimento também é para a vossa decadência.

Mesmo que ele suba até vós e acaricie os mais ternos ramos que tremem ao sol,

Também até às raízes ele descerá e abaná-las-à

Enquanto elas se agarram à terra.

Como molhos de trigo ele vos junta a si.

Vos amanhã para vos pôr a nu.

Vos peneira para vos libertar das impurezas.

Vos mói até à alvura.

Vos amassa até vos tomardes moldáveis;

E depois entrega-vos ao seu fogo sagrado, para que vos tomeis pão sagrado para a sagrada festa de Deus.

Toda estas coisas vos fará o amor até que conheçais os segredos do vosso coração, e, com esse conhecimento, vos tomeis um fragmento do coração da Vida.

Mas se, receosos, procurardes só a paz do amor e o prazer do amor,

Então é melhor que oculteis a vossa nudez e saiais do amor,

Para o mundo sem sentido onde rireis, mas não com todo o vosso riso, e chorareis mas não com todas as vossas lágrimas.

O amor só se dá a si e não tira nada senão de si.

O amor não possui nem é possuído;

Pois o amor basta-se a si próprio.

Quando amardes não deveis dizer "Deus está no meu coração", mas antes

"Eu estou no coração de Deus".

E não penseis que podeis alterar o rumo do amor, pois o amor, se vos achar dignos, dirigirá o seu curso.

O amor não tem outro desejo que o de se preencher a si próprio.

Mas se amardes e tiverdes desejos, que sejam esses os vossos desejos:

Fundir-se e ser como um regato que corre e canta a sua melodia para a noite.

Para conhecer a dor de tanta ternura.

Ser ferido pela vossa própria compreensão do amor;

E sangrar com vontade e alegremente.

Despertar de madrugada com um coração alado e dar graças por mais um dia de amor;

Repousar ao fim da tarde e meditar sobre o êxtase do amor;

Regressar a casa à noite com gratidão;

E depois adormecer com uma prece para os amados do vosso coração e um cântico de louvor nos vossos lábios.


Sobre o Ensino (pg.44)

 

Depois um professor disse, Fala-nos do Ensino.

E ele respondeu:

Ninguém vos poderá revelar nada que já não esteja meio adormecido na aurora do vosso conhecimento.

O professor que caminha na sombra do templo, entre os seus discípulos, não dá a sua sabedoria, mas antes a sua fé e amor.

Se for realmente sábio, não vos convida a entrar na casa da sua sabedoria, mas antes vos conduz ao limiar do vosso próprio espírito.

O astrónomo pode falar-vos do seu entendimento do espaço, mas não vos pode dar o seu entendimento.

O músico pode cantar-vos o ritmo do espaço, mas não vos pode dar o ouvido que faz parar o ritmo, ou a voz que dele faz eco.

E aquele que é versado na ciência dos números, pode falar-vos de pesos e medidas, mas não pode levar-vos até lá.

Pois a visão de um homem não empresta as suas asas a outro homem.

E, mesmo que cada um de vós esteja sozinho no conhecimento de Deus, também cada um de vós deve estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na sua compreensão da Terra.

 

Frases inspiradoras de Khalil Gibran

 

 

“A inconstância e o amor são incompatíveis. O amante que muda, não muda. Começa ou acaba de amar”.

 

“Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da Vida por si mesma. Vem através de vós, mas não de vós, e embora vivam convosco não vos pertencem”.

 

“O amor nada á senão de si próprio e nada recebe senão de si próprio. O amor não possui e não deixa possuir, pois basta-se a si mesmo”.

 

“Há os que dão pouco do muito que possuem, e fazem-no para serem elogiados, e seu desejo secreto desvaloriza seus presentes. E há os que pouco têm e dão-no inteiramente”.

 

“Alguns dentre vós dizeis: A alegria é maior que a tristeza, e outros dizem: Não, a tristeza é maior. Porém, eu vos digo que elas são inseparáveis. Vão sempre juntas e, quando uma está sentada à vossa mesa, lembrai-vos de que a outra dorme em vossa cama”.

 

“É errado pensar que o amor vem do companheirismo de longo tempo ou do cortejo perseverante. O amor é filho da afinidade espiritual e a menos que está afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos, ou mesmo em gerações”.

 

“Vossa alma é frequentemente um campo de batalha onde vossa razão e vosso juízo combatem contra vossa paixão e vosso apetite. Pudesse eu ser o pacificador de vossa alma, transformando a discórdia e a rivalidade entre vossos elementos em união e melodia”.

 


 

Fonte:

Gibran Khalil. O Profeta. http://www.clube-positivo.com

        O Profeta. Texto Integral. Tradução Pietro Nassetti. Ed. Martin Claret.  São Paulo-SP 2006