Na cultura e nas crenças de
muitas sociedades ao redor do mundo, o número 7 é frequentemente considerado um
número com fortes significados espirituais e simbólicos.
O número 7 é frequentemente
mencionado em várias escrituras religiosas e mitológicas. Na Bíblia, por
exemplo, o número 7 é amplamente simbólico, aparecendo em histórias como os
sete dias da criação, os sete pecados capitais, as sete virtudes, as sete
trombetas do Apocalipse, entre outros.
O número 7 está associado à
harmonia cósmica e à ordem do universo em várias culturas. Na astrologia, há
sete planetas tradicionais, e em muitas tradições espirituais, o número 7
representa uma conexão especial entre o céu e a terra.
O número 7 é frequentemente
associado a ciclos naturais. Por exemplo, existem sete dias na semana, sete
cores no espectro do arco-íris e sete notas musicais na escala diatônica.
Em algumas culturas, o número 7
é considerado um símbolo de purificação e renovação. Isso pode ser visto em
rituais e festivais que ocorrem em intervalos de sete dias ou sete anos.
O número 7 também é associado à
jornada espiritual e à busca por sabedoria e iluminação. Em muitas tradições
espirituais, existem sete estágios ou níveis de desenvolvimento espiritual que
uma pessoa pode atravessar.
O número 7 também foi estudado
por Pitágoras, ele foi um filósofo pré-socrático da Grécia antiga, matemático e
místico grego que viveu por volta do século VI e V a.C., foi o fundador da
Escola Pitagórica, uma das mais influentes escolas de pensamento na
antiguidade, e suas ideias exerceram um impacto significativo em várias áreas
do conhecimento como a Matemática, ele e seus seguidores fizeram várias
descobertas importantes, incluindo o famoso Teorema de Pitágoras, que relaciona
os lados de um triângulo retângulo. Os pitagóricos desenvolveram estudos sobre
números, proporções, geometria e aritmética.
Pitágoras fundou uma escola
filosófica e mística em Crotona, uma colônia grega no sul da Itália. A escola
era uma comunidade fechada que buscava o aprimoramento espiritual e
intelectual. Os membros da escola seguiam um conjunto de ensinamentos e
práticas rigorosas, incluindo a crença na imortalidade da alma e na importância
da purificação espiritual através de várias encarnações.
Os pitagóricos acreditavam que a
música era uma forma de expressão divina e que as proporções musicais refletiam
as proporções matemáticas fundamentais do universo. Eles estudaram a relação
entre notas musicais e números e viam a música como uma ferramenta para
alcançar a harmonia interior.
A escola pitagórica tinha uma
abordagem mística e espiritual para a filosofia. Eles acreditavam que o
conhecimento não era apenas racional, mas também intuitivo e transcendente. A
crença na reencarnação e na purificação da alma era central para sua visão de
mundo.
Na tradição pitagórica, o número
7 era considerado especial e sagrado, sendo um dos chamados "números mágicos"
ou "números perfeitos". Os pitagóricos atribuíam significados
simbólicos profundos aos números, e o 7 era visto como um número
particularmente poderoso e harmonioso. O número 7 era considerado significativo,
pois incluem Harmonia cósmica, os
pitagóricos acreditavam que o número 7 estava intimamente relacionado à
harmonia do cosmos. Eles observaram que havia sete planetas visíveis a olho nu
no céu: Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno. Esses corpos
celestes foram associados a diferentes deidades e ideias na mitologia e na
filosofia pitagórica.
A tradição pitagórica também
estava ligada à música e às proporções. Eles descobriram que certas proporções
numéricas correspondiam a intervalos musicais agradáveis, como a oitava (1:2),
a quinta (2:3) e a quarta (3:4). O número 7 era particularmente importante
nesse contexto, pois estava relacionado ao conceito de escala diatônica, que
era construída com sete notas musicais.
Os pitagóricos acreditavam em um
modelo cosmológico que incluía as sete esferas planetárias. Cada esfera era
associada a um dos planetas visíveis e tinha um movimento orbital específico. O
número 7 representava, portanto, a estrutura organizada e harmônica do
universo.
Sete eram as virtudes, os pitagóricos associavam o número 7 a sete
virtudes que eram consideradas fundamentais para o crescimento espiritual e
moral: sabedoria, coragem, temperança, justiça, fé, esperança e amor.
De Pitágoras para cá muita coisa
mudou, nossas perspectivas também, contemporaneamente podemos pensar que o
sete, um número mágico e forte poderia reunir sete teses que representariam as
perspectivas contemporâneas e evoluídas sobre a felicidade, tais teses
considerariam fatores psicológicos, sociais e espirituais na compreensão desse
conceito complexo. Atualmente ainda pensamos muito sobre a felicidade e não
cansamos de explorar essas questões e a fornecer insights valiosos para a busca
do bem-estar humano, neste sentido me ocorrem estas sete teses contemporâneas
sobre a felicidade:
Tese 1. Felicidade como
bem-estar subjetivo: Essa tese enfatiza a importância do bem-estar
subjetivo na definição da felicidade. Nessa perspectiva, a felicidade é vista
como uma avaliação positiva da própria vida, envolvendo aspectos emocionais,
cognitivos e avaliações globais de satisfação com a vida.
Tese 2. A importância
das emoções positivas: Essa tese destaca que as emoções positivas têm
um papel fundamental na experiência da felicidade. Sentimentos como alegria,
gratidão, serenidade e satisfação são componentes essenciais da felicidade e
podem ser cultivados por meio de práticas intencionais.
Tese 3. Felicidade como
florescimento humano: Essa tese propõe que a felicidade seja alcançada
através do florescimento humano, que envolve o desenvolvimento pleno das
capacidades e virtudes de uma pessoa. O florescimento inclui aspectos como
autenticidade, resiliência, relações significativas e propósito na vida.
Tese 4. Conexões sociais
e relacionamentos: Essa tese ressalta a importância das conexões
sociais e relacionamentos significativos para a felicidade. Relações saudáveis
e de apoio são fundamentais para o bem-estar emocional e para o sentido de
pertencimento.
Tese 5. Felicidade no
contexto do presente: Essa tese enfatiza a importância de viver o
momento presente e estar consciente do aqui e agora para a experiência da
felicidade. A prática de mindfulness e a apreciação do presente são vistas como
maneiras de aumentar a felicidade.
Tese 6. Felicidade além
do consumismo: Essa tese questiona a ideia de que a felicidade está
diretamente relacionada ao consumo material. Em vez disso, defende a
importância de valores não materiais, como crescimento pessoal, contribuição
para a sociedade e conexões com a natureza.
Tese 7. Felicidade como
equilíbrio de vida: Essa tese argumenta que a felicidade está
relacionada ao equilíbrio entre diferentes domínios da vida, como trabalho,
lazer, saúde e relacionamentos. Buscar um equilíbrio saudável e satisfatório em
todas as áreas da vida é considerado essencial para a felicidade duradoura.
Falar sobre teses da felicidade
é relevante e interessante porque a felicidade é um dos conceitos mais
fundamentais e universais na experiência humana. É um estado desejado por
muitos e objeto de busca ao longo da vida. Ao discutir teses sobre a felicidade,
podemos explorar diferentes perspectivas, teorias e abordagens para entender o
que é a felicidade, como ela é alcançada e como ela pode ser mantida.
Ao refletirmos sobre teses da
felicidade, podemos refletir sobre como as sociedades, culturas e indivíduos
têm abordado a busca pela felicidade ao longo da história, essas teses podem
oferecer insights e sugestões práticas para que as pessoas possam encontrar uma
maior satisfação e contentamento em suas vidas diárias e também por uma maneira
de explorar e compreender um dos aspectos mais fundamentais da condição humana,
contribuindo para uma maior consciência sobre o que nos traz bem-estar e uma
vida mais significativa.
Podemos construir inúmeras teses
sobre a felicidade, isto por ser um conceito complexo e multifacetado, existem
inúmeras perspectivas e abordagens para entender e descrever esse estado
emocional e mental. Cada indivíduo pode ter sua própria definição e percepção
de felicidade, o que torna o tema ainda mais diverso e aberto a diferentes
interpretações, o número é apenas um indicador de quantidade, é apenas
simbólico do que literal, o que associamos a ele é fará a diferença.
Fonte:
Conte, Carlos Brasilio. Pitágoras:
ciência e magia na Antiga Grécia. Ed. Madras. São Paulo, 2015.