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sexta-feira, 11 de outubro de 2019

FENOMENOLOGIA É UMA ATITUDE





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  Fenomenologia:   A palavra Phänomenologie deriva do grego logos (“razão, palavra, doutrina, teoria”etc) e phainomenon, fenômeno (“APARÊNCIA”), ciência, estudo do fenômeno, ou um conjunto de fenômenos; Husserl, desenvolveu plenamente esta disciplina, como ciência rigorosa, operando uma volta ás próprias coisas, uma ciência dos fenômenos e da essência, “a priori ou uma ciência eidética.” 

Etimologicamente: grego eidetikos, que diz respeito ao conhecimento, de eidos, forma de uma coisa no espírito, idéia, essência, na fenomenologia que diz respeito as essências. Para Husserl:”A fenomenologia pura ou transcendental não será erigida em ciência que versa sobre os fatos, mas que versa sobre essências (em ciência eidética); uma tal ciência eidética visa estabelecer unicamente conhecimentos e essência e de maneira nenhuma dos fatos. A redução correspondente, que conduz do fenômeno psicológico á essência pua (...), é a redução eidética” (Ideias Diretrizes para uma Fenomenologia, p.7, Gallimard)

Merleau-Ponty, A fenomenologia é o estudo das essências, e todos os problemas, segundo ela, consistem em definir essências: a essência da percepção, a essência da consciência, por exemplo. Mas a fenomenologia é também uma filosofia que recoloca as essências na existência.

O objetivo da fenomenologia é evitar a aparência, ilusão a fim de penetrar até verdade e a essência. Tem de transcender aos sentidos, não como apenas uma aparência dos sentidos externos, como por exemplo óptico, superando a beleza visível, que nada mais é do que aparência, o ferramental fenomenológico é um feixe de habilidades sensoriais, psicológicas, morais, éticas, culturais, intuitivas e etc. 

Entender o fenômeno é entender o macroprocesso globalizante de outro micro processos constituintes. Temos o conhecimento compartilhado e no entendimento fenomenológico o correto conceitualmente é expressar o fenômeno como planificador, na descrição fenomenológica do conhecimento o sujeito não sai de si, ele busca descrever o processo de conhecimento sem pressupor a existência do mundo fora de si, o sujeito utiliza suas habilidades cognitivas para compreender e explicar o fenômeno numa tentativa de superação o engodo das aparências.

O belo, em sua configuração fenomênica, estabelece a necessidade processos que exigem descrição precisa, entre eles: da visão, da audição e do tato, isto em relação a pintura, a música e escultura, e descrever o fenômeno exige transcender aos sentidos e os limites da sensibilidade, evitando a vulgarização dos juízos sobre objetos da razão, como é comum. Mais ou menos como uma bola trocando de mãos sistematicamente sem um sentido próprio.
Analisar um determinado fenômeno, exige aplicar método de investigação critico, rigoroso e sistemático, o que dá confiabilidade e qualidade ao resultado. 

Atualmente diversas áreas utilizam-se do método de investigação fenomenológica, com suas raízes na filosofia, dentre estas áreas encontramos, Marketing, Recursos Humanos, desenvolvimento organizacional, pesquisa de gerência dentro e fora das instituições, etc.

Não é de fácil acesso, o pensamento fenomenológico é intrinsecamente difícil, uma vez que contra a tendência natural da consciência de dirigir-se as coisas em vez de seus processos e tentar analisar esses processos espontâneos que se apresentam como unidades já formadas, embora estejam em constante fluxo. Não é fácil porque filosofia não é parte de nossa cultura latino-americana, é parte de uma cultura filosófica, e nós brasileiros latino-americanos, com a nossa imissão de posse no ano de 1500, quando na Europa já acontecia a filosofia a mais de 1500 anos.



  Existe uma rica bibliografia de autores filósofos expondo complexidade de entender pela fenomenologia, dentre os filósofos que se destacam temos:

 - Heidegger que ao discutir a questão do sentido do ser, demonstra que a Fenomenologia entende a verdade com viés de temporariedade ou provisoriedade, relatividade, mutabilidade. Neste entendimento posiciona-se radicalmente diferente da compreensão da metafísica que pressupõe a uma única verdade, sendo assim absoluta, aqui há uma rejeição parecendo óbvia a radicalidade.
Tem-se na Fenomenologia orientação do seu olhar para o fenômeno, na relação sujeito-objeto (ser-no-mundo), que representa o rompimento do tradicional conceito sujeito/objeto.
Heidegger nos apresenta mais uma forma de conhecer a concretude do mundo, ao contrário da forma metafísica que é una. Como culturalmente estamos acostumados a conhecer o mundo de uma única forma (forma metafísica), a complexidade do mundo se torna ainda mais complexa quando procuramos entender a partir dos Fenômenos.

- Hegel em sua complexidade denomina fenomenologia do espírito como a ciência do movimento da consciência, que parte da consciência sensível e alcança, após diversos estágios, onde a consciência de si, está caracterizada como um saber absoluto. 

- Para Kant, a fenomenologia é a ciência que estuda a matéria enquanto objeto possível da experiência. Defende a necessidade de uma phenomenologia generalis, que faça distinção entre os mundos sensível e inteligível.

- Para Husserl, a fenomenologia é um método que objetiva encontrar as leis puras da consciência intencional. A intencionalidade é a forma própria de ser da consciência, uma vez que não há consciência que não esteja em ato, dirigida para um determinado objeto. Por sua vez, todo objeto somente existe enquanto apropriado por uma consciência. "Sujeito" e "objeto" constituem, para esta concepção, dois extremos de uma mesma realidade. Ainda é necessário encontrar um procedimento que faça ver a estrutura integral da consciência. A fenomenologia consiste, em apresentar as coisas nelas mesmas; ela deve excluir todos os pressupostos de conhecimento, extrair as lentes convencionais a fim de apreender a consciência em seu puro caráter fenomenal. Para realizá-lo, ela parte do processo de redução; este consiste em pôr o mundo entre parêntesis, liberando, assim, o puro fenômeno. Este se manifesta, assim, de maneira dupla: como redução eidética, que faz aparecer a apreensão, pela consciência, de essências puras, unidades ideais formadoras de sentido. Assim, o que é visado pela consciência se manifesta em seu âmbito essencial, como sentido.

Neste processo, na sequência relativa deparamo-nos com outro momento que é o da redução transcendental, em que a própria existência da consciência é posta entre parêntesis. Voltando sobre si própria, a consciência se apreende como eu puro ou transcendental, que confere sentido a toda experiência de ego-idade, ou seja, do eu puro.

Dizemos que a Fenomenologia é uma atitude, ou seja, uma forma de compreensão e não é simplesmente uma teoria, esta permeada de sentido muito bem estruturado, proporciona encruzilhadas onde o filósofo tem de obrigatoriamente tomar uma decisão e seguir por um caminho, é quando o filósofo pensa e age, mesmo que sejam caminhos diferentes a Fenomenologia é peculiar, pois desloca a forma de enxergar as coisas, altera a forma de entendimento e conhecimento do mundo.

BIBLIOGRAFIA

Critelli, D. M. Analítica do sentido: uma aproximação e interpretação do real de orientação fenomenológica. São Paulo: EDUC Brasiliense, 1996.

Heidegger, M. “Carta sobre el ‘Humanismo’”. In: H. Cortés e A. Leyte (trads.), Hitos. Madrid: Alianza Editorial, 2007.
_____. Conceptos fundamentales (Curso del semestre de verano, Friburgo, 1941). M.E.V. García (trad.). Madrid: Alianza Editorial, 2006.
_____. “Da essência do fundamento”. E. Stein (trad.). In: Conferências e escritos filosóficos. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

Kant, I. Crítica da razão pura. M. P. dos Santos e A. F. Morujão (trad.). Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2005.

Maturana, R. H. (1997) A Ontologia da Realidade. Belo Horizonte: Editora da UFMG.

domingo, 18 de agosto de 2019

Inovação Existencial, Uma Conversa Informal




A presença do trabalho nesta nova etapa possui proporções bem menores, é uma nova etapa de aprendizado, onde os estudos (algo que sempre gostei de fazer) para mim não é trabalho, mas é um dos maiores prazeres, é justificado pela apropriação do conhecimento por si só, por vezes vertiginoso, do fluir do pensamento, o qual por si mesmo, já é suficiente para mudar a vida de qualquer pessoa, é a energia que alimenta o dever desta nova etapa existencial, voltada a criação de valor e junto a isto o progresso da formação, quiçá uma nova maneira de pensar e de se conceber

Assim como De Masi, atualmente não mais pactuo com aqueles infinitos absurdos organizacionais que angustiam o trabalho no mundo empresarial, no entanto, cabe dizer de antemão que a indolência e vadiagem não fazem parte de meu vocabulário.

Assiduamente, as 5 horas meu relógio biológico me desperta, me chamando para a vida, permaneço com o velho hábito de aproveitar ao máximo e da melhor maneira a vida que me foi concebida, afinal nosso tempo neste mundo se esvai a cada tique-taque do coração, como os ponteiros de um relógio que avançam e testemunham a passagem das gerações (aqui recordei as palavras de nosso poeta Mario Quintana).

Não abandonamos num segundo os hábitos adquiridos. Como dizia Ferdinando IV de Bourbon: “É mais fácil perder o trono que perder o hábito. ” E ele entendia do assunto, já que, de fato, tinha perdido o trono. Afinal, acordar cedo me parece ser melhor do que ir dormir na madrugada.

As coisas em seu tempo...

Na parte da manhã, há o silêncio o maior amigo da meditação, silêncio como oração, e não como reza. Reza é falatório para não ouvir. É orando que se abrem os vazios de silêncio. Expulsando todas as ideias estranhas, afinal a meditação não é apenas fechar os olhos com as pernas em posição borboleta e as mãos apoiadas juntando as pontas dos dedos e entoar um mantra. A meditação é o momento certo de pararmos, nos desligarmos dos problemas e pensarmos sobre nossa própria vida. 

Ao estilo do Raja Yoga, o foco é a reflexão. Sentados numa posição confortável e de olhos abertos, os praticantes mentalizam pontos positivos da natureza humana, como perdão, bondade, generosidade, compaixão e amor incondicional.

Pela manhã estamos energizados, as baterias estão carregadas, a memória organizada, se o sono foi profundo e reparador, estaremos preparados para o dia que se inicia, porem se acordarmos sem energia e tristes, então precisamos entender o motivo de estamos tristes e desmotivados, qual a razão, e assim saber o que pode ser feito, isto vale para qualquer pessoa. Tudo na vida é temporário, é o que sempre digo. Não recordo de ter acordado com estes sentimentos, ainda bem! Se alguma vez acordei assim e não recordo, foi porque soube resolver.

O que penso, é que...

Tudo na vida é temporário

Toda vez que chove, uma hora para de chover. Toda vez que você se machucar, você vai sarar. Depois da escuridão há sempre luz – você sabe disso todas as manhãs, mas ainda assim, muitas vezes, você se esquece e decide acreditar que a noite vai durar para sempre. Não vai. Nada dura para sempre.

Então se as coisas estão bem agora, aproveite. Não vai durar para sempre. Se as coisas estão ruins, não se preocupe porque não vai durar para sempre também. Só porque a vida não é fácil, neste momento, não significa que você não pode rir. Só porque alguma coisa está incomodando você, não significa que você não pode sorrir. Cada momento é um novo começo e um novo final. Você tem uma segunda chance a cada segundo. Faça este segundo ser melhor que o último.

Nos últimos vinte anos, a meditação e a atenção plena vêm se tornando uma espécie de band-aid onipresente, visando consertar tudo: do seu peso aos seus relacionamentos, passando pelos seus níveis de conquista.

A meditação pode ser pensada como um band-aid, porem tem de saber usar.
Você sabe usar o band-aid?






Pois é, acredito que a maioria das pessoas não saibam usar o band-aid, imagino então se saibam meditar?

Sugestão...

Apoios fisiológicos usados para melhorar o estado mental. É uma das mais comuns e simples de fazer. Concentre-se na respiração, nas batidas do coração ou na pulsação do corpo. Sente na chamada pose de índio (ou posição de lótus), com a coluna reta e as pernas cruzadas. Feche os olhos e focalize o fluxo de ar que entra e sai de seus pulmões.

Essa técnica é aplicada no budismo japonês. "Se uma pessoa está ansiosa e agitada, o gesto de inspirar e expirar o ar longamente simboliza expelir o que está incomodando. É a saída do excesso de peso, propiciando um estado de serenidade", explica Maria José. A prática hinduísta do tantrismo se concentram nas pulsações e o taoísmo, baseado na filosofia chinesa, nos batimentos cardíacos.

A meditação não é um produto de consumo e de bem-estar, e sim deve ser pensada como uma prática pessoal de profunda transformação. Além dos estados agradáveis momentâneos, os exercícios mentais podem resultar na transformação duradoura de traços de personalidade. Porém, as curtas doses diárias não nos levarão a este nível de transformação positiva e duradoura - mesmo se continuarmos a praticar por anos - sem adicionar práticas específicas.

Mais do que breves momentos, precisamos de uma prática inteligente e disciplinada, incluindo aspectos cruciais, com uma visão ampliada e menos apegada do eu, além da motivação pessoal para que essa transformação esteja focada no altruísmo, na ética, no benefício aos outros.
 
Afinal meditação não é um band-aid! São necessárias atitudes positivas!






É necessária uma inovação existencial!




Namastê!