Para nós atualmente, viajar além de quebrar a rotina, nos aproxima mais ainda um do outro, somos andarilhos procurando descobrir lugares deixando nossas pegadas no tempo. Viajar reforça a felicidade e faz nos manter de bem com a vida.
Somos um bocado peripatéticos, o método aristotélico está presente em nossas caminhadas e procuramos ver nos ambientes uma oportunidade de exploração instigando nossos pensamentos e fomentando novas experiências e com isto novos conhecimentos, emoções e divertimentos.
O apego exagerado a rotina e a preguiça podem ser um entrave para este salutar hábito de viajar, viajar implica quebrar a rotina, vencer a preguiça, procurar adaptar-se a novos meios culturais e sociais, no mínimo estes motivos seriam suficientes para as pessoas repensarem a forma de viverem sua vida.
Pode ser que no passar do tempo está acomodação seja um problema levando a outros problemas, como por exemplo o isolamento, dificuldades de adaptação ao novo e principalmente dificultando o relacionamento no processo social onde todos nós somos parte e estamos inseridos.
Para o acomodado viajar pode ser um desafio, viajar pode ser uma maneira de aprendermos a ser ativos e ter atitude na busca de soluções, o acomodado geralmente fica sem reação diante de desafios, muitas vezes acaba se mantendo inerte, viajar nos faz sair do mesmo lugar, esta é uma lição importante por nos levar ao desconhecido, refletirmos sobre crenças e inseguranças limitantes que geralmente nos encurralam diariamente.
O mundo é diferente daquele que nossos pais nos apresentaram, muito em razão de sua preocupação e proteção, andar e viajar nele nos mostram situações fora de nossa imaginação, viajar é se voluntariar a enfrentar o destino e dar chance a vida agir com sua energia revigorante, descortinando nossa força e potencial de realizações, é nossa decisão de sermos protagonista na vida.
Viajar é uma oportunidade Piagetiana de aprendizado, independentemente da idade, pois é uma preciosa oportunidade de permitir a entrada e processamento de novos estímulos externos, a vivencia em ambientes diferentes daqueles a que estamos acostumados são fontes preciosas de estímulos, cada viagem é um despertar, os olhos visualizam coisas que não estão acostumados ver, seja uma viagem a cidade vizinha ou até mesmo uma visita ao bairro ao lado do nosso, passeios pela cidade onde vivemos, afinal viajar é uma forma de sairmos do atual para o novo, são oportunidades para novos laços sociais.
Gosto de tomar o mate em cada local diferente que visito, talvez o saborear do mate seja outra forma de vivenciar um habito da tradição que carregamos a outro local onde está vivencia pode nem ser conhecida, assim como vamos em busca, levamos nossa tradição sem deixar de lado uma rotina que nos traz prazer, o prazer do habito da tradição alimenta a aura impregnando o ambiente visitado, há uma troca, uma sinergia que vão além de interesses de prestadores de serviços, consumo de produtos e interesses econômicos voltados para o capitalismo, viajar é muito mais.
Há quem diga que o turista é percebido de longe, o viajante é notado por seu olhar de admiração pelo novo e estranho, é percebido por suas atitudes que acabam denunciando, importante estarmos cientes disto porque nossas atitudes devem ser éticas e moralmente aceitas, sustentáveis e ecologicamente corretas, nossos passos e nossas pegadas sejam passos e pegadas de pessoas que mereçam o acolhimento e seja desejado o retorno, assim deve ser o turista, respeitar o local onde visita, não ir apenas como explorador e consumidor, o turista também é um cidadão do mundo, a sinergia do viajar é ato simultâneo de trocas de valores.