Atualmente há uma crescente cobrança para que as pessoas sejam mais conscientes em diversos aspectos de suas vidas. Essa cobrança vem de várias fontes, incluindo a sociedade, a mídia, as organizações e até mesmo de nós mesmos.
Com a crescente preocupação com as mudanças climáticas e o impacto humano no meio ambiente, há uma pressão maior para que as pessoas sejam mais conscientes em suas escolhas e comportamentos relacionados ao consumo, reciclagem, energia, transporte e outros hábitos que afetam o planeta.
As pessoas estão sendo incentivadas a serem mais conscientes das questões sociais e a contribuírem para o bem-estar da comunidade. Isso inclui apoiar causas sociais, combater a discriminação e a desigualdade, e promover uma sociedade mais justa e inclusiva, portanto razões não faltam e há de estarmos focados nos seus vários vieses que exigem nossa total atenção.
Há uma maior ênfase na conscientização sobre a importância do autocuidado, do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e da atenção à saúde mental. As pessoas estão sendo encorajadas a cuidar de si mesmas e a buscar ajuda quando necessário.
Existe uma tendência crescente de incentivar o consumo consciente, ou seja, considerar o impacto ambiental, social e ético dos produtos que compramos. Isso envolve escolher marcas e empresas que adotam práticas sustentáveis e éticas.
A conscientização sobre as emoções e perspectivas dos outros tem ganhado destaque, incentivando as pessoas a serem mais empáticas e compassivas em suas interações e relações com os demais.
Essa cobrança para ser mais consciente é um reflexo do reconhecimento crescente dos desafios enfrentados em nível global e individual. A conscientização é vista como um caminho para enfrentar esses desafios, tomar decisões mais informadas e contribuir para um mundo mais positivo e sustentável. No entanto, é importante notar que cada pessoa tem suas próprias circunstâncias e limitações, e a jornada para se tornar mais consciente pode variar de acordo com as experiências e possibilidades individuais. E quando se trata de falar sobre consciência como veremos a seguir o assunto é complexo e profundo.
Definindo a Consciência
A consciência é uma experiência subjetiva e fundamental que nos permite ter conhecimento, percepção e sensação do mundo ao nosso redor, bem como de nossos próprios pensamentos, emoções e sensações internas. É a qualidade intangível da experiência de estar acordado e ciente de si mesmo e do ambiente que nos cerca.
Através da consciência, somos capazes de sentir e interpretar o mundo, ter autoconsciência de nossos pensamentos e sentimentos, e tomar decisões conscientes com base em nossas experiências e conhecimentos. É a consciência que nos possibilita experimentar cores, sons, sabores e emoções, e também é a base de nossa capacidade de raciocinar, aprender e refletir sobre nossa própria existência e a natureza do universo.
Essa experiência subjetiva da consciência, muitas vezes chamada de "qualia", é um aspecto intrínseco da vida humana que permanece desafiador para ser completamente compreendido. A relação entre a mente, o cérebro e a consciência é objeto de intensos debates na filosofia e na ciência, e muitas questões sobre sua natureza permanecem em aberto.
“Qualia” é uma dimensão central da experiência subjetiva da consciência. Qualia refere-se às qualidades subjetivas e individuais das nossas experiências sensoriais e mentais, aquilo que torna cada experiência única para cada indivíduo. É a qualidade intangível do "ser consciente" que nos permite sentir as cores, os sons, os cheiros, os sabores e as emoções de maneira pessoal e íntima.
Quando ouvimos uma música que nos emociona profundamente, observamos o pôr do sol em uma praia paradisíaca ou provamos o sabor de um alimento que nos remete à infância, essas experiências são permeadas por qualia. As qualidades subjetivas dessas experiências são únicas para cada pessoa, e é por isso que as sensações e emoções associadas a elas variam de indivíduo para indivíduo.
Uma característica intrigante das qualia é sua inefabilidade - a dificuldade ou até impossibilidade de descrever completamente essas experiências subjetivas através da linguagem ou de qualquer outra forma objetiva. Por mais que tentemos expressar a beleza de uma obra de arte, a dor intensa de uma perda ou o prazer de uma experiência sensorial, as palavras muitas vezes falham em capturar completamente a riqueza das qualidades subjetivas envolvidas.
As qualia têm sido um tema central nos debates filosóficos sobre a natureza da consciência. O problema dos qualia, também conhecido como o "problema difícil da consciência", questiona como e por que essas experiências subjetivas surgem a partir de atividades cerebrais e físicas. Filósofos, cientistas e teóricos da mente têm tentado abordar esse enigma complexo, mas a natureza das qualia continua a desafiar explicações simples.
A presença das qualia em nossas experiências conscientes nos leva a questionar como elas se encaixam no panorama mais amplo da realidade. Será que as qualia são exclusivas das experiências humanas, ou outras formas de vida também possuem qualia em suas vivências? Essas questões levam a reflexões mais profundas sobre a natureza da mente e da consciência em um contexto cósmico.
Ao explorar o conceito de "qualia", mergulhamos na essência da experiência subjetiva da consciência. As qualidades subjetivas únicas de nossas experiências sensoriais e mentais são intrincadamente ligadas à nossa compreensão de nós mesmos e do mundo à nossa volta. No entanto, a inefabilidade das qualia e o desafio de explicar sua origem continuam a nos provocar, à medida que prosseguimos em nossa busca para desvendar os mistérios mais profundos da consciência.
A consciência é o núcleo da experiência humana, permitindo-nos perceber, compreender e interagir com o mundo de maneira única e individual. Sua complexidade e mistério continuam a inspirar a busca por respostas e a compreensão mais profunda de nossa própria existência, até chegarmos nesta ideia de “qualia” um filósofo começou a extensa jornada, este filósofo foi Sócrates.
E Sócrates com isso?
Um filósofo que tratou extensamente do tema de uma vida consciente foi o filósofo grego Sócrates (470 a.C. - 399 a.C.). Embora não tenha deixado registros escritos de suas ideias, suas contribuições filosóficas foram registradas por seus discípulos, especialmente por Platão, seu aluno mais famoso.
Sócrates destacou a importância da filosofia como uma forma de vida e não apenas como um exercício intelectual. Ele acreditava que a verdadeira sabedoria não se encontrava em livros ou na mera aquisição de informações, mas sim em questionar-se constantemente, examinar suas crenças e ser honesto consigo mesmo sobre suas próprias limitações e ignorâncias.
Uma das principais contribuições de Sócrates foi seu método de investigação conhecido como "maiêutica" ou "parto socrático". Em vez de transmitir conhecimento diretamente, ele fazia perguntas aos seus interlocutores para levá-los a reconhecer suas próprias contradições e inconsistências, levando-os a um nível mais profundo de entendimento e consciência.
Sócrates também se preocupava muito com a virtude e o comportamento ético. Ele acreditava que a busca pela excelência moral era essencial para viver bem e que uma vida virtuosa era o caminho para a felicidade e a autorrealização.
Infelizmente, sua abordagem incisiva e questionadora irritou muitas pessoas em posições de poder, e ele foi condenado à morte por corromper a juventude e desrespeitar os deuses tradicionais de Atenas. Mesmo diante da pena de morte, Sócrates manteve sua integridade e recusou-se a renunciar às suas crenças.
As ideias e métodos filosóficos de Sócrates influenciaram profundamente a história do pensamento ocidental e continuam a ser estudados e debatidos até hoje. Sua ênfase na busca do autoconhecimento, na reflexão ética e na importância da sabedoria prática continuam relevantes para aqueles que procuram uma vida consciente e significativa.
Uma Exploração Histórica
A história tem muito a nos contar, a jornada pede que façamos uma exploração histórica, em busca de uma compreensão mais profunda da consciência. Ao longo dos séculos, filósofos e pensadores de diferentes culturas e épocas têm abordado esse tema fascinante de maneiras diversas, moldando a forma como entendemos essa experiência humana essencial.
Ninguém parte do zero, herdamos conhecimento e costumes, não somos uma tabula rasa, portanto a historicidade é fundamental para compreendermos o mundo que nos rodeia, entende-lo evita que inventemos a roda cada vez que queremos seguir em frente, porque inventar algo que já foi inventado? A história tem muito a nos contar, precisamos aprender com ela.
Sócrates deu o chute inicial e seu discípulo, Platão, seguiu seu próprio curso nesta jornada, na Filosofia Antiga encontraremos os registros de Platão e a sua ideia de Dualidade da Alma. Na Grécia Antiga, Platão foi um dos primeiros filósofos a explorar a natureza da consciência. Em sua teoria da dualidade da alma, ele acreditava que a mente e o corpo eram entidades distintas. A alma, para Platão, era a fonte da razão e da inteligência, enquanto o corpo era apenas uma prisão temporária para a alma. Essa visão dualista estabeleceu as bases para debates futuros sobre a relação entre a mente e o corpo.
Dentro da Filosofia Medieval encontraremos Santo Agostinho e a Interioridade da Consciência. Na Idade Média, Santo Agostinho desenvolveu a ideia de uma interioridade da consciência. Ele argumentou que a consciência é uma experiência interna e pessoal que se manifesta através do conhecimento e do autoconhecimento. Para Agostinho, a consciência era a conexão da alma com Deus, e a busca pela verdadeira sabedoria estava intrinsecamente ligada à compreensão de si mesmo.
Na Filosofia Moderna encontraremos Descartes e a Dualidade Mente-Corpo. Com o Renascimento, o filósofo francês René Descartes introduziu uma perspectiva dualista influente. Ele acreditava que a mente (ou alma) e o corpo eram entidades separadas e distintas. Essa dualidade levou à famosa frase "Cogito, ergo sum" ("Penso, logo existo"), enfatizando a importância da consciência como prova de existência.
Na Filosofia Iluminista encontraremos Kant e a Reflexividade da Consciência Immanuel Kant, um filósofo alemão da era iluminista, abordou a consciência de uma maneira reflexiva. Ele argumentava que a consciência é uma atividade mental ativa, através da qual moldamos nossa experiência do mundo. Kant destacou a importância da razão e da reflexão na construção do conhecimento e da compreensão de nós mesmos e da realidade.
Kant é conhecido por suas contribuições significativas na filosofia moral e ética, e suas ideias têm sido uma influência importante na filosofia contemporânea.
Kant desenvolveu uma abordagem ética conhecida como "ética do dever" ou "ética deontológica". Em sua obra mais famosa, a "Crítica da Razão Prática", ele argumenta que a moralidade deve ser baseada em princípios racionais universais e imutáveis, independentemente das consequências.
Para Kant, uma vida consciente envolve agir de acordo com o "imperativo categórico", que é a regra moral fundamental que ele formulou. O imperativo categórico pode ser expresso de várias maneiras, mas a formulação mais conhecida é a seguinte: "Age apenas de acordo com uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que se torne uma lei universal."
Em outras palavras, para uma ação ser moralmente correta, ela deve ser universalizável, ou seja, todos deveriam poder agir da mesma maneira em circunstâncias semelhantes, sem gerar contradições ou conflitos.
Além disso, Kant também enfatizou a importância da dignidade humana e do respeito mútuo. Ele argumentou que todas as pessoas têm uma dignidade intrínseca e devem ser tratadas como fins em si mesmas, nunca apenas como meios para atingir nossos próprios objetivos.
Viver uma vida consciente, de acordo com Kant, é agir de acordo com nossos deveres morais, ser guiado por princípios racionais e tratar os outros com respeito e dignidade. Ele acreditava que, ao seguir o imperativo categórico, poderíamos alcançar uma forma de felicidade derivada do senso de dever cumprido e da harmonia com a moralidade universal.
As ideias de Kant sobre moralidade e ética continuam sendo discutidas e estudadas na filosofia contemporânea, e sua abordagem à vida consciente oferece uma perspectiva valiosa sobre como agir com responsabilidade e consideração em nossas ações e relações com os outros.
Na Filosofia Contemporânea Encontraremos Diversas Abordagens. Na filosofia contemporânea, abordagens diversas têm sido adotadas para compreender a consciência. Desde perspectivas materialistas, que veem a consciência como um epifenômeno do cérebro, até concepções mais holísticas, que enfatizam a unidade mente-corpo e a consciência como parte intrínseca do universo, há uma riqueza de ideias e debates em curso.
A exploração histórica da consciência nos fornece um contexto rico e variado para entender as perspectivas passadas e presentes sobre esse fenômeno essencial. Essas visões filosóficas servem como uma plataforma sólida para continuarmos nossa jornada rumo a uma compreensão mais abrangente e profunda da consciência, explorando seu papel na natureza humana e na nossa conexão com o mundo à nossa volta.
Atualmente existem muitos filósofos e pensadores que ainda abordam o tema de uma vida consciente. A filosofia é uma disciplina em constante evolução, e diferentes filósofos contemporâneos têm explorado a ideia de uma vida consciente em várias perspectivas. Aqui estão alguns exemplos de filósofos contemporâneos que trataram desse tema:
Martha Nussbaum: Filósofa moral e política, Martha Nussbaum enfatiza a importância da capacidade humana de empatia e imaginação moral. Ela defende uma abordagem baseada na justiça social e na compaixão em relação aos outros, buscando promover uma vida boa e uma sociedade mais justa.
Peter Singer: Filósofo ético, Peter Singer, tem se concentrado na ética prática e nas questões de altruísmo eficaz. Ele argumenta que temos a responsabilidade de ajudar os outros e reduzir o sofrimento no mundo, especialmente para aqueles que estão em situações de grande necessidade.
Alain de Botton: Embora não seja estritamente um filósofo acadêmico, Alain de Botton é um autor e pensador contemporâneo que escreve extensivamente sobre a busca da sabedoria e do significado na vida cotidiana. Ele explora questões como amor, trabalho, status, e como viver uma vida mais plena e satisfatória.
Charles Taylor: Filósofo canadense, Charles Taylor, investiga questões de identidade pessoal, autenticidade e busca por sentido na era moderna. Seu trabalho se concentra em como os indivíduos constroem suas identidades em meio a complexas influências culturais e sociais.
Kwame Anthony Appiah: Filósofo moral e político, Kwame Anthony Appiah, aborda questões de ética global e cosmopolitismo. Ele explora a ética da identidade e defende a importância do diálogo intercultural e da compreensão mútua para enfrentar os desafios globais.
Esses são apenas alguns exemplos, e há muitos outros filósofos contemporâneos que contribuem para a discussão sobre uma vida consciente, ética e significativa. Cada filósofo pode ter abordagens diferentes, mas todos buscam compreender como viver uma vida mais ética, reflexiva e em harmonia com os outros e o mundo ao nosso redor.
Com tanta gente pensando é lógico que ao longo dos anos diferentes teorias foram desenvolvidas, sejam perspectivas materialistas e funcionalistas, os nossos pensadores também exploraram a natureza da consciência em relação à mente e ao cérebro, o enigma é complexo e exige muitas mentes pensando a respeito, estas são alguma teorias...
O enigma mente-cérebro é uma das questões mais complexas e desafiadoras quando se trata de compreender a natureza da consciência. Foram exploradas diferentes teorias, incluindo as perspectivas materialistas e funcionalistas, que têm sido debatidas para entender como a consciência emerge a partir da atividade cerebral e como a mente está relacionada ao cérebro.
A perspectiva materialista sugere que a consciência é um epifenômeno do funcionamento físico do cérebro e do sistema nervoso. De acordo com essa visão, as qualidades subjetivas das experiências são resultado da atividade neuronal e das interações entre as redes cerebrais. O reducionismo materialista argumenta que a consciência pode ser completamente explicada em termos de processos neurais e físicos, desconsiderando qualquer explicação metafísica ou não material.
Por outro lado, o funcionalismo enfatiza a importância dos processos e funções mentais na compreensão da consciência. Essa perspectiva considera que a consciência surge a partir da organização e dos padrões de atividade neural, e não apenas das características físicas do cérebro. O funcionalismo sugere que a consciência é uma propriedade emergente do cérebro que surge da interação complexa e integrada dos estados mentais.
Uma terceira teoria relevante é o dualismo interativo, que tenta reconciliar a perspectiva materialista e a perspectiva da mente separada. Essa abordagem propõe que a mente e o cérebro são entidades distintas, mas interagem de forma complexa. O dualismo interativo sustenta que a mente influencia o cérebro e vice-versa, resultando na experiência consciente.
Além dessas teorias, o conceito de emergência tem sido discutido no contexto da consciência. A emergência sugere que novas propriedades, como a consciência, podem surgir quando os sistemas se tornam suficientemente complexos. A consciência emergente seria uma propriedade resultante da organização e da complexidade do cérebro, mas que não pode ser reduzida apenas a suas partes físicas.
Apesar dos avanços nas neurociências e das teorias propostas, a questão da relação mente-cérebro e da natureza da consciência permanece amplamente sem respostas definitivas. As limitações em nossa compreensão do cérebro e a inefabilidade das qualia são desafios significativos na busca por uma explicação completa.
Conforme exploramos diferentes teorias, incluindo as perspectivas materialistas, funcionalistas e outras, percebemos que a consciência é um fenômeno complexo e multifacetado, cuja natureza intrincada continua a nos intrigar. A busca por uma explicação definitiva sobre como a mente e o cérebro estão interconectados e como a consciência surge a partir dessas interações permanece como um dos maiores enigmas da ciência e da filosofia da mente. Enquanto avançamos em nossas investigações, estamos conscientes de que a exploração da consciência é uma jornada contínua e fascinante, desafiando-nos a explorar as fronteiras de nossa compreensão sobre o eu e o mundo que nos cerca.
Como disse a jornada é longa e ainda há muito a explorar, perguntas surgem e precisam de respostas, como por exemplo, como nossa consciência individual está intrinsecamente vinculada a uma rede complexa de interações sociais e ecológicas, e como a conscientização de nossa interconexão pode moldar nossa abordagem aos problemas globais.
A consciência individual não existe isoladamente; está intrinsecamente vinculada a uma rede complexa de interações sociais e ecológicas, portanto esta questão exigiu fosse explorado como nossa consciência é influenciada pelas relações sociais e como nossa interconexão com o ambiente molda nossa abordagem aos problemas globais.
Desde o nascimento, somos seres sociais, imersos em uma teia de relações com familiares, amigos, colegas e sociedade em geral. Nossa consciência é moldada por essas interações, assimilando normas culturais, valores, crenças e expectativas sociais. Ao nos identificarmos como parte de um grupo, desenvolvemos uma consciência coletiva que influencia nossa visão de mundo e nosso sentido de identidade.
A consciência social também está intimamente ligada à nossa capacidade de empatia - a habilidade de compreender e compartilhar os sentimentos e perspectivas de outras pessoas. A empatia nos conecta emocionalmente com os outros, permitindo-nos reconhecer nossa interdependência e a importância de cuidarmos uns dos outros. Essa consciência empática pode ser estendida além de fronteiras nacionais e culturais, levando-nos a uma consciência global das questões humanitárias e ambientais.
Assim como nossa consciência social, nossa consciência também é entrelaçada com o meio ambiente que nos cerca. Nossa conexão com a natureza e os ecossistemas influencia nossa compreensão da interdependência entre todas as formas de vida. A consciência ecológica nos leva a reconhecer a importância de proteger e preservar o meio ambiente, conscientes de que nossas ações afetam diretamente a saúde do planeta e o bem-estar de todas as espécies.
A consciência coletiva pode ser um poderoso catalisador para o engajamento social e o ativismo. Quando indivíduos conscientes se unem em torno de causas comuns, tornam-se agentes de mudança capazes de enfrentar desafios globais, como a pobreza, a desigualdade social, a degradação ambiental e as mudanças climáticas. A conscientização de nossa interconexão fortalece o sentimento de responsabilidade compartilhada e a vontade de trabalhar em prol do bem comum.
A conscientização de nossa interconexão social e ecológica nos lembra que somos parte de um todo maior - uma comunidade global e um ecossistema interdependente. Essa percepção pode moldar nossa abordagem aos problemas globais, incentivando-nos a tomar decisões mais conscientes e sustentáveis em nossas vidas cotidianas e em níveis políticos e econômicos mais amplos.
Ao explorarmos a interconexão de nossa consciência individual com a rede social e ecológica, percebemos que nossas ações e escolhas têm um impacto significativo em nosso mundo. A conscientização de nossa interdependência nos convida a abraçar uma abordagem mais responsável e compassiva em relação aos outros seres humanos e à natureza, buscando soluções colaborativas para os desafios globais que enfrentamos. A consciência coletiva e ação consciente são chaves essenciais para a construção de um futuro mais harmonioso e sustentável para toda a humanidade e o planeta Terra.
Com tantos pensadores debruçando-se sobre o tema, ao longo do tempo o ser humano desenvolveu crenças e filosofias em torno do tema, o debate ao longo dos anos produziu algumas orientações gerais para uma vida consciente e que são amplamente aceitas e valorizadas em várias tradições filosóficas e espirituais. Cada pessoa é única, e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra, as regras como disse são orientações gerais então cabe a cada um, por si mesmo descobrir o que lhe cabe, me ocorrem algumas orientações gerais fruto dos trabalhos de nossos amigos que seriam...
Prática da atenção plena (mindfulness): A atenção plena envolve estar consciente do momento presente sem julgamentos. Isso inclui prestar atenção aos pensamentos, emoções, sensações físicas e ao ambiente ao seu redor. A prática da meditação mindfulness pode ser benéfica para desenvolver essa habilidade.
Autoconhecimento: Tire tempo para se conhecer melhor. Reflita sobre suas motivações, valores, forças e fraquezas. Isso pode ajudá-lo a tomar decisões mais alinhadas com seus objetivos e valores pessoais.
Gratidão: Cultive a gratidão, reconhecendo as coisas boas em sua vida. Isso pode ajudar a mudar o foco das coisas negativas e melhorar sua perspectiva.
Aceitação: Aprenda a aceitar as coisas que não podem ser mudadas. Isso não significa que você deva se resignar, mas sim que você deve reconhecer a realidade e encontrar maneiras construtivas de lidar com ela.
Empatia: Pratique a empatia, buscando entender os sentimentos e perspectivas dos outros. Isso pode melhorar seus relacionamentos e ajudá-lo a se conectar melhor com as pessoas ao seu redor.
Equilíbrio: Busque um equilíbrio saudável entre trabalho, lazer, relacionamentos e autocuidado. O excesso em qualquer área pode levar a desequilíbrios e estresse.
Propósito e significado: Descubra e cultive seu senso de propósito e significado na vida. Ter objetivos claros e significativos pode proporcionar um senso mais profundo de realização.
Autenticidade: Seja verdadeiro consigo mesmo e com os outros. Não tenha medo de expressar suas opiniões e emoções de forma honesta e respeitosa.
Desapego: Pratique o desapego material e emocional. Entenda que a verdadeira felicidade não vem das coisas externas, mas da maneira como você lida com elas internamente.
Compaixão: Seja gentil consigo mesmo e com os outros. Trate-se com a mesma compaixão que você ofereceria a um amigo querido.
Essas são apenas algumas sugestões de orientações para uma vida mais consciente. Cada pessoa pode desenvolver seu próprio guia adaptado às suas necessidades e valores individuais. O importante é estar aberto ao crescimento pessoal e à busca contínua por uma vida mais significativa e consciente, nesta lista poderão ser acrescentados outros pontos que conforme cabe a visão de cada um.
E a jornada continua, agora mesmo deve haver algum pensador trabalhando sobre este tema que ainda tem muito a ser descoberto, nosso conhecimento avança e nossas duvidas também, como vimos a jornada é longa e estamos longe de esgotarmos o tema e de chegarmos a um conhecimento definitivo. Portanto, independente de conhecermos tantas teorias, precisamos ter atitudes conscientes neste complexo emaranhado, uma simples decisão poderá ter consequências e repercutir no macrocosmo no qual somos parte importante.
Fonte:
Doidge Norman. O cérebro que se transforma. Trad. Ryta Vinagre. 9ª ed.- Rio de Janeiro: Record. 2017
Henriques Mendo e Barros Nazaré. Olá, Consciência! Uma Viagem pela Filosofia. Ed. É Realizações. São Paulo, Agosto de 2013
Marcondes Danilo. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar., 1997
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