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domingo, 8 de outubro de 2023

A Meditação do Café Espiritual com o Gato Filósofo


Era um fim de tarde e sentia a necessidade de um momento de paz e reflexão, decidi transformar minha casa em um refúgio espiritual, um espaço de tranquilidade onde pudesse meditar e recarregar as energias, a transformação era mais do tipo espiritual do que material, ou seja, sem obras e bagunça, na verdade era mais para transformar a energia do lugar.


Coloquei minha música favorita (Adagio in G Minor deAlbinoni) e preparei um café quente. Enquanto apreciava o aroma, percebi que meu gato, Remo, me observava atentamente. Remo era mais do que apenas um animal de estimação; era como se ele entendesse meus anseios. Remo é um gato de pelos macios e aconchegantes, com um padrão malhado que lembra as cores da terra: um misto de cinza, preto e branco, peito branco e meias brancas. Seus olhos são verdadeiros espelhos da sabedoria felina, de um verde profundo que parece capturar os segredos do universo. Sua postura é elegante e graciosa, como se estivesse sempre em estado de meditação zen. Seus movimentos são precisos, e cada passo é uma dança silenciosa que enche o ambiente com uma aura de tranquilidade. A expressão do rosto do Remo é um misto de seriedade e curiosidade. Às vezes, parece que está mergulhado em profundos pensamentos filosóficos, refletindo sobre os mistérios do mundo. 

                                                                      Gato Filósofo

Minha Música Preferida: https://www.youtube.com/watch?v=XMbvcp480Y4

Adagio in G Minor deAlbinoni

Sentando-me em meu sofá, com Remo ao meu lado, fechei os olhos e comecei a focar em sua respiração. As notas suaves da música criavam uma atmosfera relaxante, ajudando-me a me concentrar e me desconectar do caos da cidade. Enquanto meditava, visualizei um parque tranquilo, com árvores altas e uma brisa suave. Remo, agora uma presença serena e reconfortante, me guiava por esse parque, simbolizando uma busca interior. Caminhávamos juntos por esse refúgio mental, representando uma jornada espiritual, era algo surreal.

Remo, com sua presença paciente e serena, me ensinava sobre a importância de encontrar paz em meio ao tumulto da vida urbana. Ele representava a sabedoria que nascia da aceitação e da calma, mesmo nos momentos mais agitados, os momentos nesta dimensão paralela são sempre muito revigorantes, é um lugar onde a alegria tem o som do silêncio ouvido apenas pela alma, dá vontade de não querer sair mais dali, no entanto, estes lugares não são para passarmos todo nosso tempo terreno, temos de retornar e retomar nossos desafios os quais aceitamos antes de habitarmos neste mundão.

A meditação chegando ao fim, abro os olhos, sempre encontrando Remo deitado ao meu lado. A presença do gato me traz de volta à realidade, mas sempre com uma sensação renovada de serenidade e clareza. Percebo que não preciso de um retiro distante para encontrar paz – hoje sei que posso criar esse refúgio dentro de minha própria casa, sabia que também neste mundão podemos fazer por aqui o que aprendemos lá, isto vale para todos nós.

Nos dias que se passam, eu e Remo continuamos a compartilhar momentos de meditação, encontrando tranquilidade e harmonia na simplicidade do cotidiano. A presença amorosa de Remo lembrou-me de que, mesmo na vida agitada da cidade, é possível encontrar momentos de paz e sabedoria. E, assim, juntos, encontramos equilíbrio em meio ao ritmo frenético da vida urbana. Um gato pode fazer toda a diferença na vida de alguém.

Eu e o Remos temos essas conversas espirituais quase diárias. Não, não é o tipo de conversa em que Remo está miando e eu apenas interpretando - é mais profundo que isso. É tipo uma troca de energias, é uma linguagem sem palavras é cheia de afeto, confiança, compreensão e aceitação mútuos. É uma dança sutil de emoções e conexão que transcende o que pode ser expresso verbalmente. Compartilhamos essa comunicação especial, onde cada olhar, toque e movimento transmite afeto e cumplicidade, formando um laço inquebrável entre nós. É uma linguagem que só pode ser entendida no âmago do coração.

A cada meditação me sento no sofá, fecho os olhos, respiro fundo e começo a meditar, a cada viagem há uma sutil diferença, aos poucos vamos percebendo matizes antes ainda não contemplados. Remo, o guru do tapete, se aninha ao meu lado, emanando sua vibe zen, quando começamos a sintonizar nossas frequências espirituais, como se estivéssemos sintonizando numa rádio mística. Eu começo a visualizar um jardim mágico, e lá estamos novamente, andando por esse lugar cósmico de paz e compreensão. Remo é tipo: "A vida é como caçar uma bolinha invisível, nunca sabemos onde ela vai parar, mas é uma jornada épica!".

Eu fico tipo: "Remo, você está falando sobre as incertezas da vida, né? Tipo, a bolinha invisível é como nossos sonhos e desafios. Às vezes, a gente não sabe onde eles vão nos levar, mas é importante perseguir mesmo assim, né?".

Remo, com seu olhar sábio, faz um aceno de cabeça que é como o sinal universal de "exatamente, meu amigo humano". Aqui não existe “o tempo”, nada é por acaso, neste mundo paralelo somos iguais, estamos juntos por algo maior, cabe a nós descobrirmos juntos o que devemos praticar e harmonizar, vamos nos oportunizar as descobertas.

Continuamos por bom tempo esse papo espiritual, compartilhando insights sobre gratidão (Remo é muito grato por sua ração favorita e deliciosas de comida), aceitação (Eu aceito que, às vezes, é melhor deixar Remo em paz), e sobre a importância de tirar cochilos para a alma (Remo é um profundo filósofo do cochilo). Cada viagem uma experiência!

Essas conversas espirituais acontecem quase diariamente, alimentando meu espírito e deixando Remo com uma sensação de dever cumprido como conselheiro espiritual felino. Afinal, o que é a espiritualidade se não compartilhar momentos profundos, seja com humanos ou gatos? É sempre bom ter por perto um gato, vá lá que seja um filósofo, caso não o seja, use sua imaginação e de uma oportunidade para ele mostrar sua sabedoria, a natureza é assim, se dermos atenção a natureza fala conosco com uma linguagem apropriada.

 

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