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sábado, 6 de julho de 2024

Imperativo Biológico

Hoje em dia, a ideia do imperativo biológico parece se manifestar em todos os aspectos da nossa vida cotidiana, desde a maneira como estruturamos nossas rotinas até as escolhas que fazemos. Vamos dar uma olhada mais de perto em como isso se desenrola.

Ontem, durante meu café da manhã, observei meu gato correndo para o lugar mais quente da casa. Ele corre para a cadeira com almofada, querendo garantir aquele lugar quente e aconchegante. "Instinto", pensei, enquanto saboreava meu café. Esse comportamento parece tão primal, uma lembrança diária de que, não importa o quanto nos consideremos civilizados, ainda estamos todos seguindo nossos imperativos biológicos.

Lembro que no trabalho, uma colega comentou sobre seu desejo de fazer uma dieta e entrar em forma. "Quero estar bem para o verão", ela disse. Fiquei pensando em como esse desejo de atratividade física também está enraizado em nossa biologia. Estamos constantemente buscando maneiras de nos adaptar e melhorar para atrair parceiros, uma espécie de dança evolutiva que continua através dos séculos.

Ainda mais evidente é a corrida pela carreira e pelo sucesso. Muitos de nós nos esforçamos para alcançar posições mais altas, ganhar mais dinheiro e assegurar um futuro confortável. É quase como se estivéssemos programados para buscar segurança e estabilidade, não apenas para nós mesmos, mas para garantir que nossas famílias estejam bem cuidadas. Esse impulso também pode ser rastreado até os tempos pré-históricos, quando garantir recursos era uma questão de sobrevivência.

Ao refletir sobre essas observações, lembrei-me de um dos grandes pensadores da evolução, Charles Darwin. Em "A Origem das Espécies", ele descreveu como a seleção natural molda os comportamentos e características de todas as criaturas vivas. Mesmo em nosso mundo moderno, onde tecnologias avançadas e convenções sociais complexas dominam, não podemos escapar de nossos instintos básicos. Como Darwin diria, estamos todos ainda competindo, se não por sobrevivência física, então por vantagens sociais e econômicas.

No entanto, também é interessante considerar o que Sigmund Freud, o pai da psicanálise, teria a dizer sobre isso. Ele falou extensivamente sobre os impulsos inconscientes que governam nossas ações. Segundo Freud, nossos comportamentos são muitas vezes direcionados por desejos e necessidades profundamente enraizados em nossa psique, muitos dos quais são de natureza biológica. Ele talvez sugerisse que nosso desejo de sucesso e atratividade não é apenas uma questão de sobrevivência, mas também de realização pessoal e satisfação de impulsos internos.

Ao caminhar de volta para casa naquele dia, observei os pássaros construindo ninhos nas árvores e as pessoas ao meu redor, cada uma imersa em suas próprias buscas e desafios. Fiquei maravilhado com a conexão entre todos nós, desde os seres mais simples até os mais complexos, todos movidos por imperativos biológicos que nos fazem buscar, competir e, finalmente, encontrar um lugar no mundo.

Então, quando você se pegar lutando por um objetivo, seja ele grande ou pequeno, lembre-se: você está simplesmente seguindo um roteiro escrito há milênios pela natureza. Aceitar isso pode nos dar uma nova perspectiva sobre nossas próprias ações e as dos outros, lembrando-nos de que, em muitos aspectos, somos todos guiados pelos mesmos instintos primordiais. 

segunda-feira, 29 de maio de 2023

O Gato Filósofo

 


Vivemos diariamente envolvidos com coisas que nem sempre são de profundas questões, nosso cotidiano pode ser leve e com banalidades muito saudáveis, afinal somos seres humanos.
 
Nossa convivência seja entre humanos e não humanos é cheia de momentos de inspiração basta estarmos atentos para enxergar e veremos possibilidades de diálogos impressionantes, observar nossos animais é um ponto interessante para reflexão, por isto resolvi refletir um pouco a respeito de nossas convivências com nossos amigos peludos e pensar a respeito das mudanças nestas convivências que a vida nos proporciona, inicialmente penso que sejam oportunidades de estabelecermos novas relações de amizade.

Fui criado gostando de cachorros, até poucos anos atrás só tinha afeição aos cães e pouca simpatia com os gatos, no entanto, há uns três anos atrás fui cativado por um jovem amigo peludo que estava a observar a mim e a minha mulher que trabalhávamos no jardim, ele muito à vontade estava parado sobre o muro parecia uma esfinge, assim ficou o tempo todo sem se intimidar com nossa presença, talvez porque ele já nos conhecesse e já vinha nos observando de longe, acredito que nos tenha analisado bastante e concluídas suas observações meditativas gatunas tenha resolvido se aproximar e jogar seu charme.

A princípio não emitiu nenhum miado, houve apenas o contato visual, aproximamo-nos dele e ele sem receio algum permitiu que o acarinhasse, minha mulher já tinha muita experiência com os bichanos foi a que se afeiçoou mais rapidamente e correu para dar a ração do cachorro o que ele aceitou de imediato, ela que é gateira de longa data já passou a descrever que os gatos são animais sedutores e possuem características de personalidade admiráveis e místicas.

 

Com o passar do tempo o bichano foi se aquerenciando e seduzindo a todos nós, meu filho mais novo sugeriu o nome do gato de Remo e assim é chamado até hoje, foi inspirado pela estória de Remo um dos gêmeos alimentado por uma loba, neste caso nós seres humanos alimentando o bichano que reina até hoje em nossa casa.

 

Nestes anos aprendemos a conviver com o bichano, ele nos entende e nós o entendemos até onde consegui o entender em sua língua, ele mia em sons distintos para cada uma de nossas falas, perguntas e manifestações diante de suas traquinagens, em geral ele parece ser mais maduro que a idade que aparenta, mais ou menos como nos referimos aos humanos que parecem ser mais velhos por suas atitudes maduras

 

Não precisamos dizer que ele é curioso e aventureiro, sua presença nos trouxe momentos de descontração e alegria, as vezes nos traz presentes indesejáveis como pássaros e outros animais todos sem vida, sabe se lá onde os caça, sua jornada diária sobre os telhados demonstra sua independência e liberdade de ir e vir quando quiser.

 

A impressão que temos é que ele consegue ler pensamentos, parece ter um talento especial, com muita personalidade ele decide a quem quer se aproximar, não adianta chamar ele vai se quiser, primeiro observa para depois reagir, associamos suas atitudes a sua intuição podendo sentir as energias sutis de cada um.

 

Pesquisamos e encontramos informações que estão associadas aos bichanos e a partir daí passamos a melhor observar nosso amigo.

 

Os gatos são frequentemente associados a habilidades espirituais e têm sido considerados animais especiais em muitas culturas ao longo da história. Aqui estão algumas das habilidades espirituais que são atribuídas aos gatos:

 

Intuição: Os gatos são conhecidos por sua forte intuição. Diz-se que eles podem sentir energias sutis e ler o ambiente ao seu redor. Muitas vezes, os gatos são considerados guardiões espirituais, capazes de detectar mudanças nas energias e alertar seus donos.

 

Sensibilidade ao sobrenatural: Acredita-se que os gatos possam ver e sentir coisas além do alcance dos humanos. Diz-se que eles são capazes de perceber a presença de espíritos, fantasmas ou entidades espirituais. Muitas vezes, os gatos são considerados companheiros espirituais e protetores em diferentes tradições espirituais.

 

Cura emocional: Os gatos têm uma energia calmante e reconfortante. Eles podem oferecer conforto emocional e ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade. Acredita-se que acariciar um gato tenha efeitos terapêuticos e possa ajudar a equilibrar as energias internas.

 

Sabedoria e mistério: Os gatos são frequentemente associados à sabedoria e ao mistério. Eles são considerados animais misteriosos que podem conectar os reinos espirituais e ter acesso a conhecimentos profundos. Na mitologia e nas histórias folclóricas, os gatos são retratados como guardiões de segredos e símbolos de sabedoria ancestral.

 

Proteção espiritual: Os gatos também são vistos como protetores espirituais. Acredita-se que eles possam afastar energias negativas e proteger seus donos de influências indesejadas. Muitas vezes, eles são considerados guardiões espirituais, capazes de criar uma barreira de proteção ao seu redor.

Os gatos estavam presentes na mitologia e religião dos egípcios, expressa principalmente pela imagem da deusa Bastet, com cabeça de gato. Representando a fertilidade, a divindade protegia as mulheres grávidas, já que as gatas protegiam seus filhotes com carinho e atenção. Nos templos dedicados a Bastet, havia sempre uma criação de gatos, que eram alimentados e cuidados. Porém, eram oferecidos para a deusa quando tinham cerca de 10 meses. A morte era ritualística, e os felinos eram embalsamados e mumificados simplesmente por terem sido queridos em vida.

 

É importante lembrar que essas habilidades espirituais atribuídas aos gatos são baseadas em crenças e tradições culturais. Cada pessoa pode ter sua própria interpretação e experiências individuais com os gatos, por isto passamos a observar melhor o bichano e tirar nossas próprias conclusões.

Freud disse certa vez que preferia a companhia dos animais à dos seres humanos, porque aqueles eram mais simples: “Não sofrem de uma personalidade dividida, da desintegração do ego, que resulta da tentativa do homem de se adaptar a padrões de civilização demasiado elevados para o seu mecanismo intelectual e psíquico”

Nossa imaginação é fértil e costumamos atribuir aos animais características humanas que os tornam místicos e mais do que a aparência deles nos sugere. 


Então nossa imaginação nos levou muito além que qualquer outro gato levaria. Imagine nosso gato um gato solitário, sentado em um canto tranquilo, observando o mundo ao seu redor. Esse gato tem uma aura de sabedoria e introspecção, pois ele é um gato filósofo. Ele reflete sobre a vida, o universo e tudo mais, explorando as profundezas da existência felina.

 

Esse gato filósofo busca compreender os mistérios da vida. Ele contempla os enigmas do tempo, da consciência e da natureza da realidade. Ele pondera sobre o significado da liberdade, do amor e da felicidade. O gato filósofo mergulha em reflexões profundas, buscando respostas para perguntas que muitas vezes são inacessíveis aos humanos.

 

Esse gato, com olhos brilhantes e expressão serena, vive uma vida contemplativa. Ele encontra inspiração nas pequenas coisas, nos raios de sol que aquecem seu pelo, na suavidade do vento que acaricia seu rosto e nas estrelas que brilham no céu noturno. Ele enxerga beleza e significado em tudo ao seu redor.

 

O gato filósofo valoriza a solitude e o silêncio, pois é nesses momentos que ele mergulha em seus pensamentos mais profundos. Ele não se preocupa com as trivialidades da vida cotidiana, mas busca transcender além do mundano. Ele encontra paz na simplicidade e na contemplação.

 

Esse gato filósofo não compartilha suas reflexões com palavras humanas, mas transmite sua sabedoria por meio de seu olhar penetrante e da serenidade que emana de sua presença. Ele nos lembra da importância de buscar o conhecimento, de questionar o mundo ao nosso redor e de apreciar os mistérios da existência.

Assim, o gato filósofo nos convida a refletir sobre nossa própria jornada, a explorar as questões mais profundas e a buscar uma compreensão mais profunda do mundo e de nós mesmos. Ele nos ensina a encontrar significado nas pequenas coisas e a buscar a sabedoria interior.

 

Isto tudo sem ter cursado filosofia e aprendido anos a fio as teorias humanas, sua pedagogia não possui a obsessão do homem pela felicidade e por um propósito como elemento que cria uma sociedade ansiosa, que projeta sua alegria no futuro e nunca no presente — temor que não tira o sono deste felino.

O Remo é dono de uma compreensão inata de como viver, ele não precisa da nossa filosofia — não sentiriam falta dela nem mesmo se fossem racionais, isso porque eles não lutam contra a própria natureza, a filosofia deles é a filosofia de sua própria natureza.

Gostar dos felinos é prazer e alegria de muita gente, inclusive filósofos e estadistas renomados, é longa a lista de ilustres pensadores que compartilham dessa paixão. O filósofo Michel de Montaigne (1533-1592), chamado de pai do humanismo — e gateiro de carteirinha —, foi quem proferiu a famosa frase que questiona a tal superioridade do homem: “Quando brinco com minha gata, como sei se não é ela que está brincando comigo, e não eu com ela?”. Winston Churchill (1874-1965) também se derretia pelo animal: quando o ex-ministro inglês morreu, seu gato vira-lata de pelagem laranja Jock estava ao seu lado na cama.

 

Na literatura, os felinos reinam. O argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) teve dezenas de gatos, mas um foi favorito: Beppo, que até ganhou um poema em sua homenagem — e um verso elaboradíssimo para definir um simples carinho: “O teu dorso condescende com a morosa carícia desta mão”. O Nobel de Literatura Ernest Hemingway (1899-1961) teve tantos gatos que, hoje, a casa onde viveu na Flórida é um museu em sua homenagem, mas também abrigo de 59 bichanos. Em Filosofia Felina, o pensador John Gray olha com particular curiosidade para a conexão de Patricia Highsmith (1921-1995) com os bichos. Reservada e obrigada a esconder sua homossexualidade, a autora de O Talentoso Ripley encontrou nos gatos a companhia ideal — e escreveu tramas sobre animais maltratados que se vingam dos humanos. O nome Ripley, dado a seu charmoso psicopata, aliás, era de um de seus gatos.

 

A psicopatia, porém, é um transtorno exclusivo das pessoas. Gray aproveita a deixa para refutar a má fama dos felinos, de dissimulados e cruéis, crenças espalhadas por religiões monoteístas em resposta aos pagãos que os adoravam. Numa piada com a autoajuda, o autor lista dez dicas dos gatos para os humanos. A brincadeira vai desde dormir pelo prazer de dormir (e não de descansar) até a difícil missão de encontrar prazer na vida frugal e cotidiana. Haja miados de sabedoria.

 

Temos muito a aprender com os animais, principalmente com o nosso gato filosofo, todos deveriam adotar um amigo peludo, irão se surpreender, quem sabe também terão a sorte de encontrar este ser de tamanha sabedoria.

 

Fontes:

https://veja.abril.com.br/cultura/por-que-os-gatos-sao-superiores-aos-humanos-segundo-um-eminente-filosofo