Mais igual que o outro e a ilusão das comparações. Há um certo encanto na forma como nos comparamos aos outros. Desde cedo, aprendemos a medir nosso sucesso, felicidade e até mesmo nosso valor pessoal com base no que vemos ao nosso redor. Mas será que isso faz sentido? No fundo, não estamos todos em nossas jornadas individuais, cada uma com suas particularidades e desafios únicos?
Imagine
a cena: você está numa festa, observando as pessoas ao redor. Um amigo chega e
comenta sobre como um conhecido comum acabou de ser promovido no trabalho.
Você, que ainda está lutando para encontrar seu caminho profissional, sente um
aperto no peito. A comparação é inevitável, mas será justa?
Comparar-se
aos outros é como tentar medir a beleza de uma flor pela altura de uma árvore.
Cada um tem seu próprio tempo de florescer e crescer. É o que a filósofa Simone
de Beauvoir nos lembra em sua obra. Ela disse que a comparação é a morte da
alegria, pois ao focarmos no que os outros têm, esquecemos de apreciar o que é
nosso.
Na
fila do supermercado, você vê uma mãe aparentemente perfeita com seus filhos
educados. Seu próprio filho, naquele exato momento, está tendo um ataque de
birra. Novamente, a comparação surge. Mas a verdade é que você não sabe o que
aquela mãe enfrenta quando não está sob os olhares dos outros. Talvez ela tenha
desafios que você nem imagina.
Na
era das redes sociais, a comparação se tornou uma epidemia. As fotos editadas,
os momentos selecionados, as vidas que parecem perfeitas... tudo isso cria uma
ilusão de que estamos constantemente atrás. Como diz a autora Brené Brown,
"A comparação é o ladrão da felicidade". A realidade é que cada post
é uma fração ínfima da vida real, muitas vezes embelezada e curada para parecer
melhor do que realmente é.
E
então, por que nos comparamos? Talvez porque a natureza humana busca
pertencimento e aceitação. Mas a verdadeira aceitação começa dentro de nós. Em
vez de medir nosso valor pelo sucesso dos outros, deveríamos olhar para nossa
própria jornada com gentileza e compreensão.
Lembre-se
da última vez que você sentiu orgulho de algo que fez. Pode ter sido uma
pequena vitória, como terminar um projeto ou ajudar um amigo. Esses momentos
são valiosos e, quando focamos neles, percebemos que estamos progredindo, mesmo
que de maneira diferente dos outros.
A
comparação não nos faz mais iguais, mas nos afasta da nossa essência. Cada um
de nós é único, com nossas histórias, lutas e triunfos. Ao abraçar essa
singularidade, encontramos uma paz que a comparação nunca poderá nos dar. Então,
quando se pegar comparando sua vida com a de outra pessoa, respire fundo.
Lembre-se de que você é mais igual do que qualquer comparação poderia sugerir.
Você é único e isso é mais do que suficiente.
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