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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Dizer e Mostrar


Você já parou para pensar na importância de falar sobre como nos comunicamos? Parece algo simples, não é? Afinal, estamos constantemente envolvidos em conversas, trocas de mensagens, compartilhamento de ideias. No entanto, quando mergulhamos um pouco mais fundo, descobrimos um mundo fascinante de significados, gestos e emoções que permeiam cada interação humana. É aí que entra Ludwig Wittgenstein, um sujeito que, lá nos confins do século XX, decidiu explorar os meandros da linguagem e da comunicação como ninguém antes havia feito. E o que ele descobriu, bem, isso nos faz repensar tudo o que pensávamos saber sobre como nos expressamos e nos conectamos uns com os outros.

Então, por que é tão importante falar sobre isso? Porque, meus amigos, a forma como nos comunicamos não é apenas um detalhe trivial em nossas vidas. É a cola que une nossas relações, a ferramenta que usamos para transmitir nossos pensamentos mais profundos e nossos sentimentos mais íntimos. Vamos embarcar em uma jornada através das palavras e dos gestos, onde cada conversa, cada sorriso, cada olhar carrega consigo um mundo de significado. Vamos explorar juntos a dança entre dizer e mostrar, e descobrir como ela molda quem somos e como nos conectamos com o mundo ao nosso redor.

Na trama complexa da vida cotidiana, encontramos uma interação constante entre o que dizemos e o que mostramos. Como se esse grande palco da existência exigisse tanto as palavras quanto os gestos para nos expressarmos plenamente. E nesse intrincado jogo, Ludwig Wittgenstein, o filósofo da linguagem, nos convida a dançar com a distinção entre dizer e mostrar. Imagine-se, por um momento, em uma sala de aula onde um professor tenta explicar um conceito abstrato a um aluno ansioso. As palavras fluem, as explicações são claras, mas é somente quando o professor faz uma demonstração prática que o conceito realmente se enraíza na mente do aluno. Aqui, o dizer e o mostrar convergem para iluminar a compreensão.

Mas a dança entre dizer e mostrar vai além das paredes da sala de aula. Ela se desenrola em cada interação humana, em cada expressão emocional, em cada obra de arte que admiramos. Quando um amigo sorri ao nos ver, quando um amante olha profundamente nos olhos, quando um artista pinta uma tela com cores vibrantes, estamos testemunhando a linguagem silenciosa do mostrar.

É nas pequenas sutilezas da vida que encontramos a riqueza dessa dança. Na troca de olhares entre pais e filhos, nas mãos que se estendem para ajudar um estranho, nas tradições que nos conectam com nossas raízes culturais. São esses momentos onde as palavras falham em capturar a complexidade da experiência humana, mas o mostrar revela o que está além das letras e dos discursos.

Em um mundo inundado por comunicações instantâneas e mídias sociais, muitas vezes nos esquecemos do poder do mostrar. Ficamos presos em um ciclo interminável de palavras digitais, esquecendo que a verdadeira conexão humana reside na linguagem do corpo, nas ações que tomamos e nas emoções que compartilhamos. Wittgenstein nos lembra que a linguagem vai além das palavras. Ela é tecida nas fibras do nosso ser entrelaçada nas nuances das nossas interações diárias. É através da dança entre dizer e mostrar que nos tornamos verdadeiramente humanos, que encontramos significado nas profundezas da experiência humana.

Agora você quer ver uma coisa interessante e que está bem a nossa frente? E no nosso cotidiano? a tese de Wittgenstein sobre dizer e mostrar certamente se estende às dinâmicas familiares, especialmente entre pais e filhos. É como aquele velho ditado: "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço", certo? É quase como se os pais estivessem fazendo uma dança complexa entre o que dizem e o que realmente fazem. E é aí que as coisas ficam interessantes, porque as crianças, espertas como são, não apenas escutam o que os pais dizem, mas também observam atentamente o que eles fazem. É como se houvesse uma linguagem não verbal acontecendo o tempo todo, e as crianças são mestres em decifrar esses sinais. Então, quando os pais dizem uma coisa e mostram outra na prática, estão enviando uma mensagem contraditória que pode confundir e até mesmo minar a confiança dos filhos. É um exemplo vívido de como o dizer e o mostrar estão constantemente entrelaçados em nossas vidas, moldando nossas percepções e entendimentos do mundo ao nosso redor.

Agora vamos pensar em algo que todos fazemos diariamente: o ato de cumprimentar alguém. Imagine que você encontra um amigo na rua e decide cumprimentá-lo. Agora, aqui está a questão: você pode dizer "Oi, tudo bem?" com um sorriso caloroso no rosto, mas se estiver olhando para baixo, mexendo no telefone ou parecendo distraído, o que você está realmente mostrando? Por mais que suas palavras transmitam uma mensagem de amizade e interesse, suas ações podem contar uma história diferente. É como se houvesse um descompasso entre o que você diz e o que você mostra, e é algo que acontece o tempo todo em nossas interações cotidianas. Essa discrepância entre dizer e mostrar pode afetar a qualidade de nossas conexões interpessoais, pois é a congruência entre nossas palavras e a linguagem corporal que realmente constrói a confiança e o entendimento mútuo. Portanto, nossas atitudes cotidianas, desde um simples cumprimento até a forma como nos comportamos em diferentes situações, são exemplos vivos de como o dizer e o mostrar estão intrinsecamente ligados em nossa vida diária.

Outra situação é quando dizemos algo para alguém, também podemos criar expectativas daquilo que iremos mostrar, e dependendo do que acontecer aos mostrar podemos decepcionar ou atender as expectativas. É como quando você promete a um amigo que vai ajudá-lo com um projeto importante. Você diz a ele que estará lá, que trabalharão juntos e que será incrível. Seu amigo, é claro, cria todas essas expectativas empolgantes sobre como será ótimo trabalhar com você e alcançar resultados incríveis. Mas então chega o dia e, por alguma razão, você não aparece ou não consegue contribuir tanto quanto prometeu. De repente, aquelas expectativas que você gerou começam a desmoronar. Seu amigo fica desapontado, talvez até um pouco chateado, porque o que você disse não correspondeu ao que você mostrou. É uma daquelas situações em que o dizer e o mostrar estão totalmente fora de sincronia, e o resultado pode ser uma decepção real. Por isso, é importante não apenas falar com cuidado, mas também garantir que nossas ações estejam alinhadas com nossas palavras. Afinal, é a harmonia entre o que dizemos e o que fazemos que constrói confiança e fortalece nossos relacionamentos.

À medida que chegamos ao fim desta reflexão sobre a dança entre dizer e mostrar, é impossível não sentir uma reverência renovada pelas complexidades da comunicação humana. Nossas palavras são mais do que meros veículos de informação; são pontes que conectam nossas mentes e corações, nossas experiências e nossos sonhos. Que possamos continuar a explorar as nuances dessa dança, aprimorando nossa capacidade de compreender e ser compreendidos, tanto nas palavras que escolhemos quanto nos gestos que compartilhamos. Pois, no final das contas, é na interseção entre o dizer e o mostrar que encontramos a verdadeira magia da comunicação humana, e é lá que reside a essência da nossa humanidade compartilhada. Então, vamos continuar dançando, explorando e celebrando a riqueza da linguagem que nos une.