Alguns dias atrás ouvi alguém falar sobre a ideia de ser o 'Meu próprio Judas, traindo a mim mesmo", na hora percebi se tratar de uma metáfora interessante, percebi que a esta metáfora descrevia um tipo de traição interna ou autossabotagem. Ela fazia uma alusão ao episódio bíblico da traição de Judas Iscariotes a Jesus Cristo, onde Judas entregou seu mestre às autoridades por trinta moedas de prata, ao mesmo tempo fazia alusão alguma passagem do cotidiano vivido pela pessoa que estava falando sobre sua própria vida.
Nesse
contexto, quando alguém fala sobre seu "próprio Judas", está se
referindo a momentos em que se sabotam, traem suas próprias convicções ou
interesses, muitas vezes por motivos diversos, como insegurança, medo,
autoestima baixa ou falta de autoconfiança.
A
expressão "traindo a mim mesmo" sugere uma contradição interna, onde
alguém age de forma contrária aos seus próprios valores, desejos ou objetivos.
Pode ser algo tão sutil quanto procrastinar em vez de trabalhar em metas
importantes, ou algo mais grave, como prejudicar relacionamentos por causa de
padrões de comportamento autodestrutivos.
Entender
e reconhecer esses padrões de autossabotagem é o primeiro passo para
superá-los. Muitas vezes, isso requer autoconsciência, reflexão sobre os
motivos subjacentes e, às vezes, ajuda profissional para lidar com questões
emocionais profundas que possam estar contribuindo para esse comportamento.
A
ideia de "Meu próprio Judas, traindo a mim mesmo" é um lembrete
poderoso da importância de ser fiel a si mesmo, de reconhecer e enfrentar os
obstáculos internos que podem estar impedindo o progresso pessoal e o bem-estar
emocional.
E você já se pegou traindo a si mesmo? Não, não
estou falando de algum ato de traição digno de um dramalhão mexicano. Estou
falando sobre aquelas pequenas sabotagens que fazemos contra nós mesmos no dia
a dia, muitas vezes sem perceber.
Quem nunca prometeu começar uma dieta na
segunda-feira e acabou devorando uma barra inteira de chocolate no domingo à
noite? Ou quem nunca se comprometeu a estudar para aquela prova importante, mas
acabou procrastinando até a última hora e fazendo tudo às pressas?
Pois é, essas são situações típicas em que estamos
traindo a nós mesmos. E sabe quem já falou bastante sobre isso? O mestre da
filosofia existencialista, Jean-Paul Sartre. Esse cara tinha uma visão
interessante sobre a liberdade e a responsabilidade individual.
Segundo Sartre, somos totalmente livres para
escolher nossas ações, mas essa liberdade vem acompanhada de uma
responsabilidade imensa. E é aí que mora o perigo: muitas vezes fugimos dessa
responsabilidade e acabamos nos sabotando.
Vamos pensar em um exemplo prático: aquele projeto
que você sempre quis começar, mas nunca parece ter tempo para isso. Você diz a
si mesmo que vai começar assim que tiver um tempo livre, mas quando finalmente
tem, acaba se distraindo com outras coisas menos importantes.
Essa é uma forma de autossabotagem, onde você está
traindo seus próprios objetivos e desejos. E sabe o que é pior? Quanto mais
vezes você faz isso, mais difícil fica de confiar em si mesmo e de alcançar
suas metas.
Então, como podemos parar de trair a nós mesmos?
Primeiro, precisamos reconhecer esses padrões de comportamento. Quando nos
pegamos procrastinando ou fazendo escolhas que vão contra nossos objetivos, é
hora de parar e refletir sobre nossas motivações.
Em vez de nos criticarmos, precisamos nos perguntar
por que estamos agindo assim. Será medo do fracasso? Insegurança? Falta de autoconfiança?
Identificar esses sentimentos é o primeiro passo para superá-los.
Além disso, podemos nos inspirar nas palavras de
Sartre e lembrar que somos os únicos responsáveis por nossas escolhas e ações.
Não adianta culpar o tempo, as circunstâncias ou outras pessoas. A
responsabilidade é nossa e só nossa.
Então, quando você se pegar traindo a si mesmo, lembre-se de que você tem o poder de mudar isso. Assuma o controle, reconheça suas falhas e faça escolhas que estejam alinhadas com seus verdadeiros objetivos e desejos. A vida já apresenta desafios suficientes sem que a gente mesmo se sabote, não é mesmo? Então, que tal começar hoje mesmo a ser o seu maior aliado, em vez de seu próprio Judas?