Existir é uma questão de estilo. E cada um tem o seu. Vivemos em um mundo onde "ser" é muito mais do que estar presente fisicamente; é sobre como nos movimentamos pela vida, como reagimos ao vento, às palavras e aos silêncios. No fundo, todos temos maneiras distintas de existir, e essa multiplicidade faz o mundo ser tão fascinante quanto imprevisível.
Há
quem prefira a existência discreta, quase invisível, como se quisesse passar
pela vida sem fazer ondas, apenas flutuando na superfície das coisas. Essas
pessoas muitas vezes são as mais observadoras, capturando detalhes que outros
jamais notariam. Para elas, existir é sentir o movimento sutil da vida ao
redor, sem a necessidade de intervir constantemente. Existe uma beleza em ser
espectador, em deixar que a vida siga o seu curso sem tentar controlá-la.
Por
outro lado, há aqueles cuja maneira de existir é mais explosiva, como um trovão
que faz todos virarem a cabeça. Essas pessoas ocupam espaço, não porque
desejam, mas porque são intensas por natureza. Sua energia transborda, e sua
presença é sentida antes mesmo de falarem uma palavra. Eles existem na
plenitude do agora, vivendo cada momento como se fosse único, pois, para eles,
o amanhã é um conceito distante.
Mas
entre o invisível e o trovejante, há quem prefira existir de forma serena, como
um rio que segue o seu curso. Essas pessoas são tranquilas, e sua calma é quase
contagiante. Elas entendem que a vida é feita de ciclos, de altos e baixos, e
que é preciso fluidez para navegar entre os extremos. Elas não se perturbam
facilmente, pois sabem que cada desafio é passageiro, e que a força está em
manter-se centrado.
A
maneira de existir também pode ser vista nas pequenas escolhas cotidianas.
Alguns preferem começar o dia com silêncio, enquanto outros acordam já com
música alta. Uns se sentem realizados no trabalho, outros na companhia de
amigos, ou na solitude do pensamento. E todas essas formas de existir são
válidas, pois refletem a singularidade de cada ser.
Pois
então, aqui vem mais uma vez nosso filósofo existencialista trovejando com sua
sapiência, o filósofo francês Jean-Paul Sartre, em seu famoso conceito de
"existência precede a essência", nos lembra que não nascemos com uma
natureza pré-definida. Ao contrário, somos responsáveis por construir quem
somos ao longo da vida. Isso significa que nossa maneira de existir não é algo
fixo, mas algo que moldamos a cada decisão, a cada experiência.
Nesse
sentido, a maneira de existir de uma pessoa não precisa ser a mesma ao longo do
tempo. Podemos ser discretos em certos momentos da vida e, em outros, escolher
gritar nossa presença ao mundo. Às vezes, a vida pede que nos adaptemos, que
reinventemos nossa maneira de ser. E isso é libertador, pois mostra que
existimos em constante transformação, em um diálogo contínuo com o tempo e as
circunstâncias.
Por
fim, cada pessoa tem sua própria maneira de existir, e essa diversidade é o que
torna o encontro com o outro tão rico. Ao conhecer alguém, não estamos apenas
conhecendo uma biografia, mas um estilo de ser, uma forma particular de estar
no mundo. E é nesse reconhecimento da diferença que aprendemos sobre nós
mesmos.
No
final, não existe uma maneira certa de existir, mas a nossa própria maneira. E
viver é descobrir, pouco a pouco, qual é essa forma única que só nós podemos
expressar.
Link
da musica “Gente Feliz” de Vanessa Da Mata:
https://www.youtube.com/watch?v=f6gGqt5we_U&list=RDf6gGqt5we_U&start_radio=1