Ah, Alexandria! Uma cidade que já foi o coração do conhecimento, com sua lendária biblioteca e suas ruas fervilhando de ideias. Quando pensamos em "vontade" em Alexandria, a mente pode divagar para diferentes interpretações: a vontade de saber, a vontade de poder ou até mesmo a vontade de transcender.
Alexandria,
localizada na costa mediterrânea do Egito, foi fundada por Alexandre, o Grande,
e rapidamente se tornou um centro de conhecimento e cultura na antiguidade. Com
sua lendária biblioteca e o imponente Farol, uma das Sete Maravilhas do Mundo
Antigo, a cidade era o coração pulsante de ideias e diversidade cultural. Hoje,
Alexandria ainda é uma cidade vibrante, mas bem diferente do que foi em sua era
de ouro. É o maior porto do Egito e um centro comercial importante, embora
carregue em suas ruas e ruínas ecos de um passado grandioso que a modernidade
não apagou por completo. Alexandria continua a fascinar, mesclando história e
presente numa convivência única.
Imagine-se
caminhando pelas ruas daquela cidade antiga, onde filósofos, cientistas e
poetas discutiam fervorosamente sob a luz de tochas ou sob o sol quente. Era
uma época em que a vontade não era apenas desejo, mas uma força motriz. Alguém
como Hipátia, por exemplo, poderia nos inspirar: sua vontade de ensinar e
desafiar convenções a transformou em um ícone, embora trágico, de uma
Alexandria que vivia entre o conhecimento e o fanatismo.
Naquela
cidade multicultural, a vontade também era uma questão de convivência:
egípcios, gregos, romanos e judeus coexistiam (nem sempre pacificamente) em um
mosaico de culturas. Talvez, ali, a vontade de pertencer ou de resistir ao
outro fosse tão forte quanto o desejo de explorar os mistérios do universo.
Se
formos mais longe, a filosofia estoica — que encontrou eco no pensamento de
muitos que passaram por Alexandria — nos lembra que a verdadeira vontade é
aquela que está alinhada com a razão e a natureza. Epicteto, embora não tenha
vivido lá, teria algo a dizer: "Não são as coisas que nos perturbam, mas
os julgamentos que fazemos delas." Em Alexandria, uma cidade tão cheia de
complexidades e contradições, talvez fosse necessário encontrar a paz interior
para navegar pelas águas turvas da política e do saber.
No
cotidiano atual, podemos nos perguntar: como é a nossa vontade hoje? Ela é tão
ardente quanto a dos estudiosos que buscavam iluminar o mundo em Alexandria? Ou
deixamos que ela seja sufocada pela rotina, pela pressa, pelo medo de errar?
Alexandria nos convida a reacender o fogo interno, a vontade que move montanhas
— ou, no caso deles, rolos de papiro e ideias.
Talvez a maior lição de Alexandria seja que a vontade, para ser plena, precisa ser acompanhada de coragem e propósito. Afinal, o conhecimento não era acumulado ali para permanecer escondido, mas para ser compartilhado, multiplicado, e transformar o mundo. E para você, o que Alexandria simboliza?