Falsos profetas - falsos filósofosExistem na
mídia e redes sociais supostos autodenominados “pensadores”, palestrando e até
apresentando-se como “filósofos” sugerindo fórmulas e soluções mágicas na
administração e gestão de negócios, é importante ficarmos atentos para não cairmos
na lábia dos ditos “experts” os quais sempre tem a mão frases de efeito e
perfeitos slogans promocionais, e claro um livrinho de “autoajuda”. Não faltam
profetas para todos os gostos.
Eles geralmente
surgem com formulas magicas, e nós sabemos que não existe formula mágica, o
melhor sempre foi e será, o velho e bom trabalho duro, e isto não é mágica.
Para
evitar o sucesso do assédio de ditos experts é necessário sair do senso comum e
partir para uma educação libertadora e critica.
A
educação resgata o ser humano do “senso comum”, o senso comum é um tipo de conhecimento adquirido por meio da observação,
vivência e experiências do mundo, passado de geração em geração, quem já ouviu
a frase: “sempre se fez assim”!?
O senso comum por ser uma forma de
conhecimento desorganizado, inexato e ancorado em tradições sociais, não tende
a buscar uma verdade que seja comprovada cientificamente, e geralmente pessoas
que dependem exclusivamente do senso comum acabam como presas fáceis dos
supostos autodenominados pensadores com formulas magicas, e seu negócio se
transforma em “pandorga sem rabo”. Pandorga sem rabo não voa, mesmo que o vento
sopre a favor!
Caso você
venha a pensar seja necessária ajuda externa para dar aquela virada na vida,
comece melhorando seu desempenho, e procure quem de fato poderá ajudar, tal
como Sebrae ou alguma
empresa especializada em soft ou hard skills devidamente registradas e com
conceito de avaliação reconhecidos.
Quando
procuramos o Sebrae ou uma soft ou hard skills, é porque estamos procurando ajuda
na formalidade legal de um negócio e também com interesse em desenvolver
competências e adquirir uma nova habilidade, o sucesso do empreendimento começa
em nossa mente na vontade de mudar para melhor, começa por nossa motivação indo
fomentar nossas competências sociais, emocionais e mentais
ligadas à personalidade de cada um de nós.
Nosso
sucesso depende de competências como colaboração, flexibilidade, capacidade de
trabalhar sob pressão, comunicação eficaz, orientação para resultados e
liderança de equipe e etc, a
mudança e a melhoria iniciam dentro de cada um.
Educação é o ponto de partida
A
educação é o melhor ponto de partida, desde tenra idade somos ensinados a
valorizar a educação, no entanto muitos não reconhecem o valor deixando de
aprender o que deveriam no tempo certo, muito tempo depois correm atrás do
prejuízo e outros se acham velhos demais para retomar, mesmo assim temos
observado muitos idosos retomando os estudos, o que é animador, nunca é tarde
para aprendermos, afinal aprendemos até nosso último suspiro.
Há conhecimentos que estão além
da tradicional classe escolar, o
atual programa de ensino dividido em disciplinas, os assuntos fragmentados
demais, os conteúdos procedimentais são realizados apenas para
cumprimento curricular, desconexos e por isso o aprendizado não é efetivo,
porque não é significativo, nem efetivo, nem ativo, nem construtivista, tudo
isto não contribui para dar
alguma direção vocacional, e não consegue mostrar um caminho para a vida
profissional, a solução é buscar o ensino profissionalizante, trata-se do
conhecimento técnico voltado para o mundo do trabalho, real e prático.
O panorama nos obriga a buscar
alternativas de educação que complementem, que efetivem a educação que
deveríamos ter recebido desde sempre, afinal a integração das disciplinas
deveria ser interdisciplinar e transdisciplinar, de maneira que dessem sentido
ao conteúdo ensinado nas escolas.
Reconhecemos
que começar pela
educação não traz só a parte técnica, a educação é o diferencial ela também ajuda
a desenvolver as “soft skills” de forma natural, quem busca na educação a
solução é porque sabe qual é o caminho para “fazer a diferença” na vida pessoal
e na vida profissional.
E a
Filosofia o que tem a nos dizer
As
melhores ideias de bons negócios tem em sua base a educação, uma boa educação
nos leva inevitavelmente aos conhecimentos filosóficos, a filosofia, mãe da
ciência, possui em seu seio um universo vasto de conhecimentos construídos com
rigor e com métodos sistemáticos, nos ensinando como podemos enfrentar as
dificuldades do cotidiano, tais como: ter um objetivo e para alcança-lo utilizar
de ferramentas ou caminhos que levem a verdade, validade argumentativa
(argumentação, avaliação), distinção conceitual, critica radical, paradigma e
com a importância da problematização, ou seja, do questionamento e da dúvida.
A
filosofia leva em conta condições básicas para que pessoas se tornem
pensadores, obtenham autonomia, ao saber fazer, a
desenvolver, crescer mentalmente, levando em conta o potencial de cada uma que se
expressara concretamente, em realizações ou desempenhos, envolvendo a
apresentação de respostas corretas para problemas e conhecimento que o
habilitarão para luta diária, é no cotidiano que são enfrentadas as verdadeiras
batalhas.
Para
aqueles que se dedicarem na procura de respostas através da educação,
encontrarão respostas no trabalho de filósofos os quais já se dedicaram a
responder aos problemas vividos na realidade do ser humano. Estes pensadores
“filósofos” levaram ao pé da letra o que seja rigor e metodologia sistemática
para desenvolver o pensamento científico.
Afinal o que é
filosofia?

A
palavra filosofia vem do grego "filos" (amor ou amigo) e "sofia"
(conhecimento, sabedoria, verdade), e é geralmente traduzida como "amigo
da sabedoria" ou "amor ao conhecimento". A Filosofia não nasceu na Grécia: na
Grécia nasceu a filosofia grega. Vem de Pitágoras a designação de filósofo:
quando chamado de sábio, retrucava dizendo que era apenas amigo do saber (philosophós).
Também Platão, no Fedro (278 d), recusou a alcunha de sábio: por ser muito
sublime, preferia a de philosophós. O nome filósofo nasceu na Grécia, mas não o
pensamento racional! O pensamento racional não se restringe a uma fronteira no
tempo, a um território ou povo ou cultura, tampouco a um indivíduo. “O
pensamento racional foi uma qualidade que se manifestou no interior de um
movimento multiforme, o Sapiencial, dentro do qual em algum momento germinou
estimulado pela curiosidade de indivíduos delimitados por territórios e
culturas.” (Questões Fundamentais da Filosofia Grega”, São Paulo: Loyola, 2006,
p.45).
A filosofia grega nasceu na Grécia
Antiga no século 6 a.C., como um meio de buscar conhecimentos diferentes
daqueles apresentados pela mitologia, num tempo onde a o mito religioso
explicava desde os fenômenos da natureza até os fatos do cotidiano. "O
mundo era interpretado pela mitologia, por isso existiam deuses para tudo. A
resposta para as coisas eram sempre 'porque é assim que os deuses querem'. No
entanto, no momento em que o mito não dava mais conta de explicar e responder
tantas dúvidas e questões como a ação da natureza. Os primeiros filósofos foram
em busca da verdade e respostas de modo racional.
Antes
do aparecimento da ciência fragmentada em especialidades como a temos hoje, a
filosofia era a única forma de conhecimento no mundo durante muitos séculos. Os
filósofos tratavam o conhecimento de forma geral e explicavam um pouco sobre
tudo.
"Aristóteles, por exemplo, era filósofo,
médico, biólogo, matemático e astrônomo";
“Descartes o “Pai da Filosofia Moderna”,
era filósofo, matemático e físico”;
“Maquiavel era historiador e
filósofo político”;
“Hobbes era matemático,
teórico político e filósofo”;
“Marx era filósofo, sociólogo, historiador, economista e jornalista”;
“Husserl era matemático e filósofo”.
Fragmentação da
filosofia: muito conhecimento do micro e pouco do macro
Foi
no século XVII a partir de Galileu Galilei, que a filosofia começou a
se fragmentar. "Galileu percebeu que, especializando-se em uma parte do
conhecimento, aproximava-se mais da verdade, e que a ideia de estudar um pouco
de tudo fazia com que nos afastássemos dela, porque não se tinha a essência nem
a profundidade de nada". Assim, o conhecimento passou a ser fragmentado, e
as pessoas se tornaram especialistas em partes dele. "No mundo
contemporâneo, esse pensamento ainda é muito presente, a ponto de alguém dizer
que tal coisa ser provada cientificamente significa que é verdade".
A
medida que o conhecimento avança a fragmentação tende a crescer, a tecnologia
vem ampliando as condições de aumento em todas as áreas do conhecimento, já se
fala em universos paralelos, de teoria de múltiplos mundos, multiverso, mecânica quântica. Nossa razão caminha no sentido de
desvendar os segredos à medida que progride em seu conhecimento na ordem que
existe no universo.
A
filosofia é considerada a mãe das ciências, ela pode
dedicar-se a tentar conhecer absolutamente tudo o que é de formação humana ou
racional, desde a moral, a ética e a política, até a lógica, os fundamentos das
ciências, os fundamentos da matemática, as técnicas, as artes etc. A filosofia é capaz de incentivar que o indivíduo, como pensador
que é, buscar sempre novas respostas e resultados para os questionamentos.
Foram os
filósofos que inventaram e praticaram primeiramente o método científico, assim
como a lógica e o encadeamento silogístico do raciocínio filosófico, até hoje,
fazem parte também do que identificamos: ciência.
A linha
de fronteira entre ciência e filosofia parece não existir no que se refere aos
objetivos e instrumentação, elas parecem ser idênticas na busca pela verdade.
Assim como é notória a interdependência entre ciência e tecnologia.
Até por
isso afirmamos que a Filosofia é mãe das Ciências e das Tecnologias pois ambas
têm na Filosofia a mesma origem e formação. Além disso, a Filosofia está sempre
avaliando e validando tanto a Ciência quanto a Tecnologia.
Seja
através da Epistemologia, da Ética, da Filosofia da Ciência (ou pela mais
recente Filosofia da Tecnologia) as preocupações com as questões sobre as
origens e os determinantes dos avanços tecnológicos tem interessado cada vez
mais aos filósofos.
A Filosofia na fundamentação
conceitual
A filosofia
é uma espécie de conhecimento geral e fundamental sobre a racionalidade. Ela tenta entender, questionar e fundamentar as mais
diversas áreas do saber, tanto de maneira ampla e geral quanto de maneira mais
específica, debruçando-se, às vezes, ao fornecer fundamentos para uma
determinada ciência.
As
regras, os fundamentos e os conceitos racionalmente organizados de uma
determinada ciência encontram-se no âmbito da “filosofia” daquela ciência. Por
isso temos a filosofia da matemática, do direito, da educação, da história, da
ciência, da administração, entre tantas outras “filosofias”.
Apesar
de parecer que a filosofia entra apenas como uma palavra comum deslocada de seu
sentido original para designar os fundamentos encontrados por aquela ciência,
há o trabalho de filósofos (não necessariamente com graduação em filosofia) que
se dedicam a buscar as mais profundas raízes teóricas que amparam a
constituição dessas ciências.
Além
do que foi apresentado, a filosofia busca compreender processos gerais
do conhecimento e do raciocínio, formulando uma espécie de teoria do
conhecimento (também conhecida como epistemologia). A epistemologia busca
compreender os traços que demonstram os modos como o conhecimento ocorre na
formação da mente humana.
De
Platão aos filósofos contemporâneos, várias teorias epistemológicas
foram formuladas. Podemos destacar as teorias modernas, que se centraram em
tentar entender se o conhecimento ocorre na mente de maneira empírica
(por meio da experiência prática) ou de maneira completamente cognitiva
e racional. O primeiro grupo ficou conhecido como empirista, enquanto
o segundo foi chamado de racionalista.
Atualmente
já encontramos no âmbito corporativo companhias que adotam essa preocupação em
seus projetos de capacitação. Basta notarmos como profissionais com notório
reconhecimento em disciplinas como Filosofia, Sociologia, Psicologia, Ética
estão cada vez mais presentes no ambiente corporativo.
A Filosofia na
administração e gestão dos negócios
A
Administração recebeu enorme influência da Filosofia. Durante os séculos que
vão da Antiguidade até o início da Idade Moderna, a Filosofia voltou-se para
uma variedade de preocupações que nada tinham a ver com problemas
administrativos.
Muitos
princípios da Administração, como o da divisão do trabalho, da ordem e do
controle surgiram por meio dos pensamentos filosóficos da época.
O
conhecimento filosófico se torna imprescindível para conhecermos as coisas que
nos rodeiam. Os executivos de uma empresa assumem posturas filosóficas, os
religiosos, os políticos, os ecologistas, os sindicalistas e assim por diante,
quer os próprios agentes tenham consciência disso ou não. Em suma, a filosofia
está presente na existência humana e sua utilização permite ao ser humano
pensar com clareza, refletir mais profundamente sobre suas ações e suas consequências.
Eis
alguns filósofos e suas contribuições:
Sócrates
Maiêutica: método socrático
que consiste na multiplicação de perguntas, induzindo o interlocutor na
descoberta de suas próprias verdades e na conceituação geral de um objeto.
Platão
Seu
forte posicionamento no tocante ao ensino e disseminação da ÉTICA, enquanto
pilar de uma sociedade, que deve se fazer maior no que diz respeito ao
conhecimento técnico e científico, é, sem sombra de dúvidas, o pilar do
pensamento filosófico de PLATÃO. E isso é (ou deverá ser, ou deveria ser) o
pilar de sustentação do pensamento administrativo, em todos os níveis
(privados, públicos, pessoais) de agora em diante. Somente com uma forte
concepção de ÉTICA, e também a sua prática, o administrador poderá galgar
patamares de excelência em sua carreira.
Aristóteles:
As
categorias do sistema aristotélico servem de fundamento ao conhecimento das
coisas. Elas são os princípios básicos que tornam o conhecimento possível,
partindo de uma perspectiva que concebe o mundo como as categorias neste
sistema servem de fundamento ao conhecimento das coisas. 1. Observação fiel da
natureza (buscando na realidade um apoio sólido às suas mais elevadas
especulações metafísicas); 2. Rigor no método (a) começa a definir lhe o
objeto; b) passa a enumerar-lhes as soluções históricas; c) propõe depois as
dúvidas; d) indica, em seguida, a própria solução; e) refuta, por último, as
sentenças contrárias.); 3. Unidade do conjunto (Sua vasta obra filosófica
constitui um verdadeiro sistema, uma verdadeira síntese. Todas as partes se
compõem, se correspondem, se confirmam).
Foi
o criador da Lógica. No seu livro política, estuda a organização do Estado e
distingue três formas de Administração pública: Monarquia, Aristocracia e
democracia.
Logica
Aristotélica: Os
três princípios da Lógica Aristotélica são o da Identidade, da Não
Contradição e do Terceiro Excluído. ... O Princípio da Não Contradição
estabelece que nada pode ser e não ser ao mesmo tempo e no mesmo sentido, de
modo que temos ou verdadeiro ou falso para uma determinada proposição.
Descartes
Método
Cartesiano:
consiste em quatro regras: evidência, análise, ordem e enumeração. Estes
preceitos são baseados no conhecimento matemático, isto é, um
conhecimento dominado pela razão e não pelos sentidos.
Celebrizado pela
sua obra “O Discurso do Método”, em que descreve os principais preceitos do seu
método filosófico, hoje denominado “método cartesiano” cujos princípios são:
- Princípio da
Dúvida Sistemática ou da Evidência – não é verdadeiro até que se saiba com
evidência, ou seja, como realmente verdadeiro.
- Princípio da
Análise ou da Decomposição - dividir e decompor cada parte de um problema para
analisar as suas partes separadamente.
- Princípio da
Síntese ou da Composição – processo racional que consiste no ordenamento dos
pensamentos, dos mais fáceis e simples para os mais difíceis e complexos.
- Princípio da
Enumeração ou da Verificação – em tudo fazer recontagens, verificações e
revisões de modo a tornar-se seguro de não ter havido qualquer omissão durante
o processo de raciocínio (checklist).
Occam
Navalha
de Occam:
A navalha de Occam (também conhecida como a “lei da parcimônia”) é um
princípio lógico onde a melhor solução é aquela que apresenta a menor
quantidade de premissas possíveis. Uma navalha filosófica é uma
ferramenta usada para eliminar opções improváveis em determinada situação.
Os burocratas, os governos e administrações
comprometidas com a corrupção odeiam, e abominam a lógica da "Navalha de
Occam".
Maquiavel
Uma mudança sempre deixa lançada a base para o
surgimento de outra:
Sem má vontade, o melhor a fazer é
deixar de ser resistente quanto as mudanças e encarar a realidade, se atualizar
e receber as novidades olhando o lado positivo, como novas oportunidades para
aprender;
A um príncipe é necessário ter o povo como amigo,
pois, de outro modo, não terá possibilidades na adversidade:
Sem
tapinha nas costas, não é legal, de nada vale tapinha nas costas dizendo que o
funcionário é muito importante, se a primeira decisão diante de uma crise é
corte de pessoal, as que usaram o diálogo para negociar internamente e buscaram
redução de custos em processos onerosos, há muito tempo não vê crise
financeira, pois tem um grupo comprometido com o objetivo comum.
Francis Bacon
Filósofo
e estadista inglês, considerado um dos pioneiros do pensamento cientifico
moderno, fundador da Lógica Moderna, baseada no método experimental e indutivo
(do especifico para o geral). Em seu pensamento que se encontra a preocupação
com a separação experimental do que é essencial em relação ao que é acidental Antecipou-se
ao princípio conhecido em Administração como “princípio da prevalência do
principal sobre o acessório”.
Hegel
Em uma de suas
citações-chave, Hegel nos diz que “É possível mostrar que a noção de filosofia
está implícita até mesmo em nosso pensamento cotidiano. Começamos com nossos
desejos e percepções imediatos, mas estes logo nos instam para além de seu
imediatismo, no sentido da apreensão de algo maior do que nós mesmos – um ser
infinito e uma vontade infinita. ”
Hegel
superou as explicações teológicas do Estado; colocou o homem e a razão na
condição de sujeito e formulou e ofereceu a Dialética e seus princípios. Suas
contribuições ao conhecimento transcenderam suas próprias formulações teóricas
e subsidiaram as elaborações de Marx que, “embora não seja um hegeliano, seria
impensável sem Hegel, principalmente no que diz respeito ao método dialético.
Hegel
criou um sistema chamado dialética, que é um processo espiral sobre o
conhecimento, partindo dá uma ideia base que é chamada de tese, contrariada por
outra ideia, chamada de antítese e chegando a uma conclusão chamada de síntese,
que passa a ser uma nova tese, por isso, espiral, algo que não tem fim, mas uma
evolução de ideia.
A dialética se processa em três
momentos:
- Primeiro
seria a Tese, que corresponde uma ideia, um pensamento.
- Segundo
seria a Antítese – um pensamento diferente da tese, uma ideia
contrária.
- Terceiro
seria a Síntese – uma conclusão da tese com a antítese, ou seja,
após o debate de ideias chegaria a uma conclusão resumida, no entanto,
essa síntese passa a ser uma nova tese para uma dialética.
Essa estrutura dialética, segundo Hegel, seria
aplicada a todos os campos do real, desde a aquisição do conhecimento até os
processos históricos políticos.
Husserl
Ele é conhecido por seu rigor
metodológico e vem corroborar afirmando que: “... Qual o pensador
para quem na sua vida de filósofo, a filosofia deixa de ser um enigma? ... Só
os pensadores secundários que, na verdade, não se podem chamar filósofos, estão
contentes com as suas definições”, Husserl reconhece a prioridade da razão
prática sobre a razão teórica, ou seja, a ética como filosofia primeira. Só que
isso deve ser conduzido a partir do solo originário do mundo-da-vida, onde
possamos reconhecer o outro como diferente e interlocutor válido, e onde se
determinam as vivências que atingirão o grau de idealidades teóricas
universais.
Karl Marx
Marx e Friedrich
Engels, propuseram uma teoria da origem econômica do Estado. De acordo com Marx
e Engels a dominação econômica do homem pelo homem é a geradora do poder
político do Estado, que vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe
social exploradora. No Manifesto Comunista, ainda segundo Chiavenato, Marx e
Engels afirmam que a história da humanidade sempre foi a história da luta de
classes, resumidamente, entre exploradores e explorados.
Marx falava sobre
a luta de classes, baseada nas relações de produção entre os
proprietários do meio de produção e os trabalhadores que aplicavam a força de
trabalho. Um dos seus principais conceitos foi o de “mais-valia”.
Na produção social que os homens realizam, eles entram
em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais
relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das
suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a
estrutura econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual se erguem as
superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas
de consciência social.
Rousseau
Desenvolveu a
teoria do Contrato Social: O Estado surge de um acordo de vontades. Kal Marx
(1818-1883) e seu parceiro Friedrich Engels (1820-1895) propõem uma teoria da
origem econômica do Estado. O surgimento do poder político e do Estado nada
mais é do que o fruto da dominação econômica do homem pelo homem. Com o
surgimento da Filosofia Moderna, deixa a Administração de receber contribuições
e influências, uma vez que o campo de estudo filosófico afasta-se enormemente
dos problemas organizacionais.
Adam Smith
Filósofo e
economista escocês, considerado como criador da Escola Clássica da Economia, em
1776 publica a sua obra “Uma investigação sobre a natureza e as causas da
riqueza das nações”, mais conhecido como A Riqueza das Nações, já abordava o
princípio da especialização dos operários e o princípio da divisão do trabalho
em uma manufatura de agulhas para destacar a necessidade da racionalização da
produção. Conforme Chiavenato (1983, p.30), para Adam Smith, a origem da
riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização das tarefas,
preconizando o estudo dos tempos e movimentos, pensamento que, mais tarde,
Frederick Winslow Taylor e o casal Frank e Lilian Gilbreth viriam a
desenvolver, fundamentando a Administração Científica.
John Stuart Mill
Filósofo e
economista britânico publicou “Princípios de Economia Política” onde, segundo
Chiavenato (1983, p.31) apresenta um conceito de controle objetivando evitar
furtos nas empresas. Acrescenta duas qualidades importantes, a fidelidade e o
zelo.
Thomas Hobbes
Filósofo e teórico
político inglês, desenvolveu a teoria da origem contratualista do estado,
segundo o qual o homem primitivo, vivendo em estado selvagem, passou lentamente
à vida social, através de um pacto entre todos. O homem primitivo era um ser
anti-social por definição, vivendo em guerra permanente com o próximo,
atirando-se uns contra os outros pelo desejo de poder, riquezas e propriedades,
“o homem é o lobo do próprio homem”.
O Estado viria a ser, portanto, a inevitável resultante da questão, de forma
absoluta, impondo a ordem e organizando a vida social, qual um Leviatã.
Peter Drucker
Drucker foi o
primeiro pensador a sistematizar o estudo sobre administração. Justificadamente
é conhecido como o pai da administração moderna e o mais influente pensador do
mundo da gestão moderna.
Drucker foi quem
primeiro abordou a importância das privatizações, o conceito de gestão por
objetivos, a descentralização da empresa dentre muitas outras ideias que sempre
se caracterizavam por extrema clareza e alinhamento com a realidade prática.
1.
Drucker
apregoava a necessidade da adoção da autogestão em detrimento da clássica linha
de montagem. Sua visão era que esse sistema não era o mais produtivo já que a
linha se movia ao ritmo do operário mais lento em detrimento dos mais rápidos
que se tornavam improdutivos e frustrados. Se nesse modelo o homem servia ao
sistema, no modelo sugerido por Drucker, o sistema deveria servir ao homem.
2.
A
síntese de toda sua obra reside, justamente, na articulação de duas visões
associadas a esses dois contextos: as corporações são parte do sistema social e
tem ocupado posição central na sociedade e as práticas de gestão resultam em
organizações mais eficientes e eficazes.
3.
a
finalidade da empresa não é ganhar dinheiro. Ganhar dinheiro é uma necessidade
para a sobrevivência. A finalidade de uma empresa é criar um cliente e
satisfazê-lo. Dentro da organização só existem custos. Seus resultados
encontram-se fora da organização resultantes de clientes satisfeitos. É para
isso que uma empresa é paga (essa abordagem está totalmente alinhada com a já
comentada visão de Theodore Levitt a esse respeito). Drucker comentava que
organizações bem-sucedidas não se preocupam em serem felizes; elas são
obcecadas em fazer o cliente feliz (e assim cumprem o primeiro objetivo).
4.
Rompe
com a visão tradicional, mecanicista cujas bases estavam fundamentadas na
orientação em se extrair a maior valia para a companhia dos esforços de seus
trabalhadores sem considerar seu bem estar e os efeitos dessa ação sobre a
sociedade nas mais diversas esferas: ambientais, trabalhistas, sua influência
no núcleo familiar e assim por diante.
5.
A
administração não é uma ciência e sim uma prática. E como toda prática deve se
nutrir de um amplo campo de ciências verdadeiras. Por isso a Administração deve
beber de outras fontes como História, Filosofia, Psicologia, Economia e assim
por diante.
6.
Atualmente
evidencia-se essa relevância quando observamos que o êxito de entidades em
diversas esferas depende da qualidade de sua gestão. Enquadram-se nessa
categoria governos, hospitais, escolas, e entidades dos mais diversos perfis.
Baseado nesse pensamento, Drucker contribuiu para alçar a disciplina à posição
de destaque em todo contexto social indo além do ambiente empresarial. Investir
no avanço da qualidade de gestão dos cidadãos de uma nação é, acima de tudo, um
objetivo social.
7.
Foi
o primeiro pensador a enxergar a importância da ação das chamadas “organizações
não governamentais” na sociedade. Percebeu de forma pioneira que os desafios
estavam crescendo de forma exponencial e seriam necessárias instituições que
navegassem tanto pela esfera pública quanto privada para atender a objetivos
específicos de muita relevância para a sociedade.
8.
A
empresa existe para alguma finalidade além de si mesma, a administração surgiu
para a consecução desses fins organizando os seres humanos para atuação
conjunta criando uma organização social. Somente quando a administração
consegue tornar os recursos humanos da organização produtivos é que se torna
capaz de alcançar os objetivos e resultados externos desejados. Essa abordagem
pioneira na época, mas ainda contemporânea nos dias atuais em determinados
contextos, abriu uma nova perspectiva na visão sobre gestão considerando as
pessoas como recursos estratégicos de qualquer organização.
9.
A
primeira responsabilidade social de uma empresa é gerar excedente adequado, seu
lucro. Sem um excedente adequado, ela estará roubando da comunidade e privando
a sociedade e a economia do capital necessário para gerar empregos para o
futuro. O lucro é a consequência e justifica a existência da companhia. Não é
um fim em si mesmo, porém sem ele nenhuma organização sobrevive.
10.
Um
empreendimento tem que ter objetivos simples, claros e unificadores que devem
ser comunicados com exatidão como comentamos no artigo “Gestão por propósitos”.
11.
Há
incríveis 50 anos atrás, ele cunhou o termo “trabalhador do conhecimento”. Essa
visão evidenciava as mudanças que estavam ocorrendo e iriam se acelerar no
perfil do trabalho e do trabalhador. A ascensão do conhecimento redimensionou
as relações capital x trabalho e é a base para a sociedade contemporânea.
Poderemos
verificar no pensamento de Peter Drucker a crescente preocupação com as novas
formas de atuação do administrador enquanto indivíduo e da administração
enquanto prática para que tal indivíduo alcance e desenvolva a felicidade,
zelo, controle do trabalho, utilidade do valor, a ordem, a organização, e
outros aspectos já evidenciados pelos filósofos clássicos diante de um mundo
tão complexo como o que vivenciamos hoje, chamado de mundo globalizado.
Particularmente
penso que em relação aos cursos de filosofia, para bem ministrar os conteúdos
filosóficos à prática administrativa seja necessário que os professores estejam
familiarizados com essas duas áreas do conhecimento, e também que utilizem
material didático compatíveis com o ensino da Filosofia voltado para um futuro
administrador ou gestor de empresas...aqui me refiro ao mundo acadêmico!
A filosofia da
administração, objetiva integrar o conhecimento filosófico e a prática
administrativa, todavia, raramente o professor possui formação nessas duas
áreas do conhecimento, pensando nisto resolvi fazer um curso de MBA em Gestão
de Negócios, de maneira a unir os dois pontos de contato necessários e assim poder
agregar maior conhecimento na minha vida profissional
No que tange ao
lado humano, o ponto mais importante numa administração, resolvi buscar mais
duas formações, além de minha formação inicial em filosofia para melhor
entender o universo humano. Então busquei formação em MBA em Coaching e
Neuropsicopedagogia, estas formações acadêmicas acrescentaram muito
conhecimento na área das humanas e imediatamente influenciaram minha maneira de
ver e administrar.
Existe um ditado
no mundo corporativo que diz: “as empresas contratam as pessoas por suas
competências técnicas e as demitem pelas comportamentais”, a inteligência da
filosofia e das demais formações dentro de uma empresa ajudam a resolver muitos
conflitos e assim conseguem preservar o bom ambiente profissional e a baixa
rotatividade de pessoal.
Os caminhos das
pessoas se cruzam quando trabalham numa mesma empresa, são direcionados para um
objetivo comum, e atingir o objetivo é uma questão de vida ou morte da empresa
e do emprego, um depende do outro, logo os profissionais interdisciplinares e
transdisciplinares são os que mais se destacam dentro da instituição, o futuro
destes profissionais é mais luminoso.
Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade na
empresa
Sozinho não conseguimos
muita coisa, porém havendo colaboração e entendimento os problemas do cotidiano
conseguem ser resolvidos de maneira mais fácil, a troca e reciprocidade
estabelecida entres as diferentes áreas e disciplinas caracteriza
evidentemente, a interdisciplinaridade quando dentro de um mesmo projeto ou
processo as diferentes áreas representadas por seus profissionais
competentemente trocarem entre saberes. Conforme Japiassu, a
interdisciplinaridade se caracteriza pela intensidade das trocas entre os
especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um
mesmo projeto de pesquisa.
O enfrentamento dos problemas e questões que preocupam a instituição são
tratados através de processo fundamentalmente interdisciplinar, respeitando a
filosofia da empresa e os planos de trabalho sempre que surjam eventos que
exijam algum feedback. A capacidade de criar soluções com a soma de diversos
conhecimentos e disciplinas, eleva a performance individual, e para o grupo.
A transdisciplinaridade
se refere à capacidade de assimilar e disseminar conhecimento entre múltiplas disciplinas.
Numa instituição, além de ter profundo
conhecimento a respeito da área de atuação, é importante conhecer bem os outros
setores com que irão atuar, sempre com coordenação assegurada a uma finalidade
comum e horizontalização das relações de poder.
O entendimento do que o outro faz e como essas atividades se conectam ao
seu próprio trabalho produz ótimos resultados, e geralmente o bom
relacionamento entre os profissionais de diferentes setores das organizações é
determinante para o sucesso. Quando não há o conhecimento sobre o que os outros
setores fazem, é possível que sejam feitas exigências que não são razoáveis e a
partir daí surjam problemas.
Dito isto, me lembrou um pouco do pensamento do filosofo francês Gabriel
Marcel (1889/1973) autor da ideia e Filosofia Concreta: Partindo de sua
própria existência, acentua ter vivido problemas filosóficos que o oprimiram e
afirma: “a filosofia concreta nasce somente de uma tensão criadora,
continuamente renovada, entre o eu e as profundezas do ser, da mais estrita e
rigorosa reflexão, fundada na experiência vivida até o limite de sua
intensidade”. Gabriel procura dar à existência aquela prioridade metafísica que
lhe havia tirado o idealismo.
Em geral as pessoas sem saberem utilizam diariamente a filosofia, portanto,
o mais importante é ensinar e ver que aprenderam, e o fato é que a filosofia é
a própria concepção da realidade e consiste na maneira como as pessoas enxergam
as coisas e a vida. Muitas vezes, ela está tão presente no cotidiano e na
maneira de pensar de cada um, que as pessoas não se dão conta dela, quase como
se fosse inerente ao indivíduo. No meu caso, me fez ver que a educação realiza
muitas transformações, a filosofia é a grande responsável por me instigar a
buscar mais conhecimento, e concluo com um pensamento de Sócrates: “Sábio é
aquele que conhece os limites da própria ignorância”.
Fontes:
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-a-navalha-de-occam/
https://extra.globo.com/casos-de-policia/comissario-de-policia/a-navalha-de-occam-3348506.html
https://administradores.com.br/artigos/a-influencia-dos-filosofos-na-administracao
https://www.sandromagaldi.com.br/peter-drucker-o-mais-influente-pensador-da-administracao-moderna-trecho-do-livro-movidos-por-ideias/
https://novaescola.org.br/conteudo/1619/qual-o-atual-papel-da-filosofia
https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/filosofia-ciencia.htm
https://www.stoodi.com.br/blog/filosofia/15-pensadores-que-ja-cairam-no-enem/
https://mdtraining.com.br/por-que-a-filosofia-e-mae-da-tecnologia/
HUSSERL, Edmund. Meditações
cartesianas. São Paulo: Madras, 2001.
JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do
saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
Spinelli, Miguel. Questões Fundamentais da Filosofia Grega.São Paulo. Edições Loyola, 2006