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domingo, 3 de dezembro de 2023

Ladeiras Escorregadias


Ladeiras Escorregadias

A metáfora das "ladeiras escorregadias" é frequentemente utilizada para descrever situações ou decisões que podem levar a consequências indesejadas ou perigosas. Ela sugere a ideia de que uma vez que você começa a descer uma ladeira íngreme e escorregadia, pode ser difícil ou até mesmo impossível parar ou reverter o processo. Essa metáfora destaca a noção de que algumas escolhas ou ações podem ter um efeito cascata, levando a situações fora de controle. Ela é muitas vezes usada para alertar sobre a importância de tomar decisões cuidadosas e considerar as possíveis consequências antes de se envolver em determinados caminhos.

Por exemplo, alguém pode usar a expressão "estamos indo por uma ladeira escorregadia" para descrever uma série de decisões ou eventos que estão levando a uma situação problemática, e a sugestão é que é preciso agir para evitar consequências negativas futuras. Essa metáfora destaca a ideia de que certas ações podem ter um efeito dominó, onde cada passo subsequente se torna mais difícil de controlar ou reverter.

A vida muitas vezes nos apresenta encruzilhadas, onde as escolhas que fazemos podem se assemelhar a descer uma ladeira escorregadia. Essa metáfora, tão rica em significado, ilustra de maneira vívida a ideia de que algumas decisões podem nos levar a caminhos desconhecidos e, muitas vezes, perigosos.

A vida é feita de escolhas, pequenas e grandes. Às vezes, tomamos decisões aparentemente inofensivas, como escolher entre café ou chá pela manhã. Há momentos em que as escolhas são mais significativas, envolvendo carreiras, relacionamentos e valores fundamentais. É nessas encruzilhadas que as ladeiras escorregadias se revelam. Vamos nos imaginar no topo de uma colina íngreme. A paisagem à frente é desconhecida, e a tentação de se aventurar é irresistível. Aqui é onde começamos nossa descida pela ladeira escorregadia. Muitas vezes, as escolhas parecem emocionantes no início, mas é fácil subestimar a inclinação da ladeira e ignorar os sinais de alerta.

À medida que descemos, as consequências das nossas escolhas começam a se manifestar. Uma decisão pode levar a outra, criando uma série de eventos que parecem escapar ao nosso controle. É como se estivéssemos deslizando pela ladeira, incapazes de frear o ímpeto crescente. No meio da ladeira, as coisas podem ficar desafiadoras. As escolhas que pareciam promissoras no início podem revelar-se mais complicadas do que imaginávamos. É nesse ponto que podemos perceber que a ladeira escorregadia não é apenas uma metáfora, mas uma realidade que exige nossa atenção.

É importante reconhecer quando estamos descendo por uma ladeira escorregadia e estar disposto a reavaliar nossas escolhas. Em vez de nos resignarmos ao impulso descendente, podemos buscar maneiras de enfrentar os desafios. Às vezes, isso significa dar um passo para trás, reconsiderar nossas prioridades e, se necessário, mudar de direção.

Alertas não nos faltam, Ben Dupré, em seu livro 50 ideias de Filosofia, já nos alertava que a ladeira escorregadia não é o único risco pelo qual o moralizador popular nos alerta. O primeiro tropeção numa ladeira escorregadia costuma precipitar um mergulho em direção a uma floresta cheia de outros perigos verbais, onde há barulho de dominós que caem, bolas de neve que crescem monstruosamente, comportas que se abrem e icebergs que mostram apenas suas pontas.

A vida é cheia de morros, subidas e descidas, onde há morro também há ladeiras, algumas escorregadias, a vida pode ser uma jornada cheia de ladeiras escorregadias, não coloque a culpa na chuva por ter escorregado, sabendo que choveu e a ladeira é escorregadia a decisão e os cuidados são nossos quando escolhemos descer por ela. Cada escolha é uma oportunidade para descer por uma nova colina, mas também traz consigo a responsabilidade de lidar com as consequências. Ao reconhecer a natureza escorregadia dessas ladeiras, podemos abraçar a sabedoria de tomar decisões conscientes e, quando necessário, encontrar maneiras de subir de volta ao topo. Então, que possamos desbravar as ladeiras da vida com cautela e coragem, aprendendo e crescendo ao longo do caminho. Na pratica e em nosso cotidiano precisamos visualizar como nossas decisões podem escorregar ladeira abaixo, aparentemente seriam decisões simples, porém as consequências poderão ser desastrosas, vamos a alguns exemplos para nossa reflexão.

Um exemplo atual de uma decisão que pode ser considerada uma "ladeira escorregadia" é a dependência excessiva de plataformas de mídia social para interações sociais e formação de opiniões. Com a ascensão das redes sociais, muitas pessoas têm utilizado essas plataformas como principal fonte de informação, conexão social e validação. Inicialmente, o uso das redes sociais pode parecer inofensivo e até mesmo benéfico para a comunicação e compartilhamento de ideias. No entanto, ao descer essa ladeira, torna-se evidente que há consequências negativas potenciais. A exposição constante a informações enviesadas, o fenômeno das bolhas sociais, a disseminação de desinformação e os impactos na saúde mental são algumas das preocupações que surgem à medida que as pessoas continuam a depender excessivamente dessas plataformas. Essa dependência pode levar a uma perda de perspectiva da realidade, influenciar comportamentos prejudiciais e contribuir para a polarização social. Assim como deslizar por uma ladeira escorregadia, a jornada inicial pode parecer empolgante, mas os desafios e riscos aumentam à medida que a dependência cresce. Portanto, é crucial que as pessoas estejam cientes das potenciais armadilhas associadas ao uso excessivo de redes sociais e considerem formas de equilibrar a interação online com experiências do mundo real, além de buscar fontes de informação mais diversas e confiáveis. Essa consciência pode ajudar a evitar os perigos associados à descida pela "ladeira escorregadia" da dependência de plataformas de mídia social.

Outro exemplo atual de uma decisão que pode ser considerada uma "ladeira escorregadia" envolve a utilização crescente de empréstimos e créditos fáceis. Em muitas sociedades, o acesso rápido a empréstimos pode parecer uma solução conveniente para atender a necessidades financeiras imediatas, como compras não planejadas ou despesas emergenciais, mas à medida que as pessoas recorrem repetidamente a empréstimos e créditos sem um planejamento financeiro sólido, podem encontrar-se descendo por uma ladeira financeira escorregadia. O endividamento excessivo pode levar a uma série de consequências negativas, incluindo altas taxas de juros, dificuldades para pagar dívidas acumuladas e, em casos extremos, falência financeira. Assim como deslizar por uma ladeira íngreme, a facilidade inicial de acesso ao crédito pode seduzir as pessoas a tomar decisões financeiras rápidas sem considerar totalmente as implicações a longo prazo. Essa "ladeira escorregadia" financeira destaca a importância de uma gestão financeira responsável, orçamento cuidadoso e a conscientização sobre os riscos associados ao endividamento excessivo. Portanto, é fundamental que as pessoas considerem as consequências a longo prazo de suas decisões financeiras e busquem equilíbrio entre suas necessidades imediatas e a saúde financeira a longo prazo, evitando assim a descida perigosa por essa "ladeira escorregadia" financeira.

Mais um exemplo, e muito sério é a discussão em torno da legalização de drogas recreativas em alguns lugares pode ser vista como uma decisão que pode ser comparada a uma "ladeira escorregadia". Por exemplo, consideremos a legalização da maconha em alguns países e estados. Inicialmente, a legalização da maconha pode parecer uma abordagem progressista para lidar com questões relacionadas ao uso de substâncias psicoativas, potencialmente gerando benefícios financeiros e reduzindo a carga sobre o sistema de justiça criminal, mas à medida que se avança nesse caminho, podem surgir preocupações e desafios. A ladeira escorregadia aqui pode ser visualizada quando se discute a possibilidade de legalização de drogas mais potentes ou a remoção de restrições em relação a outras substâncias. A questão se torna complexa, envolvendo preocupações de saúde pública, segurança e potenciais impactos sociais. Ao descer essa "ladeira", pode haver uma série de desafios, incluindo o aumento do uso recreativo, problemas de dependência, efeitos negativos na saúde mental e aumento de acidentes relacionados ao uso de drogas. A questão da regulamentação e fiscalização torna-se crítica para evitar abusos e garantir que os benefícios iniciais da legalização não se transformem em riscos significativos para a sociedade. Assim, a legalização de drogas recreativas, como a maconha, exemplifica uma situação em que as decisões podem ter implicações significativas e onde é necessária cautela para evitar a descida por uma "ladeira escorregadia" que pode levar a consequências imprevistas e desafiadoras.

Há pouco tempo todos no mundo vivenciaram o horror causado pela Covid-19, ela mostrou que não estamos preparados para enfrentar uma pandemia e todas as suas consequências, vivemos de maneira dura problemas em todas as áreas, um exemplo ainda muito vívido em nossa memória foi na área da educação que pode ser associado a uma "ladeira escorregadia", foi e é a crescente dependência de tecnologias digitais no ensino, especialmente durante a pandemia, que acelerou a transição para o ensino online. Inicialmente, a adoção de tecnologias na educação foi vista como uma solução necessária para garantir a continuidade do aprendizado em situações de distanciamento social, mas à medida que essa transição avançou, surgiram preocupações e desafios. A "ladeira escorregadia" começou quando da dependência excessiva de tecnologias substituiu completamente as interações presenciais entre alunos e professores. A falta de contato humano direto resultou em perdas significativas na qualidade da educação, afetando o desenvolvimento social e emocional dos alunos. Outra coisa foi a disparidade de acesso à tecnologia e à internet explicitou a divisão digital, quando alguns alunos ficaram para trás devido à falta de recursos adequados. A dependência exclusiva de plataformas digitais também levantou preocupações sobre privacidade, segurança e a capacidade de manter os alunos envolvidos e motivados no ambiente virtual. A transição rápida para o ensino online destacou a importância de encontrar um equilíbrio entre a utilização eficaz da tecnologia e a preservação dos elementos essenciais da educação tradicional. É crucial evitar a descida pela "ladeira escorregadia" da dependência excessiva da tecnologia, garantindo que a educação permaneça inclusiva, equitativa e centrada no desenvolvimento holístico dos alunos. Esta área enfrentou problemas complexos os quais ainda não conseguimos identificar a amplitude das consequências, ainda estamos descobrindo o alcance dos estragos.

No mundo dos negócios um bom exemplo que pode ser comparado a uma "ladeira escorregadia" é a prática de cortes de custos excessivos em empresas. Inicialmente, a busca por eficiência e redução de despesas pode parecer uma estratégia sensata para melhorar a lucratividade e a competitividade, mas essa abordagem pode levar a consequências negativas a longo prazo. Ao iniciar essa descida pela "ladeira", as empresas podem reduzir investimentos essenciais em pesquisa e desenvolvimento, treinamento de funcionários, manutenção preventiva, qualidade de produtos e serviços, entre outros aspectos fundamentais. Esses cortes podem resultar em produtos de menor qualidade, uma força de trabalho desmotivada e clientes insatisfeitos. A ladeira escorregadia pode levar à perda de talentos valiosos, pois funcionários se sentem desvalorizados e desmotivados diante das restrições orçamentárias extremas. A qualidade do produto ou serviço pode decair, prejudicando a reputação da empresa no mercado e resultando em perda de clientes. A prática de cortes de custos excessivos representa uma "ladeira escorregadia" nos negócios, onde a busca cega por eficiência financeira pode comprometer a sustentabilidade a longo prazo da empresa. É importante encontrar um equilíbrio entre a gestão de custos e a manutenção da qualidade, inovação e satisfação do cliente para evitar deslizar por essa ladeira perigosa.

A metáfora da “Ladeira Escorregadia” pode parecer simples, mas percebemos que ela carrega muita sabedoria, sua mensagem pode ser sugerida em momentos carregados de tensão e emoção, e em muitos casos o seu apelo é ilusório e evasivo. A metáfora da ladeira escorregadia frequentemente destaca a ideia de que uma série de decisões ou ações leva a consequências indesejadas e muitas vezes irreversíveis. O apelo ilusório pode residir na atração inicial de escolhas aparentemente vantajosas e na subestimação das possíveis ramificações futuras.

Às vezes, as pessoas podem ser seduzidas pela empolgação ou pelas recompensas imediatas de uma decisão, ignorando ou minimizando os sinais de alerta em relação às possíveis consequências negativas. Isso cria uma ilusão de que a descida pela ladeira será suave e sem obstáculos. A natureza evasiva da ladeira escorregadia pode se manifestar quando as pessoas evitam enfrentar a realidade das implicações de suas escolhas. Pode haver uma relutância em reconhecer que a jornada iniciada pode se tornar mais difícil de controlar à medida que se desenrola. A ilusão e evasão associadas à ladeira escorregadia destacam a importância da reflexão consciente, avaliação de riscos e consideração das possíveis consequências antes de tomar decisões significativas. É vital estar ciente do potencial escorregadio dessas "ladeiras" e evitar a armadilha de ser atraído apenas pela emoção imediata, mantendo uma visão clara das possíveis implicações a longo prazo.

Na ladeira escorregadia se tivermos ajuda ela é bem-vinda, me veio a mente a expressão "se você der a mão na ladeira escorregadia" podemos interpreta-la de diversas maneiras, geralmente sugere uma colaboração, apoio ou intervenção para ajudar alguém que está enfrentando desafios ou está em uma situação complicada. A ideia é que, ao oferecer ajuda ou suporte, você pode ajudar a pessoa a evitar consequências negativas ou a superar dificuldades. Essa expressão destaca a importância do apoio mútuo e da solidariedade em momentos difíceis. Às vezes, quando alguém está descendo por uma "ladeira escorregadia" em sua vida, seja em termos de decisões, desafios pessoais ou profissionais, oferecer uma mão amiga pode fazer toda a diferença.

Pode também se referir a uma oportunidade de colaboração e trabalho em equipe para superar obstáculos. Dar a mão na ladeira escorregadia simboliza a disposição de estender auxílio, compartilhar responsabilidades e enfrentar juntos as dificuldades. A expressão sugere uma atitude positiva de apoio e colaboração em situações desafiadoras, reforçando a ideia de que, muitas vezes, enfrentar esses desafios em conjunto pode tornar a jornada mais gerenciável e menos perigosa.

Mas, por outro lado, se complementarmos a expressão "se der a mão...” com “...vão querer o braço", é onde mora o perigo, geralmente é usada para transmitir a ideia de que ao oferecer ajuda ou concessões a alguém, essa pessoa pode aproveitar a oportunidade para pedir ou exigir mais do que inicialmente acordado. Em outras palavras, ela destaca a preocupação de que ao iniciar um ato de generosidade ou colaboração, a outra parte pode tentar obter vantagens adicionais. Essa expressão sugere uma sensibilidade em relação às relações de poder e ao risco de ser explorado em situações de cooperação. Pode ser usada para expressar cautela ao lidar com certas pessoas ou situações, enfatizando a importância de estabelecer limites claros e comunicar expectativas para evitar abusos ou explorações. No contexto de negociações, parcerias ou relações interpessoais, essa expressão destaca a necessidade de equilíbrio e clareza nas expectativas mútuas. Ela alerta para a importância de estabelecer fronteiras e manter uma abordagem equitativa ao lidar com colaborações ou concessões, fica um alerta para ficarmos atentos a nossa perda cumulativa de liberdades civis!

terça-feira, 6 de outubro de 2020

O pensamento filosófico na administração e gestão de negócios

 

Falsos profetas - falsos filósofos

Existem na mídia e redes sociais supostos autodenominados “pensadores”, palestrando e até apresentando-se como “filósofos” sugerindo fórmulas e soluções mágicas na administração e gestão de negócios, é importante ficarmos atentos para não cairmos na lábia dos ditos “experts” os quais sempre tem a mão frases de efeito e perfeitos slogans promocionais, e claro um livrinho de “autoajuda”. Não faltam profetas para todos os gostos.

Eles geralmente surgem com formulas magicas, e nós sabemos que não existe formula mágica, o melhor sempre foi e será, o velho e bom trabalho duro, e isto não é mágica.

Para evitar o sucesso do assédio de ditos experts é necessário sair do senso comum e partir para uma educação libertadora e critica.

A educação resgata o ser humano do “senso comum”, o senso comum é um tipo de conhecimento adquirido por meio da observação, vivência e experiências do mundo, passado de geração em geração, quem já ouviu a frase: “sempre se fez assim”!?

O senso comum por ser uma forma de conhecimento desorganizado, inexato e ancorado em tradições sociais, não tende a buscar uma verdade que seja comprovada cientificamente, e geralmente pessoas que dependem exclusivamente do senso comum acabam como presas fáceis dos supostos autodenominados pensadores com formulas magicas, e seu negócio se transforma em “pandorga sem rabo”. Pandorga sem rabo não voa, mesmo que o vento sopre a favor!

Caso você venha a pensar seja necessária ajuda externa para dar aquela virada na vida, comece melhorando seu desempenho, e procure quem de fato poderá ajudar, tal como Sebrae ou alguma empresa especializada em soft ou hard skills devidamente registradas e com conceito de avaliação reconhecidos.

Quando procuramos o Sebrae ou uma soft ou hard skills, é porque estamos procurando ajuda na formalidade legal de um negócio e também com interesse em desenvolver competências e adquirir uma nova habilidade, o sucesso do empreendimento começa em nossa mente na vontade de mudar para melhor, começa por nossa motivação indo fomentar nossas competências sociais, emocionais e mentais ligadas à personalidade de cada um de nós.

Nosso sucesso depende de competências como colaboração, flexibilidade, capacidade de trabalhar sob pressão, comunicação eficaz, orientação para resultados e liderança de equipe e etc, a mudança e a melhoria iniciam dentro de cada um.

Educação é o ponto de partida

A educação é o melhor ponto de partida, desde tenra idade somos ensinados a valorizar a educação, no entanto muitos não reconhecem o valor deixando de aprender o que deveriam no tempo certo, muito tempo depois correm atrás do prejuízo e outros se acham velhos demais para retomar, mesmo assim temos observado muitos idosos retomando os estudos, o que é animador, nunca é tarde para aprendermos, afinal aprendemos até nosso último suspiro.

Há conhecimentos que estão além da tradicional classe escolar, o atual programa de ensino dividido em disciplinas, os assuntos fragmentados demais, os conteúdos procedimentais são realizados apenas para cumprimento curricular, desconexos e por isso o aprendizado não é efetivo, porque não é significativo, nem efetivo, nem ativo, nem construtivista, tudo isto não contribui para dar alguma direção vocacional, e não consegue mostrar um caminho para a vida profissional, a solução é buscar o ensino profissionalizante, trata-se do conhecimento técnico voltado para o mundo do trabalho, real e prático.

O panorama nos obriga a buscar alternativas de educação que complementem, que efetivem a educação que deveríamos ter recebido desde sempre, afinal a integração das disciplinas deveria ser interdisciplinar e transdisciplinar, de maneira que dessem sentido ao conteúdo ensinado nas escolas.

Reconhecemos que começar pela educação não traz só a parte técnica, a educação é o diferencial ela também ajuda a desenvolver as “soft skills” de forma natural, quem busca na educação a solução é porque sabe qual é o caminho para “fazer a diferença” na vida pessoal e na vida profissional.

E a Filosofia o que tem a nos dizer

As melhores ideias de bons negócios tem em sua base a educação, uma boa educação nos leva inevitavelmente aos conhecimentos filosóficos, a filosofia, mãe da ciência, possui em seu seio um universo vasto de conhecimentos construídos com rigor e com métodos sistemáticos, nos ensinando como podemos enfrentar as dificuldades do cotidiano, tais como: ter um objetivo e para alcança-lo utilizar de ferramentas ou caminhos que levem a verdade, validade argumentativa (argumentação, avaliação), distinção conceitual, critica radical, paradigma e com a importância da problematização, ou seja, do questionamento e da dúvida.

A filosofia leva em conta condições básicas para que pessoas se tornem pensadores, obtenham autonomia, ao saber fazer, a desenvolver, crescer mentalmente, levando em conta o potencial de cada uma que se expressara concretamente, em realizações ou desempenhos, envolvendo a apresentação de respostas corretas para problemas e conhecimento que o habilitarão para luta diária, é no cotidiano que são enfrentadas as verdadeiras batalhas.

Para aqueles que se dedicarem na procura de respostas através da educação, encontrarão respostas no trabalho de filósofos os quais já se dedicaram a responder aos problemas vividos na realidade do ser humano. Estes pensadores “filósofos” levaram ao pé da letra o que seja rigor e metodologia sistemática para desenvolver o pensamento científico.

Afinal o que é filosofia?


A palavra filosofia vem do grego "filos" (amor ou amigo) e "sofia" (conhecimento, sabedoria, verdade), e é geralmente traduzida como "amigo da sabedoria" ou "amor ao conhecimento". A Filosofia não nasceu na Grécia: na Grécia nasceu a filosofia grega. Vem de Pitágoras a designação de filósofo: quando chamado de sábio, retrucava dizendo que era apenas amigo do saber (philosophós). Também Platão, no Fedro (278 d), recusou a alcunha de sábio: por ser muito sublime, preferia a de philosophós. O nome filósofo nasceu na Grécia, mas não o pensamento racional! O pensamento racional não se restringe a uma fronteira no tempo, a um território ou povo ou cultura, tampouco a um indivíduo. “O pensamento racional foi uma qualidade que se manifestou no interior de um movimento multiforme, o Sapiencial, dentro do qual em algum momento germinou estimulado pela curiosidade de indivíduos delimitados por territórios e culturas.” (Questões Fundamentais da Filosofia Grega”, São Paulo: Loyola, 2006, p.45).

A filosofia grega nasceu na Grécia Antiga no século 6 a.C., como um meio de buscar conhecimentos diferentes daqueles apresentados pela mitologia, num tempo onde a o mito religioso explicava desde os fenômenos da natureza até os fatos do cotidiano. "O mundo era interpretado pela mitologia, por isso existiam deuses para tudo. A resposta para as coisas eram sempre 'porque é assim que os deuses querem'. No entanto, no momento em que o mito não dava mais conta de explicar e responder tantas dúvidas e questões como a ação da natureza. Os primeiros filósofos foram em busca da verdade e respostas de modo racional.

Antes do aparecimento da ciência fragmentada em especialidades como a temos hoje, a filosofia era a única forma de conhecimento no mundo durante muitos séculos. Os filósofos tratavam o conhecimento de forma geral e explicavam um pouco sobre tudo.

"Aristóteles, por exemplo, era filósofo, médico, biólogo, matemático e astrônomo";

Descartes o “Pai da Filosofia Moderna”, era filósofo, matemático e físico”;

 “Maquiavel era historiador e filósofo político”;

 “Hobbes era matemático, teórico político e filósofo”;

 “Marx era filósofo, sociólogo, historiador, economista e jornalista”;

 “Husserl era matemático e filósofo”.

 Fragmentação da filosofia: muito conhecimento do micro e pouco do macro

Foi no século XVII a partir de Galileu Galilei, que a filosofia começou a se fragmentar. "Galileu percebeu que, especializando-se em uma parte do conhecimento, aproximava-se mais da verdade, e que a ideia de estudar um pouco de tudo fazia com que nos afastássemos dela, porque não se tinha a essência nem a profundidade de nada". Assim, o conhecimento passou a ser fragmentado, e as pessoas se tornaram especialistas em partes dele. "No mundo contemporâneo, esse pensamento ainda é muito presente, a ponto de alguém dizer que tal coisa ser provada cientificamente significa que é verdade".

A medida que o conhecimento avança a fragmentação tende a crescer, a tecnologia vem ampliando as condições de aumento em todas as áreas do conhecimento, já se fala em universos paralelos, de teoria de múltiplos mundos, multiverso, mecânica quântica. Nossa razão caminha no sentido de desvendar os segredos à medida que progride em seu conhecimento na ordem que existe no universo.

A filosofia é considerada a mãe das ciências, ela pode dedicar-se a tentar conhecer absolutamente tudo o que é de formação humana ou racional, desde a moral, a ética e a política, até a lógica, os fundamentos das ciências, os fundamentos da matemática, as técnicas, as artes etc. A filosofia é capaz de incentivar que o indivíduo, como pensador que é, buscar sempre novas respostas e resultados para os questionamentos.

Foram os filósofos que inventaram e praticaram primeiramente o método científico, assim como a lógica e o encadeamento silogístico do raciocínio filosófico, até hoje, fazem parte também do que identificamos: ciência.

A linha de fronteira entre ciência e filosofia parece não existir no que se refere aos objetivos e instrumentação, elas parecem ser idênticas na busca pela verdade. Assim como é notória a interdependência entre ciência e tecnologia.

Até por isso afirmamos que a Filosofia é mãe das Ciências e das Tecnologias pois ambas têm na Filosofia a mesma origem e formação. Além disso, a Filosofia está sempre avaliando e validando tanto a Ciência quanto a Tecnologia.

Seja através da Epistemologia, da Ética, da Filosofia da Ciência (ou pela mais recente Filosofia da Tecnologia) as preocupações com as questões sobre as origens e os determinantes dos avanços tecnológicos tem interessado cada vez mais aos filósofos.

A Filosofia na fundamentação conceitual

A filosofia é uma espécie de conhecimento geral e fundamental sobre a racionalidade. Ela tenta entender, questionar e fundamentar as mais diversas áreas do saber, tanto de maneira ampla e geral quanto de maneira mais específica, debruçando-se, às vezes, ao fornecer fundamentos para uma determinada ciência.

As regras, os fundamentos e os conceitos racionalmente organizados de uma determinada ciência encontram-se no âmbito da “filosofia” daquela ciência. Por isso temos a filosofia da matemática, do direito, da educação, da história, da ciência, da administração, entre tantas outras “filosofias”.

Apesar de parecer que a filosofia entra apenas como uma palavra comum deslocada de seu sentido original para designar os fundamentos encontrados por aquela ciência, há o trabalho de filósofos (não necessariamente com graduação em filosofia) que se dedicam a buscar as mais profundas raízes teóricas que amparam a constituição dessas ciências.

Além do que foi apresentado, a filosofia busca compreender processos gerais do conhecimento e do raciocínio, formulando uma espécie de teoria do conhecimento (também conhecida como epistemologia). A epistemologia busca compreender os traços que demonstram os modos como o conhecimento ocorre na formação da mente humana.

De Platão aos filósofos contemporâneos, várias teorias epistemológicas foram formuladas. Podemos destacar as teorias modernas, que se centraram em tentar entender se o conhecimento ocorre na mente de maneira empírica (por meio da experiência prática) ou de maneira completamente cognitiva e racional. O primeiro grupo ficou conhecido como empirista, enquanto o segundo foi chamado de racionalista.

Atualmente já encontramos no âmbito corporativo companhias que adotam essa preocupação em seus projetos de capacitação. Basta notarmos como profissionais com notório reconhecimento em disciplinas como Filosofia, Sociologia, Psicologia, Ética estão cada vez mais presentes no ambiente corporativo.

A Filosofia na administração e gestão dos negócios

A Administração recebeu enorme influência da Filosofia. Durante os séculos que vão da Antiguidade até o início da Idade Moderna, a Filosofia voltou-se para uma variedade de preocupações que nada tinham a ver com problemas administrativos.

Muitos princípios da Administração, como o da divisão do trabalho, da ordem e do controle surgiram por meio dos pensamentos filosóficos da época.

O conhecimento filosófico se torna imprescindível para conhecermos as coisas que nos rodeiam. Os executivos de uma empresa assumem posturas filosóficas, os religiosos, os políticos, os ecologistas, os sindicalistas e assim por diante, quer os próprios agentes tenham consciência disso ou não. Em suma, a filosofia está presente na existência humana e sua utilização permite ao ser humano pensar com clareza, refletir mais profundamente sobre suas ações e suas consequências.

Eis alguns filósofos e suas contribuições:

Sócrates

Maiêutica: método socrático que consiste na multiplicação de perguntas, induzindo o interlocutor na descoberta de suas próprias verdades e na conceituação geral de um objeto.

Platão

Seu forte posicionamento no tocante ao ensino e disseminação da ÉTICA, enquanto pilar de uma sociedade, que deve se fazer maior no que diz respeito ao conhecimento técnico e científico, é, sem sombra de dúvidas, o pilar do pensamento filosófico de PLATÃO. E isso é (ou deverá ser, ou deveria ser) o pilar de sustentação do pensamento administrativo, em todos os níveis (privados, públicos, pessoais) de agora em diante. Somente com uma forte concepção de ÉTICA, e também a sua prática, o administrador poderá galgar patamares de excelência em sua carreira.

Aristóteles:

As categorias do sistema aristotélico servem de fundamento ao conhecimento das coisas. Elas são os princípios básicos que tornam o conhecimento possível, partindo de uma perspectiva que concebe o mundo como as categorias neste sistema servem de fundamento ao conhecimento das coisas. 1. Observação fiel da natureza (buscando na realidade um apoio sólido às suas mais elevadas especulações metafísicas); 2. Rigor no método (a) começa a definir lhe o objeto; b) passa a enumerar-lhes as soluções históricas; c) propõe depois as dúvidas; d) indica, em seguida, a própria solução; e) refuta, por último, as sentenças contrárias.); 3. Unidade do conjunto (Sua vasta obra filosófica constitui um verdadeiro sistema, uma verdadeira síntese. Todas as partes se compõem, se correspondem, se confirmam).

Foi o criador da Lógica. No seu livro política, estuda a organização do Estado e distingue três formas de Administração pública: Monarquia, Aristocracia e democracia.

Logica Aristotélica: Os três princípios da Lógica Aristotélica são o da Identidade, da Não Contradição e do Terceiro Excluído. ... O Princípio da Não Contradição estabelece que nada pode ser e não ser ao mesmo tempo e no mesmo sentido, de modo que temos ou verdadeiro ou falso para uma determinada proposição.

Descartes

Método Cartesiano: consiste em quatro regras: evidência, análise, ordem e enumeração. Estes preceitos são baseados no conhecimento matemático, isto é, um conhecimento dominado pela razão e não pelos sentidos.

Celebrizado pela sua obra “O Discurso do Método”, em que descreve os principais preceitos do seu método filosófico, hoje denominado “método cartesiano” cujos princípios são:

- Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência – não é verdadeiro até que se saiba com evidência, ou seja, como realmente verdadeiro.

- Princípio da Análise ou da Decomposição - dividir e decompor cada parte de um problema para analisar as suas partes separadamente.

- Princípio da Síntese ou da Composição – processo racional que consiste no ordenamento dos pensamentos, dos mais fáceis e simples para os mais difíceis e complexos.

- Princípio da Enumeração ou da Verificação – em tudo fazer recontagens, verificações e revisões de modo a tornar-se seguro de não ter havido qualquer omissão durante o processo de raciocínio (checklist).

Occam

Navalha de Occam: A navalha de Occam (também conhecida como a “lei da parcimônia”) é um princípio lógico onde a melhor solução é aquela que apresenta a menor quantidade de premissas possíveis. Uma navalha filosófica é uma ferramenta usada para eliminar opções improváveis em determinada situação.

Os burocratas, os governos e administrações comprometidas com a corrupção odeiam, e abominam a lógica da "Navalha de Occam".

Maquiavel

Uma mudança sempre deixa lançada a base para o surgimento de outra:

Sem má vontade, o melhor a fazer é deixar de ser resistente quanto as mudanças e encarar a realidade, se atualizar e receber as novidades olhando o lado positivo, como novas oportunidades para aprender;

A um príncipe é necessário ter o povo como amigo, pois, de outro modo, não terá possibilidades na adversidade:

Sem tapinha nas costas, não é legal, de nada vale tapinha nas costas dizendo que o funcionário é muito importante, se a primeira decisão diante de uma crise é corte de pessoal, as que usaram o diálogo para negociar internamente e buscaram redução de custos em processos onerosos, há muito tempo não vê crise financeira, pois tem um grupo comprometido com o objetivo comum.

Francis Bacon

Filósofo e estadista inglês, considerado um dos pioneiros do pensamento cientifico moderno, fundador da Lógica Moderna, baseada no método experimental e indutivo (do especifico para o geral). Em seu pensamento que se encontra a preocupação com a separação experimental do que é essencial em relação ao que é acidental Antecipou-se ao princípio conhecido em Administração como “princípio da prevalência do principal sobre o acessório”.

Hegel

Em uma de suas citações-chave, Hegel nos diz que “É possível mostrar que a noção de filosofia está implícita até mesmo em nosso pensamento cotidiano. Começamos com nossos desejos e percepções imediatos, mas estes logo nos instam para além de seu imediatismo, no sentido da apreensão de algo maior do que nós mesmos – um ser infinito e uma vontade infinita. ”

Hegel superou as explicações teológicas do Estado; colocou o homem e a razão na condição de sujeito e formulou e ofereceu a Dialética e seus princípios. Suas contribuições ao conhecimento transcenderam suas próprias formulações teóricas e subsidiaram as elaborações de Marx que, “embora não seja um hegeliano, seria impensável sem Hegel, principalmente no que diz respeito ao método dialético.

Hegel criou um sistema chamado dialética, que é um processo espiral sobre o conhecimento, partindo dá uma ideia base que é chamada de tese, contrariada por outra ideia, chamada de antítese e chegando a uma conclusão chamada de síntese, que passa a ser uma nova tese, por isso, espiral, algo que não tem fim, mas uma evolução de ideia.

A dialética se processa em três momentos:

  1. Primeiro seria a Tese, que corresponde uma ideia, um pensamento.
  2. Segundo seria a Antítese – um pensamento diferente da tese, uma ideia contrária.
  3. Terceiro seria a Síntese – uma conclusão da tese com a antítese, ou seja, após o debate de ideias chegaria a uma conclusão resumida, no entanto, essa síntese passa a ser uma nova tese para uma dialética.

Essa estrutura dialética, segundo Hegel, seria aplicada a todos os campos do real, desde a aquisição do conhecimento até os processos históricos políticos.

Husserl

Ele é conhecido por seu rigor metodológico e vem corroborar afirmando que: “... Qual o pensador para quem na sua vida de filósofo, a filosofia deixa de ser um enigma? ... Só os pensadores secundários que, na verdade, não se podem chamar filósofos, estão contentes com as suas definições”, Husserl reconhece a prioridade da razão prática sobre a razão teórica, ou seja, a ética como filosofia primeira. Só que isso deve ser conduzido a partir do solo originário do mundo-da-vida, onde possamos reconhecer o outro como diferente e interlocutor válido, e onde se determinam as vivências que atingirão o grau de idealidades teóricas universais.

Karl Marx

Marx e Friedrich Engels, propuseram uma teoria da origem econômica do Estado. De acordo com Marx e Engels a dominação econômica do homem pelo homem é a geradora do poder político do Estado, que vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe social exploradora. No Manifesto Comunista, ainda segundo Chiavenato, Marx e Engels afirmam que a história da humanidade sempre foi a história da luta de classes, resumidamente, entre exploradores e explorados.

Marx falava sobre a luta de classes, baseada nas relações de produção entre os proprietários do meio de produção e os trabalhadores que aplicavam a força de trabalho. Um dos seus principais conceitos foi o de “mais-valia”.

Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social.

Rousseau

Desenvolveu a teoria do Contrato Social: O Estado surge de um acordo de vontades. Kal Marx (1818-1883) e seu parceiro Friedrich Engels (1820-1895) propõem uma teoria da origem econômica do Estado. O surgimento do poder político e do Estado nada mais é do que o fruto da dominação econômica do homem pelo homem. Com o surgimento da Filosofia Moderna, deixa a Administração de receber contribuições e influências, uma vez que o campo de estudo filosófico afasta-se enormemente dos problemas organizacionais.

Adam Smith

Filósofo e economista escocês, considerado como criador da Escola Clássica da Economia, em 1776 publica a sua obra “Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”, mais conhecido como A Riqueza das Nações, já abordava o princípio da especialização dos operários e o princípio da divisão do trabalho em uma manufatura de agulhas para destacar a necessidade da racionalização da produção. Conforme Chiavenato (1983, p.30), para Adam Smith, a origem da riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e movimentos, pensamento que, mais tarde, Frederick Winslow Taylor e o casal Frank e Lilian Gilbreth viriam a desenvolver, fundamentando a Administração Científica.

John Stuart Mill

Filósofo e economista britânico publicou “Princípios de Economia Política” onde, segundo Chiavenato (1983, p.31) apresenta um conceito de controle objetivando evitar furtos nas empresas. Acrescenta duas qualidades importantes, a fidelidade e o zelo.

Thomas Hobbes

Filósofo e teórico político inglês, desenvolveu a teoria da origem contratualista do estado, segundo o qual o homem primitivo, vivendo em estado selvagem, passou lentamente à vida social, através de um pacto entre todos. O homem primitivo era um ser anti-social por definição, vivendo em guerra permanente com o próximo, atirando-se uns contra os outros pelo desejo de poder, riquezas e propriedades, “o homem é o lobo do próprio homem”. O Estado viria a ser, portanto, a inevitável resultante da questão, de forma absoluta, impondo a ordem e organizando a vida social, qual um Leviatã.

Peter Drucker

Drucker foi o primeiro pensador a sistematizar o estudo sobre administração. Justificadamente é conhecido como o pai da administração moderna e o mais influente pensador do mundo da gestão moderna.

Drucker foi quem primeiro abordou a importância das privatizações, o conceito de gestão por objetivos, a descentralização da empresa dentre muitas outras ideias que sempre se caracterizavam por extrema clareza e alinhamento com a realidade prática.

1.      Drucker apregoava a necessidade da adoção da autogestão em detrimento da clássica linha de montagem. Sua visão era que esse sistema não era o mais produtivo já que a linha se movia ao ritmo do operário mais lento em detrimento dos mais rápidos que se tornavam improdutivos e frustrados. Se nesse modelo o homem servia ao sistema, no modelo sugerido por Drucker, o sistema deveria servir ao homem.

2.      A síntese de toda sua obra reside, justamente, na articulação de duas visões associadas a esses dois contextos: as corporações são parte do sistema social e tem ocupado posição central na sociedade e as práticas de gestão resultam em organizações mais eficientes e eficazes.

3.      a finalidade da empresa não é ganhar dinheiro. Ganhar dinheiro é uma necessidade para a sobrevivência. A finalidade de uma empresa é criar um cliente e satisfazê-lo. Dentro da organização só existem custos. Seus resultados encontram-se fora da organização resultantes de clientes satisfeitos. É para isso que uma empresa é paga (essa abordagem está totalmente alinhada com a já comentada visão de Theodore Levitt a esse respeito). Drucker comentava que organizações bem-sucedidas não se preocupam em serem felizes; elas são obcecadas em fazer o cliente feliz (e assim cumprem o primeiro objetivo).

4.      Rompe com a visão tradicional, mecanicista cujas bases estavam fundamentadas na orientação em se extrair a maior valia para a companhia dos esforços de seus trabalhadores sem considerar seu bem estar e os efeitos dessa ação sobre a sociedade nas mais diversas esferas: ambientais, trabalhistas, sua influência no núcleo familiar e assim por diante.

5.      A administração não é uma ciência e sim uma prática. E como toda prática deve se nutrir de um amplo campo de ciências verdadeiras. Por isso a Administração deve beber de outras fontes como História, Filosofia, Psicologia, Economia e assim por diante.

6.      Atualmente evidencia-se essa relevância quando observamos que o êxito de entidades em diversas esferas depende da qualidade de sua gestão. Enquadram-se nessa categoria governos, hospitais, escolas, e entidades dos mais diversos perfis. Baseado nesse pensamento, Drucker contribuiu para alçar a disciplina à posição de destaque em todo contexto social indo além do ambiente empresarial. Investir no avanço da qualidade de gestão dos cidadãos de uma nação é, acima de tudo, um objetivo social.

7.      Foi o primeiro pensador a enxergar a importância da ação das chamadas “organizações não governamentais” na sociedade. Percebeu de forma pioneira que os desafios estavam crescendo de forma exponencial e seriam necessárias instituições que navegassem tanto pela esfera pública quanto privada para atender a objetivos específicos de muita relevância para a sociedade.

8.      A empresa existe para alguma finalidade além de si mesma, a administração surgiu para a consecução desses fins organizando os seres humanos para atuação conjunta criando uma organização social. Somente quando a administração consegue tornar os recursos humanos da organização produtivos é que se torna capaz de alcançar os objetivos e resultados externos desejados. Essa abordagem pioneira na época, mas ainda contemporânea nos dias atuais em determinados contextos, abriu uma nova perspectiva na visão sobre gestão considerando as pessoas como recursos estratégicos de qualquer organização.

9.      A primeira responsabilidade social de uma empresa é gerar excedente adequado, seu lucro. Sem um excedente adequado, ela estará roubando da comunidade e privando a sociedade e a economia do capital necessário para gerar empregos para o futuro. O lucro é a consequência e justifica a existência da companhia. Não é um fim em si mesmo, porém sem ele nenhuma organização sobrevive.

10.  Um empreendimento tem que ter objetivos simples, claros e unificadores que devem ser comunicados com exatidão como comentamos no artigo “Gestão por propósitos”.

11.  Há incríveis 50 anos atrás, ele cunhou o termo “trabalhador do conhecimento”. Essa visão evidenciava as mudanças que estavam ocorrendo e iriam se acelerar no perfil do trabalho e do trabalhador. A ascensão do conhecimento redimensionou as relações capital x trabalho e é a base para a sociedade contemporânea.

Poderemos verificar no pensamento de Peter Drucker a crescente preocupação com as novas formas de atuação do administrador enquanto indivíduo e da administração enquanto prática para que tal indivíduo alcance e desenvolva a felicidade, zelo, controle do trabalho, utilidade do valor, a ordem, a organização, e outros aspectos já evidenciados pelos filósofos clássicos diante de um mundo tão complexo como o que vivenciamos hoje, chamado de mundo globalizado.

Particularmente penso que em relação aos cursos de filosofia, para bem ministrar os conteúdos filosóficos à prática administrativa seja necessário que os professores estejam familiarizados com essas duas áreas do conhecimento, e também que utilizem material didático compatíveis com o ensino da Filosofia voltado para um futuro administrador ou gestor de empresas...aqui me refiro ao mundo acadêmico!

A filosofia da administração, objetiva integrar o conhecimento filosófico e a prática administrativa, todavia, raramente o professor possui formação nessas duas áreas do conhecimento, pensando nisto resolvi fazer um curso de MBA em Gestão de Negócios, de maneira a unir os dois pontos de contato necessários e assim poder agregar maior conhecimento na minha vida profissional

No que tange ao lado humano, o ponto mais importante numa administração, resolvi buscar mais duas formações, além de minha formação inicial em filosofia para melhor entender o universo humano. Então busquei formação em MBA em Coaching e Neuropsicopedagogia, estas formações acadêmicas acrescentaram muito conhecimento na área das humanas e imediatamente influenciaram minha maneira de ver e administrar.

Existe um ditado no mundo corporativo que diz: “as empresas contratam as pessoas por suas competências técnicas e as demitem pelas comportamentais”, a inteligência da filosofia e das demais formações dentro de uma empresa ajudam a resolver muitos conflitos e assim conseguem preservar o bom ambiente profissional e a baixa rotatividade de pessoal.

Os caminhos das pessoas se cruzam quando trabalham numa mesma empresa, são direcionados para um objetivo comum, e atingir o objetivo é uma questão de vida ou morte da empresa e do emprego, um depende do outro, logo os profissionais interdisciplinares e transdisciplinares são os que mais se destacam dentro da instituição, o futuro destes profissionais é mais luminoso.

Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade na empresa

Sozinho não conseguimos muita coisa, porém havendo colaboração e entendimento os problemas do cotidiano conseguem ser resolvidos de maneira mais fácil, a troca e reciprocidade estabelecida entres as diferentes áreas e disciplinas caracteriza evidentemente, a interdisciplinaridade quando dentro de um mesmo projeto ou processo as diferentes áreas representadas por seus profissionais competentemente trocarem entre saberes. Conforme Japiassu, a interdisciplinaridade se caracteriza pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa.

O enfrentamento dos problemas e questões que preocupam a instituição são tratados através de processo fundamentalmente interdisciplinar, respeitando a filosofia da empresa e os planos de trabalho sempre que surjam eventos que exijam algum feedback. A capacidade de criar soluções com a soma de diversos conhecimentos e disciplinas, eleva a performance individual, e para o grupo.

A transdisciplinaridade se refere à capacidade de assimilar e disseminar conhecimento entre múltiplas disciplinas. Numa instituição, além de ter profundo conhecimento a respeito da área de atuação, é importante conhecer bem os outros setores com que irão atuar, sempre com coordenação assegurada a uma finalidade comum e horizontalização das relações de poder.

O entendimento do que o outro faz e como essas atividades se conectam ao seu próprio trabalho produz ótimos resultados, e geralmente o bom relacionamento entre os profissionais de diferentes setores das organizações é determinante para o sucesso. Quando não há o conhecimento sobre o que os outros setores fazem, é possível que sejam feitas exigências que não são razoáveis e a partir daí surjam problemas.

Dito isto, me lembrou um pouco do pensamento do filosofo francês Gabriel Marcel (1889/1973) autor da ideia e Filosofia Concreta: Partindo de sua própria existência, acentua ter vivido problemas filosóficos que o oprimiram e afirma: “a filosofia concreta nasce somente de uma tensão criadora, continuamente renovada, entre o eu e as profundezas do ser, da mais estrita e rigorosa reflexão, fundada na experiência vivida até o limite de sua intensidade”. Gabriel procura dar à existência aquela prioridade metafísica que lhe havia tirado o idealismo.

Em geral as pessoas sem saberem utilizam diariamente a filosofia, portanto, o mais importante é ensinar e ver que aprenderam, e o fato é que a filosofia é a própria concepção da realidade e consiste na maneira como as pessoas enxergam as coisas e a vida. Muitas vezes, ela está tão presente no cotidiano e na maneira de pensar de cada um, que as pessoas não se dão conta dela, quase como se fosse inerente ao indivíduo. No meu caso, me fez ver que a educação realiza muitas transformações, a filosofia é a grande responsável por me instigar a buscar mais conhecimento, e concluo com um pensamento de Sócrates: “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”.

Fontes:

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-a-navalha-de-occam/

https://extra.globo.com/casos-de-policia/comissario-de-policia/a-navalha-de-occam-3348506.html

https://administradores.com.br/artigos/a-influencia-dos-filosofos-na-administracao

https://www.sandromagaldi.com.br/peter-drucker-o-mais-influente-pensador-da-administracao-moderna-trecho-do-livro-movidos-por-ideias/

https://novaescola.org.br/conteudo/1619/qual-o-atual-papel-da-filosofia

https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/filosofia-ciencia.htm

https://www.stoodi.com.br/blog/filosofia/15-pensadores-que-ja-cairam-no-enem/

https://mdtraining.com.br/por-que-a-filosofia-e-mae-da-tecnologia/

 

HUSSERL, Edmund. Meditações cartesianas. São Paulo: Madras, 2001.

JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

Spinelli, Miguel. Questões Fundamentais da Filosofia Grega.São Paulo. Edições Loyola, 2006