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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Inicio de semestre no calendário gregoriano e nos outros calendários deste mundão?

Estamos iniciando o dia primeiro do mês de julho, segundo semestre deste ano, estamos iniciando nossa vivencia nesta segunda parte do calendário gregoriano que foi adotado pelo Brasil e demais países do ocidente. Se você achava que existia apenas nosso calendário gregoriano você está enganado, existe dezenas de outros calendários mundo afora (aproximadamente 40 calendários), inclusive no Brasil nossos indígenas também tem seu próprio calendário.

O tempo é fascinante, este fenômeno apreendido pelo ser humano parece ser de inesgotável curiosidade e grande criatividade que praticamente o veneram há milhares de anos, seja em diversas formas e representações, através dos mais variados calendários, rituais de mudanças, mitos e lendas, simbologias esotéricas, teses acadêmicas e etc.

Desde os primórdios do homem tornando-se sedentário e buscando seu sustento através da agricultura, do pastoreio e do convívio social, que o ser humano sentiu a necessidade de contar cronologicamente os dias, estabelecendo o tempo certo para o cultivo e a cobertura de seus animais, havendo o tempo certo de cada um, inclusive o tempo dos seres humanos desde seu nascimento até sua morte, afinal somos parte da natureza.

Os calendários que tiveram maior aceitação e são usados até hoje, combinam conhecimentos da ciência e religião, inclusive os maias utilizavam a combinação ciclo solar-deuses para marcar o tempo milênios antes da criação do Calendário Gregoriano, o que utilizamos até hoje.

A questão do tempo é tão importante que atualmente faz parte do conteúdo educacional trabalhado nas escolas, a intenção é possibilitar ao estudante identificar diferentes formas de compreensão da noção de tempo e de periodização dos processos históricos. Logo, o trabalho com diferentes calendários em uso no mundo atual permite ao estudante perceber como as sociedades contam o tempo, que critérios utilizam, que divisões estabelecem e a que resultado chegam nessa contagem de tempo que é diferente conforme o calendário.

O tema acerca do tempo é tão interessante que levantam questões que parecem não ter solução e respostas para todas elas: Os povos contam o tempo da mesma forma? Pode-se dizer que há calendários corretos e errados? Por que? Que critérios são usados para marcar o início de um calendário? A marcação do tempo é um fenômeno natural ou uma convenção? Realmente são muitas as perguntas, e a pergunta que não quer calar e demanda discussões acirradas até hoje é: O que é o Tempo?

Santo Agostinho em suas reflexões nos disse:

Que é, pois, o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se quiser explicar a quem indaga, já não sei. Contudo, afirmo com certeza e sei que, se nada passasse, não haveria tempo passado; que se não houvesse os acontecimentos, não haveria tempo futuro; e que se nada existisse agora, não haveria tempo presente.

O passado não existe mais, o futuro ainda não chegou e o presente torna-se pretérito a cada instante. O que seria próprio do tempo é o não ser. ... Os tempos são três: presente das coisas passadas, presente das coisas futuras e presente das coisas presentes.

A percepção consciente do tempo tem em si vários problemas ligados a ele, para nós seres humanos está consciência sabe da existência de um relógio biológico ligado a ele, como exemplo há estudos que já entenderam que algumas doenças revelaram ritmos diários, ou de 24 horas que normalmente não conseguem ser detectados. Além dos seres humanos as plantas e os animais têm ritmos diários e sazonais, e certos padrões de comportamento ocorrendo periodicamente, ou seja, percebeu-se que os seres vivos possuem uma capacidade interna de medir o tempo, um relógio interno biológico. Logo, a medição do tempo para nós seres humanos é um ato racional (consciente), instintivo e natural, e nos demais seres vivos seria um ato natural e instintivo.

A pluralidade no entendimento acerca do tempo e sua marcação é vasta, a compreensão humana depende da interpretação de diferentes versões de um mesmo fenômeno e em consequência o estabelecimento de convenções, as convenções são determinadas conforme o povo, religião, país que utiliza, o tipo de calendário (lunar, solar, lunissolar), inclusive se há algum fato histórico ou tradição que marca o início do calendário.

Estes são alguns dos calendários conhecidos:

Calendário Chinês

Calendário Tibetano

Calendário Baha’í (Bahaísmo)

Calendário Saka (Índia)

Calendário Iorubá

Calendário Etíope

Calendário Judaico

Calendário Islâmico

Calendário Joche (Coreia do Norte)

Calendário Gregoriano


Fonte: https://ensinarhistoria.com.br/calendarios-do-mundo-todo-diferentes-formas-de-marcar-o-tempo/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues

Vamos falar de alguns calendários:

Calendário Gregoriano

O Calendário Gregoriano foi promulgado pelo Papa Gregório XIII, em fevereiro de 1582. O marco inicial é o nascimento de Jesus Cristo, no ano 0 a.C. O uso internacional deste calendário não tem motivações religiosas. Como a Europa era a maior exportadora de cultura na Idade Média, convencionou-se usar a marcação de dias estabelecida no Vaticano para facilitar o relacionamento entre as nações. É um calendário solar, ou seja, leva em consideração o ciclo solar. Como o ciclo solar tem 365 e 6 horas, estas horas que “sobram” são acumuladas por quatro anos até serem suficientes para acrescentar um dia num ano, o chamado ano bissexto, que tem 366 dias.

De acordo com o calendário Gregoriano, estamos no ano de 2021.

Calendário Juliano

O Calendário Juliano foi implementado pelo imperador romano Caio Júlio César, em 46 a.C. É basicamente o calendário romano, utilizado até então, com algumas alterações. O imperador pediu para que novo calendário fosse criado porque as festas em comemoração às flores, que deveria acontecer em março – primeiro mês do ano, à época –, contraditoriamente aconteciam no inverno. Assim, o astrônomo Sosígenes sugeriu que os meses Januarius e Februarius passassem a ser os primeiros do ano e que os meses Unodecembris e Decembris foram criados para encerrar o ano.

O calendário Juliano está sempre 13 dias atrás do Gregoriano e ainda é usado por alguns cristãos ortodoxos.

Calendário Chinês

O Calendário Chinês é lunissolar, ou seja, leva em consideração os ciclos do Sol e da Lua. É o mais antigo registro cronológico que se tem registro em toda a história, tendo começado nos primeiros anos de governo do imperador Huang Di, também chamado de Imperador Amarelo, que reinou na China entre 2697 a.C. a 2597 a.C. Além de contar o tempo em anos, o calendário também considera ciclos. Cada ciclo tem doze anos, que recebem os nomes dos animais do horóscopo chinês: Boi, Cão, Carneiro, Cavalo, Coelho, Dragão, Galo, Macaco, Porco, Rato, Serpente, Tigre.

Em 12 de fevereiro de 2021 iniciou o ano vigente, quando começou o Ano do Boi (Búfalo) de Metal, que corresponde ao ano 4719 do calendário chinês, cujo término acontecerá em 31 de janeiro de 2022.

Calendário Judaico

O Calendário Judaico foi estabelecido pelos hebreus na época do Êxodo, aproximadamente no ano 1447 a.C. Também é lunissolar, já que leva em consideração o ciclo lunar e o ciclo solar, fazendo com que os anos se alternem entre doze e treze meses. É usado pelo povo de Israel há mais de três milênios para a determinação de datas festivas, aniversários, mortes e serviços religiosos.

Em 2021, estamos no ano 5781 do calendário judaico que iniciou no dia 19 de setembro de 2020 e terminará em 6 de setembro de 2021.

Calendário Islâmico

O Calendário Islâmico também é conhecido como calendário hegírico, por ter seu marco inicial na Hégira, a fuga do profeta Maomé da cidade de Meca para Medina, no ano de 622 d.C. É um calendário lunar, composto por doze meses de 29 ou 30 dias, formando um ano de 354 ou 355 dias. Os muçulmanos ortodoxos celebram datas religiosas e festivas, como mês do Ramadã ou o Ano Novo Islâmico, de acordo com este calendário.

O atual ano islâmico é 1442 (correspondente, pelo calendário gregoriano, ao período de 20 de agosto de 2020 a 9 de agosto de 2021.

Calendário Juche

Este calendário é utilizado somente na Coréia do Norte, que segue a ideologia Juche, uma mistura de marxismo, leninismo e kimilsunismo (as ideias de Kim Il-sung, primeiro-comandante do país). Os meses, semanas e dias têm a mesma marcação do calendário Gregoriano. A contagem cronológica do Calendário Juche começou em 1912, ano do nascimento de Kim Il-Sung, cultuado quase como uma divindade no país. Os anos anteriores ao nascimento do ex-comandante são grafados com o número, precedido da expressão a.J.

Como o calendário é muito recente, atualmente, o calendário Juche está no ano 111.

Calendário Etíope

A Etiópia é um país no extremo leste africano, localizado na região conhecida como Chifre Africano. A nação também tem um calendário próprio, que começa no dia 11 de setembro do Calendário Gregoriano. O Calendário Etíope é uma variação do Calendário Juliano e tem doze meses de 30 dias e um mês com apenas seis dias. Outra curiosidade é que a primeira hora do dia, de acordo com o horário etíope, é o nascer do sol.

O Ano Novo etíope, chamado Enkutatash, começa na primavera, no dia 11 de setembro. No próximo Enkutatash (11 de setembro de 2021), os etíopes festejarão a chegada de 2013. Esse calendário é seguido pelas igrejas ortodoxas etíopes, copta (Egito) e católicas orientais.

Calendário Indígena Suya

Os povos indígenas têm uma maneira própria de marcar a passagem do tempo. Para alguns desses povos, a passagem do tempo está relacionada à agricultura e aos fenômenos naturais, como a chuva e o frio. Observe um calendário criado por alguns professores indígenas. Ele mostra como os povos que vivem no Parque Indígena do Xingu associam a passagem do tempo aos fenômenos naturais e às atividades agrícolas por eles desenvolvidas.



http://ursasentada.blogspot.com/2006/03/calendrio-natural-fonte-professores-do.html


De acordo com o calendário indígena, cada mês está associado ao acontecimento correspondente, como por exemplo:

S - ACONTECIMENTO

Janeiro: Época de colher milho

Fevereiro: Mês de chuva e rios cheios

Março: Tempo de abacaxi

Abril: Época de pescaria

Maio: Época derrubada da mata para plantio

Junho: Tempo de Gaivota/chegada inverno

Julho: Mês que as tartarugas botam ovos

Agosto: Festa do Kuarup (tronco de madeira, homenagem aos mortos da aldeia)

Setembro: Tempo de plantar mandioca

Outubro: Época em que o Pequi amadurece

Novembro: Chegada do Verão

Dezembro: Época de colher melancia 


Em resumo para se falar de calendário é preciso pensar do que é o tempo, o calendário são convenções com fundamentação natural e intelectual, instintiva e racional. As datas do calendário são tão importantes que as registramos desde o nascimento até a morte, homenageamos pessoas, animais e fatos históricos, nossa vida é marcada literalmente pela ação do tempo.

 

Fontes:

Whritrow, G. J. O que é o Tempo? Uma visão clássica sobre a natureza do tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed., 2005

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=37716

https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2016/01/oito-tipos-de-calendarios-usados-pelo-mundo.html

https://static.fecam.net.br/uploads/691/arquivos/1866279_4_ano_SEQUENCIA_ALUNOS_AGOSTO_03_a_07_TASSIANA.pdf

https://ensinarhistoria.com.br/calendarios-do-mundo-todo-diferentes-formas-de-marcar-o-tempo/

 

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Felicidade, o pote de ouro no final do arco-íris

 


Música: No Fim do Arco-íris do grupo

Bem que eu queria
Satisfação
Água da pia
Contradição

Mente vazia
Inquietação
Racha na via
Por precaução

Brado amor
Sem sabor
A entorpecer
Meu vácuo

A escorrer
Delírio

Eu queria falar bem alto
Aquilo que guardei por medo de dar errado
Você nem sabe que meu coração é fraco
Se soubesse não estaria sorrindo mordendo o lábio
Eu queria falar bem alto
Aquilo que guardei por estar emocionado
Você nem sabe, meu coração é fraco
Se soubesse não estaria sorrindo mordendo o lábio

Brando amor
Cega dor
Deixa de ser
Furta-cor

Crave a flor
Exalou
No travesseiro
Cobertor

Eu queria falar bem alto
Aquilo que guardei por medo de dar errado
Você nem sabe que meu coração é fraco
Se soubesse não estaria sorrindo mordendo o lábio
Eu queria falar bem alto
Aquilo que guardei por estar emocionado
Você nem sabe, meu coração é fraco
Se soubesse não estaria sorrindo mordendo o lábio

No fim do arco-íris
De uma ilusão
Te espero convicta
Com uma pá na mão

No fim do arco-íris
Da inaptidão
Às mágoas da lira
A obsessão

“O Retrô Ativo” é uma banda de Rock formada em 2015

 

Fonte e Clip da musica:


Link: https://www.letras.mus.br/o-retro-ativo/no-fim-do-arco-iris/

Quem de nós nunca ouviu falar do Pote de Ouro no final do arco-íris, se não ouviu pelo menos o vê após a chuva, tira fotos e posta nas redes sociais, ficamos ali admirando a beleza das cores e não dos damos conta da mensagem divina e da promessa de Deus em nossas vidas, o arco-íris é um pacto de Deus com os Homens, o pacto está registrado na Bíblia em Gênesis 9:16.

 

 “Toda vez que o arco-íris estiver nas nuvens, olharei para ele e me lembra­rei da aliança eterna entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies que vivem na terra”. Gênesis 9:16

O versículo bíblico, afirma o pacto de Deus, Ele criou o arco-íris e nos prometeu que nunca mais iria destruir a terra com água, como foi no dilúvio. E que toda vez que Ele visse arco-íris entre as nuvens iria se lembrar dessa promessa.

O arco-íris é cercado de mensagens e no decorrer do tempo sempre adquiriu importância no imaginário humano, existe uma simbologia por trás deste belo fenômeno, além do pacto divino, existe uma lenda criada na Irlanda há milhares de anos atrás.

O arco-íris também é parte da cultura irlandesa, trata-se da lenda do pote cheio de moedinhas de ouro enterrado por um duende no final do arco-íris, a lenda conta que tudo começa com um duende chamado Leprechaun, ele é um duende que vive na floresta, e se esconde entre as folhas e as cascas de árvores. Se veste de verde e fica camuflados junto a vegetação, e ele é um dos guardiões do tesouro que está enterrado no final do arco-íris. 

A lenda diz que se chegarmos ao final do arco-iris devemos capturar o Leprechaun, a captura não é fácil, pois ele está muito bem camuflado, havendo sucesso na captura o Leprechaun deve ser firmemente preso para evitar que escape de nossas mãos, devemos ter coragem e enfrentarmos o medo para acompanha-lo pela viagem no arco-íris até encontrarmos onde o pote de ouro está guardado.

 

Como falei o arco-íris, é uma representação simbólica de sonhos que todos nós temos, afinal quem não tem sonhos? Nossa vida é repleta deles, pelo menos temos alguns que são mais importantes e talvez mais difíceis de realizar, como por exemplo, a casa própria, realização financeira, o diploma universitário, enfim coisas materiais, no entanto, há aqueles que querem que tais moedinhas de ouro sejam como alegrias e a felicidade.

Alegrias e felicidade, uma no plural a outra no singular, elas dependem é claro da realidade de vida de cada um de nós e suas perspectivas, conforme o momento histórico que vivemos hoje e o contexto histórico daqueles que viveram antes de nós.

A felicidade em vários momentos é confundida com alegria, bem-estar, e prazer que são realidades que têm a ver com a felicidade, inclusive o homem foge das coisas que são dolorosas, no Livro X, do Ética a Nicômacos, Aristóteles afirma: “Todos preferem coisas agradáveis e fogem das dolorosas.” Isto é a verdade contida dentro de cada um de nós e obviamente natural.

Na verdade, a felicidade tem que ver com muitas coisas, conforme o filósofo Julian Marias, o homem não cessa de procurá-la: tudo o que faz, o faz com o propósito mais ou menos deliberado, pelo menos com a esperança de aumentar a felicidade. É algo que enche a nossa vida, na forma de ausência que seja, da privação, da busca, porém a ocupa inteira. É a grande envolvente de tudo o mais. As coisas que buscamos, que queremos, que nos interessam, pelas quais labutamos, têm todas como pano de fundo essa elusiva, essa improvável felicidade. Interessam-nos à medida que irão contribuir à felicidade, ou torná-la mais provável, ou restabelecê-la se a perdemos, e isto mostra a desproporção entre a importância intelectual que se lhe deu e o peso real, absorvente, imenso que tem em nossa vida.

Percebemos o peso que a felicidade tem, percebemos também que a alegria é um sentimento que está contido pela felicidade, a alegria faz parte da felicidade, a alegria se opõe a tristeza, o sorriso vem da alegria, a alegria surge até da anedota contada, um namorico, a satisfação de uma boa refeição, no entanto a alegria é fugaz e pode é passageira, é um momento, então não é duradoura, ela na maioria das vezes depende de outras pessoas, ela depende daquilo que vem de fora de nós, as alegrias vividas no mundo de hoje são travestidas pelo nome de felicidade, estamos presos num engodo, as alegrias dependem dos outros e de bens materiais que se esvaem, bens que tem sua vida útil e data de validade predeterminados.

Estar preso as coisas é algo que pode passar desapercebido pelo quanto estivermos focados demasiadamente aos objetos e o quanto estamos prisioneiros destes objetos, coisas externas, numa relação de senhor e escravo, o Jung chama de participação mística, as pessoas só se libertam, se livram desta prisão  quando o ser se desprende das coisas do mundo, é quando já não faz da tanta importância, este seria um dos estados de felicidade pela integridade do ser, a consciência não é mais dominada por intenções compulsivas em quere adquirir e manter coisas como supostas realizações, o que é importante é mudar o foco, mudar nosso foco e atenção para o nosso interior, mudar nossa atenção para nosso centro e sair do centro dos objetos, nosso objetivo é despertar nossa flor de ouro.

Mandala um centro de luz e energia

Por que falamos tanto na tal felicidade, ora falamos porque somos seres humanos e esta em nossa natureza a busca constante pelo prazer, bem estar, alegrias e a tal da felicidade, não cessamos nenhum instante, somos seres eternamente desejantes, então saber a diferença, ou pelo menos falar sobre uma e outra, seria como separar o joio do trigo.


 A alegria do ter é passageira e é um fardo pesado!

A felicidade é interna, trata-se de estar-se realizando plenamente, ela não esta dada, trata-se de um processo continuo em nossa vida, ela é um estar presente e viver intensamente um hoje, ser feliz não significa não viver, mas, como Nietzsche, viver a vida intensamente, a felicidade não vive no ontem estático, a felicidade é nossa luta diariamente do ato de ser, cada vez menos do ter como objetivo final de vida. O porte com as moedinhas de ouro no final do arco-íris são os nossos atos diários na construção do ser e menos ter, o ter é passageiro, o ser é eterno pois é duradouro e o ser podemos carregar porque cabe dentro de nós.

A filosofia estoica afirma que a ataraxia, a ausência de paixão, como sinônimo de felicidade, o homem não deve se deixar levar por suas paixões, antes deve reduzir as expectativas, assim reduz também os problemas advindos delas, concordo em parte quanto ao que diz sermos movidos apenas e exclusivamente pelas paixões, no entanto me desculpe Sêneca, o homem precisa, sim de uma certa dose de paixão, sem paixão não aprendemos, não vivemos a vida intensamente como deve ser vivida, a paixão é o calor que aquece nosso peito, é a coragem para seguirmos em frente neste processo de construção da felicidade, é uma das qualidades do homem que o diferencia dos demais animais, o domínio sobre as paixões não as excluem ou as exterminam, a felicidade está presente nesta construção da virtude que é domínio e não a destruição, a virtude está no que fazemos com aquilo que acontece.

Viver um grande amor, viver uma grande paixão, construir fortes amizades, independentemente do final, independente de não termos achado o tal pote de ouro, a caminhada pelo arco-íris já valeu a pena, assim é a vida, uma caminhada, as vivencias são os pontos de luz que dão sentido a nossa vida, são os tipos de luzes de alegrias positivas que alimentam a alegria do encontro, uma felicidade que dá sentido à nossa vida, que provoca nuances coloridas do arco-íris e, antes de tudo, nos proporcionar o aprontamento de “si mesmo‟ conseguir encontrar a felicidade nas cenas mais corriqueiras do cotidiano, nos fortalece, nos da coragem para seguir em frente, faz com que digamos Sim à Vida, sempre com gratidão e dono de si mesmo. E independentemente da condição social de cada um, aprendamos também com Sêneca, a nos conformar, e é claro, desde que supridas nossas necessidades básicas, porque vivemos pela falta, nunca pela completude, a vida é um presente, tudo pode ficar melhor se apreciarmos que o que importa mesmo é viver no presente como um “presente” do pote de ouro que é a felicidade de viver!!

A caminhada pode exigir que passemos através de tuneis, os tuneis se tornam mais longos quando não estamos preparados para cruzá-los, quando isto acontece é porque não vislumbramos uma luz que nos indique o final da escuridão, neste momento o precioso pote de ouro que tanto almejamos é a luz no fim do túnel, a vida terrena não é um arco íris, a vida terrena é um entrar e sair de tuneis e ao final de cada túnel um pote de ouro, que riqueza maior poderia ser maior que o pote de ouro da felicidade.

Fonte:

MARIAS, JULIAN –A FELICIDADE HUMANA. São Paulo, Duas Cidades, 1989