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sábado, 3 de setembro de 2011

Política e Ética


Diariamente somos surpreendidos com absurdos, dentre tantos, trago a baila um assunto que chamou atenção de todos os gaúchos, noticia de ZH Política, pasmem:
ZH 30/08/2011 Politica
TCE suspende aumento de salário dos vereadores de Porto Alegre
Reajuste elevaria os subsídios de R$ 10.335,00 para R$ 14.837,00
Em decisão tomada na tarde desta terça-feira, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), em atenção à representação 003/2011 do Ministério Público de Contas, emitiu decisão cautelar suspendendo o aumento concedido pela Câmara Municipal de Porto Alegre aos subsídios dos vereadores.
A cautelar, expedida pelo relator do processo, conselheiro Iradir Pietrosky, determina que o Legislativo Municipal da Capital abstenha-se de efetuar qualquer pagamento com base no reajuste concedido na Lei Municipal nº 10.560, de 20 de outubro de 2008, na Resolução nº 433/2010, bem como qualquer outro Ato Legislativo que eleve o subsídio dos vereadores de Porto Alegre nos termos das normativas supra citadas.

A mesa diretora da Câmara de Porto Alegre havia decidido 
reajustar os salários dos vereadores dos atuais R$ 10.335,00 para 14.837,00. O valor é o equivalente a 74% sobre os subsídio dos deputados estaduais. O PSol foi a única bancada que votou contra o aumento.
ZERO HORA

Fico me perguntando se existem políticos sérios, homens virtuosos, homens cidadão, enfim, noticia como esta alimenta nossa indignação, abre pelo menos discussão do que podemos esperar de nossos políticos. Fiz a seguinte pergunta mentalmente para Aristóteles, busquei em seus ensinamentos respostas, eis a pergunta que me surgiu: Do que depende ser um politico? Para Aristóteles depende da posse da virtude em grau máximo. É um homem cujas qualidades são as melhores, excelentes, como se diz é tudo de bom. Todo governante na opinião de Aristóteles deveria ser necessariamente um homem bom, era inadmissível para ele que aqueles que exercem o poder Maximo no estado não fossem também as pessoas mais virtuosas. Aristóteles tinha plena consciência de que na comunidade política era impossível que todos os cidadãos fossem igualmente bons.
O governante porem deveria possuir necessariamente as qualidades éticas que o distinguiam acima de todos os demais. Onde somente os homens virtuosos podem aspirar o comando sobre a coletividade. Os medíocres, os falsos, os mentirosos, os desonestos jamais poderiam ser admitidos a vida coletiva. Diante disto, o que podemos dizer de nossos políticos?, uma noticia como a que nos deparamos abre espaço para muita discussão. Se pensarmos que os escritos de Aristóteles foram feitos no século III antes de Cristo, os estudos de Aristóteles, principalmente em sua obra a Política, é como um manual, diferente de Platão, Aristóteles foi um homem cientifico, bem próximo de nosso pensamento. Um principio importantíssimo é o conceito que nosso brilhante pensador dá acerca do que um cidadão, afirmando que o homem realiza sua essência participando da comunidade política, cidadão é aquele que participa dos poderes do Estado, o povo governa, legisla e julga diretamente e quem apenas obedece não é cidadão, o principio do cidadão esta em obedecer e mandar, e não apenas como atualmente procedemos apenas obedecendo, o que fazemos em nossa democracia é delegar todos os poderes nas mãos de quem controla o Estado.
Atualmente o único poder que o cidadão exerce efetivamente é o da escolha de seus representantes, e mesmo assim no Brasil as pessoas dirigem-se as urnas contrariadas e votando de maneira negligente, sem saber em quem votam, e na maioria votam em políticos com ficha suja e envolvidos nos maiores escândalos. Se pensarmos que os eleitos exercerão funções juntamente com outros grupos, como funções judiciárias, que sequer são eleitos pelo povo, então o problema tende a se acentuar.
O que a ética nos ensina é que todos querem ser felizes, porem para alcançar o bem maior que é a felicidade ela precisa ser merecida, e para que isto seja alcançado, implica na obrigação do cidadão dizer livremente sua opinião, de exigir seus direitos garantidos por lei, óbvio cumprir com seus deveres, de inserir-se ativamente nas diferentes formas de organização da sociedade, ou seja, participar ativamente da vida da comunidade. Os políticos de hoje são homens tecnocratas, com sua visão especifica, destituído da múltipla visão do povo, o político é um profissional que realiza projetos de grupos que se diz representante.
Dizia Aristóteles que a política não era uma arte como a medicina, é sim uma arte como a arquitetura e a culinária, nas quais prevalece o ponto de vista do usuário, pois é o usuário, diga-se o cidadão quem decide o que é melhor. Fazer política, se tornou em nossos dias uma função para os ditos especialistas denominados políticos, é profissão, é desta função que recebem salários, a ponto de receberem aposentadoria vitalícia após um certo numero de mandatos.
Os homens que procuram a política, são homens com interesses diferentes daqueles da origem do termo na antiguidade, são interesses financeiros, fazer carreira, benefícios que o cidadão comum não tem. Políticos que elegemos não são homens bons, desprovidos de virtude, quando vereadores como os que foram noticia na ZH do dia 30/08, legislam em causa própria concedendo a si mesmos aumento de salário absurdo, e não estou a falar de propinas e outros favores que recebem, estão legislando em favor do próprio grupo que deveria primar pela ética e assim serem exemplos de virtude a população local e mundial, pois encontramo-nos num planeta redondo mas planificado pela informação. Todos tem direito a aumento de salário, mas para tudo há limite, e no aumento de salários proposto por “nossos políticos vereadores” merecem ganhar o maior prêmio que deve ser dado um político deste calibre que é a expulsão do convívio da comunidade.
Aqui cabe bem o pensamento de Thomas Hobbes, “O Homem é Lobo do Homem”, em seu pensamento nos traz uma mensagem alerta para nossa sociedade, que diante de tanta irregularidade, denuncias, CPIs faz de conta, o pensamento de Hobbes é claro porque entende que o pior mal é insegurança que decorre da fraqueza do poder exercido pelo Estado, a fraqueza esta, estampada na virtude negativa dos políticos tecnicistas.

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