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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Segredos Revelados

 


Vamos jogar um pouco de luz sobre algo que todos nós adoramos: segredos revelados. É como desembrulhar um presente, não é? Então, pegue sua xícara de café e se acomode, porque vamos explorar um pouco de filosofia e mergulhar nas situações do nosso dia a dia. Vamos começar com um pensador que você provavelmente já ouviu falar: Sócrates. Ele era meio que o mestre dos segredos revelados, não é mesmo? Sócrates acreditava na importância do autoconhecimento, daquela busca constante pela verdade dentro de nós mesmos. Imagine, descobrir seus próprios segredos! Não é demais?

Então, aqui estamos nós, todos navegando pelas águas do cotidiano. Todo mundo tem aquelas pequenas coisas que escondem, seja um desejo não compartilhado, uma paixão secreta por biscoitos à meia-noite, ou até mesmo aquela ansiedade que você tenta esconder dos outros. Mas e se começássemos a compartilhar esses segredos? Será que nos sentiríamos mais leves? Mais conectados?

Vamos falar sobre a amizade. É um terreno fértil para segredos revelados, não é mesmo? Aquelas conversas de madrugada, onde tudo parece possível. É quando desvendamos os mistérios uns dos outros, quando mostramos nossas vulnerabilidades. Afinal, é nos segredos compartilhados que encontramos verdadeira intimidade. Ah, e não podemos esquecer das reviravoltas na vida, aquelas surpresas inesperadas que revelam novos caminhos. Às vezes, um segredo guardado a sete chaves vira o enredo de uma história incrível. Quem diria, não é?

Um exemplo clássico da filosofia onde podemos citar um "segredo revelado" é a Alegoria da Caverna, apresentada por Platão em sua obra "A República". Na alegoria, Platão descreve um grupo de pessoas que passa a vida inteira acorrentado em uma caverna, sem poder ver a luz do sol. Eles só conseguem ver as sombras das coisas projetadas na parede da caverna, e essas sombras são tudo o que conhecem. Um dia, um dos prisioneiros é libertado e sai da caverna. Ele é exposto à luz do sol e descobre um mundo completamente novo, cheio de cores, formas e vida real. Ao retornar para a caverna e tentar contar aos outros sobre sua descoberta, eles não conseguem compreender ou aceitar o que ele está dizendo, pois estão acostumados apenas com as sombras que conhecem.

Essa alegoria representa o processo de filosofia e educação, onde a verdade é revelada aos poucos, e como muitas vezes as pessoas estão presas em suas próprias ilusões e concepções limitadas da realidade. O "segredo revelado" aqui é a verdade além das sombras da caverna, uma verdade que é inicialmente difícil de aceitar e compreender, mas que eventualmente conduz ao conhecimento mais profundo e à compreensão do mundo.

Outro exemplo de "segredo revelado" na filosofia pode ser encontrado na teoria do "Eterno Retorno" de Friedrich Nietzsche. Nietzsche propôs a ideia de que o universo e tudo nele estão condenados a repetir-se infinitamente em ciclos eternos. Isso significa que tudo o que aconteceu, está acontecendo e acontecerá se repetirá exatamente da mesma forma, num ciclo interminável. Para Nietzsche, o "segredo revelado" aqui é a aceitação desse conceito de Eterno Retorno. Ele desafia os indivíduos a considerarem a possibilidade de viverem suas vidas como se elas se repetissem eternamente, confrontando-os com a responsabilidade de suas ações e escolhas.

Ao aceitar e compreender o Eterno Retorno, Nietzsche sugere que as pessoas podem encontrar um sentido mais profundo na existência, buscando viver cada momento de forma intensa e significativa, sem arrependimentos ou desejos de mudar o passado, pois tudo se repetirá de qualquer maneira. Essa ideia desafiadora de Nietzsche sobre o Eterno Retorno pode ser vista como um "segredo revelado" que confronta as concepções tradicionais de tempo, causalidade e significado da vida.

Olhando para esses dois exemplos filosóficos - a Alegoria da Caverna de Platão e a teoria do Eterno Retorno de Nietzsche - é incrível como podemos encaixá-los em nosso cotidiano, mesmo que de formas bem diferentes. Então, pense comigo: a Alegoria da Caverna. Quantas vezes nos sentimos presos em nossas próprias cavernas, cercados por nossas rotinas, nossas ideias preconcebidas, nossas limitações auto impostas? A ideia é que, quando alguém nos mostra uma nova perspectiva, uma verdade diferente daquela que conhecemos, é como ter um segredo revelado. É como acender a luz em um quarto escuro e finalmente ver o que estava escondido nas sombras.

Agora, sobre o Eterno Retorno de Nietzsche, é uma daquelas ideias que fazem você parar e refletir sobre como está vivendo sua vida. Se tudo se repete infinitamente, o que você faria diferente? Como você viveria se soubesse que cada momento é eterno e se repetirá para sempre? É uma maneira de nos lembrar que cada ação, cada escolha, tem consequências que reverberam ao longo do tempo. Então, no final das contas, tanto a Alegoria da Caverna quanto o Eterno Retorno nos convidam a questionar nossas percepções, a desafiar nossas convicções e a buscar uma compreensão mais profunda do mundo ao nosso redor. E é aí que a filosofia se encontra com o cotidiano, nos incentivando a viver de forma mais consciente e autêntica, como se cada momento fosse um segredo a ser revelado.

Então, meus amigos, vamos abraçar esses segredos revelados. Vamos nos abrir para novas perspectivas, para a magia que acontece quando compartilhamos nossas verdades. Porque, afinal de contas, a vida é muito curta para escondermos quem realmente somos. Será que agora consegui instigar sua curiosidade para folhear as obras em busca da revelação de outros segredos? Afinal até as ideais mais loucas da filosofia se encaixam em nosso cotidiano, basta querermos desvendar os segredos que as obras carregam e subir no tapete mágico da imaginação.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Retornar, o eterno retorno

Foto Porto Velho na Rua Riachuelo em Rio Grande/RS

 

Retornar faz parte de nossa vida, retornamos diariamente para nossa casa após um dia de trabalho, no dia seguinte a repetição, retornamos para início de mais um dia de trabalho, e assim é a vida de todos nós. Retornamos a nossa cidade natal para rememorar muito do que já foi vivido por lá e revivido a cada vez que lembramos de nossas passagens, relembramos de muita coisa arquivada em nossa memória emocional, a medida que o tempo vai passando a memória vai ficando mais fraca, lacunas vão aparecendo e vamos preenchendo os espaços com pensamentos novos.

 

Neste final de semana assim foi, retornei a passeio e a visitar meus parentes que vivem na cidade de Rio Grande, é pouco tempo para visitar todos, andar pela cidade é um de meus hábitos preferidos, andar por lugares onde deixei pegadas que ainda estão por lá somente em meu arquivo da memória emocional com suas lacunas ora preenchidas com novo olhar.

 

Percebe-se que no que se vê, pouca coisa mudou, assim é nosso olhar que utilizam as lentes para olhar com mais atenção os lugares que nos dizem alguma coisa a mais, tem coisas que é melhor não mudar, como os sorrisos e os acolhimentos que são imensos mesmo decorridas décadas, espero retornar e reencontrar aquelas pessoas que apreciam nossa companhia.

 

Temos nossos lugares preferidos, temos nossas pessoas preferidas, são como pontos de partida e serão sempre pontos de partida, retornar para fazer alguma coisa diferente, porém sem deixar desintegrar a memória afetiva que nos faz ir e vir até onde nossa mente e nossas pernas permitam.

 

A medida que vamos envelhecendo vamos dando importância a coisas que quando éramos jovens ainda não tínhamos condições psicológicas de enxergar, quando jovens éramos como automóveis velozes que andam muito rápido e perdem de vista muitas paisagens e oportunidades de conhecer pessoas, não que isto queira dizer haver dificuldade de relacionamento dos jovens, ao contrário, penso que o jovem tem muita facilidade de iniciar novos relacionamentos. Agora mais velhos parece que a vida passa muito rápido, então procuramos focar nas paisagens e nas pessoas com maior atenção, por isto mesmo penso que somos seres em constante aprendizado, correr quando podemos e andar quando ainda podemos andar, voltar ao início é retornar as origens, é um eterno retorno com coloridos e sons diferentes.

 

Nietzsche já nos falava a respeito do retorno, especificamente em suas palavras sobre o eterno retorno”, que seria como uma ferramenta para enfrentar o niilismo, ou seja, a negação da vida, considera que se espalha como uma sombra pelo corpo da humanidade, toma de assalto o homem e o leva à decadência. Podemos aprender bastante com suas reflexões, há pessoas que não aceitam o retorno as dores e sofrimentos, também penso que ninguém quer retornar a viver coisas desgradaveis, no entanto estão lá ainda povoando as lembranças, porem como filósofo disse, o eterno retorno é capaz de liberar as forças e diferenciar. Este é o papel do pensamento seletivo, acelerar a decadência nos permite ver quais forças devem se salvar e quais devem ser aniquiladas de nossos bancos de memória afetivos, aniquiladas as ilusões e utopias romantizadas pelo passar do tempo. 

O processo nietzschiano ocorre eternamente e a golpes de martelo, serão muitas tentativas que nós seres humanos faremos, dentre estas tentativas Nietzsche orienta a começar por abandonar as muletas metafísicas, a chamada morte dos ídolos. O filósofo se opunha aos dogmas da sociedade, principalmente ao defender que a verdade era uma ilusão, a busca constante pela verdade não tem fim, nem sempre o que é legal é justo, nem sempre o que parece certo ou verdadeiro é certo e verdadeiro, no máximo uma aproximação que abastece a ilusão, retornar ao inicio e as origens na tentativa de entender o mundo passado e o porvir, retornar é bom e pedagógico.