Pesquisar este blog

terça-feira, 13 de abril de 2021

O “Eu Falando Consigo Mesmo” – Redundante, pleonasmo, mas não é um erro!

 


Falar Consigo Mesmo – pode ser redundante, pleonasmo, mas não é um erro! É importante e necessário!

A compreensão da vida humana passa inicialmente pela compreensão do indivíduo consigo mesmo, passando pela tradição filosófica e obrigatoriamente dialogando com Sócrates.

O diálogo é entre o eu que se manifesta como uma voz, e minha consciência que responde as minhas indagações, nem sempre a resposta me agrada, mas é importante dar ouvidos a ela, pois é através deste dialogo que me permite ajustar a lente do olhar para o momento presente frente ao turbilhão de emoções presentes, com maior nitidez tomar consciência delas, compreendê-las e saber o que fazer, pesando causas e consequências.

A partir deste dialogo, decidimos o que vai ser feito num projeto mental o qual será executado pelo corpo junto ao mundo exterior, a intensidade do pensamento oriundo deste diálogo interno é fonte de motivação, a mais sincera e a mais confiável, que nos conduzirá de maneira satisfatória pelos caminhos da vida numa relação individual e social.

O conhecer a si mesmo é fruto deste dialogo que nos protege contra o autoengano, ele ocorre em situações onde convencemos a nós mesmos de uma realidade que é falsa, mas fazemos isso de forma inconsciente, e ao final nos perguntamos “como pude fazer isto” ou “não estava fora de mim quando agi desta forma” demonstra nossa falta de autonomia.

Sócrates, foi um filósofo da Grécia antiga, célebre pela frase atribuída a ele “Conhece-te a si mesmo”, percebe-se na frase sua simplicidade e profundidade, a atitude lhe permitia derrubar a barreira da afronta e negação ao diálogo, tratava de assuntos cotidianos aparentemente banais, as questões existenciais e morais mais profundas da vida humana.

Com sua naturalidade espontânea criou um modo baseado em perguntas críticas que expõem as incoerências da doxa, fazendo com que as falsas certezas sejam abandonadas e haja a tomada de consciência do "não-saber", da própria ignorância, no mínimo percebemos que pouco sabemos sobre a vida.

Seu modo ou método foi denominado de maiêutico por seu modo de falar livremente sem ter de chegar a um fim determinado, ele fazia perguntas e aguardava uma possível resposta de seu interlocutor, prosseguindo com nova pergunta, sem entrar numa circularidade, demonstrando a criatividade e potencialidade do ser humano formulando boas perguntas desmontando equívocos nas respostas prontas na ponta da língua.

Ainda hoje Sócrates dialoga conosco através das obras de Platão, Xenofontes e Aristófanes, seus principais divulgadores, pois ele nada escreveu (mas disse muito), o que conhecemos é através daquilo que foi escrito por seus divulgadores, principalmente através da boca de Platão quem deu voz a Sócrates.

Na dialética socrática, perguntas e respostas formam um arcabouço de conhecimentos obtidos através do diálogo possibilitando um melhor conhecimento de si mesmo, dialogar com outras pessoas com quem nos relacionamos nos permitem respostas com outros pontos de vista, imprimindo-nos aqui um duplo significado, reconhecendo-nos ainda limitados e ignorantes frente ao mundo e nossa finitude.

Internamente nós temos uma espécie de juiz que se manifesta sempre que travamos um diálogo interno, este juiz age de acordo com as virtudes estabelecidas pelo regramento da vida em comum com os outros. Neste jogo de perguntas e respostas estabelecemos uma relação de ocupação consigo mesmo, as vozes se manifestam ordenadamente numa espécie de duplicação onde travo um diálogo reflexivo do eu comigo mesmo, ao final do diálogo resultará numa concordância que irá me motivar a fazer isto ou aquilo e também mais preparado a olhar para o meu papel no mundo exterior.

A ocupação “consigo mesmo” através do diálogo do eu comigo mesmo está na origem de minha autonomia, é nela que consiste a possibilidade para meu auto-domínio moral, revelando que eu como indivíduo sou capaz de conviver comigo mesmo, estarei mais apto a conviver com as demais pessoas.

Temos a nossa disposição ferramentas desenvolvidas por muitos pensadores e filósofos a disposição na Filosofia, tais ferramentas funcionam como diferentes de lentes para vermos o mundo interior e exterior. A Filosofia tem em sua natureza estabelecer um diálogo permanente procurando estender a ideia do domínio sobre si mesmo, contribuindo e propagando a todos seus apreciadores o quanto estamos ou não em desacordo entre a lei interna e as injustiças acobertadas por certas leis da sociedade.

A educação na Paideia tinha um caráter comunitário, nosso filósofo tinha uma maneira peculiar de ensinar, ele acreditava que ensinar estava no dialogo vivo realizado diretamente entre as pessoas, esta forma de ensinar obteve um efeito grandioso principalmente entre aos jovens os quais os encontrava em praça pública. Foi através dos diálogos que ele se tornou famoso, bem quisto e malquisto. Malquisto porque seu método questionou as autoridades gregas e demonstrou que o que era compreendido como sabedoria, não passava de meras opiniões sustentadas pelo senso comum, rendendo-lhe inimigos entre os poderosos de Atenas, muitas vezes expostos ao ridículo pela ironia socrática, tal afronta resultou em sua morte.

O ensino atualmente está passando por uma mudança com ótica construtivista, diria que sugestionada pelos princípios socráticos, pois está tentando conectar o conhecimento através do diálogo processual entre educadores e educandos rejeitando a verticalidade existentes na transmissão simplista, estranha e mecânica de conteúdo sem conexão com a vida prática.

Um bom ensino começa ajudando as pessoas a vencerem primeiro o preconceito consigo mesmo, o dialogo será possível quando dissermos ao outro que queremos ouvir dele sua resposta, mesmo que ele ainda aparentemente não tenha confiança para se manifestar.

Tanto educadores quanto educandos, ambos trazem consigo uma bagagem e a possibilidade em potência da semente do conhecimento, que também pode brotar de dentro para fora, numa constante construção de conhecimentos e desenvolvimento humano.

Sócrates dizia que sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância. Segundo ele, a verdade, escondida em cada um de nós, só é visível aos olhos da razão, ele acreditava que os erros são consequência da ignorância humana, ter os erros expostos ninguém gosta, eis que a maior dificuldade do aprendizado é admitir sinceramente que “não sei”.

Aqui deixo registrado meu protesto: Atualmente nosso Sócrates representado pela Filosofia está sendo morto pela resistência dos sucessivos governos em mantê-la fora dos currículos escolares, é um engodo como forma de evitar que mais pessoas atinjam sua autonomia e sejam empoderadas com conhecimento filosófico crítico e exponham aa ignorância de nossos governantes.

As pessoas sabem o que é certo ou errado, o que lhes falta é argumentação, a Filosofia é uma arma que mata muito mais ignorantes que todo o arsenal mundial, ela sem derramar uma gota de sangue poderia quem sabe desarmar o mundo, sem revolveres, fuzis e bombas, poderíamos ter maior igualdade sem o desequilíbrio criado por aqueles melhor armados que escravizam e matam.

Falar Consigo Mesmo – pode ser redundante, pleonasmo, mas não é um erro! É importante e necessário!

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Filosofia da matemática de grandezas inversamente proporcionais


A filosofia mãe de todas as ciências, inclusive mãe da poderosa matemática, sofreu a influência da divisão presente no pensamento cartesiano, antes o que era apenas a filosofia, foi dividida de maneira a facilitar a compreensão de cada uma, no entanto há pontos de contato, permanecem ligadas e integradas, parece contraditório, mas não é.


Com aumento da complexidade e conteúdo de cada uma, optou-se em fazer a divisão com visão na especialização e melhor entendimento, ambas mantem vínculos inter-transdisciplinares, por haver algo comum entre elas dialogam fazendo entender o saber como um todo, não havendo fronteiras entre elas promovemos a interação máxima, respeitando suas singularidades, diferenças e especificidades, se complementando construindo conceitos físicos e metafísicos do conhecimento e da evolução humana.


Duas grandezas são chamadas inversamente proporcionais quando o aumento na medida de uma das grandezas causa uma redução na medida da outra, e vice-versa. Temos como exemplo as grandezas velocidade e tempo são inversamente proporcionais, pois, aumentando a velocidade de um objeto, ele gastará menos tempo para percorrer determinado percurso, sempre ocorrendo na mesma proporção. No entanto existem outras grandezas que nos permitirão nos apropriarmos deste conceito construindo uma filosofia de vida, evitando gastarmos muita energia imprimindo velocidade e tempo em ocupações vazias de conteúdo prático e necessário para uma boa vida.

 

Sócrates no advertiu com relação a vida ocupada demais, ocupada com “coisas” sem grandeza para uma boa vida, ele disse: "Tome cuidado com o vazio de uma vida ocupada demais". e "Uma vida não examinada não vale ser vivida".

 

A partir do conhecimento da filosofia e matemática aprendemos a refletir e construir conceitos, tal qual o inicialmente apresentado sobre “grandezas inversamente proporcionais”, seja pela observação, meditação e comprovação física, etc. temos leis da física que regem os movimentos e sua harmonia. Segundo Heráclito, filósofo grego do século V aC, o mundo e a natureza são constantes movimentos. Tudo muda o tempo todo, e o fluxo perpétuo (movimento constante), estão na base da dialética de Heráclito, por seu ponto de vista a existência do mundo é devido a dialética da oposição de contrários, do conflito, é esse movimento de um lado a outro que gera a realidade e sua harmonia.

 

Vivemos em tempos de busca pela harmonia na simplicidade, neste sentido há uma filosofia de vida que cresce na atualidade, estou falando do minimalismo, tem por lema resumindo em poucas palavras: “menos é mais”, e porque não? Afinal quando decidimos abraçar a vida precisamos estar harmonizados conosco e com a natureza, nesta busca geralmente mudamos o estilo de vida, diminuímos e velocidade e ganhamos mais tempo para “coisas” com grandezas que representam mais qualidade de vida.

 

Constatamos que viver com menos nos trará mais flexibilidade, maior liberdade e desapego das coisas materiais, coisas materiais pelas quais corremos tanto e ao final não teremos tempo de vida para usufruir e na maioria das vezes chegamos à conclusão que para quê ceder as tentações de consumo irresponsável, a matemática e a filosofia em sua abstração nos ajudam a construir o pensamento lógico da harmonia dando sentido da vida.

 

 

O movimento em sua dialética harmônica, é como processo criador com seu próprio tempo de idas e vindas, nos proporciona sensibilidade para saborearmos a vida em suas múltiplas faces avivando emoções e sentimentos como alegria, tristeza, facilidades e dificuldades, com a solidez de um ser bem resolvido frente ao mundo, à revelia das circunstâncias, é sem dúvida somos também heraclitianos, nos colocando conscientes de nossos papéis partícipes da criação e realidade mais simples, fazendo o que é necessário, não apenas fazendo aquilo que gostamos, mas fazendo aquilo que é necessário, nossa vida fica mais fácil e descomplicada.

 

A fonte de geração dos conflitos des-harmonizantes, são aqueles conflitos que contrariam a lógica do bem viver minimalista, está na divisão entre fazer e não fazer só o que gosto e não gosto, amo e odeio, quando você vive nesta dualidade e não faz o que precisa ser feito você des-harmoniza, quando fazemos o que precisa ser feito, gostemos ou não, transcendemos e interrompemos a geração dos conflitos des-harmonizantes. 

 

Façamos o que precisa ser feito incluindo isto na rotina estaremos bem encaminhados física e espiritual! Vamos prestar atenção nas pequenas coisas e pequenos detalhes, grandes coisas estão dentro de pequenas coisas, as pequenas grandes coisas estão na simplicidade, e no menos há mais do que imaginamos, esta é uma verdade inversamente proporcional, a mola está no desapego, nele se encontra parte da construção da felicidade, ter só aquilo que gostamos e não é necessário é ter o que não precisamos, seremos apenas acumuladores.

 

Estar resolvido na vida é não dar importância aos apelos dos tempos nos quais somos amplamente cobrados a ter, esquecendo o ser, como se o ser dependesse do ter, ter sempre mais e ostentar - principalmente nas redes sociais; o minimalismo tem crescido pregando exatamente o contrário: uma vida sem excessos. O minimalismo surgiu nas artes, atualmente se estendeu e é considerado uma filosofia de vida que tem como lema “menos é mais”. O ideal é “melhor ser do que ter”, ou até mesmo um lema como “ame pessoas e use coisas”, estas são grandezas inversamente proporcionais, a matemática da boa vida contraria a matemática da vantagem sobre tudo e todos, usando pessoas para ter as coisas.

 

A ideia e aplicabilidade do minimalismo esta em reduzir os excessos e viver com aquilo que seja apenas essencial, esse estilo de vida pode ser aplicado no vestuário, na alimentação, na decoração, entre outros aspectos do dia a dia presentes nas exigências culturais de consumo, é importante saber que podemos romper com o padrão de consumo exacerbado e parar de sofrermos pela a falta da condição financeira de não podermos comprar tudo que vemos na frente, “se comprar sei que estarei comprometendo a harmonia da vida econômica e financeira”, a matemática é cruel quando não adotamos uma filosofia de vida que seja compatível com nossos recursos.

 

Cada um de nós sabe onde o sapato aperta, portanto dentro do conceito minimalista cada um sabe o que é realmente importante, talvez tenha de apenas estabelecer prioridades para sua vida e talvez não estaja relacionado a privação ou abstinência. A ideia é que possamos viver com conforto que consideramos importante na nossa vida, mas que cada uma dessas coisas que possuímos tenha um valor concreto e significante. Grande parte dos nossos desejos de consumo não são verdadeiramente nossos, são coisas que em algum momento foram enfiadas na nossa cabeça, e acatamos por ser legal e porque todos tem ou usam.

 

Nos tempos atuais este estilo de vida vem ganhando força, não apenas como opção de bem viver, mas como consequência da crise econômica que o mundo está vivendo, neste caso a privação é consequência de não haver condição econômica, causada pelo desemprego e imensa pobreza, somos forçados a nos adaptarmos e dentro do possível economizar para não faltar no futuro. Ser frugal é a ordem do tempo atual, ou seja, aproveitar bem cada recurso, sem desperdícios, com moderação, sem ostentações.

 

Inevitavelmente todos os dias somos desafiados a fazer mais com menos e menos com mais, agora as pequenas grandes coisas da vida nos convidam a colocar nossa atenção no que realmente importa e, reencontrar a luz dentro de nós, e acima de tudo, acreditar que todos os dias podem ser um bom dia, priorizando o que realmente precisamos, precisamos menos do que pensamos.

terça-feira, 6 de abril de 2021

Ir, Indo não é pouca coisa

 


Estranha esta forma de dizer como se está indo, “Ir Indo” é uma expressão muito comum, coloquialmente nos dá a impressão conformista, mas penso que nela contenha um sentido bem maior, além de uma simples maneira de se falar da passagem do tempo, principalmente em momentos de dificuldades onde a cotidianidade foi severamente alterada, o exercício cotidiano do exercício da liberdade se foi.

As pessoas mais velhas como eu que usam o termo “Ir Indo”, costumam se referir ao cotidiano sem menosprezo, pensamos que “só se pode ir indo, o que já é muito e não é pouco”, o hábito de fazer as coisas que está incorporado na cotidianidade é ponto de referência para todas as pessoas e principalmente para os mais velhos, a repetição saudável está na sabedoria de saber que o dia a dia não é totalmente previsível, não há um tempo fechado nele mesmo, há aberturas onde flui o diferente, imprevisível e do não normal por ser intempestivo.

Não podemos mais correr tanto atrás do futuro, nossos passos se tornaram lentos, curtos e meditativos, sincronizados ao bater do coração, rumo ao futuro incerto, estamos re-aprendendo a caminhar, um passo de cada vez, a vida permanece pulsante e enquanto houver vida há liberdade de fazer no cotidiano.

Aqui me refiro a uma cotidianidade que nos ajude a viver e nos ajude a superar apertos inesperados que possam nos causar algum dano, penso numa cotidianidade como o ritmo de uma boa música, assim como na música não cansamos de ouvir e repetir sua letra, seu refrão com a melodia repetindo em nossa mente, penso na repetição de uma boa caminhada, do dar e receber um bom dia, no cuidar do jardim, no cheirinho do pão assando, dos encontros com os amigos, familiares e da pessoa amada.


Sentir a vida é sentir a liberdade fluindo no cotidiano, por ser duradoura a vida se modifica assim como nós mudamos com ela, a liberdade que neste momento está muito limitada nos remete a pensar na importância do novo cotidiano, revelando que atualmente o “Ir Indo” já é uma espécie de milagre, comparamos o hoje ao ontem, encontramos agora uma normalidade noutra medida exata e pertinente ao momento, o que não mudou é sabermos que hoje “só se pode ir indo, o que já é muito e não é pouco”.

Vivemos tempos de prece, gratidão e perdão! O cotidiano nos ensinou que a repetição é benéfica, benéfica quando a rotina e a repetição não se sejam um círculo cego, árido e vicioso, quando olhado por olhos que veem e enxergam, escutam, ouvem e sentem a boas vibrações da vida em mim e nos outros.

O tempo de nossa vida vai passando, queiramos ou não, e ocorre na repetição cotidiana onde expressamos que o tempo passa enquanto tornamos a pedir, a agradecer pelo dia de hoje e aprendemos a esperar pelo dia de amanhã.

Não é em vão que a repetição do agradecimento e da suplica tenha acompanhado e acompanhe o presente do dia a dia, lembrando que a base da felicidade se encontra na repetição do perdão.

Se me perguntarem como estou indo vou dizer: Vou Indo! Porque “só se pode ir indo, o que já é muito e não é pouco”

Gosto muito da musica Sinal Fechado de Paulinho da Viola, por isto compartilho o link da interpretação e a letra logo abaixo:

 

https://www.youtube.com/watch?v=wl4K_vlAD3c

 

Letra

 

Olá, como vai?
Eu vou indo, e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe?

Quanto tempo, pois é, quanto tempo

Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Pô, não tem de quê
Eu também só ando a cem

Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo
Talvez nos vejamos, quem sabe?

Quanto tempo, pois é, quanto tempo

Tanto coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge à lembrança
Por favor, telefone, eu preciso beber
Alguma coisa rapidamente

Pra semana, o sinal
Eu procuro você, vai abrir, vai abrir
Prometo, não esqueço
Por favor não esqueça, não esqueça
Não esqueço, adeus