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domingo, 18 de julho de 2021

Representatividade Política em Crise - Esteja Ligado

Desde o fim dos anos 80 até os dias atuais estamos por assim se dizer todos estamos inseridos e vivendo num ambiente pós-moderno, este ambiente em sua estrutura sociocultural está caracterizada por seu alcance global e capitalista, desde terras tupiniquins até mundão afora, encontramos nesta pós-modernidade uma gigantesca insatisfação das populações frente a seus representantes políticos, vamos falar deste nosso imenso pais de tamanho continental, vamos pisar um pouco nos calos de nossos velhos representantes, sim eles são nossos velhos conhecidos, foram eleitos pelo voto direto, e reeleitos pela força hipnótica da mídia, milhões de reais que todo ano sangra para os cofres destas construtoras de imagens, a mídia que ano após ano tem sido assediada e assedia os políticos nesta ciranda que construiu em torno destes nomes velhos conhecidos, palanques, palanques de ouro à custa do dinheiro público sangrando os bolsos dos brasileiros, políticos que em sua maioria, aqui me refiro aqueles que já tem seu carimbo no judiciário com sentenças proferidas, falo dos tais políticos que não são conhecidos por seu trabalho, falo da gentalha conhecida por suas mazelas e artimanhas, sua força está apenas na propaganda bem paga e na evidencia de seus movimentos que gerem alguma notícia, até os escândalos servem como trampolim, a memória do brasileiro é curta, na hora de votar só vão lembrar que o político fulano de tal foi muito falado, não lembram se de bem ou de mal.

 

Sabemos de cor e salteado que na pratica estes tais políticos carimbados ascendem exclusivamente pelo interesse no poderio econômico, sua experiência adquirida de longa data os tornam cada vez mais preparados para se aproveitarem das carências das camadas mais desfavorecidas, onde há falta de informação e educação precários é onde conseguem tirar vantagem explorando suas fragilidades.

 

Estamos vivendo particularmente neste mês de julho de 2021 mais uma aberração parlamentar, lembrando inicialmente que em junho de 2020 já estávamos de frente para um imenso dragão devorador do dinheiro dos brasileiros desde suas camadas mais desfavorecidas, lembrando de um fato que virou notícia e mais um rombo nos cofres públicos:

Em 01/06/2020 publicou o seguinte: O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu nesta segunda-feira (1º) R$ 2.034.954.824,00 de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) – também conhecido como Fundo Eleitoral – para serem distribuídos entre os partidos políticos. (https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2020/Junho/tse-recebe-r-2-bilhoes-de-verbas-do-fundo-eleitoral-para-as-eleicoes-municipais-de-2020)

Ora, se em junho de 2020 já estávamos estupefatos com os dois bilhões de recursos para o Fundo Especial de Financiamento (FEFC), ou tal Fundo Eleitoral, então pasmem a coisa só piorou, imaginávamos já estarmos no fundo do poço do absurdo, estávamos profundamente enganados, a notícia nos jornais do dia 15/05/2021 nos encheu de muita raiva, surpresa não, mas raiva, muita raiva desta gentalha que anda de terno e gravata, usando a fantasia dos inescrupulosos, e pensem, nós não sabemos da missa a metade, a podridão, a jogada deles é muito parecida com a do vendedor inescrupuloso que dá um preço alto para chegar num preço médio, chegando ao preço médio já estarão ganhando muito, os tais quase 6 bilhões, é mais uma jogada para chegar num valor médio que obviamente chegará aos 3 bilhões, valor maior que o de 2020, porem menor do que inicialmente foi proposto, dando aquela sensação de que ganhamos alguma coisa, vejamos a notícia:

 

Em 15/07/2021 lemos a seguintes notícia no G1: O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (15) o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022. O texto prevê a ampliação de recursos para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha — fundo eleitoral destinado ao financiamento de campanhas políticas. ... Segundo técnicos da Câmara e parlamentares, o fundo terá montante de R$ 5,7 bilhões em 2022, ano de eleições presidenciais, quase o triplo do registrado em 2018 e 2020, anos eleitorais em que o fundo era de R$ 2 bilhões.

Fonte: (https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/07/15/congresso-deputados-aprovam-projeto-de-diretrizes-para-o-orcamento-2022-e-preve-r-57-bi-para-fundo-eleitoral-senado-vai-analisar.ghtml)

Na mesma publicação lemos também: “Esta Casa Legislativa, se aprovar uma LDO com quase R$ 6 bilhões, para campanha política, estará escarrando na cara do cidadão brasileiro, que paga imposto na gasolina, paga o custo da inflação nas gôndolas de supermercado e paga a incompetência crônica deste país com mais dinheiro para campanha de políticos”, disse o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS). Segundo o deputado, a questão não foi discutida amplamente e foi incluída no projeto sob a justificativa de “aperfeiçoar” o fundo.

Fonte: (https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/07/15/congresso-deputados-aprovam-projeto-de-diretrizes-para-o-orcamento-2022-e-preve-r-57-bi-para-fundo-eleitoral-senado-vai-analisar.ghtml)

Estamos vivendo numa séria crise de representatividade política, não faltam manifestações oriundas dos vários estados de nosso pais, tem todo tipo de bandeira, não tem santo no palanque, temos políticos de um lado e de outro, de um partido ou de outro, estão envolvidos até os pescoço, falo dos políticos carimbados e agora também dos não carimbados que estão agindo em prol de sua própria representatividade, ficar bravo só se servir o chapéu, falo daquela gente preparada para levar seu rebanho para o matadouro, em sua tática sempre tem o carneiro que vai na frente sabendo que não vai morrer, sempre tem aquele que arrebanha e sai ileso, tudo acontece atendendo as necessidades imediatas destes cordeiros, tais necessidades é a moeda oferecida pelos nossos velhos conhecidos representantes políticos em troca de sufrágio, gostemos ou não eles podem apenas se representar, na pratica eles nos representam, a chave do cofre nós lhes entregamos quando votamos, mais uma vez, este é o ciclo vicioso do voto de “cabresto”.

Vivemos numa democracia, ainda bem, porem junto a ela também rondam os perigos e enormes riscos, John Stuart Mill em seus estudos já revelava um dos enormes riscos que circundam a democracia, de acordo com ele “nos interesses sinistros dos detentores do poder; é o perigo da legislação de classe; do governo que visa (com sucesso ou não) o benefício imediato da classe dominante, em perpétuo detrimento da massa”. Nosso filósofo lá no século XIX, já nos jogava nos ouvidos o sinal de alerta, o tempo só vem demonstrando que ele estava certo, as notícias de mesma natureza, por sua repetição, ano após ano, vem comprovar que somos reféns das artimanhas destes políticos com suas maracutaias e falcatruas, a verba atualmente pretendida é uma bofetada na cara de todo brasileiro, isto só serve para cada vez mais desqualificar nosso parlamento e todos os políticos e seus respectivos partidos políticos, como disse a proposta foi aprovada pela maioria do parlamento.

Este descrédito na representação política aponta um horizonte sombrio e de grande perigo, as urnas deverão receber cada vez mais votos em branco e nulos, e aqueles que votarem possivelmente sejam aqueles que estão sob domínio de algum coronel pós-moderno, isto tudo só estimula a falta de interesse na participação da população nas coisas da vida pública, o desinteresse alimenta a falta de vigilância que é necessária afins de coibir os excessos e abusos como estes que noticiamos.

As manifestações públicas não estão conseguindo atingir o real e necessário objetivo, as manifestações apenas estão obedecendo aos interesses partidários detentores dos cabrestos, os cabrestos pós-modernos são cabrestos psicológicos, os donos dos cabrestos são os coronéis pós-modernos, assim como quem vota, os partidos por sua vez governam o rebanho de parlamentares que estão sob sua bandeira, estão todos muito bem amarrados, eles atuam nas empresas privadas, com interesse no capital financiador de campanhas que fomentam o caixa dois, os patrões destas empresas assediam moralmente seus empregados induzindo a votar naquele candidato conforme o interesse que se fecha no ciclo partido-parlamentar-donodeempresa-empregado-partido, estamos cercados por muitos ismos, o universo é grande, vamos desde o coronelismo, mandonismo e clientelismo, há todo tipo de artimanha neste ciclo vicioso.

Votar é preciso, votar é necessário, mas para votar certo é necessário pesquisar, use seu notebook, seu celular numa pesquisa séria, não fique somente na mão de uma única notícia ou de uma única fonte, não acredite muito em pesquisas (as vezes parecem mais propaganda eleitoral), faça sua pesquisa,  pesquise nas diferentes fontes, penso que existe um modo muito eficaz de se fazer uma pesquisa, busque por improcedências no sentido de desvio de conduta e por “falas” (promessas) milagrosas e não tão confiáveis, esqueça o juramento vazio quando afirmam serem honestos (quem é honesto não precisa afirmar, parecem um ET falando, dão a entender que todos os outros não são honestos), esqueça um pouco sua ideologia e sua bandeira partidária, saia do cabresto psicológico, o pertencimento psicológico de grupo é parte do processo, mas que seja o pertencimento do macro grupo como o de eleitor com um único partido que é o da nossa grande nação.

Lembro como se fosse hoje o movimento civil em prol por eleições presidenciais diretas que ocorreram no período entre 1983 e 1984, lembro que em 1985 João Figueiredo passou o país para os civis, isto foi após anos de muitas frustrações, neste ano foi eleito Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral com 480 votos contra 180 de Paulo Maluf que representava a ditadura. Lembro também que na véspera da posse de Tancredo em 14 de março de 1985, ele foi internado vindo a falecer, foi um banho de agua fria, foi comoção geral. De lá para cá tivemos presidentes impedidos de (impeachment), Já tivemos o do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, e o da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. O termo impeachment não é novidade em nosso vocabulário. Recentemente, o termo voltou a pauta com o “superpedido” de impeachment do atual presidente, Jair Bolsonaro.

Esclarecendo melhor o impeachment é um processo em parte jurídico, em parte político, conduzido pelo Congresso Nacional, que julga se uma pessoa com função pública cometeu um chamado crime de responsabilidade.

Além de impeachment também tivemos presidente condenado judicialmente por atos de corrupção e preso, esta proeza não é exclusiva no Brasil, por exemplo também recentemente um ex-presidente francês foi condenado judicialmente por atos de corrupção e tráfico de influências, realmente não é fácil fazer escolhas. Vamos pensar um pouco, o Brasil tem mais de 220 milhões de habitantes, dizem que errar é humano, então não é difícil imaginar que também é possível que milhões e milhões de seres humanos possam estar errando, desde o movimento por diretas já de 1984 temos direito ao voto direto, se pensarmos na crise de descrédito político instalada em nosso país, está crise não começou agora, a crise começou desde muitos anos atrás, parece que votamos sempre no candidato errado, estamos votando no candidato menos ruim, também erramos quando resolvemos votar nulo ou em branco, somos milhões de brasileiros que estão errando. Penso ainda que embora tivéssemos acertado, ainda teria como temos a dura realidade dos governantes serem controlados pela mídia, pelos grupos de pressão e pela opinião pública, afinal isto é a nossa democracia.

Estas situações noticiadas pela mídia e outras muitas de corrupção me lembrou um livro que li de Albert Camus, o livro é A Peste, o livro é a forma alegórica do romance fazia da peste uma metáfora para todas as formas de opressão e de resistência —o nazismo, no pós-Guerra, mas também outros flagelos, a peste aparece quando os ratos que aos poucos vão aparecendo mortos até que tornarem-se um número imenso e junto com a morte dos ratos as pessoas também começam a morrer, no caso da segunda guerra os ratos que aparecem aos poucos seriam os soldados nazistas e a peste é a guerra, em nosso caso a relação que faço é dos ratos aos políticos corruptos que chegam para dizimar as cidades, os ratos políticos contaminados não o são pela peste bubônica, mas pela peste da corrupção, os políticos que dizimam os recursos, que consequentemente acabam dizimando os direitos a saúde, a educação, a segurança, e os recursos são desviados para atender seus próprios interesses e bolsos, mesmo em tempo de pandemia ouvimos relatos de superfaturamento em vacinas e insumos, alegando em seguida não haver verba para atender as necessidades da população, precisamos exterminar com os ratos antes que eles nos exterminem, a justiça tem de ser dura e exemplar.

Vejamos, para quem já viveu como eu mais de sessenta anos, já viu, leu e ouviu muita coisa, não estou aqui julgando, para julgar temos o judiciário que agora mais do que nunca é acionado para tratar até de assuntos de foro parlamentar, há muitos anos sou mais um brasileiro incomodado com os acontecimentos, temos muita informação e desinformação, tem político sério, sim, tem, mas é como procurar uma agulha num palheiro, separar o joio do trigo, vamos precisar da ajuda infinita do Altíssimo, até que consigamos encontrar neste pântano político infernal aquele que irá desabrochar como uma flor, como uma flor de lótus, pois ainda há quem pense que o leite comprado em embalagens de supermercado  é um produto artificial como a Coca-Cola ou qualquer outro refrigerante, assim como há aqueles que nem querem se dar ao trabalho de pensar a respeito, como se isto não fosse abalar seu cotidiano, um cotidiano onde vemos milhões de assassinatos, e os jovens escrevendo usando só o dedo indicador e não mais a mão inteira, não pensem que vimos de tudo, não penso assim, pois até meu final de vida ainda vamos viver poucas e boas, falando democraticamente! ainda temos este direito, direito de falar, até que a censura nos pegue pelo pé´!

 

 


sexta-feira, 16 de julho de 2021

Transver, Reinventar e Desinventar, o que parecia bom agora não é bem assim

 

Uma imagem vale mais que mil palavras, com certeza já ouvimos esta frase muitas vezes, vamos pensar numa imagem que nos cria desconforto, de pronto lembro da imagem da beira da praia com lixo que veio com a maré do mar e do lixo que ficou deixado pela maré de gentes. É uma imagem desconfortável, nela estamos incluídos, nela estamos incluídos como responsáveis por todo o lixo que ali se encontra, de um jeito ou do outro.


Imagino que já leram algum poema de Manoel de Barros, ele inventou a palavra transver, esta palavra aparece num de seus poemas que quer dizer que o mundo é para ser visto com olhos, memória e imaginação, por esta razão fiz um convite inicial para pensar numa imagem desconfortável.

Manoel de Barros (1916-2014) foi um dos principais poetas contemporâneos. Autor de versos nos quais elementos regionais se conjugavam a considerações existenciais e uma espécie de surrealismo pantaneiro. Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, no dia 19 de dezembro de 1916

Manoel de Barros - Poeta

O poema onde aparece a palavra por ele inventada “transver” é “As Lições de Romulo Quiroga (um pintor boliviano), na pg. 75 do Livro Sobre Nada:

 “A expressão reta não sonha.
Não use o traço acostumado.
A força de um artista vem das suas derrotas.
Só a alma atormentada pode trazer para a voz um formato de pássaro.
Arte não tem pensa:
O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo.”

Ler poemas de Manoel de Barros é um convite para reflexão, seus poemas tratam de coisas cotidianas, tão próximas e familiares, ao mesmo tempo tem simplicidade e complexidade, ler é conviver com o paradoxal, tem coisas que foram inventadas para as pessoas viverem bem e com conforto, tem coisas que hoje não são tão boas assim, são coisas que são vistas, revistas e transvistas como coisas más, precisariam ser reinventadas ou desinventadas.

Em seu poema “Desobjeto”, podemos admirar sua perspicácia e imaginação, é na leitura do olhar que faz das coisas que estão por aqui e por aí como são ou pareçam ser.

Desobjeto
O menino que era esquerdo viu no meio do quintal um pente. O pente esta-va próximo de não ser mais um pente. Estaria mais perto de ser uma folha dentada. Dentada um tanto que já se havia incluído no chão que nem era uma pedra, um caramujo um sapo. Era alguma coisa nova o pente...Estava encostado às raízes de uma árvore e não servia mais nem para pentear ma-caco. O menino que era esquerdo tinha cacoete de poeta, justamente ele enxergara o pente naquele estado terminal. E o menino deu para imaginar que o pente, naquele estado, já estaria incorporado à natureza como um rio, um osso, um lagarto. Eu acho que as árvores colaboravam na solidão daquele pente. BARROS, Manoel de. Memórias inventadas. São Paulo: Planeta, 2003

Como Manoel de Barros já dizia “É preciso desinventar os objetos”. Dar outras funções que não as para quais foram inventadas até que virem ou-tras reinvenções.

A palavra Desinventar quer dizer tornar inexistente, desfazer algo que foi criado. O inventor desinventou o que havia criado, por temer que esse fosse utilizado para o mau, não faltam exemplos, temos o plástico, fusão nuclear, quem sabe a invenção do avião supersônico concorde?

Manoel de Barros em suas poesias brinca com as palavras para desinventar objetos, coisas, ideias e pensamentos. Ele constrói outras e novas formas de ver o mundo através da imaginação, recriando esta realidade que nem sempre nos serve ou é boa, como Manoel bem diria “Uma voz de fazer nascimentos”.

Hanna Arendt, da dizia “Vivemos em tempos sombrios”, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança", este é um fato que convivemos no dia a dia, as imagens presentes na mídia não nos deixam esquecer da gravidade presente, em nosso contexto inicialmente abordado a palavra desinventar não é querer negar o que existe e aquilo que vemos, na verdade, é tentar ressignificar como enxergamos os acontecimentos, principalmente porque nos faz despertar para a diversidade das pessoas e das coisas, e é este um jeito que mesmo em momentos difíceis e complicados, nosso deslumbramento se mantém vivo. Se existem histórias tão verdadeiras que parecem inventadas, o contrário também pode ser verdade, basta ter imaginação.

Chico Buarque através da música ”Apesar de Você” nos dá uma dica: “Você que inventou a tristeza / Ora, tenha a fineza / De desinventar”. Seria, então, a tristeza? A solidão? A esperança? O pesar? Talvez um objeto. A cama? O celular? O ônibus? A lâmpada?


Vide site com a música: https://www.youtube.com/watch?v=y6Vch5
XfLxM

Fico me perguntando se alguns progressos alcançados pelo homem não seria o caso de dar dois passos atrás, como por exemplo voltar a energia eólica no lugar do petróleo e coisas do gênero, quem sabe desinventar as matérias plásticas e a fusão nuclear, o que em princípio parecia um bem, já de algum tempo estamos enfrentando sérios problemas ecológicos, já falamos em colapso ambiental, e em consequência de tais invenções arquitetadas em nome do progresso, já sabemos que prejudicam o planeta, a verdade é que progresso a que estamos acostumados é o progresso a qualquer custo.

Se já sabemos o que esta dando errado, vamos fazer o certo, o que não significa seguir em frente sem ter de dar dois passos atrás, o façamos antes que seja tarde demais, rever posições para reinventar e até desinventar se for necessário, não há vergonha nisto.

Inventamos uma outra forma que é o reinventar, é reaproveitando alguma coisa que não tem mais uso na sua finalidade inicial, atualmente denominamos de reciclagem, no entanto no final das contas, muita coisa reciclada irá parar de qualquer forma poluindo a natureza, estamos apenas adiando, postergando sem dar cabo a causa, estamos agindo apenas na consequência, retardando a destruição, como por exemplo o plástico, ainda somos muito dependentes do polietileno.

O plástico vai do transporte aos serviços de alimentação, o plástico reciclado e é apenas quebrado em fragmentos cada vez menores, mas nunca completamente degradados. De uma forma ou de outra o plástico vai acabar em algum lixão ou em alguma praia disputando o espaço na areia ou no estômago de algum animal, vamos reinventar nossos hábitos e lutar contra esta poluição branca. O plástico começou a ser produzido nos anos 50, já imaginou quanto plástico está acumulado na natureza?

Outra invenção em nome do progresso e tem questão muito discutida por seus prós e contras é a fusão nuclear, talvez esta invenção além da exploração do petróleo e seus subprodutos, a fusão nuclear seja outro ponto discutidíssimo e tão maléfico quanto o outro, os prós, as vantagens é que a energia gerada pela fusão nuclear seria uma forma que garantiria segurança e limpeza ambiental. Isso porque, através da fissão nuclear produz energia principalmente através do urânio (um dos principais elementos radioativos). E no contraponto suas desvantagens conflitam com as tais vantagens, pois quando há acidentes tem sérias consequências, os resíduos gerados são de dificílima armazenagem e tratamento, é uma energia não renovável, porque o urânio deve ser extraído e não é regenerado. Sem falar na má utilização quando usam esta forma de energia na construção de bombas nucleares que funcionam por meio do processo de fissão com único objetivo de destruir a vida.

Esclarecendo: Fissão é o processo de forçar a divisão de um átomo para formar dois outros, mais leves. E Fusão é o processo de colidir com dois átomos propositalmente para formar um terceiro, mais pesado. A reação libera energia e, dependendo de quais forem os reagentes, um nêutron livre.

Então, o sentido de tranver pode se refletir no reinventar ou Desinventar, para inventar é preciso que abandonemos padrões de pensamento e passemos a pensar de modo diferente, isto também vale quando damos dois passos atrás, dar um passo só vai dar no mesmo, vamos dar dois passos, estamos vivendo problemas ambientais seríssimos, estamos vivendo na caixa do negacionismo coletivo, tudo em nome do tal progresso a qualquer custo, precisamos transver no sentido de enxergamos melhores alternativas e novas práticas, precisamos abandonar os padrões de pensamento que restringem nossa visão e imaginação, já sabemos o que está errado, vamos fazer o certo, vamos fazer a diferença, vamos transverberar! Vamos começar trazendo nossas compras nas caixas de papel, papelão, ou levando nossa sacola de tecido!