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domingo, 15 de setembro de 2024

Quase Inconscientemente

Você já parou para pensar em quantas ações realizamos no nosso dia a dia quase inconscientemente? Nossa vida cotidiana está cheia de momentos em que agimos no piloto automático, sem pensar muito sobre o que estamos fazendo. Vamos explorar algumas dessas situações comuns e refletir sobre o impacto do automatismo em nossas vidas.

A Rotina Matinal

Acordar, levantar da cama, escovar os dentes, tomar banho, vestir-se, preparar o café da manhã. Esses são passos que muitos de nós seguimos todas as manhãs sem realmente prestar atenção. Já notou como, às vezes, você chega ao trabalho e mal se lembra do trajeto?

Essa rotina matinal é tão familiar que nosso cérebro não precisa gastar muita energia para realizá-la. Agimos quase inconscientemente, o que nos permite economizar recursos mentais para outras tarefas mais complexas ao longo do dia.

O Trajeto para o Trabalho

Quantas vezes você já pegou o carro ou o transporte público e, de repente, se deu conta de que não lembra de partes do trajeto? Isso acontece porque seu cérebro já memorizou o caminho. Você dirige ou segue o percurso de forma quase automática, permitindo-se pensar em outras coisas, ouvir música, ou até mesmo planejar o dia.

Esse comportamento automático é uma maneira eficiente de lidar com tarefas repetitivas, mas também pode fazer com que percamos a oportunidade de apreciar o caminho e os pequenos detalhes ao nosso redor.

As Redes Sociais

Quantas vezes você se pegou rolando o feed das redes sociais sem nem perceber? Esse ato de deslizar o dedo pela tela se tornou tão automático que fazemos sem pensar. A busca por novas notificações, curtidas e atualizações se tornou um reflexo quase inconsciente, consumindo uma quantidade significativa do nosso tempo e atenção.

Embora seja uma maneira rápida de se manter informado e conectado, esse hábito pode nos distrair de atividades mais significativas e reduzir nossa capacidade de focar no presente.

Comer Sem Pensar

Quantas vezes você já comeu uma refeição enquanto assistia TV ou trabalhava? Comer quase inconscientemente é um hábito comum. Quando não prestamos atenção ao que estamos comendo, é fácil acabar consumindo mais do que o necessário e perder o prazer de saborear a comida.

Ao nos conscientizarmos desse comportamento, podemos tentar praticar a alimentação consciente, apreciando cada mordida e reconhecendo os sabores e texturas dos alimentos.

O Filósofo Fala: Martin Heidegger e o "Ser-aí"

Martin Heidegger, um dos filósofos mais influentes do século XX, falou sobre o conceito de "Ser-aí" (Dasein), que se refere à nossa existência cotidiana. Ele sugere que muitas vezes vivemos de maneira não autêntica, perdendo-nos em atividades rotineiras e distrações, em vez de realmente estarmos presentes no mundo.

Agir quase inconscientemente é uma parte natural da nossa rotina diária. Embora esse automatismo possa nos ajudar a economizar energia mental e ser eficiente em tarefas repetitivas, é importante estar ciente de quando ele pode nos levar a perder a apreciação pelo momento presente. Tomar consciência das nossas ações cotidianas e praticar a presença pode enriquecer nossas experiências diárias, permitindo-nos desfrutar mais plenamente dos pequenos detalhes da vida. Afinal, estar presente no agora é o que realmente nos conecta com a essência da nossa existência. 

segunda-feira, 29 de maio de 2023

O Gato Filósofo

 


Vivemos diariamente envolvidos com coisas que nem sempre são de profundas questões, nosso cotidiano pode ser leve e com banalidades muito saudáveis, afinal somos seres humanos.
 
Nossa convivência seja entre humanos e não humanos é cheia de momentos de inspiração basta estarmos atentos para enxergar e veremos possibilidades de diálogos impressionantes, observar nossos animais é um ponto interessante para reflexão, por isto resolvi refletir um pouco a respeito de nossas convivências com nossos amigos peludos e pensar a respeito das mudanças nestas convivências que a vida nos proporciona, inicialmente penso que sejam oportunidades de estabelecermos novas relações de amizade.

Fui criado gostando de cachorros, até poucos anos atrás só tinha afeição aos cães e pouca simpatia com os gatos, no entanto, há uns três anos atrás fui cativado por um jovem amigo peludo que estava a observar a mim e a minha mulher que trabalhávamos no jardim, ele muito à vontade estava parado sobre o muro parecia uma esfinge, assim ficou o tempo todo sem se intimidar com nossa presença, talvez porque ele já nos conhecesse e já vinha nos observando de longe, acredito que nos tenha analisado bastante e concluídas suas observações meditativas gatunas tenha resolvido se aproximar e jogar seu charme.

A princípio não emitiu nenhum miado, houve apenas o contato visual, aproximamo-nos dele e ele sem receio algum permitiu que o acarinhasse, minha mulher já tinha muita experiência com os bichanos foi a que se afeiçoou mais rapidamente e correu para dar a ração do cachorro o que ele aceitou de imediato, ela que é gateira de longa data já passou a descrever que os gatos são animais sedutores e possuem características de personalidade admiráveis e místicas.

 

Com o passar do tempo o bichano foi se aquerenciando e seduzindo a todos nós, meu filho mais novo sugeriu o nome do gato de Remo e assim é chamado até hoje, foi inspirado pela estória de Remo um dos gêmeos alimentado por uma loba, neste caso nós seres humanos alimentando o bichano que reina até hoje em nossa casa.

 

Nestes anos aprendemos a conviver com o bichano, ele nos entende e nós o entendemos até onde consegui o entender em sua língua, ele mia em sons distintos para cada uma de nossas falas, perguntas e manifestações diante de suas traquinagens, em geral ele parece ser mais maduro que a idade que aparenta, mais ou menos como nos referimos aos humanos que parecem ser mais velhos por suas atitudes maduras

 

Não precisamos dizer que ele é curioso e aventureiro, sua presença nos trouxe momentos de descontração e alegria, as vezes nos traz presentes indesejáveis como pássaros e outros animais todos sem vida, sabe se lá onde os caça, sua jornada diária sobre os telhados demonstra sua independência e liberdade de ir e vir quando quiser.

 

A impressão que temos é que ele consegue ler pensamentos, parece ter um talento especial, com muita personalidade ele decide a quem quer se aproximar, não adianta chamar ele vai se quiser, primeiro observa para depois reagir, associamos suas atitudes a sua intuição podendo sentir as energias sutis de cada um.

 

Pesquisamos e encontramos informações que estão associadas aos bichanos e a partir daí passamos a melhor observar nosso amigo.

 

Os gatos são frequentemente associados a habilidades espirituais e têm sido considerados animais especiais em muitas culturas ao longo da história. Aqui estão algumas das habilidades espirituais que são atribuídas aos gatos:

 

Intuição: Os gatos são conhecidos por sua forte intuição. Diz-se que eles podem sentir energias sutis e ler o ambiente ao seu redor. Muitas vezes, os gatos são considerados guardiões espirituais, capazes de detectar mudanças nas energias e alertar seus donos.

 

Sensibilidade ao sobrenatural: Acredita-se que os gatos possam ver e sentir coisas além do alcance dos humanos. Diz-se que eles são capazes de perceber a presença de espíritos, fantasmas ou entidades espirituais. Muitas vezes, os gatos são considerados companheiros espirituais e protetores em diferentes tradições espirituais.

 

Cura emocional: Os gatos têm uma energia calmante e reconfortante. Eles podem oferecer conforto emocional e ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade. Acredita-se que acariciar um gato tenha efeitos terapêuticos e possa ajudar a equilibrar as energias internas.

 

Sabedoria e mistério: Os gatos são frequentemente associados à sabedoria e ao mistério. Eles são considerados animais misteriosos que podem conectar os reinos espirituais e ter acesso a conhecimentos profundos. Na mitologia e nas histórias folclóricas, os gatos são retratados como guardiões de segredos e símbolos de sabedoria ancestral.

 

Proteção espiritual: Os gatos também são vistos como protetores espirituais. Acredita-se que eles possam afastar energias negativas e proteger seus donos de influências indesejadas. Muitas vezes, eles são considerados guardiões espirituais, capazes de criar uma barreira de proteção ao seu redor.

Os gatos estavam presentes na mitologia e religião dos egípcios, expressa principalmente pela imagem da deusa Bastet, com cabeça de gato. Representando a fertilidade, a divindade protegia as mulheres grávidas, já que as gatas protegiam seus filhotes com carinho e atenção. Nos templos dedicados a Bastet, havia sempre uma criação de gatos, que eram alimentados e cuidados. Porém, eram oferecidos para a deusa quando tinham cerca de 10 meses. A morte era ritualística, e os felinos eram embalsamados e mumificados simplesmente por terem sido queridos em vida.

 

É importante lembrar que essas habilidades espirituais atribuídas aos gatos são baseadas em crenças e tradições culturais. Cada pessoa pode ter sua própria interpretação e experiências individuais com os gatos, por isto passamos a observar melhor o bichano e tirar nossas próprias conclusões.

Freud disse certa vez que preferia a companhia dos animais à dos seres humanos, porque aqueles eram mais simples: “Não sofrem de uma personalidade dividida, da desintegração do ego, que resulta da tentativa do homem de se adaptar a padrões de civilização demasiado elevados para o seu mecanismo intelectual e psíquico”

Nossa imaginação é fértil e costumamos atribuir aos animais características humanas que os tornam místicos e mais do que a aparência deles nos sugere. 


Então nossa imaginação nos levou muito além que qualquer outro gato levaria. Imagine nosso gato um gato solitário, sentado em um canto tranquilo, observando o mundo ao seu redor. Esse gato tem uma aura de sabedoria e introspecção, pois ele é um gato filósofo. Ele reflete sobre a vida, o universo e tudo mais, explorando as profundezas da existência felina.

 

Esse gato filósofo busca compreender os mistérios da vida. Ele contempla os enigmas do tempo, da consciência e da natureza da realidade. Ele pondera sobre o significado da liberdade, do amor e da felicidade. O gato filósofo mergulha em reflexões profundas, buscando respostas para perguntas que muitas vezes são inacessíveis aos humanos.

 

Esse gato, com olhos brilhantes e expressão serena, vive uma vida contemplativa. Ele encontra inspiração nas pequenas coisas, nos raios de sol que aquecem seu pelo, na suavidade do vento que acaricia seu rosto e nas estrelas que brilham no céu noturno. Ele enxerga beleza e significado em tudo ao seu redor.

 

O gato filósofo valoriza a solitude e o silêncio, pois é nesses momentos que ele mergulha em seus pensamentos mais profundos. Ele não se preocupa com as trivialidades da vida cotidiana, mas busca transcender além do mundano. Ele encontra paz na simplicidade e na contemplação.

 

Esse gato filósofo não compartilha suas reflexões com palavras humanas, mas transmite sua sabedoria por meio de seu olhar penetrante e da serenidade que emana de sua presença. Ele nos lembra da importância de buscar o conhecimento, de questionar o mundo ao nosso redor e de apreciar os mistérios da existência.

Assim, o gato filósofo nos convida a refletir sobre nossa própria jornada, a explorar as questões mais profundas e a buscar uma compreensão mais profunda do mundo e de nós mesmos. Ele nos ensina a encontrar significado nas pequenas coisas e a buscar a sabedoria interior.

 

Isto tudo sem ter cursado filosofia e aprendido anos a fio as teorias humanas, sua pedagogia não possui a obsessão do homem pela felicidade e por um propósito como elemento que cria uma sociedade ansiosa, que projeta sua alegria no futuro e nunca no presente — temor que não tira o sono deste felino.

O Remo é dono de uma compreensão inata de como viver, ele não precisa da nossa filosofia — não sentiriam falta dela nem mesmo se fossem racionais, isso porque eles não lutam contra a própria natureza, a filosofia deles é a filosofia de sua própria natureza.

Gostar dos felinos é prazer e alegria de muita gente, inclusive filósofos e estadistas renomados, é longa a lista de ilustres pensadores que compartilham dessa paixão. O filósofo Michel de Montaigne (1533-1592), chamado de pai do humanismo — e gateiro de carteirinha —, foi quem proferiu a famosa frase que questiona a tal superioridade do homem: “Quando brinco com minha gata, como sei se não é ela que está brincando comigo, e não eu com ela?”. Winston Churchill (1874-1965) também se derretia pelo animal: quando o ex-ministro inglês morreu, seu gato vira-lata de pelagem laranja Jock estava ao seu lado na cama.

 

Na literatura, os felinos reinam. O argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) teve dezenas de gatos, mas um foi favorito: Beppo, que até ganhou um poema em sua homenagem — e um verso elaboradíssimo para definir um simples carinho: “O teu dorso condescende com a morosa carícia desta mão”. O Nobel de Literatura Ernest Hemingway (1899-1961) teve tantos gatos que, hoje, a casa onde viveu na Flórida é um museu em sua homenagem, mas também abrigo de 59 bichanos. Em Filosofia Felina, o pensador John Gray olha com particular curiosidade para a conexão de Patricia Highsmith (1921-1995) com os bichos. Reservada e obrigada a esconder sua homossexualidade, a autora de O Talentoso Ripley encontrou nos gatos a companhia ideal — e escreveu tramas sobre animais maltratados que se vingam dos humanos. O nome Ripley, dado a seu charmoso psicopata, aliás, era de um de seus gatos.

 

A psicopatia, porém, é um transtorno exclusivo das pessoas. Gray aproveita a deixa para refutar a má fama dos felinos, de dissimulados e cruéis, crenças espalhadas por religiões monoteístas em resposta aos pagãos que os adoravam. Numa piada com a autoajuda, o autor lista dez dicas dos gatos para os humanos. A brincadeira vai desde dormir pelo prazer de dormir (e não de descansar) até a difícil missão de encontrar prazer na vida frugal e cotidiana. Haja miados de sabedoria.

 

Temos muito a aprender com os animais, principalmente com o nosso gato filosofo, todos deveriam adotar um amigo peludo, irão se surpreender, quem sabe também terão a sorte de encontrar este ser de tamanha sabedoria.

 

Fontes:

https://veja.abril.com.br/cultura/por-que-os-gatos-sao-superiores-aos-humanos-segundo-um-eminente-filosofo