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terça-feira, 25 de março de 2025

Retornos e Insistências

Sabe aquele momento em que você se vê voltando para o mesmo ponto, mesmo depois de tantas voltas? Talvez seja um relacionamento que insiste em reaparecer, um erro que se repete ou aquela sensação incômoda de que a vida está girando em círculos. Mas e se, em vez de círculos, estivéssemos em espirais? Se os retornos não fossem simples repetições, mas movimentos que nos levam a uma nova camada da experiência?

A insistência da vida em nos fazer reviver certas situações não é apenas um acaso teimoso. Pode ser um mecanismo oculto, uma forma de aprendizado que só percebemos quando olhamos para trás. Friedrich Nietzsche chamaria isso de eterno retorno, uma ideia assustadora e libertadora ao mesmo tempo: viveríamos tudo de novo, exatamente do mesmo jeito, repetindo cada escolha, cada erro, cada acerto. Mas se há repetição, há também a oportunidade de olhar diferente, de fazer diferente.

O Labirinto que Nos Ensina

Imagine um labirinto onde você segue por um corredor e chega a um beco sem saída. Você volta, escolhe outro caminho e, adivinhe, mais um beco sem saída. Mas, ao retornar, algo mudou: agora você carrega o conhecimento dos caminhos errados. Não é a mesma experiência de antes, porque você não é o mesmo. A insistência do erro pode ser, na verdade, um convite ao entendimento.

Na vida prática, quantas vezes tentamos insistir em algo — um projeto, uma relação, um sonho — e fracassamos? Pode parecer perda de tempo, mas e se estivermos apenas afinando a sintonia? Sri Ram, pensador da tradição teosófica, dizia que a verdadeira transformação vem do reconhecimento da repetição. Não basta errar diferente, é preciso compreender o padrão.

Insistência ou Destino?

Muitos enxergam os retornos como sina, como um roteiro já escrito. Mas há também a visão de que, a cada repetição, moldamos um futuro distinto. A questão é: estamos insistindo por teimosia ou por intuição? O perigo está em confundir persistência com cegueira. Talvez seja essa a sabedoria dos retornos: eles testam nossa capacidade de enxergar o que antes ignorávamos.

Se tudo retorna, se insistimos nos mesmos passos, o que realmente está mudando? Talvez a resposta esteja menos no caminho e mais em quem o percorre.