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sábado, 26 de novembro de 2011

A NATUREZA SANGRA E É SUFOCADA



O presidente da Chevron pediu desculpas públicas: empresa já recebeu multa de R$ 50 milhões pelo vazamento – Beto Oliveira/Câmara
O presidente da Chevron Brasil Ltda, George Buck, empresa responsável pelo vazamento de petróleo no Campo de Frade, no Rio de Janeiro, pediu desculpas à “população e ao governo brasileiro” pelo acidente. Em audiência pública na Câmara que ocorre na tarde desta quarta-feira (23), o norte-americano disse ter “profundo respeito pelo Brasil”. O vazamento começou em 8 de novembro e já rendeu uma multa de R$ 50 milhões à empresa. O acidente na bacia de Campos ocorre pelo menos desde o dia 8 deste mês. O auge do vazamento se deu no dia 11 de novembro, quando até 600 barris de petróleo vazavam diariamente na região. Depois, esse percentual foi diminuindo, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).
“A companhia é inteiramente responsável pelo incidente e deve ser responsabilizada.” O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Curt Trennepohl, lembrou que o órgão já aplicou uma multa de R$ 50 milhões à empresa. “Estamos aguardando o fim do período de defesa e de todo o processo legal”, afirmou. De acordo com ele, o Ibama só tem como atuar após o desastre ambiental ocorrer. “Até o momento não temos comprovação de morte de animais e flora. Não podemos dimensionar o dano ao ambiente aquático”, disse Trennepohl, ressalta
Fonte: http://correiodobrasil.com.br/presidente-da-chevron-pede-desculpas-pelo-vazamento-de-petroleo/332347/ndo que o vazamento de petróleo não deve chegar ao litoral.
O desastre causado pelo vazamento de óleo causado pela empresa “chevron”, deverá trazer conseqüências por muito tempo, e ainda é muito cedo para dimensionar o tamanho do dano ao ambiente aquático.
Por maior que seja a multa, jamais conseguirão recuperar as vidas que serão interrompidas, a contaminação do oceano, prejuízos  a vida das comunidades litorâneas e o quanto afetarão a economia. Diga-se que a causa não é o derramamento de óleo, a causa esta nas nos abusos, descumprimento da legislação ambiental, adulterações sobre as informações, falha na fiscalização, e principalmente descomprometimento com as próximas gerações.
Nossos oceanos são contaminados a cada ano, com três a quatro toneladas de petróleo.
As notícias sobre os vazamentos de navios são impactantes, especialmente porque a quantidade de petróleo vazada de uma vez é enorme. Mas o site sobre Vazamentos de Petróleo adverte que causam apenas 20% desse tipo de contaminação e que os 80% restantes provêem de atividades navais e extração ou transporte de petróleo no mar, entre outros. Uma pesquisa sobre responsabilidades no caso de vazamentos disponível na Internet indica que 12% dos vazamentos têm origem em acidentes de navios. E acrescenta que as plataformas petrolíferas vertem cerca de 130 mil toneladas anuais no mar. A cada ano, os oceanos do mundo são contaminados com três a quatro toneladas de petróleo.
Fonte: http://www.tierramerica.net/2002/1124/pconectate.shtml
Noticias de desastres ambientais, não são totalmente divulgadas, pois sabemos que pequenos desastres ocorrem diariamente, alguns a céu aberto, outros são cometidos “na surdina” que escapam de nosso olhar.
Tem os pequenos delitos que cometemos diariamente, que vão desde a torneira aberta durante todo o tempo do escovar de dentes, do lixo que não é separado, do puxadinho que é feito na residência particular, e sabe lá aonde depositam os resíduos da obra.
Já deram uma olhadinha no caldinho que sai por debaixo do portão das obras, aquele suquinho da argamassa que corre pela calçada e vai parar no esgoto?
Pois é, diariamente damos nossa contribuição a mãe natureza, achamos que por ser mãe, a natureza tudo deve suportar. Mas não é assim, estamos fazendo com que a mãe natureza sangre e sufoque com tanta poluição.
A palavra Natureza, por exemplo, é, freqüentemente, empregada em múltiplas acepções. Eis o que torna ainda mais complexo e obscuro o seu significado. O dicionário de língua portuguesa Ferreira (1986) oferece a seguinte definição: “1. Todos os seres que constituem o Universo; 2. Força ativa que estabeleceu e conserva a ordem natural de tudo quanto existe”. Observa-se, assim, que natureza remete à ordem natural, e esta, por sua vez, remete à natureza, formando, dessa forma, um círculo do qual é difícil sair.
Os dicionários de filosofia não tornam menos difusa a definição. Para Nicola Abbagnano (1998, p. 699), a Natureza é definida a partir de quatro concepções: “1ª) princípio do movimento ou substância; 2ª) ordem necessária ou conexão causal; 3ª) exterioridade, contraposta à interioridade da consciência; 4ª) campo e encontro ou de unificação de certas técnicas de investigação”.
Ambos os sentidos, nos remete a ordem natural, movimento, conexão causal, estamos todos envolvidos num circulo sem que possamos sair dele, o que se planta a de se colher, há o principio do movimento.
Atitudes sustentáveis darão condições da continuidade da vid em nosso planeta, e considerando o desenvolvimento sustentável, que é a capacidade de promover um desenvolvimento que satisfaça as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às suas próprias necessidades, como meta a ser atingida para se garantir a sustentação da vida na terra.
A questão ética nunca fez tanta falta quanto atualmente. Por tanto se faz necessário encontrar o equilíbrio entre a qualidade de vida (consumo) e a qualidade ambiental através de ações pautadas pela ética. Isso tudo implica naturalmente a "ética ambiental" que se contrapõe ao crescimento do materialismo, da competitividade, da inveja, da desigualdade, do domínio de poucos, da massificação de informações e da inércia da sociedade que possivelmente gera a insatisfação das pessoas fruto do egoísmo, do apego e do desejo. Sendo esta a origem da destruição ecológica e desintegração social.
Penso que tanto a ambição quanto a inércia da sociedade em tomar atitudes, sejam as principais causas desta sucessão de desastres.
O homem não pensa na fragilidade do mundo que habita, não pensa na sua própria fragilidade, na sua infinitude.
A idéia de que Natureza existe para o nosso usufruto ajudou a fomentar, também, a falsa noção de que os recursos naturais são inesgotáveis. Os maiores exploradores encontram-se na construção civil, tudo o que é produzido na construção é extraído d natureza. Por isso, não raramente, a utilização desses recursos é comparada às prateleiras de um supermercado, as quais são reabastecidas de acordo com a voracidade do consumo. Com efeito, a extração desmedida dos recursos naturais ajudou a fomentar o progresso científico-tecnológico do qual o homem contemporâneo é protagonista, mas, da mesma forma, trouxe sérias implicações ao equilíbrio do ecossistema.
Não vos preocupeis pois, pelo dia de amanhã; o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado (Mt 6,34).
Há quem interprete mal o argumento da providência divina, a responsabilidade esta bem clara, “A cada dia basta o seu cuidado”, a preocupação esta na medida que a ética estiver ausente. Nossos atos tomados com ética, possivelmente não haverá porque preocupar-nos, no entanto, nossos atos diários colocam em duvida o dia de amanhã.
Há outra máxima; ‘te ajuda que te ajudarei”, ou seja, o agir com ética é a medida do quanto estarei me ajudando e aos outros na certeza do amanhã. As leis da natureza existem, a cada infração existem as penalidades, a maior é a pena de morte.
Se pensarmos na Natureza como algo finito, ou seja, como um fenômeno frágil e esgotável, talvez se possam atenuar os crimes ambientais, coibindo a ação deletéria do homem sobre o ecossistema, pois tal ato é a condição necessária para se garantir a sobrevivência da espécie humana.

domingo, 20 de novembro de 2011

UMA REFLEXÃO SOBRE O CUSTO DA SUSTENTABILIDADE NOS VÁRIOS RAMOS DE ATIVIDADES DE PRODUÇÃO

Queiramos ou não, boa parte de nosso modo de pensar esta condicionado pela situação concreta, assim a medida que as condições materiais do homem mudam, também o modo de pensar mudará, este breve ensaio é um esforço de reflexão do pensamento no exercício de atividades concretas, pois quando falamos em custo e sustentabilidade, estamos falando em condições materiais que determinam a sobrevivência.
As condições do mundo concreto também são em parte responsáveis pelas idéias que condicionam o mundo em que vivemos e o inverso também, refletindo acerca da junção das palavras custo e sustentabilidade, chegando a questão proposta que é refletir acerca do custo da sustentabilidade, é refletir sobre das idéias que cercam o tema a partir do mundo concreto que habitamos, não se pode negar que ora com inspiração de nosso velho conhecido Marx, perguntamos se é realmente possível conciliar crescimento econômico e preservação ambiental, no contexto de uma economia capitalista de mercado, esta questão e outras foram também foco de questionamento de Lima[1]. 
Não tenho a intenção de que com isto, sugerir ser esta a questão mais importante, mas apenas uma escolha dentre tantas outras que formam o feixe de questões que abundam o tema. Penso ainda que, pelo fato de aqui trazer a baila tal questão, o mero exercício da leitura da já por si só, é injetada em nossa consciência e já despertam alguma tentativa de resposta, pois assim é o ser humano, com vocação natural para dar solução a todas as questões, como a mais difícil, que é tentar responder: o que é a vida?
Reduzir Custos e Aumentar a Produção
A necessidade de reduzir custos e ao mesmo tempo aumentar a produção reduzindo prazos, é a meta de qualquer ramo de atividade de produção, e cada vez mais as empresas investem em sistemas de gerenciamento com inovações tecnologicas geralmente com foco na redução de custos.
Recentemente ganhou força a questão ambiental, aumentando mais ainda a problematica.
O consumo de recursos, a transformação, a necessidade de muitas vezes transportar os recursos de longas distâncias, importam também no consumo de mais recursos, impactando ainda mais no meio ambiente.
Praticamente todas as atividades de produção demandam da utilização de recursos naturais, como água, areia, pedra, madeira, petróleo, e também em contrapartida são grandes geradores de poluentes, fazendo uma troca desleal com a natureza.
Em muitos casos gerando a produção de CO2 contribuindo para elevar ainda mais o efeito estufa, foco de tantos debates.
Produzir com sustentabilidade custa mais caro? Lembro, que ao iniciar meus estudos para auto implantação da gestão da qualidade (ISO 9001:2000 e PBQP-H), me fiz esta pergunta. E, como é típico em qualquer novo empreendimento iniciamos a discussão pelo “EVE - Estudo de Viabilidade Econômica”, neste inicio que podemos também chamar de primeira etapa, existem ainda mais três etapas, que são ambiental, política e social, entendo seja a primeira a mais importante, pois se um empreendimento não é viável ele não vai em frente, e portanto, soluções que não são economicamente viáveis não são sustentáveis.
A problemática da questão ambiental veio para amplificar a questão da viabilidade.
Como viabilizar um empreendimento sustentável
Sabemos que o grande desafio é encontrar formas sustentáveis, ambiental, política e social e econômica, trata-se de habilidades que exigem conhecimento, criatividade e expertise no que diz respeito ao ultimo item, e expertise encontramos junto a profissionais aptos a construir soluções que sejam incorporadas desde as etapas iniciais a cada tipo de negócio, empreendimento, e requer planejamento.
O mercado em geral esta oferecendo os mais diversos tipos de soluções, para os mais variados problemas e estágios, há empresas voltadas exclusivamente para soluções ambientais, já é um novo e atraente nicho de mercado.
Outra medida impactante esta no controle de desperdícios, a perda de recursos por falta de planejamento, as sobras devem ser mínimas, a boa aplicação dos recursos, implica em amplo treinamento, constante e eficaz, isto é fundamental para sustentabilidade.
Pensar na utilização e aplicação de resíduos sólidos pode ser um bom aliado na redução dos custos.
A conscientização dos colaboradores na aplicação dos recursos, esta alem do treinamento, pois o comprometimento proporciona a instituição a continuidade e longevidade dos resultados esperados.
A certificação de empresas que pensam em empreendimento sustentáveis é outra medida diferenciadora, podendo incentivar o aumento de interessados em certificar motivados também pela menor tributação e taxas de financiamento diferenciadas para empreendimentos sustentáveis.
Acreditar que naturalmente, por motivação moral sejamos capazes de pensar no meio ambiente é antinatural, vivemos numa sociedade capitalista, e o interesse econômico é movido por resultados, e resultados são os propulsores de nossa sociedade.
Interpretações: rupturas e continuidades
Apesar das discordâncias de opiniões acerca de como se posicionar perante os problemas contemporâneos, a verdade é que tais problemas são conseqüências de concepções que não mais se fazem sustentáveis, tais como a concepção segundo a qual os recursos naturais são ilimitados, bem como a concepção segundo a qual o homem é o proprietário da natureza, o que o leva a usar como bem entende.
Em substituição a tais concepções, há que se conceber que é preciso empreender uma exploração equilibrada dos recursos ambientais, assim como é preciso repensar e posicionar o ser humano como parte da natureza, à qual deve sua própria existência, e a continuidade da vida no planeta azul.
Tais mudanças não são fáceis e constituem desafios para atual e futuras gerações, pois as rupturas nas formas de pensar e de agir em relação à natureza dizem respeito a modificações no modo de viver das mesmas, o que requer transformações não somente individuais, mais também coletivas, ou seja, econômica, ambiental, política, e social.
Transformações que vão desde ao fato de, utilizar mais materiais reciclados, economizar energia elétrica, reduzir o fluxo de veículos automotores com combustíveis fósseis etc., e a substituição por novas formas de desenvolvimento ecologicamente validos, como a substituição de combustíveis fósseis por combustíveis biodegradáveis.
Pensar efetivamente na continuidade da vida no planeta é romper com velhos hábitos e culturas exploradoras.

Bibliografia
CHALITA, Gabriel; Vivendo a Filosofia. 2ª. Edição – ampliada: Ed. Ática, 2005.
FILOSOFIA, Revista; Karl Marx, Contribuições Filosóficas do Pai do Comunismo. Ed. Especial nº 06. Ed. Escala Educacional.
Fontes



[1] Política e Trabalho 13 - Setembro / 1997 - pp. 201-222 O DEBATE DA SUSTENTABILIDADE NA SOCIEDADE INSUSTENTÁVEL Gustavo F. da Costa Lima.