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domingo, 3 de novembro de 2024

Sempre Mais

Estava escutando a música “Eu Quero Sempre Mais” com Pitty e Ira no acústico do Ira, e não poderia deixar passar este breve momento de reflexão. O desejo de querer sempre mais é como uma chama que nunca se apaga completamente. Esse "mais" é a busca incessante por algo que, por vezes, nem sabemos exatamente o que é, mas que sentimos que está ali, fora do alcance, esperando para ser conquistado. O querer mais, no entanto, pode ser uma jornada de descobertas profundas ou uma prisão de insatisfações eternas. E é nesse ponto que a filosofia tem muito a nos dizer.

Link da Música “Eu quero sempre mais”:

https://www.youtube.com/watch?v=NwZNsOaY-fU&list=RDBj8t8oaNSOc&index=7

O Desejo: Motor e Prisão

Desde os tempos antigos, filósofos analisaram a natureza do desejo e da ambição. Para Platão, o desejo era parte da alma humana, um dos elementos que compõem a essência do ser. Porém, o desejo, se não controlado, poderia nos afastar do que ele chamava de "Bem" – aquilo que nos traria verdadeira realização. Esse querer sempre mais nos lança numa busca pelo inalcançável, mas será que essa busca é produtiva?

Schopenhauer, por exemplo, vê o desejo como uma força que nos impulsiona, mas que, ao mesmo tempo, nos escraviza. Para ele, a vida é uma dança entre desejar e se frustrar. Quando obtemos o que queremos, logo um novo desejo aparece, e o ciclo recomeça. É uma prisão, mas ao mesmo tempo é o motor que nos mantém em movimento. Nessa visão, o querer mais é uma espécie de condenação, um ciclo perpétuo de insatisfação.

A Ilusão do Mais

Vivemos em uma sociedade que celebra o "sempre mais": mais dinheiro, mais bens materiais, mais status, mais sucesso. Parece que, quanto mais temos, mais acreditamos que estamos próximos da felicidade. Mas essa é uma ilusão poderosa. Hannah Arendt nos lembra que, ao confundir o ter com o ser, acabamos por diluir nossa própria identidade, trocando o sentido de vida por um acúmulo de objetos ou realizações externas.

Esse querer constante nos afasta de apreciar o que já temos. Ao focar no que falta, esquecemos de reconhecer o que já está presente. Em vez de saborear o momento, olhamos constantemente para o próximo desejo, para a próxima meta. É como caminhar numa esteira: movemos as pernas, fazemos esforço, mas não saímos do lugar. A satisfação plena parece sempre escorregar pelos nossos dedos.

Querer Mais: Um Caminho de Crescimento ou um Ciclo de Vazio?

Se o desejo e a ambição fazem parte da nossa natureza, como então lidar com esse querer mais sem nos perdermos? Talvez a resposta esteja em compreender que o "mais" que buscamos não precisa ser necessariamente material ou imediato. Podemos canalizar esse desejo para o autoconhecimento, para a busca de experiências significativas e para o cultivo de valores internos.

Nietzsche, com sua filosofia do "Eterno Retorno", nos provoca a pensar sobre a qualidade das nossas escolhas. Se soubéssemos que teríamos que viver esta vida, exatamente como ela é, eternamente, será que ainda assim desejaríamos as mesmas coisas? Ao trazer essa reflexão, ele nos convida a ponderar sobre o que realmente vale a pena ser desejado. Esse "mais" que queremos pode, muitas vezes, ser apenas uma distração para evitar enfrentar o vazio existencial.

O Equilíbrio Entre o Querer e o Ser

Talvez a chave esteja em encontrar um equilíbrio. O querer mais pode nos impulsionar, mas precisa ser um desejo consciente, que esteja em sintonia com nossa essência. Ao invés de buscar preencher o vazio com coisas externas, podemos buscar uma expansão do "ser" em vez de apenas do "ter".

Esse “sempre mais” pode então se transformar numa busca saudável, onde o desejo deixa de ser uma prisão e passa a ser uma força de crescimento. Buscar mais sabedoria, mais compaixão, mais compreensão – esses são desejos que nos alimentam, em vez de nos esgotar.


quinta-feira, 23 de maio de 2024

Sempre Surpreende

Quem nunca foi surpreendido por uma gentileza inesperada no meio de um dia comum? A vida tem uma forma curiosa de nos presentear com momentos que, embora pequenos, podem transformar nossa rotina. Essas pequenas surpresas são os temperos que dão sabor aos nossos dias, trazendo um sorriso inesperado e, às vezes, até mudando o rumo dos acontecimentos.

O Café de Manhã que Mudou Tudo

Imagine uma segunda-feira típica. Você acorda, ainda sonolento, e começa a se preparar para mais um dia de trabalho. Enquanto espera o café passar, você se pega pensando em como a semana será longa. De repente, seu parceiro aparece na cozinha com um café da manhã caprichado: torradas, frutas frescas e até uma florzinha no vaso. A surpresa e o carinho transformam aquele início de semana tedioso em algo especial. Um gesto simples, mas que muda completamente o seu humor.

O Bom Dia do Estranho

Outro exemplo clássico são os encontros casuais na rua. Quantas vezes você já caminhou pela calçada, absorto em seus pensamentos, e recebeu um sorriso caloroso de um estranho? Às vezes, é só um "bom dia" dito de forma sincera. Esses pequenos gestos nos lembram que, mesmo em uma cidade grande onde todos estão sempre com pressa, ainda existe humanidade e bondade espalhadas por aí.

A Solidariedade e o Voluntariado do Estranho

As enchentes que recentemente desalojaram tantas pessoas trouxeram consigo uma onda de solidariedade que é, ao mesmo tempo, comovente e inspiradora. Em meio ao caos e à devastação, temos visto vizinhos ajudando vizinhos, estranhos se unindo para oferecer abrigo, roupas, alimentos e conforto àqueles que perderam quase tudo. Voluntários de todas as idades e origens se mobilizam em centros comunitários, igrejas e escolas, trabalhando incansavelmente para organizar doações, preparar refeições e fornecer assistência médica e psicológica. A empatia e a generosidade emergem como um poderoso antídoto contra o desespero, mostrando que, mesmo nas situações mais adversas, a humanidade tem uma capacidade incrível de se unir e superar desafios. Cada gesto de ajuda, por menor que seja, torna-se uma luz de esperança, reafirmando nossa fé na bondade e na capacidade de resiliência das pessoas. Essa solidariedade espontânea e o trabalho voluntário não só oferecem suporte imediato aos afetados, mas também fortalecem os laços comunitários e nos lembram do poder transformador do espírito coletivo em tempos de crise.

A Mensagem que Ilumina o Dia

E o que dizer daquela mensagem inesperada de um amigo que você não vê há tempos? Em meio a uma tarde de trabalho, seu telefone vibra e lá está uma mensagem carinhosa, cheia de lembranças e risadas. Vocês acabam marcando um café para colocar o papo em dia. É uma pequena surpresa que reaviva laços e traz uma alegria genuína.

A Gentileza no Trânsito

Surpresas agradáveis podem acontecer até mesmo no trânsito, onde geralmente impera o estresse e a pressa. Quem já teve alguém dando passagem gentilmente ou viu um motorista esperando pacientemente enquanto você estaciona sabe o quanto isso pode aliviar a tensão de dirigir. Essas atitudes mostram que, mesmo nos ambientes mais adversos, a consideração pelo outro pode prevalecer.

O Reconhecimento no Trabalho

No ambiente profissional, surpresas também têm seu valor. Receber um elogio sincero do chefe ou um reconhecimento por um trabalho bem feito, quando menos se espera, pode ser um grande motivador. Isso não só melhora o clima no escritório, mas também reforça a sensação de pertencimento e valorização.

Valorize as Pequenas Coisas

A vida é feita dessas pequenas surpresas que, muitas vezes, passam despercebidas. Pode ser a brisa fresca em um dia quente, um pôr do sol deslumbrante, ou até mesmo encontrar uma moeda no bolso da calça. O importante é estar atento e aberto para reconhecer e valorizar esses momentos.

Portanto, quando você se deparar com uma dessas pequenas surpresas, pare um instante para apreciar. Afinal, são esses detalhes que, somados, tornam a vida mais leve e encantadora. E, quem sabe, você também possa ser a fonte de uma surpresa agradável para alguém. Que tal experimentar?