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terça-feira, 15 de julho de 2025

Amanhã e Agora

Neste finalzinho de terça-feira, estava pensando nos compromissos de amanhã, pensei cá comigo: "Amanhã, quando chegar o meu agora" é uma frase curta, mas cheia de camadas. Parece paradoxal: como o "agora" pode chegar "amanhã"? Mas é justamente nessa contradição que mora a poesia.

A gente vive fazendo planos, promessas para o dia seguinte, para segunda-feira, para o ano que vem, para “quando tudo se ajeitar”. A vida vira um eterno ensaio. É como se estivéssemos sempre esperando que o nosso verdadeiro momento chegue. Só que, quando o amanhã se torna hoje, ele ainda parece não ser o agora certo. Ainda não é o momento ideal, ainda falta alguma coisa.

Talvez porque o “agora” de verdade não seja uma data no calendário, mas uma disposição interior. Um instante de presença plena, quando a gente decide que esse é o momento. Não porque tudo está perfeito, mas porque a gente para de adiar.

Amanhã, quando chegar o meu agora, pode ser o instante em que deixo de esperar por mim mesmo.

Como disse o filósofo Kierkegaard, “a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para frente.” Talvez o nosso agora nunca chegue se a gente continuar o empurrando para amanhã.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Superlativizando a Instantaneidade

Na sociedade contemporânea, estamos imersos em uma cultura da instantaneidade, onde a pressa parece ser a norma e a espera torna-se uma raridade. Neste turbilhão de velocidade e eficiência, até mesmo a instantaneidade é superlativizada, levando-nos a refletir sobre as implicações desse fenômeno.

Imagine-se em um mundo onde tudo acontece em um piscar de olhos. As informações são transmitidas em tempo real, as respostas são esperadas instantaneamente e as expectativas de produtividade atingem novos patamares. Nesse ambiente frenético, a instantaneidade não é apenas valorizada, é exaltada como o padrão máximo de eficiência.

Para entender melhor essa tendência, podemos olhar para a ascensão da tecnologia digital e das redes sociais. Com a proliferação de smartphones e mídias sociais, estamos constantemente conectados e acessíveis. Mensagens são respondidas em segundos, notícias se espalham em questão de minutos e a demanda por gratificação instantânea é incessante.

No entanto, essa obsessão pela instantaneidade vem com um custo. Perdemos a capacidade de desacelerar, de saborear o momento presente e de nos conectar verdadeiramente com os outros. Estamos sempre correndo para o próximo grande acontecimento, sem pausa para contemplação ou reflexão.

Além disso, a superlativização da instantaneidade pode distorcer nossa percepção da realidade. Esperamos resultados imediatos em todas as áreas de nossas vidas, desde nossas carreiras até nossos relacionamentos pessoais. Essa mentalidade de "tudo agora" pode levar a uma sensação de insatisfação constante e à busca interminável por mais.

Para contrabalançar essa tendência, é importante cultivar a arte da paciência e da contemplação. Devemos aprender a apreciar os momentos de pausa e silêncio, a valorizar a jornada tanto quanto o destino final. Em um mundo onde a instantaneidade é rei, a verdadeira riqueza está em encontrar a beleza na espera e a sabedoria na contemplação.

Portanto, enquanto navegamos nessa era de instantaneidade superlativizada, devemos lembrar que nem tudo pode ser reduzido a um momento fugaz. Algumas coisas - como amor, amizade e crescimento pessoal - requerem tempo, esforço e dedicação. Ao abraçar essa verdade, podemos encontrar um novo equilíbrio entre a rapidez do mundo moderno e a profundidade da experiência humana.